ROBOMANIA EM DEBATE
30/08/2012 -
EU DIGITAL
ROBĂS VERSUS HUMANO
English:
http://www.nytimes.com/2012/08/19/business/new-wave-of-adept-robots-is-changing-global-industry.html?pagewanted=all
Click in Multimedia for the video of âThe Robot Factory of Futureâ.
International Federation of Robotics: http://www.ifr.org/
Race Against the Machine:
http://www.facebook.com/pages/Race-Against-the-Machine/259340157471635
Novas tecnologias reacendem o debate.
Na fåbrica da Philips na costa chinesa, centenas de operårios usam as mãos e ferramentas especializadas para montar barbeadores elétricos. Esse é o modo antigo de trabalhar.
Numa fĂĄbrica da mesma empresa em Drachten, na Holanda, 128 braços robĂłticos realizam o mesmo trabalho com flexibilidade digna de iogues. CĂąmeras de vĂdeo os guiam para realizar façanhas que superam a capacidade do humano mais hĂĄbil que exista.
Trabalhando sem parar, um braço robĂłtico forma trĂȘs dobras perfeitas em dois fios conectores e os insere em furos tĂŁo pequenos que sĂŁo quase invisĂveis. Os braços trabalham tĂŁo rapidamente que precisam ficar fechados em gaiolas de vidro para que as pessoas que os supervisionam nĂŁo se machuquem. E eles fazem tudo isso sem uma pausa para tomar um cafĂ©, trabalhando trĂȘs turnos por dia, 365 dias por ano.
A fĂĄbrica holandesa tem ao todo algumas dezenas de operĂĄrios humanos por turno -mais ou menos um dĂ©cimo do nĂșmero visto na fĂĄbrica chinesa, na cidade de Zhuhai.
Isto é o futuro. Uma nova onda de robÎs, muito mais destros que os robÎs jå empregados comumente hoje por montadoras de automóveis e outros setores manufatureiros pesados, estão substituindo trabalhadores humanos em todo o mundo, tanto na manufatura quanto na distribuição.
FĂĄbricas como esta, na Holanda, formam um contraponto marcante com as fĂĄbricas usadas pela Apple e por outras empresas gigantes de eletrĂŽnicos para o consumidor, que empregam centenas de milhares de operĂĄrios pouco qualificados em busca de baixo custo.
"Com estas mĂĄquinas, podemos produzir qualquer eletrĂŽnico de consumo do mundo", disse Binne Visser, gerente da linha de montagem da Philips em Drachten.
Muitos executivos industriais e especialistas em tecnologia dizem que a abordagem usada pela Philips estĂĄ superando a da Apple.
Ao mesmo tempo em que a Foxconn, que produz o iPhone da Apple, continua a construir novas fåbricas e contratar milhares de operårios adicionais para fabricar smartphones, ela planeja instalar mais de 1 milhão de robÎs dentro de alguns anos, para complementar sua força de trabalho na China.
A Foxconn nĂŁo informou quantos operĂĄrios serĂŁo dispensados. Mas seu presidente, Terry Gou, endossa o uso crescente de robĂŽs. De acordo com a agĂȘncia oficial de notĂcias, Xinhua, em janeiro Gou declarou, falando de seus mais de 1 milhĂŁo de empregados: "Como os seres humanos tambĂ©m sĂŁo animais, gerir 1 milhĂŁo de animais me dĂĄ dor de cabeça".
Os custos decrescentes e a sofisticação crescente dos robÎs reativaram uma discussão em torno da velocidade em que empregos serão perdidos. Neste ano os economistas Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee, do Instituto de Tecnologia do Massachusetts, apresentaram argumentos em favor de uma transformação råpida. "A usurpação das habilidades humanas pelos robÎs nesse ritmo e escala é recente e possui implicaçÔes econÎmicas profundas", escreveram eles em seu livro "Race Against the Machine" ("Corrida Contra a Måquina").
Para eles, a chegada da automação de baixo custo anuncia transformaçÔes da mesma escala da revolução na tecnologia agrĂcola ocorrida no sĂ©culo passado, quando o emprego na agricultura nos EUA caiu de 40% da força de trabalho para 2%.
Mas Bran Ferren, veterano especialista em robĂłtica e designer de produtos industriais na Applied Minds, de Glendale, CalifĂłrnia, argumenta que ainda hĂĄ obstĂĄculos grandes "Inicialmente, eu tinha a ingenuidade de pensar em robĂŽs universais que fossem capazes de fazer tudo", contou. "Mas Ă© preciso ter pessoas por perto, de qualquer maneira. E as pessoas sĂŁo boas em entender como mexer com aquele radiador ou acoplar aquela mangueira. Coisas como essas ainda sĂŁo difĂceis para robĂŽs."
