*SOBRE CLIPES, TESOURAS, CONVĂNIOS E LUCROS*
09/04/2009 -
EDITORIAL
NĂŁo sei se vocĂȘ sabe, mas assim como todo seguro, o convĂȘnio mĂ©dico Ă© uma aposta.
O convĂȘnio aposta que vocĂȘ nĂŁo vai usar e vocĂȘ aposta para nĂŁo precisar dele.
Na maior parte das vezes, isso dĂĄ certo. VocĂȘ paga,eles recebem, vocĂȘ nĂŁo usa e isso dĂĄ lucro.
Mas, eis que aparece um médico engraçadinho, que solicita materiais caros para uma cirurgia laparoscópica para extração de rim (nefrectomia por via laparoscópica), e pÔe a perder todo o lucro obtido com aquele conveniado durante muito tempo.
O mĂ©dico solicita 12 clipes de Hem-o-Lok (PolĂmero) por sua segurança, ao custo individual de R$ 350,00 reais, ou seja, um custo total de R$ 4.200,00. E, por uma questĂŁo de dissecção mais segura mais segura do rim e maior controle hemostĂĄtico, solicita, tambĂ©m, uma tesoura coaguladora de ultra-cision, descartĂĄvel, que custa R$ 4.000,00. Pois bem.
Se o custo desses materiais, para o convĂȘnio, saem em R$ 8.200,00, pobre de quem tem que pagar a cirurgia sob a chancela de "particular".
Estaria agindo o mĂ©dico com preciosismo demais? Ele pediu 12 clipes e o convĂȘnio liberou 4.
Serå que då pra fazer com 4 ou serå que o médico queria os outros 8 pra ele?
Como saber?
NinguĂ©m tem garantia de nada nesse paĂs.
Uma coisa Ă© o convĂȘnio torcer para que vocĂȘ nĂŁo precise dele hora nenhuma. Outra coisa Ă© ele nĂŁo querer pagar quando vocĂȘ precisa.
A decisĂŁo de extrair um rim, ou qualquer outro tipo de intervenção cirĂșrgica, parte da premissa da necessidade.
Extração de rim nĂŁo Ă© cirurgia estĂ©tica, muito menos uma mera questĂŁo de opção. Trata-se de um procedimento necessĂĄrio, de risco, que envolve uma vida humana que paga, caro, para se valer do bendito do convĂȘnio quando necessita dele.
Tanto quanto os escĂąndalos no congresso nacional, nas administraçÔes estaduais e municipais, somos vĂtimas da prevalĂȘncia e persistĂȘncia do dolo.
NinguĂ©m faz nada nesse paĂs para mudar alguma coisa.
As pessoas reclamam das autoridades, mas continuam delegando a pessoas de må fé, de total desinteresse com a população e com as leis, a autoridade municipal, estadual ou federal que lhe permite tramitar impune acima da lei.
O poder do looby capitalista, defensor dos direitos de quem normalmente não cumpre seus deveres, age à luz do dia em todas as esferas, interferindo em todas as decisÔes que deveriam apenas promover o bem estar social.
Ao negar instrumentos ou procedimentos a um paciente, o convĂȘnio mĂ©dico deveria levar em consideração o tempo de contribuição do conveniado, a quantidade de solicitaçÔes e utilizaçÔes que o mesmo fez do convĂȘnio, e atĂ© se, dentro do nĂșmero de usuĂĄrios ao qual ele Ă© ligado, seja familiar ou empresarial, esse conveniado, especificamente, deu lucro ou prejuĂzo.
De toda forma, nĂŁo faz nenhum sentido que o convĂȘnio negue o procedimento sem um esclarecimento que dĂȘ tranquilidade ao seu conveniado que vai fazer um procedimento de risco.
O convĂȘnio precisa informar ao seu conveniado porque cortou 8 dos 12 clipes solicitados pelo mĂ©dico.
Caso contrĂĄrio, alĂ©m das mazelas da nossa polĂtica, continuaremos a falar sobre clipes, tesouras, convĂȘnios e lucros.
Da prĂłxima, falamos o nome do convĂȘnio.
Imagem â Logo do Dia Mundial da SaĂșde 2009 â Fonte: http://www.who.int/world-health-day/2009/en/index.html.
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