PROJETO GENOGRĂFICO
24/09/2009 -
MARILENE CAROLINA
THE HUMAN FAMILY TREE
English:
http://channel.nationalgeographic.com/channel/human-family-tree
Photos:
http://news.nationalgeographic.com/news/2002/12/photogalleries/journey_of_man/
Filme prega democracia racial pelo DNA. Documentårio da National Geographic usa diversidade étnica de Nova York para recontar migraçÔes pré-históricas. Trabalho mostra projeto que usa amostras genéticas de povos distintos para montar årvore genealógica de toda a população global.
O detalhamento da prova cientĂfica de que toda a humanidade descende de uma Ășnica população africana pode ajudar a construir um mundo de tolerĂąncia racial. NinguĂ©m, contudo, deve esperar milagres, diz o diretor do projeto que estĂĄ mapeando o DNA de povos do mundo inteiro desde 2005.
O geneticista Spencer Wells, estrela do documentĂĄrio que a National Geographic produziu para divulgar o trabalho, diz que a origem comum "Ă© a principal mensagem social do filme", mas que o conhecimento cientĂfico tem limites em sua capacidade de mudar o mundo.
"HĂĄ um monte de gente por aĂ que prega o Ăłdio racial por diversas razĂ”es, e nĂŁo necessariamente a ciĂȘncia vai mudar a cabeça deles", diz. "Muita gente, porĂ©m, poderĂĄ se identificar com aquilo que estamos dizendo. Alguns lĂderes religiosos de fato costumam dizer que todas as pessoas fazem parte de uma mesma grande famĂlia, e Ă© isso que nĂłs estamos mostrando."
Wells Ă© diretor do Projeto GenogrĂĄfico, iniciativa que a National Geographic e a IBM lançaram em 2005 para bancar testes genĂ©ticos de ancestralidade em pessoas do mundo todo. A ideia era mapear o histĂłrico de migraçÔes desde que os primeiros humanos deixaram o leste da Ăfrica para explorar o resto do mundo. Os resultados do projeto vĂȘm sendo publicados gradualmente em estudos cientĂficos, mas o trabalho que deve ter maior impacto no pĂșblico Ă© mesmo o filme que estreia domingo que vem na TV.
"A Grande Ărvore GenealĂłgica" parte da proposta de que toda a diversidade genĂ©tica humana do mundo cabe hoje em um Ășnico bairro, o Queens, no leste de Nova York, onde vivem imigrantes de praticamente todos os cantos do planeta.
Feira diversificada
Recrutando pessoas para doar amostras de DNA numa feira livre, Wells acha afro-americanos, indianos, tailandeses, gregos, bósnios, irlandeses etc. cuja ancestralidade då conta de recontar a pré-história de todos os povos do mundo.
O Projeto GenogrĂĄfico ajudou a fortalecer a teoria de que toda a humanidade descende de um "Ăden" africano. Os cromossomos Y de todos os homens do mundo remontam a um Ășnico "AdĂŁo" que viveu 60 mil anos atrĂĄs. E uma "Eva" ainda mais antiga liga toda a humanidade atual por meio do DNA de suas mitocĂŽndrias -estrutura celular que herdamos apenas de nossas mĂŁes.
Para além disso, porém, o projeto coordenado por Wells mais bagunçou do que organizou a história de migraçÔes humanas, que trabalhos anteriores em genética e paleontologia estavam tentando pintar.
"Resultados que colhemos no Chade, por exemplo, mostram que houve uma grande onda migração de volta Ă Ăfrica num perĂodo", conta Wells. Em alguns lugares onde o GenogrĂĄfico jĂĄ conseguiu detalhar histĂłrias inusitadas de povos pequenos. "A população que estudamos nas Filipinas, os Aeta, estĂĄ conectada a uma onda de migração muito antiga, e nĂŁo se parece com povos asiĂĄticos ao redor porque ficou isolada."
