AS PESQUISAS QUE FALHARAM...
02/02/2012 -
MARILENE CAROLINA
JORNAL DA ERROLOGIA!
English:
http://www.bioflukes.com/All/bioflukes
Facebook - http://www.facebook.com/journaloferrology
Souls (Society Of United Life Sciences) - http://www.soulsindia.in/soulsindia/
UFRJ - http://www.ufrj.br/
USP - http://www5.usp.br/
Nova revista vai publicar pesquisas que falharam. PeriĂłdico batizado de "Revista de Errologia" vai ser editado por brasileiro.
Objetivo Ă© evitar que erros cometidos por um cientista sejam repetidos por outros e discutir seus motivos.
HipĂłteses perdidas, experimentos que falharam e resultados que nĂŁo foram encontrados em pesquisas cientĂficas agora terĂŁo um lugar ao sol. Ou pelo menos um lugar para serem publicados.
Um novo periĂłdico cientĂfico, batizado de "Journal of Errorology" ("Revista de Errologia"), surgiu para contar a histĂłria de trabalhos que nĂŁo seguiram o rumo esperado.
O objetivo da publicação, de acordo com o editor, o biólogo brasileiro Eduardo Fox, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), é discutir os furos de paradigma.
"Conhecer um experimento que falhou ou teve um resultado inesperado pode ser muito interessante para os cientistas", explicou Fox.
"Ă importante ter acesso Ă s experiĂȘncias que nĂŁo funcionaram. Isso evita que outros cientistas cometam o mesmo erro", analisa o cienciometrista RogĂ©rio Meneghini. Ele Ă© coordenador do Scielo, base que reĂșne 911 revistas cientĂficas da AmĂ©rica Latina.
SĂ SE ESTIVER CERTO
Hoje, a maioria dos periĂłdicos cientĂficos nĂŁo publica informaçÔes de pesquisas que "falharam". O foco dos trabalhos sĂŁo os resultados positivos. Esse padrĂŁo dos artigos cientĂficos Ă©, inclusive, ensinado em cursos de tĂ©cnica de escrita feitos por editoras de periĂłdicos e empresas especializadas na ĂĄrea.
Algumas revistas até publicam resultados inesperados -mas desde que jå tenham uma explicação lógica.
"Estamos interessados em publicar situaçÔes em que os pesquisadores chegaram e que ainda nĂŁo tĂȘm explicação cientĂfica", afirma Fox.
A ideia Ă© promover a discussĂŁo dos cientistas-leitores na prĂłpria revista.
"Essa situação inesperada aconteceu comigo. Tinha hipótese de que, ao silenciar um determinado gene [suprimir sua função], uma abelha operåria pudesse se desenvolver numa abelha rainha", conta o biólogo da USP de Ribeirão Preto, Francis Nunes.
"Mas meus dados mostraram que nĂŁo houve tal modificação. Em termos cientĂficos, tais episĂłdios nĂŁo sĂŁo considerados erros. SĂŁo uma rejeição de uma hipĂłtese."
O "Journal of Errorology" estĂĄ aberto para receber trabalhos de cientistas de todo o mundo pelo site http://www.bioflukes.com/All/bioflukes.
Mas, de acordo com o editor, o grupo responsĂĄvel pela publicação -uma sociedade cientĂfica internacional chamada Souls (Society Of United Life Sciences)- estuda alternativas para selecionar os textos recebidos.
Hoje, os periĂłdicos cientĂficos tĂȘm um comitĂȘ que analisa os trabalhos por meio de pares (conhecida como "peer-review"): sĂŁo dois cientistas para cada artigo recebido.
"Sabemos que esse sistema Ă© falho e que muitos cientistas sĂł aprovam o que lhes interessa", diz Fox.
A ideia é que os cientistas que interagirem nas discussÔes on-line sobre os artigos atuem como uma espécie de "peer-review" externo.
Outra novidade do "Journal of Errorology" Ă© que ele serĂĄ totalmente eletrĂŽnico.
"As publicaçÔes eletrĂŽnicas concentram os cientistas mais jovens. Mas Ă© um caminho sem volta para as revistas cientĂficas", conclui Fox.
Sabine Righetti - Fonte: Folha de S.Paulo - 27/01/12.
