O SHOW DOS "REIS" DA LOGÃSTICA XCVII...
13/11/2009 -
FORMANDOS & FORMADOS
LOGISTICA SURFISTA URBANA
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Num sábado de verão, os surfistas fazem fila à espera do ônibus que os levará às ondas no centro da cidade. Eles estão em Munique, região da Bavária, Alemanha, a 640 quilômetros do oceano mais próximo. Mas, no rio Eisbach, sempre há ondas.
Elas são artificiais. Blocos de concreto, instalados no leito do rio para atenuar a força da correnteza, dão origem a ondas regulares de 1 metro de altura.
A profundidade é de 1,5 metro; contudo, a força das águas pode lançar os surfistas contra as margens com a força de uma onda de mar com 2,5 metros.
O surfe é proibido. Mas isso pode mudar se as autoridades incluÃrem as pranchas nas normas das embarcações.
Embora a polÃcia tenha afastado os surfistas quando descobriram o Eisbach na década de 1970, a prática tornou-se uma instituição na cidade. Os policiais fazem de conta que não sabem. Tirando fotoso do alto da ponte, os turistas são bem mais numerosos que os surfistas: "É algo único a possibilidade de surfar bem no centro de uma cidade", comenta o surfista Maik Dengel. "Só em Munique".
Por Andrew Curry - Fonte: National Geographic - Número 116.
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VOAR SEM MEDO
O inÃcio, o meio e o fim da história da primeira grande empresa aérea nacional.
"A maior das maravilhas foi voando sobre o mundo nas asas da Panair", cantava Elis Regina lembrando da empresa pioneira nos céus brasileiros. Em "Panair do Brasil", documentário narrado pelo ator Paulo Betti dentro da faixa "É Tudo Verdade", é possÃvel acompanhar toda a trajetória da empresa, desde sua fundação em 1929 até o seu fim em 1965. Durante anos, a Panair foi tida como a maior e a empresa de aviação preferida dos brasileiros (foi a primeira a ligar o paÃs à Europa, Ãfrica e Oriente Médio).
Dia 21, 21h, Canal Brasil.
Fonte: Monet - Número 80.
Leia mais e veja o trailer: http://www.cinepop.com.br/filmes/panairdobrasil.htm.
TESTES DE CARREIRA - COMPETITIVO, EU?
O que você faria para receber um elogio do chefe na frente dos colegas de trabalho?
Descubra se você é competitivo: http://vocesa.abril.com.br/testes/carreira/Competitivo-eu.shtml.
O TESTE DO MICROVESTIDO
No cara a cara, a resposta para "onde é o banheiro?" é bastante cordial. "Vire à esquerda, depois daquela coluna", explica um estudante de direito da USP (Universidade de São Paulo), no largo São Francisco (na região central de SP).
Mas é só a moça de vestido curto virar as costas para o jovem sussurrar entre os amigos: "Puta! Puta! Puta!".
A cena aconteceu na manhã do dia 11 de novembro, quando a atriz Fábia Gouvêa, 35, visitou quatro faculdades a convite da Folha, trajando um vestido provocante -curto nas pernas e com tecido fino, que evidenciava a ausência de sutiã.
Em todas elas (FMU, Universidade Ibirapuera, PontifÃcia Universidade Católica e Universidade de São Paulo), pipocaram piadinhas (discretas e à distância) em referência ao já manjado caso de Geisy Arruda, 20, aluna de turismo hostilizada na Uniban quando foi à aula em microvestido, no fim de outubro.
"Xiii, só pode ser aluna da Uniban", ironizou uma garota na PUC, referindo-se ao caso da garota Geisy Arruda.
Na FMU, Fábia pergunta sobre a qualidade dos cursos a uma turma na cantina. "Eles foram atenciosos, falaram bem da faculdade", relata. Mas foi só ela sair dali para uma das alunas fulminar... "Gente, ela deve ter vindo prospectar freguesia", diz uma aluna. Todos riem.
Não que os olhares tortos só tenham vindo pelas costas. "Os caras ficaram mais intimidados, olham discretamente. Mas muitas meninas me encararam feio, me mediram", relata.
Um pouco mais à frente, mais tensão -três garotas olham a atriz, que responde com o olhar. De novo, é só virar as costas para começarem os comentários. "Isso é roupa de vir à faculdade?"
No largo São Francisco, um cartaz com referência ao caso Uniban é assinado pelo "P.U.T.A. - Partido Ultra Tradicionalista das Arcadas". Ele convoca "todas as franciscanas a virem de minivestido" e diz lutar pelo "direito feminino de frequentar a faculdade (...) até mesmo sem roupa".