De volta Ă Ăfrica
O grande mĂ©rito do projeto, ao que parece, estĂĄ sendo o de detalhar um panorama geral que jĂĄ estava havia sido determinado por outras pesquisas. Poucos geneticistas populacionais, por exemplo, haviam olhado com tanto afinco para o que aconteceu na Ăfrica antes de os humanos saĂrem do continente. Wells e colegas mostraram parte do processo que criou a diversidade genĂ©tica que existe dentro do continente. "PopulaçÔes distintas no nordeste e no sul da Ăfrica ficaram separadas talvez por atĂ© 100 mil anos", diz o cientista.
A maior parte da histĂłria das migraçÔes humanas contadas no documentĂĄrio, porĂ©m, nĂŁo Ă© baseada em descobertas do Projeto GenogrĂĄfico em si. O que tambĂ©m nĂŁo faz diferença, jĂĄ que o objetivo do filme Ă© mesmo o de mostrar para o grande pĂșblico o que cĂ©lulas e cromossomos tĂȘm a ver com o ideal de democracia racial: 99,9% do genoma de todas pessoas Ă© virtualmente igual.
Para ilustrar as migraçÔes da prĂ©-histĂłria, Wells reĂșne todos os seus voluntĂĄrios do Queens formando um mapa-mĂșndi num parque, de acordo com a ancestralidade de cada um. No fim, todos terminam de mĂŁos dadas no pedaço de gramado que representa a Ăfrica. Ă uma pieguice perdoĂĄvel, jĂĄ que passa a mensagem de Wells de maneira mais do que contundente.
Parentesco providencial
AlguĂ©m pode argumentar que a prova dessa origem comum nĂŁo deveria ser prĂ©-requisito para a paz na humanidade. Assim, se nĂŁo fossemos todos parentes distantes, seria possĂvel justificar a segregação Ă©tnica. Mas o fato de que todos os humanos sĂŁo, sim, parentes, faz diferença para alguns.
Eamon O'Tuama, um mĂșsico irlandĂȘs, ficou sabendo do trabalho de Wells no Queens e foi Ă feira com um objetivo especĂfico: ele queria provar que seu DNA tinha relação com o de povos asiĂĄticos. A intenção era convencer os pais conservadores de sua namorada coreana de que ele se qualificaria como bom marido, apesar de nĂŁo ter nascido na Coreia. "NĂŁo sei se a estratĂ©gia vai dar certo, mas nĂŁo custa tentar", diz o pretendente, em depoimento ao filme.
Rafael Garcia - Fonte: Folha de S.Paulo - 20/09/09.
Leia mais:
http://www.natgeo.com.br/especiais/a-grande-arvore-genealogica/sobre-spenser-wells.asp
Mais detalhes:
http://channel.nationalgeographic.com/channel/human-family-tree
Veja fotos:
http://news.nationalgeographic.com/news/2002/12/photogalleries/journey_of_man/
PAPEL DE PAREDE - CALADENIA PECTINATA
Seguindo uma trilha aromĂĄtica, zangĂ”es na AustrĂĄlia tomam liberdades com uma orquĂdea Caladenia pectinata. Certos de que o "lĂĄbio" vermelho Ă© uma parceira, eles se roçam ali; um deles levarĂĄ o pĂłlen da planta. Toda orquĂdea tem uma pĂ©tala modificada para a polinização.
Caladenia pectinata; Vespa da subfamĂlia thynninae
Foto de Christian Ziegler. Confira: http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/papeis-de-parede/edicao-114-setembro-2009-494035.shtml?foto=21p.
Fonte: National Geographic - Setembro 2009.
PEIXE SOFRE, SIM
Eles nĂŁo gritam nem choram, mas estudo da Purdue University, Estados Unidos, provou: peixes tĂȘm dor. Os pesquisadores anexaram ao corpo de peixinhos dourados aquecedores (projetados para o estudo, com sensores e dispositivo de segurança para evitar dano fĂsico) e, em metade do grupo, administraram o analgĂ©sico morfina. Em contato com a temperatura alta, todos se contorceram â o que, de inĂcio, levou a equipe a achar que apresentavam reaçÔes reflexivas ao calor. A surpresa veio depois: os peixes que receberam morfina ficaram tranquilos; os outros estavam assustados. âIsso mostra que o segundo grupo conscientemente percebeu a experiĂȘncia como dolorosaâ, afirma Joseph Garner, autor do estudo.