Facebook - http://www.facebook.com/journaloferrology
Souls (Society Of United Life Sciences) - http://www.soulsindia.in/soulsindia/
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USP - http://www5.usp.br/
ERROLOGIA
Errar Ă© humano, bem se sabe. O que o senso comum em geral ignora Ă© que errar, alĂ©m de humano, pode tambĂ©m ser cientĂfico.
Persiste, para muitas pessoas, a imagem da ciĂȘncia como um mĂ©todo infalĂvel para atingir verdades definitivas -derivando daĂ a ideia de que a crença na ciĂȘncia pode ser da mesma ordem da que embasa um dogma religioso.
Ao contrĂĄrio, Ă© caracterĂstico de toda conclusĂŁo cientĂfica o seu carĂĄter provisĂłrio; novas evidĂȘncias se agregam, cotidianamente, ao corpo dos conhecimentos estabelecidos, de modo a comprovĂĄ-los, negĂĄ-los ou corrigi-los.
Seja como for, a prĂĄtica usual entre os pesquisadores consiste em sĂł levar ao conhecimento pĂșblico os resultados de experimentos bem-sucedidos. Ou seja, os que confirmam hipĂłteses apresentadas, ou que indicam, com dados verificĂĄveis e novas explicaçÔes, a necessidade de reformular as anteriores.
Uma ideia ao mesmo tempo simples, Ăștil e simpĂĄtica promete mudar esse estado de coisas.
Uma nova publicação cientĂfica, o "Journal of Errorology", ou "Revista de Errologia", acaba de surgir na internet. Pretende divulgar os resultados negativos, vale dizer, experimentos que, por alguma razĂŁo, nĂŁo "deram certo".
HipĂłteses interessantes, mas que o teste da realidade nĂŁo comprovou, deixariam assim de ser repetidas inutilmente por outros pesquisadores. Ao mesmo tempo, experiĂȘncias que, por alguma falha, nĂŁo tenham comprovado saberes consolidados podem ser preciosas, por exemplo, para o aperfeiçoamento das tĂ©cnicas laboratoriais. O brasileiro Eduardo Fox, editor do novo periĂłdico, dĂĄ um exemplo de sua prĂłpria prĂĄtica. Queria investigar se, suprimindo a função de determinado gene, uma abelha operĂĄria poderia transformar-se em abelha rainha. O esperado nĂŁo aconteceu -abrindo campo para novas hipĂłteses e, mais do que isso, tornando dispensĂĄvel que se investissem tempo e recursos em experiĂȘncias correlatas.
Como na colmeia onde a abelha-rainha e as operĂĄrias coexistem, tambĂ©m a ciĂȘncia, ao lado dos lances individuais de gĂȘnio, vive e se aperfeiçoa pelo trabalho de milhares de pesquisadores que se debatem na rotina anĂŽnima da tentativa e do erro. Dos erros, melhor dizendo -cuja "contribuição milionĂĄria", no dizer do poeta Oswald de Andrade, passa a ser levada em conta inteligentemente.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 30/01/12.
UM MARCO CIENTĂFICO INSPIRADO NO BARALHO
O quĂmico Mendeleev criou a tabela periĂłdica com base no jogo de paciĂȘncia.
Para Robert Krebs, autor de "HistĂłria e Uso dos Elementos QuĂmicos", "a tabela periĂłdica Ă© o esquema grĂĄfico, mais elegante jĂĄ concebido". A criação da tabela Ă© obra do quĂmico russo, Dmitri Mendeleev, entĂŁo um professor um tanto exĂłtico e obscuro, e deu cabo de uma tarefa que enlouquecia os cientistas: dar sentido e ordem aos elementos quĂmicos. "A quĂmica na segunda metade do sĂ©culo 19 estava uma bagunça", resume Bill Bryson em "Breve HistĂłria de Quase Tudo". Mendeleev botou ordem na casa em 1869 inspirado no jogo de paciĂȘncia, em que as cartas sĂŁo organizadas por naipes na horizontal e nĂșmeros na vertical.
Na tabela perĂłdica, os "naipes" sĂŁo os tipos de elementos (gases nobres, metais, etc.), e os "nĂșmeros das cartas" representam a quantidade de prĂłtons nos nĂșcleos de cada um.
História Maluca - Fonte: Aventuras na História - Edição 102.
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