Mais alĂ©m dos desafios tĂ©cnicos, hĂĄ a resistĂȘncia de operĂĄrios sindicalizados e comunidades preocupadas com a perda de empregos. Embora o aumento dos custos da mĂŁo de obra e dos transportes na Ăsia e o medo do roubo de propriedade intelectual estejam trazendo alguns trabalhos de volta para o Ocidente, a ascensĂŁo dos robĂŽs pode significar que serĂŁo gerados menos empregos.
Na fĂĄbrica de painĂ©is solares Flextronic, em Milpitas, ao sul de San Francisco, uma faixa proclama "Trazendo Empregos e Manufatura de Volta Ă CalifĂłrnia!". Dentro da fĂĄbrica, contudo, vĂȘem-se robĂŽs por toda parte e poucos trabalhadores humanos. Todo o levantamento de cargas pesadas e quase todo o trabalho de precisĂŁo Ă© feito por robĂŽs. Os trabalhadores humanos cortam material em excesso, passam fios por furos e aparafusam alguns prendedores.
Esse tipo de avanço no setor manufatureiro tambĂ©m estĂĄ provocando transformaçÔes em outros setores que empregam milhĂ”es de trabalhadores. Um desses setores Ă© o da distribuição, em que robĂŽs que se movimentam na velocidade dos corredores mais velozes do mundo sĂŁo capazes de armazenar, pegar e embalar mercadorias para transporte, com muito mais eficiĂȘncia que os humanos.
Os avanços rĂĄpidos nas tecnologias de visĂŁo e tato estĂŁo colocando uma grande gama de tarefas manuais ao alcance das habilidades dos robĂŽs. Por exemplo, os jatos comerciais da Boeing agora sĂŁo rebitados automaticamente por mĂĄquinas gigantes que se movimentam com rapidez e precisĂŁo sobre a superfĂcie dos aviĂ”es.
Na Earthbound Farms, na Califórnia, quatro braços robóticos recém-instalados, com copos de sucção customizados, empacotam embalagens de alface orgùnica em caixas para transporte. Cada robÎ faz o trabalho de até cinco trabalhadores humanos.
Corrida de robĂŽs
Numa feira comercial de automação em Chicago, no ano passado, Ron Potter, diretor de tecnologia de robótica na consultoria Factory Automation Systems, de Atlanta, ofereceu um exemplo de um sistema manufatureiro robótico que custou inicialmente US$ 250 mil e tomou o lugar de dois operadores de måquinas, cada um dos quais ganhava US$ 50 mil por ano. Ao longo dos 15 anos de vida do sistema, as måquinas possibilitaram economia de US$ 3,5 milhÔes em mão de obra e produtividade.
O governo e executivos industriais nos EUA argumentam que, mesmo que as fåbricas sejam automatizadas, ainda são uma fonte importante de empregos. Se os EUA não competir pela manufatura avançada em setores como o da eletrÎnica para consumidores, poderå perder também nas åreas de engenharia e design. Além disso, embora sejam perdidos mais empregos de colarinho azul, a manufatura mais eficiente vai gerar empregos qualificados no design, na operação e na manutenção das linhas de montagem.
E os fabricantes de robÎs dizem que seu próprio setor gera empregos. Um relatório encomendado no ano passado pela Federação Internacional de Robótica constatou que os produtores de robótica em todo o mundo jå empregavam 150 mil pessoas em todo o mundo.
Mas o domĂnio americano e europeu na prĂłxima geração da indĂșstria Ă© incerto. "O que eu vejo Ă© que os chineses tambĂ©m vĂŁo usar robĂŽs", disse Frans van Houten, presidente da Philips. "A janela de oportunidade para trazer a manufatura de volta para nĂłs Ă© antes de isso acontecer."
Linha de montagem veloz
Na Tesla Motors, em Fremont, na CalifĂłrnia, atĂ© oito robĂŽs fazem um balĂ© em torno de cada veĂculo quando ele para por apenas cinco minutos em cada estação ao longo da linha de produção. Os braços robĂłticos parecem humanos quando se estendem e trocam de "mĂŁo" para realizar uma tarefa diferente. Muitos robĂŽs em fĂĄbricas de automĂłveis realizam apenas uma função, mas os robĂŽs da Tesla dĂŁo conta de atĂ© quatro: soldar, rebitar, colar e instalar um componente. O objetivo Ă© que atĂ© 83 sedĂŁs de luxo elĂ©tricos Tesla S sejam produzidos por dia na fĂĄbrica. Quando a empresa começar a produzir um utilitĂĄrio esportivo, no prĂłximo ano, os robĂŽs serĂŁo reprogramados e o veĂculo novo serĂĄ produzido na mesma linha de montagem.
A fĂĄbrica da Tesla Ă© pequena, mas representa uma aposta nos robĂŽs flexĂveis, algo que pode ser um modelo para o setor.
Recentemente, a Hyundai e a Beijing Motors abriram uma fĂĄbrica nos arredores de Pequim que poderĂĄ produzir 1 milhĂŁo de veĂculos por ano, usando mais robĂŽs e menos pessoas que as fĂĄbricas grandes de seus concorrentes, e com a mesma flexibilidade que a da Tesla, disse Paul Chau, investidor americano da WI Harper.