Amigo Bicho â Aline Angeli â Fonte: ClĂĄudia â Setembro 2009.
Purdue University - http://www.purdue.edu/
MUSEU DO HOMEM DO NORDESTE
Entidade reĂșne o acervo de trĂȘs antigos museus do Recife. Criado em 1979 na capital pernambucana, o Museu do Homem do Nordeste nasceu da fusĂŁo de trĂȘs outros: O Museu de Antropologia (1961-1979), o Museu de Arte Popular (1955-1966) e o Museu do AçĂșcar (1963-1977). A iniciativa foi inspirada no sociĂłlogo Gilberto Freyre (1900-1987), que desde 1924 pedia instituiçÔes regionais antropolĂłgicas. Para ele, era fundamental âa fundação, particularmente no Nordeste, de museus de um tipo novo: que reunisse valores expressivos da cultura e do ethos de gentes brasileiramente regionaisâ. Essa Ă© a proposta do espaço, reaberto em 2008 apĂłs quatro anos de reforma: usar artefatos regionais para contar a histĂłria e o cotidiano do povo nordestino.
Site oficial: http://www.fundaj.gov.br/docs/indoc/muhne/muhne.html.
MĂĄrio AraĂșjo - Fonte: Aventuras na HistĂłria â Edição 74.
8° FESTIVAL LIXO E CIDADANIA
Diversidade cultural na defesa do planeta. Confira os detalhes: http://www.festivallixoecidadania.com.br/.
Fonte: Correio Semanal - NĂșmero 40.
O BRASIL EM NĂMEROS
Como vai o Brasil? A mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de DomicĂlios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂstica (IBGE), refere-se a 2008 e apresenta dados bastante curiosos. Como se sabe, trata-se do mais amplo levantamento no Brasil sobre temas tĂŁo diversificados e amplos como população, habitação, trabalho, educação e acesso a bens e infraestrutura.
Em certas ĂĄreas, a situação mostra evidentes sinais de melhora. Os brasileiros tĂȘm maior acesso a serviços de ĂĄgua, esgoto e lixo, e bens como telefone jĂĄ estĂŁo presentes em mais de 80% dos lares. TambĂ©m a internet deixa claro que veio para ficar: em 2007, eram 20% de brasileiros a usar essa forma de comunicação. Em 2008, houve um aumento desse nĂșmero para 23,8%. NĂŁo Ă© uma grande evolução, mas merece registro.
TambĂ©m digna de destaque Ă© a diminuição na taxa de desemprego: de 8,2%, em 2007, caiu para 7,2% em 2008. O mais importante Ă© que essa baixa se deu atravĂ©s de carteiras assinadas. Em todo o paĂs, 2,113 milhĂ”es de empregados tiveram seus vĂnculos empregatĂcios registrados, o que significou um aumento de 7,1% em relação a 2007.
Mas nĂŁo se pense que tudo sĂŁo flores. HĂĄ dados que, a princĂpio, parecem absurdos: 18,5 % dos lares nordestinos ainda nĂŁo possuem uma geladeira. Na regiĂŁo, o analfabetismo Ă© o dobro do registrado em todo o Brasil. E 10,2% da população infantil - em nĂșmeros absolutos, sĂŁo 4,452 milhĂ”es de crianças - estĂĄ mergulhada no trabalho, para reforçar a renda domĂ©stica. Ainda que esse nĂșmero represente um avanço em relação a 2007, quando outras 367 mil crianças estavam no mercado de trabalho, a melhora, sem dĂșvida, foi discreta.
Em certas regiĂ”es, como o Centro-Oeste e o Nordeste, a desigualdade social continua muito intensa. Ainda sĂŁo necessĂĄrias muitas açÔes para melhorar esse quadro, sobretudo apĂłs a crise internacional que derrubou alguns nĂșmeros, mas fica claro que o Brasil merece confiança.
Editorial - Fonte: O Tempo - 20/09/09.
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