CRIATIVIDADE NO MARKETING V
07/02/2008 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES V
Dizem que "o" do bĂȘbado nĂŁo tem dono. Veja idĂ©ia de propaganda de uma cerveja sem alcool. Saiba mais sobre as pĂ©rolas da propaganda que nĂŁo chegam nem ao atendimento em http://www.desencannes.com.br/
(Colaboração: Hélio Bob Pai)
PROFESSOR X
RESPONSABILIDADE EMPREENDEDORA
Agir de forma socialmente responsåvel é uma pråtica consolidada no mundo empresarial. Porém o desafio que hoje se apresenta é o de avançar nessa pråtica em todos os relacionamentos de uma empresa, visando maior desenvolvimento sustentåvel e inclusão social. Para tanto, não basta apenas realizar açÔes filantrópicas, focadas na maioria das vezes no apoio às comunidades da empresa. Necessitamos ir além.
A construção de uma atuação social mais empreendedora passa por um novo modelo de gestão, que internalize o tema em todos os processos de uma organização, permitindo que ela avance em novas oportunidades de negócio e em uma maior participação no desenvolvimento da sociedade. O resultado é um ciclo virtuoso gerador de crescimento, sempre tendo como base o compromisso com o desenvolvimento sustentåvel.
Para exemplificar, destaco iniciativas na årea de microcrédito como sendo uma maneira eficaz de fornecer recursos a pessoas carentes que, de outra forma, não poderiam obter um financiamento.
Um dos pioneiros nessa ĂĄrea foi o economista Muhammad Yunus, que criou em Bangladesh o Grameen Bank, em 1976. O objetivo era oferecer crĂ©dito barato Ă população -na Ă©poca, o PIB per capita era de US$ 370. Em dezembro de 2007, o banco somava 7,4 milhĂ”es de clientes e cobria mais de 94% do territĂłrio do paĂs. O Grameen Bank ajudou a combater a pobreza no paĂs e colaborou com a implantação de um sistema sustentĂĄvel de aumento da demanda. Ao final de 2007, o PIB per capita do paĂs chegou a US$ 1.700. NĂŁo por acaso, Yunus recebeu o prĂȘmio Nobel da Paz em 2006.
No Brasil, embora jĂĄ existam programas de microcrĂ©dito, o potencial Ă© ainda pouco explorado. Apenas 3,6% dos microempresĂĄrios que poderiam utilizar esse tipo de financiamento o fazem atualmente. Dados da Fundação Getulio Vargas mostram que os benefĂcios do sistema sĂŁo claros: os empreendimentos que tiveram acesso ao microcrĂ©dito cresceram 101% no lucro lĂquido num perĂodo de 24 meses; jĂĄ aqueles fora do sistema registraram aumento de cerca de 30%.
Ainda um outro exemplo, agora na integração da responsabilidade social com os funcionĂĄrios, sĂŁo os importantes resultados que o trabalho voluntĂĄrio organizado traz para os indivĂduos e toda a sociedade.
Iniciativas como essas demonstram que a responsabilidade social corporativa pode e deve ser empreendedora. Ă importante que cada empresĂĄrio, ao avaliar o alcance de seus negĂłcios, reflita, especialmente, sobre a sua cadeia produtora, tanto na ĂĄrea de suprimentos como na ĂĄrea de vendas, e encontre possibilidades de crescimento de mercado com uma visĂŁo de inclusĂŁo. Essa atitude Ă© positiva para todos, pois amplia as chances de expansĂŁo do negĂłcio e inclui no circuito econĂŽmico pessoas que nĂŁo faziam parte das cadeias de valor. Com medidas dessa natureza construiremos um sistema mais justo e sustentĂĄvel.
Jorge Gerdau Johannpeter, 71, é presidente do conselho de administração do grupo Gerdau, presidente fundador do Movimento Brasil Competitivo (MBC) e coordenador da Ação Empresarial.
Fonte: Folha de S.Paulo - 03/02/08.
PROFESSORA PASQUALINA
PARA OUVIR OS SERMĂES
Depois que estudantes portugueses de Coimbra que defendiam a reinstalação da Inquisição queimaram uma efĂgie que o representava, o padre AntĂŽnio Vieira -que conseguira do papa a suspensĂŁo das atividades do Santo OfĂcio- ironizou em carta datada de 1682: "NĂŁo merecia AntĂŽnio Vieira aos portugueses, depois de ter padecido tanto por amor da sua pĂĄtria e arriscado tantas vezes a vida por ela, que lhe antecipassem as cinzas e lhe fizessem tĂŁo honradas exĂ©quias".
