DA LIXEIRA PARA A CICLOVIA
13/01/2012 -
MARILENE CAROLINA
BICICLETAS DE PET'S
English:
http://200.185.28.6/en/news/news.php?id=9453&/a_bicycle_made_of_pet_bottles_hits_the_market
The site:
http://www.muzzicycles.com.br/
Patenteada e fabricada no Brasil, bicicleta feita com garrafas PET recicla descartes e torna ainda mais benéfica a troca do acelerador pelos pedais.
Com as possibilidades abertas pela reciclagem, começa a surgir uma categoria de gente que nĂŁo se contenta em apenas trocar o carro pela bicicleta. Para atender esse pĂșblico, o veĂculo tem de ser ecolĂłgico desde a concepção. Resultado de uma pesquisa de 12 anos do artista plĂĄstico uruguaio radicado no Brasil Juan Muzzi, 63 anos, as bicicletas ecolĂłgicas â uma patente mundial brasileira â possuem quadro de plĂĄstico feito a partir da reciclagem de garrafas PET. Para quem usa, as vantagens imediatas sĂŁo a leveza em relação Ă s tradicionais e o fato de nĂŁo enferrujarem. Para o planeta, alĂ©m da matĂ©ria-prima reciclada, elas nĂŁo recebem solda, nĂŁo levam tinta e geram uma economia de energia elĂ©trica de 96% no processo de produção. E ainda sĂŁo bonitas. âO design tem incentivado muita gente a trocar a bike antiga pelas sustentĂĄveisâ, diz Muzzi.
A produção, que começou no inĂcio do ano passado a passos lentos, jĂĄ estĂĄ a todo vapor. Hoje sĂŁo feitas 12 mil unidades por mĂȘs, mas a expectativa Ă© dobrar esse total atĂ© junho. Os preços sĂŁo compatĂveis com os da concorrĂȘncia: o modelo bĂĄsico, de uma Ășnica marcha, custa R$ 450; os intermediĂĄrios, R$ 850; e o mais completo sai por R$ 1.990. E hĂĄ mais uma isca para atrair os ciclistas comprometidos com as questĂ”es ambientais: se ele levar as cerca de 200 garrafas PET necessĂĄrias para a montagem do quadro, ganha desconto no preço final.
UsuĂĄrio de bicicleta como principal meio de transporte hĂĄ 15 anos, o jornalista paulistano Luiz Guedes, 32 anos, enumera os benefĂcios do produto: âEla me permite juntar as duas coisas que a bicicleta representa: colaboração com o trĂąnsito e com o meio ambienteâ. HĂĄ trĂȘs meses ele adquiriu uma Muzzicycle, a marca de bicicletas de Muzzi. âĂ diferente, mais mole, nĂŁo precisa de amortecedor. Ă ideal para curtas e mĂ©dias distĂąnciasâ, avalia ele, que pedala cerca de 40 quilĂŽmetros por dia. Segundo Guedes, quem nĂŁo estĂĄ acostumado pode estranhar no começo. âEla entorta um pouco durante o usoâ, diz ele, que comprou um modelo bĂĄsico para usar principalmente na praia e fugir da ferrugem. Para o comerciante paulistano Dagoberto de Andrade, 31 anos, essa maciez da bicicleta Ă© a maior qualidade das Muzzicycles. Mas a flexibilidade pode gerar desconfianças quanto Ă resistĂȘncia do material. Para tirar dĂșvidas, Muzzi filmou um teste em que joga o quadro de uma altura de 18 metros e o atropela com um carro de 400 kg. O produto sobreviveu.