Novo papel dos humanos
Nos dez anos passados desde que começou a trabalhar num depĂłsito em Tolleson, Arizona, Josh Graves jĂĄ viu como os sistemas de automação podem facilitar o trabalho, mas tambĂ©m criar estresse e inseguranças novos. O depĂłsito no qual ele trabalha distribui produtos alimentĂcios a granel para a rede de supermercados Kroger.
Graves, 29, começou a trabalhar no depósito assim que terminou o ensino médio. O emprego exigia o levantar caixas pesadas, e ele trabalhava muitas horas por dia.
Hoje, Graves dirige uma mĂĄquina pequena semelhante a uma empilhadeira. Ele usa fones de ouvido; uma voz computadorizada lhe diz onde no depĂłsito deve ir para buscar ou armazenar produtos. Um computador centralizado, apelidado pelos operĂĄrios de CĂ©rebro, dita a velocidade das empilhadeiras. Os gerentes sabem exatamente o que os operĂĄrios estĂŁo fazendo em cada minuto.
Segundo Rome Aloise, vice-presidente para a CalifĂłrnia do sindicato de trabalhadores do setor, como os operĂĄrios fazem menos trabalho fĂsico, ocorrem menos lesĂ”es. Pelo fato de o ritmo de trabalho ser ditado por um computador, o estresse hoje Ă© mais psicolĂłgico.
Vårios anos atrås, o depósito de Graves instalou um sistema alemão que automaticamente armazena caixas de alimentos e os tira de prateleiras. O sistema levou à eliminação de 106 empregos, ou 20% da força de trabalho.
Agora, a Kroger pretende construir um depĂłsito altamente automatizado em Tolleson. "NĂŁo temos um problema com a chegada das mĂĄquinas", Graves disse a funcionĂĄrios da prefeitura. "Mas diga Ă Kroger que nĂŁo queremos perder esses empregos em nossa cidade."
Certos tipos de trabalho ainda estĂŁo fora do alcance da automação: empregos na construção, que requerem que trabalhadores se movimentem em locais imprevisĂveis e realizem tarefas nĂŁo repetitivas; montagens que exigem feedback tĂĄtil, como a colocação de painĂ©is de fibra de vidro no interior de aeronaves, barcos ou carros e tarefas de montagem em que Ă© feita uma quantidade limitada de produtos, o que exigiria a reprogramação dos robĂŽs, algo que custa caro. Mas essa lista de trabalhos estĂĄ encolhendo.
John Markoff â Fonte: Folha de S.Paulo â 27/08/12.
MatĂ©ria original do âThe New York Timesâ:
http://www.nytimes.com/2012/08/19/business/new-wave-of-adept-robots-is-changing-global-industry.html?pagewanted=all
ON-LINE: FĂBRICA DO FUTURO
Um vĂdeo sobre as novidades na robĂłtica: Clique em Multimedia.
Corrida Contra a MĂĄquina:
http://www.facebook.com/pages/Race-Against-the-Machine/259340157471635
Federação Internacional de Robótica: http://www.ifr.org/
CAIXA DE CURTAS
O Concurso Caixa de Curtas, promovido pela TAL â TelevisiĂłn America Latina, prorrogou o prazo de votação online. ApĂłs receber mais de 300 curtas-metragens de 16 paĂses, o concurso estĂĄ com a votação aberta para os internautas escolherem 30 obras, entre animaçÔes, ficçÔes e documentĂĄrios, para um jĂșri decidir quais sĂŁo os trĂȘs vencedores que vĂŁo ganhar R$ 3 mil cada. As obras tambĂ©m serĂŁo distribuĂdas para a rede TAL.
Lupa â Fonte: O Tempo â 27/08/12.
O Concurso:
http://tal.tv/cajadecortos/
Mais detalhes:
http://portaldocurta.com/2012/07/19/concurso-cultural-caixa-de-curtas/
Facebook:
http://www.facebook.com/pages/TAL-Televisi%C3%B3n-Am%C3%A9rica-Latina/86708041602
http://www.facebook.com/pages/Portal-do-Curta/274000849288154
CONCURSO PARA ULTRABOOKS
A Intel estå promovendo um concurso para que desenvolvedores criem aplicativos para a próxima geração de ultrabooks.
Os 25 melhores projetos receberão da empresa ajuda em divulgação.
Os cinco melhores, escolhidos por um painel de especialistas, receberĂŁo outros benefĂcios nĂŁo divulgados pela Intel.
Os interessados tĂȘm atĂ© 15 de outubro para enviar seus projetos. Mais informaçÔes podem ser encontradas em http://software.intel.com/pt-br/blogs/2012/08/15/ultrabook-apps-chamada-de-aplicativos/.
Mundo Digital â Fonte: Folha de S.Paulo â 27/08/12.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php