No quarto centenĂĄrio de seu nascimento, completado em 06/02/2008, Vieira teria que trocar o sarcasmo pelo agradecimento: seus compatriotas, agora, celebram nĂŁo sĂł a efĂgie como a vida e a obra, dedicando-lhe um ano de comemoraçÔes, o Ano Vieirino, cujo ponto alto serĂĄ o lançamento da edição crĂtica dos trĂȘs primeiros dos 15 volumes dos "SermĂ”es". A publicação sairĂĄ pela Imprensa Nacional/ Casa da Moeda de Portugal, a princĂpio sem previsĂŁo de chegar ao Brasil.
A obra resgata o portuguĂȘs da Ă©poca e traz um aparato crĂtico notĂĄvel. Pela primeira vez desde as primeiras ediçÔes, serĂĄ possĂvel ler os "SermĂ”es" da forma como foram escritos e corrigidos pelo padre.
"Desde lĂĄ o texto de Vieira foi sendo modificado de acordo com as mudanças da lĂngua portuguesa, alĂ©m de muitas traduçÔes erradas do latim. Nossa proposta Ă© publicar o texto autĂȘntico, e fizemos as correçÔes que foram indicadas pelo padre na errata que consta na segunda edição", explica o professor Arnaldo do EspĂrito Santo, que coordena a equipe de dois professores, Cristina Pimentel e Ana Paula Banza, que recupera a obra original e constrĂłi o aparato crĂtico. TambĂ©m hĂĄ um grupo de professores de outras disciplinas (literatura, histĂłria e filosofia) que fazem uma consultoria.
Comemoração: O primeiro dos 15 volumes previstos, lançado nesta semana, inaugurando o "Ano Vieirino", homenagem que se estenderĂĄ atĂ© o dia 6 de fevereiro de 2009. Nesse perĂodo estĂŁo programados eventos para destacar a obra de um dos maiores estilistas do idioma.
Os volumes 2 e 3 serĂŁo lançados em novembro, durante o Congresso Internacional Ver, Ouvir, Falar. O evento acontecerĂĄ na Universidade CatĂłlica Portuguesa e na Universidade de Lisboa, que, juntamente com a ProvĂncia Portuguesa da Companhia de Jesus, organizam a comemoração.
HaverĂĄ ainda seminĂĄrios, apresentação de peças teatrais, espetĂĄculos de mĂșsica e exibição de filmes.
A Universidade de Aveiro tambĂ©m festeja a efemĂ©ride. TambĂ©m em novembro, realizarĂĄ o Congresso Internacional LĂngua, Identidade, Cidadania e o Festival Internacional de Culturas em LĂngua Portuguesa. Atualmente, financia o Cruzeiro HistĂłrico Identidade e Cidadania, que vem visitando os lugares percorridos pelo padre entre Portugal e o Brasil.
Um veleiro com uma equipe coordenada pelo professor Abreu Freire iniciou a viagem, partindo de Aveiro, em 17 de março do ano passado. Passou por Cabo Verde, Fernando de Noronha, Salvador, Recife, CearĂĄ, SĂŁo LuĂs do MaranhĂŁo, BelĂ©m do ParĂĄ e começou a regressar em 30 de outubro. Durante a maior parte do mĂȘs de janeiro, a embarcação ficou parada em Hamilton, nas Bermudas, depois de ter sido tombada por uma tempestade tropical.
A expedição estå sendo contada em um diårio virtual (http://wsl.cemed.ua.pt/diariobordo). A chegada a Aveiro serå em dezembro e a viagem virarå um documentårio para a TV portuguesa.
Os 15 volumes dos "SermĂ”es" serĂŁo publicados, segundo o cronograma, atĂ© 2010. EstĂĄ previsto tambĂ©m um 16Âș volume com as introduçÔes, Ăndices e textos do "Ăndice das Coisas Mais NotĂĄveis", uma visĂŁo sistemĂĄtica da obra escrita pelo padre no fim de cada volume.
Os sermĂ”es foram editados entre 1679 e 1748. Na reedição do primeiro volume, o Padre Vieira inseriu uma errata que foi reproduzida nas ediçÔes seguintes, mas sem que o texto fosse corrigido. A edição crĂtica inseriu as correçÔes e retirou mudanças no idioma feitas ao longo do tempo.
Modernização: "As diferenças entre as primeiras ediçÔes e as seguintes nĂŁo foram feitas pelo Padre Vieira, mas por editores que, alĂ©m de cometerem erros de tradução, modernizaram o portuguĂȘs de Vieira", diz EspĂrito Santo. "As ediçÔes posteriores Ă morte dele trazem as viradas do idioma e mostram como o portuguĂȘs de Portugal ficou mais erudito."
TambĂ©m integrante da equipe, a professora Cristina Pimentel diz que o portuguĂȘs de Vieira Ă© o que se falava em Portugal no sĂ©culo 17. "Ă o que se fala no Brasil atĂ© hoje. Palavras como sutil, que depois virou subtil, por exemplo, e no Brasil se manteve sutil."