AtĂ© chegar ao modelo ideal, o criador do produto conta que foram feitos diversos testes e moldes de quadro, o que demandou um investimento de cerca de R$ 3 milhĂ”es. Para ajudar a diluir esse gasto, hĂĄ vĂĄrias possibilidades de negĂłcio. Muzzi vende, por exemplo, apenas o quadro, para quem quiser comprĂĄ-lo e montar uma bicicleta com configuração prĂłpria ou reaproveitar os itens de uma antiga. Nesse caso, a peça custa R$ 250. Por enquanto, a novidade sĂł estĂĄ disponĂvel na cor preta com aro tamanho 26. O sucesso Ă© tanto que os interessados tĂȘm de entrar numa fila de espera que jĂĄ conta com trĂȘs mil pessoas, o que obriga os ciclistas a esperar mais de um mĂȘs para ter a sua bike ecologicamente correta em casa.
Luciani Gomes - Fonte: Isto à - Edição 2200.
O site:
http://www.muzzicycles.com.br/
BLOG RETRATA MODA DA RUA COM FOTOS E MODELOS "NATURAIS"
Cansado de sites de moda de rua que parecem editoriais de revistas de luxo? Pois o blog O que o Povão Usa (http://colunistas.ig.com.br/oqueopovaousa/), criado pelo pernambucano Douglas Carlos, 22, vai revolucionar sua rota de navegação fashion.
Nada de modeletes, fashionistas e aspirantes a celebridades fotografados em portas de desfiles ou lojas de grifes sofisticadas.
Nada de fotos montadas, feitas para imitar flagrantes e criar a ilusão de que as ruas são ocupadas por multidÔes de pessoas que pagam milhares de euros numa sapatilha ou centenas de dólares numa sacola de plåstico.
"Comecei a fazer as fotos como pesquisa, mas percebi que existia uma criatividade muito grande naquilo que eu via", diz Douglas, que foi convidado pela primeira vez para cobrir o Fashion Rio.
"Quando a pessoa nĂŁo pode comprar muito, ela se vĂȘ obrigada a exercitar a versatilidade. A maioria dos blogs de rua simplesmente escolhe ignorar esse fenĂŽmeno para repetir os looks de luxo", diz.
No Rio, viu desfiles e circulou pelas ruas cariocas fotografando peças similares em pontos populares da cidade.
Esse contraponto Ă© a base do blog, que mostra com imagens o diĂĄlogo que se estabelece entre rua e passarela de forma inovadora.
As fotos, às vezes sem foco, mostram gente em movimento, tratando da vida. Não se trata também do expediente "como usar o que estå na passarela gastando menos".
Com sua despretensĂŁo, Douglas fotografou o fenĂŽmeno da moda em sua essĂȘncia: as roupas muitas vezes velhas de guerra dos populares voltam Ă moda de tempos em tempos, em ciclos.
"Fotografo gente que consome moda, mas nĂŁo vive para a moda. As referĂȘncias, mesmo que em peças mais baratas ou de qualidade inferior, estĂŁo lĂĄ", analisa.
"SĂł que aparecem misturadas de uma maneira que os preconceituosos chamam de cafona, sem perceber a riqueza de ideias", afirma.
Douglas lamenta que muitos fashionistas endeusem blogs de rua como The Sartorialist e o de Tommy Ton para o portal Style [ambos usam recursos de luz, priorizam grifes e interferem nos looks], enquanto tratam a moda popular como cafona e fonte de piadas de mau gosto.
"Quero deixar bem claro que meu blog nĂŁo faz chacota. Todos os dias surge um Tumblr [sistema de rede social e microblog] ou alguma comunidade ridicularizando a moda do povo. Ă grosseria e burrice, pura falta do que fazer", afirma.
Fã das "tropicalientes" grifes paulistanas Neon e AmapÎ, Douglas diz que suas andanças e pesquisas revelaram que a estamparia farta e colorida é a grande rainha da moda popular.
"A estampa conversa com o povo, que as mistura com muita naturalidade. Se a Neon fizesse uma coleção barata para redes como C&A e Riachuelo, seria um sucesso."
Vivian Whiteman - Fonte: Folha de S.Paulo - 13/01/12.
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