CRIATIVIDADE NO MARKETING
07/02/2014 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES (NON VIOLENCE)
English / Full campaign:
http://adsoftheworld.com/taxonomy
McCANN â
http://mccann.com/
https://www.facebook.com/McCannWG
âSe nĂłs nĂŁo nos educarmos contra a violĂȘncia, nĂłs sempre iremos viver cercados por elaâ.
Veja a campanha completa:
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Fonte: Ads of the World â 20/01/14.
McCANN â
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PROFESSOR TOM COELHO
www.tomcoelho.com.br
Marketing de percepção
* por Tom Coelho
âAparentar ter competĂȘncia Ă© tĂŁo importante quanto a prĂłpria competĂȘncia.â (Chuck Lieppe)
A compra do passe do atacante Neymar pelo Barcelona, cujos valores estĂŁo sob investigação da justiça espanhola, o que levou Ă queda do presidente do clube catalĂŁo, Ă© uma crĂŽnica recorrente no mundo corporativo. Afinal, quem nĂŁo se lembra da quebra de empresas como a Enron, gigante do setor energĂ©tico e sĂ©tima maior empresa dos EUA em faturamento (2001), WorldCom, segunda maior operadora de telefonia no paĂs de Tio Sam (2002) e Banco Santos, para citar um caso brasileiro, oitavo maior banco privado nacional em 2001 e que viria Ă falĂȘncia em 2004.
Forjar nĂșmeros e maquiar balanços contĂĄbeis nĂŁo virou moda. Sempre foi. Empresas fraudam, executivos mentem, auditores omitem, analistas recomendam. Como diz o velho adĂĄgio popular, papel aceita tudo.
O mundo de Narciso
Vivemos em um mundo governado pela ditadura da imagem. O triunfo da estĂ©tica sobre a moral. NĂŁo sĂŁo apenas as empresas encasteladas em suntuosas sedes, dotadas de marcas, logos e slogans cativantes, com suas campanhas publicitĂĄrias milionĂĄrias, seus demonstrativos financeiros reluzentemente azuis, suas estratĂ©gias comerciais expansionistas e suas polĂticas de incentivo que convertem, por decreto, ârecursos humanosâ em âtalentos humanosâ â atĂ© que a cortina de fumaça seja desanuviada â, que logram a sociedade.
O mundo de Narciso afeta as pessoas como as corporaçÔes. VocĂȘ Ă© tĂŁo belo quanto seus trajes e seu Ășltimo corte de cabelo possam sinalizar. TĂŁo bom quanto a procedĂȘncia dos diplomas e a fluĂȘncia em idiomas possam indicar. TĂŁo valorizado quanto a competĂȘncia ratificada e os resultados apresentados possam parecer.
Em tempos passados, ocasiĂŁo que meus olhos nĂŁo se atrevem a enxergar, a âembalagemâ era menos representativa. As empresas eram aquilo que produziam. As pessoas eram o que demonstravam. A palavra valia tanto que bastava limitar-se ao âfio do bigodeâ. Ăramos mais essĂȘncia. E mais essenciais.
Os tempos modernos trouxeram-nos a velocidade da comunicação, o excesso de informação, a imprescindibilidade dos contratos. Estradas mais largas, carros mais råpidos pelo preço de imóveis, em trùnsitos mais congestionados e caóticos. Condutores perfumados com fragrùncias importadas e vestindo ternos de valor similar a um ano de serviço årduo de um trabalhador braçal.
Houve uma Ă©poca na qual os preços eram formados para remunerar custos e proporcionar uma margem de lucro. Havia mais oferta do que demanda. A equação inverteu-se e o preço passou a ser ministrado por esta entidade denominada consumidor. Hoje, preços sĂŁo dados por pedaços minĂșsculos de tecido chamados etiqueta, marcas grafadas nas hastes de Ăłculos, grifes estampadas no visor e na pulseira de relĂłgios.
O mundo de Quimera
Por extensĂŁo, nossos relacionamentos pessoais espelham este mundo midiĂĄtico que nos cerca. Como nos ensina um provĂ©rbio russo, âNĂŁo amamos as pessoas porque elas sĂŁo bonitas, mas porque nos parecem bonitas porque as amamosâ. O segredo da conquista Ă©, singelamente, contemplar a fantasia.
O poeta francĂȘs AndrĂ© Breton dizia: âO que a gente esconde Ă© mais ou menos o que os outros descobremâ. Bem adequado para quem escreveu o Manifesto Surrealista...
Balanços fraudados, currĂculos forjados, amores burlados. Vidas vividas na ilusĂŁo, imaginadas como devaneios Ă luz de uma quimera.
A Quimera era um monstro mitolĂłgico com cabeça de leĂŁo, corpo de cabra e cauda de dragĂŁo. Imagem nada agradĂĄvel. Imagem que, mais cedo ou mais tarde, materializa-se, ao cair do vĂ©u da percepção que nĂŁo carrega consigo conteĂșdo, sinceridade e paixĂŁo.
* Tom Coelho Ă© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 paĂses. Ă autor de âSomos Maus Amantes â ReflexĂ”es sobre carreira, liderança e comportamentoâ (Flor de Liz, 2011), âSete Vidas â LiçÔes para construir seu equilĂbrio pessoal e profissionalâ (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos atravĂ©s do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php