Um segurança, ao perceber a presença do fotógrafo em direção à moça, a aborda e a orienta: "Você não pode fotografar aqui, mas pode vir com a roupa que quiser. Tem meninas com vestidos muito piores que o seu".
Fonte: Folha de S.Paulo - 11/11/09.
A REINVENÇÃO DO SANTO OFÃCIO NUMA UNIVERSIDADE-EMPRESA
Durante 600 anos, autoridades eclesiásticas praticaram atrocidades, na Europa, sob pretexto de defender dogmas religiosos e bons costumes. Miravam, sobretudo, as mulheres, vistas como tentações demonÃacas, pois afetavam interesses masculinos com seus sortilégios e o saber sobre o processo reprodutivo. Calcula-se que 500 mil foram executadas após julgamento por tribunais subjetivos e sombrios. Os inquisidores tornaram-se mais cruéis após a publicação, em 1484, de "Malleus Maleficarum", pois os autores, Heinrich Kramer e James Sprenger, orientavam os guardiões da moralidade como identificar pecadores e encaminhá-los para tratamento exemplar que terminava com a morte em sessões de tortura ou em praça pública. Essas medidas do Santo OfÃcio eram praticadas em nome da fé, mas transformaram-se no mais vergonhoso capÃtulo da história do cristianismo.
O tratamento conferido à estudante de turismo da Uniban retoma essa situação bárbara, pois a moça foi agredida pelos seus colegas e, em seguida, pela instituição. Esses algozes agiram como se tivessem adotado aquele tenebroso manual ao identificar a tentação demonÃaca de uma moça por usar exuberante minivestido, promover julgamento sumário em nome de seus princÃpios éticos e expô-la ao linchamento moral pelo paÃs e por internautas que decifram a lÃngua portuguesa. Foram seus colegas que a intimidaram e inseriram as imagens no YouTube, despertando o interesse da mÃdia. Foi o conselho universitário que adotou punição absurda, divulgando-a nos principais veÃculos, para justificar-se diante do mercado, essa divindade que domina a sociedade ao empurrar qualquer mercadoria a consumidores seduzidos por marketing e promessas de conforto.
A Uniban não prezou o processo pedagógico, apegando-se apenas a interesses próprios do mais perverso setor do sistema educacional, pois não demonstra compromisso com a formação moral e intelectual dos estudantes. Mira apenas a venda de um salvo-conduto para inserção no mercado de trabalho, sem considerar se seus alunos estejam adequadamente preparados para prestar serviços indispensáveis ao bem-estar da comunidade. A punição foi suspensa apenas quando descobriu que "não ficou bem na fita" diante de alguns segmentos da sociedade brasileira.
O incidente constitui um mal irreparável à estudante e pode acontecer em outras instituições com outras nuanças, pois o "bullying" é recorrente em escolas que não reprimem alunos agressivos, enquanto ignoram hierarquia e, principalmente, aprendizagem. Eles manifestam, por exemplo, ojeriza especial por colegas aplicados, pois não admitem esse paradigma numa comunidade em que tudo pode ser mais prazeroso se não houver preocupação maior com as atividades discentes.
A estudante foi acusada de usar vestuário inadequado ao ambiente universitário, mas isso é frequente, nos últimos anos, pois a flexibilização do uniforme transformou o território educacional numa arena para exibir grife de calças, tênis e adereços desde o maternal. A camiseta é muito mais um out-door para atrair novas matrÃculas do que referência de pertencimento à instituição educacional. As novas gerações não sabem, então, selecionar o vestuário adequado a todas as situações. Geisy Arruda é, portanto, vÃtima transformada em ré, embora esteja lutando pelo seu futuro, que é incerto, pois a escola não ofereceu as instruções indispensáveis para circular em seu próprio espaço.
Gilda de Castro - Antropóloga - Fonte: O Tempo - 14/11/09.