Essas mudanças foram inseridas e explicadas no aparato crĂtico. Um glossĂĄrio no final do volume revela palavras que receberam nova forma ou novo significado: padar (paladar); encontrar (contrariar); defender (proibir); correr Ă posta (ir depressa); ganĂąncia (ganho).
Outro aspecto importante alterado ao longo das ediçÔes dos "SermĂ”es", segundo Pimentel, foi o uso da pontuação e das letras maiĂșsculas. O Padre Vieira, explicou, usava a pontuação para dar o aspecto de oratĂłria, dos discursos falados. O professor EspĂrito Santo lembra que as alteraçÔes transformaram os sermĂ”es num texto para ser lido, e nĂŁo falado, como era originalmente. "E as letras maiĂșsculas, usadas para realçar certas palavras, foram transformadas em minĂșsculas."
O trabalho de construção da edição crĂtica foi desenvolvido numa sala da Universidade CatĂłlica Portuguesa, que Ă© depositĂĄria de uma parte da Biblioteca da Sociedade CientĂfica de Göerres, com sede na Alemanha. "Pudemos consultar ediçÔes semelhantes Ă s que o Padre Vieira usou na Ă©poca para escrever seus textos", disse o estudioso. "Foi nosso trunfo."
VersĂ”es: O autor dos "SermĂ”es", que consultou bibliotecas de Lisboa, Coimbra e Roma, usou vĂĄrias versĂ”es e traduçÔes da BĂblia reunidas em compilaçÔes como a "Bibliorum Sacrorum", editada em Londres em 1653.
O livro trazia traduçÔes da BĂblia para o grego, latim e outras lĂnguas. Cada pĂĄgina continha um trecho bĂblico. "Essa obra nos permitiu entender como Vieira fazia referĂȘncias a diferentes ediçÔes e versĂ”es da BĂblia e conhecer mais o seu perfil intelectual, suas leituras e preferĂȘncias."
Manuel CĂąndido Pimentel, professor e presidente da comissĂŁo organizadora do Ano Vieirino, diz que a obra serĂĄ a primeira edição crĂtica portuguesa dos "SermĂ”es".
Nas universidades, diz Pimentel, o interesse por Vieira continua por causa dos campos mĂșltiplos de anĂĄlise: retĂłrica, hermenĂȘutica, poĂ©tica, iconografia, filosofia, teologia, diplomacia, histĂłria. A obra desperta ainda tanto interesse, segundo o secretĂĄrio do Ano Vieirino, LuĂs Loia, por causa da universalidade de temas.
Mais dois projetos pretendem estimular o estudo e divulgação da obra do autor dos "SermĂ”es": a criação de uma rede internacional de universidades e a publicação, provavelmente no inĂcio de 2009, dos textos diplomĂĄticos do Padre Vieira, disse Pimentel.
Bruno Garschagen - Fonte: Folha de S.Paulo - 03/02/08.
A FALA SINFĂNICA
HĂĄ pelo menos duas razĂ”es urgentes para conhecer a obra do padre AntĂŽnio Vieira e, em particular, seus sermĂ”es, que sĂŁo a melhor parte dela. A primeira Ă© seu domĂnio extraordinĂĄrio da lĂngua portuguesa. Fernando Pessoa o celebrava como um "gĂȘnio de perfeição lingĂŒĂstica". Deu o nome do jesuĂta a um dos "avisos" de "Mensagem": "O cĂ©u strella o azul e tem grandeza./ Este, que teve a fama e Ă glĂłria tem,/ Imperador da lĂngua portuguesa,/ Foi-nos um cĂ©u tambem".
A frase mais cĂ©lebre de Pessoa ("Minha pĂĄtria Ă© a lĂngua portuguesa") fecha um excurso sobre o impacto ao lĂȘ-lo pela primeira vez: "Fui lendo, atĂ© o fim, trĂ©mulo, confuso: depois rompi em lĂĄgrimas, felizes, como nenhuma felicidade real me farĂĄ chorar, como nenhuma tristeza da vida me farĂĄ imitar. Aquele movimento hierĂĄtico da nossa clara lĂngua majestosa, aquele exprimir das idĂ©ias nas palavras inevitĂĄveis, correr de ĂĄgua porque hĂĄ declive, aquele assombro vocĂĄlico em que os sons sĂŁo cores ideais -tudo isso me toldou de instinto como grande emoção polĂtica. E, disse, chorei: hoje relembrando, ainda choro. NĂŁo Ă© a saudade da infĂąncia de que nĂŁo tenho saudades: Ă© a saudade da emoção daquele momento, a mĂĄgoa de nĂŁo poder jĂĄ ler pela primeira vez aquela grande certeza sinfĂŽnica".