MILTON CAMPOS E A INTOLERÊNCIA NA UNIVERSIDADE
Quando apareceram as selvagens cenas da tentativa de estupro da aluna da Uniban, indicativas do reinado de intolerância e do fascismo para onde vai caminhando o Brasil, imediatamente me veio à lembrança a famosa aula inaugural que o senador Milton Campos proferiu na UFMG, a convite do reitor AluÃsio Pimenta, no dia 1º de março de 1966, publicada sob o tÃtulo "Em louvor da tolerância". Quem, como eu, teve oportunidade de ouvi-la, jamais esqueceu do saudável impacto que produziu nas consciências pela sabedoria de suas palavras e a profundidade com que analisou a missão da universidade. VivÃamos um tempo de enormes contradições, dois anos após a deflagração do movimento contrarrevolucionário que derrotou o projeto marxista-leninista. Milton Campos não abandonou qualquer dos princÃpios que informavam sua formação liberal. Discursando como paraninfo dos formandos da Faculdade de Filosofia em junho de 1953, o inesquecÃvel estadista mineiro já assinalava o verdadeiro papel da universidade ao sentenciar que "ela não pode separar-se da ‘civitas’, da qual é elemento", acentuando que "não se pensa em fazer do filósofo um estadista nem do estadista um filósofo", mas indispensável fazer a "aproximação das duas missões que é a de elevar o homem e orientá-lo para a perfeição moral e para a paz".
Exatamente o contrário do que está fazendo a estranha Uniban, permitindo que alunos se transformem em horda de bárbaros. Na notável aula inaugural de 1966, Milton Campos retoma a mesma tese ao dizer que "o destino das universidades é de natureza intelectual e integra-se essencialmente nos domÃnios do espÃrito. CaÃram os muros medievais dos jardins fechados, e a universidade abriu-se, tornou-se praça e fórum: praça porque dá acesso a todos sem distinguir privilégios; fórum porque quer ser um arejado centro onde se debatam as ideias". Apelidando a tolerância de rainha da universidade, sentencia que essa somente florescerá em clima de liberdade e disciplina do espÃrito.
O episódio de São Bernardo do Campo elegeu a Uniban rainha da intolerância, onde viceja clima que dá estÃmulos perversos a seus alunos para perseguir uma jovem de minissaia, aos gritos ululantes da súcia e voz de comando para estuprar e violentar. Naquela casa de ensino, onde deveriam prevalecer os princÃpios de uma sociedade livre, de ideias desarmadas e desprevenidas, edificou-se a casamata da radicalização, inimiga mortal da tolerância. O episódio é apenas sintoma superficial da grave crise que assola a educação no Brasil, elevada à condição de objeto publicitário do governo, que diz haver criado 14 universidades sem ter extirpado delas o vÃrus do radicalismo ideológico, posto a serviço das piores causas antidemocráticas. O mau exemplo vem de cima, das direções comprometidas apenas com ganhos financeiros, permitindo que toda sorte de posições radicais medrem facilmente para ensejar espetáculo deprimente como o da Uniban.
Murilo Badaró - Presidente da Academia Mineira de Letras - Fonte: O Tempo - 14/11/09.
AML - http://www.academiamineiradeletras.org.br/
LAMENTÃVEL – RETROCESSO NUNCA É BOM, DENTRO DA UNIVERSIDADE É INTOLERÃVEL
Uma regressão de aproximadamente 30 anos. Assim poderia ser classificado o comportamento da universidade que decidiu por expulsar uma aluna porque ela usava uma saia curta e foi hostilizada por um grupo de estudantes. Nos anos 70, as meninas que usavam minissaia eram as mais cobiçadas e paqueradas. Como diria Xico Sá, um suspiro já era uma ordem.
Mas ora vejam, décadas depois, a saia curta é motivo de hostilização pública e depois expulsão. E isso dentro de uma universidade, ambiente que, até na época da ditadura, era considerado território protegido de violência e repressão. As invasões das forças repressivas à s universidades no perÃodo de chumbo até hoje são duramente criticadas. E agora uma turma de estudantes mimados e sexualmente reprimidos se acha no direito de agredir uma moça porque ela usava uma saia um palmo e meio acima do joelho.
Mas pior do que isso é a atitude da direção da escola, com a decisão de expulsão (a universidade já recuou). Que tipo de cidadão essa escola pretende formar? Talvez estejam preparando um exército de futuros ditadores que, depois de formados, vão depor o governo nos próximos anos e, quem sabe, conduzir as lideranças do TFP (Tradição, FamÃlia e Propriedade) ao poder.
Mas há outras hipóteses. Talvez as mensalidades pagas pelos alunos que agrediram a menina do vestido curto tenham mais valia do que a de outros estudantes da universidade. Ou ainda, talvez por ser um grupo de classe média alta tenha mais força do que uma única moça de pernas de fora.
Aliás, juntos esses alunos têm muita força mesmo, afinal eles só não agrediram a moça em função da proteção de um professor e da polÃcia. Autoritarismo puro.
Aparte - Fonte: O Tempo – 10/11/09.
MITOS NA EDUCAÇÃO
Para melhorar a educação no Brasil basta investir mais, aumentar o salário dos professores e treiná-los constantemente, além de melhorar a infraestrutura das escolas, certo?
Errado. Diversos estudos nacionais e internacionais mostram que as "soluções" acima, na verdade, não passam de mitos. São questões importantes para um projeto de longo prazo, mas que por si só não promovem melhoria na educação.
Em relação ao investimento, por exemplo, municÃpios que gastam R$ 1.000 por aluno no fundamental tiveram a mesma nota na Prova Brasil (exame federal que avalia estudantes) que municÃpios que gastam R$ 3.000, segundo dados de 2005 que embasam pesquisa de Naercio Aquino Menezes Filho, do Insper (antigo Ibmec).
Cingapura é outro exemplo de que gastos e qualidade na educação não têm uma relação direta. O paÃs obteve ótimos resultados nos últimos anos apesar de ter aplicado menos recursos na educação primária que 27 dos 30 paÃses da OCDE (organização de paÃses desenvolvidos), segundo relatório de 2007 da consultoria McKinsey.
A relação entre desempenho dos alunos e salários de professores também não é tão direta. O Distrito Federal, por exemplo, paga os melhores salários do paÃs, mas não tem o melhor resultado em exames federais como Prova Brasil e Saeb, segundo levantamento feito por Maria Helena Guimarães de Castro quando era secretária de Educação de SP, cargo que deixou neste ano.
O problema da educação é muito mais complexo. Mas é consenso que o ponto central é ter professores bem formados, que saibam ensinar e dominem a disciplina que lecionam.
Parece simples, mas não é. É comum, em muitas regiões do paÃs, que professores de matemática sejam contratados para ensinar fÃsica. Segundo o censo da educação básica de 2007, dos professores de fÃsica no ensino médio do paÃs, só 25% tinha formação na área.
Isso porque os formados em fÃsica acabam atraÃdos por outras profissões com maior retorno financeiro.
Mas, então, aumentar o salário significativamente não ajudaria? Estudiosos de educação acreditam que um reajuste assim só teria efeito no longo prazo. Aumentar sem critérios os salários de todos os professores não fará com que eles passem a ensinar melhor agora, pois já têm falhas na sua formação.
Uma opção a curto prazo sugerida por Menezes Filho é atrelar o reajuste à melhora no desempenho. Assim, ele funcionaria como estÃmulo.
Já no longo prazo, de fato, esse aumento no salário pode ser eficaz, a partir do momento em que a carreira de professor passa a interessar os melhores alunos do ensino médio.
Abaixo, veja os nomes de alguns estudos que derrubam mitos:
- "Os Determinantes do Desempenho Escolar", de Naercio Menezes Filho (2007);
- "A Relação entre Gastos Educacionais e Desempenho Escolar", de Luiz Felipe Leite Estanislau do Amaral e Naércio Menezes Filho;
- "Avaliando o Impacto da Progressão Continuada nas Taxas de Rendimento e Desempenho Escolar no Brasil", de Naercio Menezes Filho, Ligia Vasconcellos, Sergio Werlang e Roberta Biondi (2004);
- "O Impacto dos Métodos Estruturados de Ensino na Proficiência dos Alunos da Rede Pública Municipal do Estado de São Paulo", de Maria Carolina da Silva Leme, Paula Louzano, Vladimir Ponczek e André Portela de Souza (2009);
- "Sistemas Estruturados de Ensino e Redes Municipais do Estado de São Paulo", coordenado por Paula Louzano (2009);
- "Sucesso Escolar nos Meios Populares - As Razões do Improvável", livro de Bernard Lahire (2004);
- "How the world's best performing school systems come out on top", da McKinsey&Company (2007);
- "Efficiency and Equity in Schools around the World", de Eric A. Hanushek e Javier A. Luque (2002);
- "Family, Classroom, and School Effects on Children's Educational Outcomes in Latin America", de J. Douglas Willms e Marie-Andree Somers (2001);
- "The Effect of School Resources on Student Achievement", de Rob Greenwald, Larry V. Hedges e Richard D. Laine (1996);
- "Interpreting Recent Research on Schooling in Developing Countries", de Eric A. Hanushek (1995);
- "Schooling Quality in a Cross Section of Countries", de Jong-Wha Lee e Robert J. Barro (1997);
- "Factores que Afectan el Rendimiento Academico en la Educacion Primaria", de Eduardo Velez, Ernesto Schiefelbein e Jorge Valenzuela (1993);
- "Teacher Quality and Student Achievement: A Review of State Policy Evidence", de Linda Darling-Hammond (2000);
- "Efficiency-Enhancing Investments in School Quality", de Eric A. Hanushek, João Batista Gomes Neto e Ralph W. Harbison;
- "Educação Secundária no Brasil: Chegou a Hora", de Alberto RodrÃguez e Carlos A. Herrán (2000)
- "Brazil, Teachers Development and Incentives - A Strategic Framework", de Françoise Delannoy e Guilherme Sedlacek (2001).