E, para que tais declaraçÔes nĂŁo passem apenas por idiossincrasia, copio aqui um dedo do "SermĂŁo do EspĂrito Santo", de 1657: "Dizei-me: qual Ă© mais poderosa, a graça ou a natureza? A graça ou a arte? Pois o que faz a natureza e a arte, por que havemos de desconfiar que o faça a graça de Deus acompanhada da vossa indĂșstria? Concedo-vos que esse Ăndio bĂĄrbaro e rude seja uma pedra: vede o que faz em uma pedra a arte.
Arranca o estatuĂĄrio uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe e, depois que desbastou o mais grosso, toma o maço e o cinzel na mĂŁo e começa a formar um homem, primeiro membro a membro e depois feição por feição, atĂ© a mais miĂșda: ondeia-lhe os cabelos, alisa-lhe a testa, rasga-lhe os olhos, afila-lhe o nariz, abre-lhe a boca, avulta-lhe as faces, torneia-lhe o pescoço, estende-lhe os braços, espalma-lhe as mĂŁos, divide-lhe os dedos, lança-lhe os vestidos; aqui desprega, ali arruga, acolĂĄ recama: e fica um homem perfeito, e talvez um santo, que se pode pĂŽr no altar".
O trecho Ă© colorido, copioso e prĂłprio, preciso e rigoroso. Cada uma das vĂĄrias açÔes ali relacionadas vem descrita por um verbo talhado para seu objeto. Ocorre, de um golpe, abundĂąncia e economia: um jogo extremo com a lĂngua que Vieira faz, nĂŁo uma vez ou outra, mas o tempo todo.
PolĂtica e histĂłria: A segunda razĂŁo de interesse pela obra do jesuĂta Ă© o repertĂłrio dos temas histĂłricos e polĂticos. Vieira Ă© dos que nĂŁo acham modo de falar de Deus sem provar um bocado do mundo, tĂŁo estragado pelos pecados da ocasiĂŁo quanto sacramentado pela graça divina. Todo texto de Vieira Ă© polĂtico, como bem exige a concepção jesuĂtica de caridade cristĂŁ. Eis aĂ: nĂŁo sĂŁo sĂł "temas". Quando Vieira prega, quer agir.
Nunca hĂĄ diletantismo ou beletrismo no espetĂĄculo dos sermĂ”es, mas atuação polĂtica direta. O monsieur de GuĂ©nĂ©gaud, embaixador da França em Lisboa, em 1675, escreveu a LuĂs 14, dando conta da situação dos negĂłcios na corte portuguesa: "O Padre Vieira Ă© conhecido em Portugal, e pela rainha, como um homem perigoso e hĂĄbil, que, apĂłs ter gozado de prestĂgio grande nos negĂłcios do falecido rei, nĂŁo pode disfarçar a irritação por ter sido excluĂdo deste ministĂ©rio... Retornou para cĂĄ trazendo uma inquietude reforçada por muita irritação e ambição, que fĂȘ-lo um dos homens mais perigosos do mundo".
AĂ estĂĄ o trunfo da obra de Vieira: a plasticidade de sua palavra nunca Ă© inofensiva. Quanto mais perfeita a "lĂĄbia", maior o risco insinuado do efeito de suas palavras. No perĂodo em que escreve o embaixador, Vieira retornava a Lisboa, apĂłs cinco anos em Roma, onde fora buscar isenção em relação ao tribunal portuguĂȘs da Inquisição.
Enquanto esperava ser admitido como valido de dom Pedro, como o fora de dom JoĂŁo 4Âș, seu pai, cada palavra sua vinha associada a "maquinaçÔes" -como estĂĄ rotulado num dos cĂłdices sobre ele. Rumores davam conta, por exemplo, de que Vieira entabulava negociaçÔes com Castela a fim de obter uma possĂvel reunificação das coroas da penĂnsula e a transferĂȘncia da famĂlia real portuguesa para o Brasil.
O mais intrigante e sedutor na leitura de Vieira estĂĄ nisto: descobrir o ponto em que a sua palavra se ajusta com o poder que diz. Como se o discurso fosse a atualização de uma soberania efetiva, nĂŁo importa que fosse ele apenas um jesuĂta dos quintos do Brasil, aspirante a privado do rei na corte provinciana de Portugal -nĂŁo tendo, portanto, nada de seu. Mas, ainda nada tendo, conquistar apenas o impĂ©rio da lĂngua que lhe reconheceu Pessoa seguramente nĂŁo lhe bastaria: junto deveria vir o mundo reduzido a seu rei e a sua igreja.
Alcir PĂ©cora Ă© professor de teoria literĂĄria da Universidade Estadual de Campinas e autor de "MĂĄquina de GĂȘneros" (Edusp).
Fonte: Folha de S.Paulo - 03/02/08.
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