VERDADE OU MENTIRA
1. SÓ PAGAR MELHOR O PROFESSOR Jà MELHORA O APRENDIZADO
Pesquisas nacionais e internacionais indicam que não há relação entre o salário do professor e o aprendizado dos alunos no curto prazo, já que não há impacto imediato na maneira como o professor ensina. No entanto, no longo prazo, alguns especialistas em educação afirmam que isso pode tornar a carreira de professor mais atraente, estimulando os melhores alunos do ensino médio a seguirem essa profissão.
2. MELHORAR A INFRAESTRUTURA DA ESCOLA TEM IMPACTO POSITIVO NO DESEMPENHO DOS ALUNOS
Na avaliação de alunos da oitava série na Prova Brasil de 2007, de 14 CEUs avaliados, 9 tiveram nota menor que a média da rede municipal de São Paulo. Uma das hipóteses é que, sem ter professores preparados para ensinar melhor, dispor de facilidades como piscina, teatro e recursos tecnológicos avançados não traz avanços no aprendizado dos alunos.
3. A PROGRESSÃO CONTINUADA CONTRIBUI PARA PIORAR A QUALIDADE DO ENSINO
Nesse sistema, o aluno não está sujeito a repetência ao fim de cada série, mas ao fim de cada ciclo. Segundo pesquisa de Naércio Menezes Filho, os alunos das redes com progressão continuada têm desempenho muito parecido ao dos alunos de escolas com regime seriado. "Além disto, a evasão é muito maior no segundo caso (seriado)."
4. CURSOS DE RECICLAGEM PARA PROFESSORES AJUDAM A MELHORAR O ENSINO
Estudos feitos no Brasil e no exterior mostram que os professores que fizeram os chamados cursos de formação continuada não passaram a ensinar melhor. Isso porque eles são muito teóricos e influenciam pouco na melhoria do ensino em sala de aula. Mozart Neves, presidente do Todos pela Educação e professor da UFPE, ressalta que o mais indicado seria melhorar a formação dada nas universidades.
5. GASTAR MAIS COM EDUCAÇÃO É SUFICIENTE PARA AUMENTAR O APRENDIZADO DOS ALUNOS
De acordo com levantamento feito por Menezes Filho, municÃpios que gastam R$ 1.000 por aluno no ensino fundamental têm a mesma nota na Prova Brasil do que municÃpios que gastam R$ 3.000. O economista Gustavo Ioschpe lembra ainda que, na maioria dos casos, aumentar os gastos com educação significa elevar os salários dos professores, que não é algo que dá resultados.
6. A ESCOLA NÃO PODE AJUDAR FILHOS DE FAMÃLIAS DESESTRUTURADAS
Para aprender, o aluno deve estar bem emocionalmente, mas isso não quer dizer que a escola deve se eximir de seu papel de educar, diz Magdalena Viggiani Jalbut, do Instituto Superior de Educação Vera Cruz. Além disso, mesmo no caso de uma famÃlia fora do padrão (quando mãe e pai não estão interessados na educação do filho), qualquer outro parente, até um primo, pode estimular a criança a aprender, segundo estudos feitos na França citados por Maria LetÃcia Nascimento, da Faculdade de Educação da USP.
7. SISTEMAS DE ENSINO APOSTILADOS TOLHEM A AUTONOMIA DO PROFESSOR
Estudos feitos por Paula Louzano, doutora em educação pela Universidade Harvard (EUA), mostram que municÃpios de SP que usam esses métodos estruturados (como os do COC e do Anglo, com apostilas) tiveram desempenho superior na Prova Brasil, na comparação com as demais redes municipais. Em entrevista com professores que usam o sistema, 84% disseram que o desempenho dos alunos melhorou e 36% que o material estimula o aprendizado.
Fabiana Rewald - Fonte: Folha de S.Paulo – 09/11/09.
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