ESTĂTUAS PELO MUNDO...PARA PENSAR E REFLETIR II
06/11/2007 -
PENSE!
A CABEĂA EM PRIMEIRO LUGAR
Nunca enfie a cabeça no trabalho a ponto de perder o contrÎle da situação...
EdifĂcio da Ernst & Young, Los Angeles - USA.
(Colaboração: Viana)
PALAVRA DA SEMANA: CRUEL
A palavra latina crudelis veio de crudus, "cru", "em estado natural". O sentido atual de crueldade, de "tratar mal e sem consideração", derivou do fato de que a verdade nua e crua gera mais tensĂŁo que alĂvio, e mais dĂłi que consola.
Max Gehringer - Fonte: Ăpoca - NĂșmero 494.
E A GENTE AINDA GOZA DOS AMERICANOS...
Em matéria de conhecimentos geogråficos, os brasileiros são de uma ignorùncia que não estå no mapa.
O Brasil tem quatro mecanismos federais de avaliação do ensino: o Saeb, o Enade, o Enem e a Prova Brasil, todos de padrĂŁo internacional. A cada vez que se divulga um de seus resultados, uma torrente de mĂĄs notĂcias sobre a educação Ă© despejada pelos jornais. Mas nenhum desses testes jamais captou um dado tĂŁo alarmante quanto o que surge da pesquisa Pulso Brasil, do instituto Ipsos, que acaba de sair do forno. Os pesquisadores abriram um mapa-mĂșndi na frente dos entrevistados (1 000 pessoas, em setenta municĂpios das nove regiĂ”es metropolitanas) e lhes pediram que indicassem onde ficava o Brasil. Somente metade acertou. Ă isso mesmo: o levantamento mostra que 50% dos brasileiros nĂŁo sabem localizar o paĂs no mapa. Houve os que chutaram as respostas. Vieram desse grupo disparates de corar de vergonha. Para 2%, o Brasil fica na Argentina. Um porcentual pouco maior acha que o paĂs se localiza na Ăfrica â a dĂșvida Ă© se no Chade ou na RepĂșblica DemocrĂĄtica do Congo. Outros 29% nem tentaram responder.
A pesquisa do Ipsos tem a força de um soco na boca do estÎmago nacional. Quase 10% dos entrevistados que passaram por uma faculdade (tendo completado ou não o curso) não sabem que o Brasil se localiza na América do Sul. Esse porcentual sobe para 30% entre os que fizeram o ensino médio (estågio em que um aluno deveria ter estudado geografia durante pelo menos seis anos) e aumenta para 50% entre os que iniciaram o ensino fundamental. Ignorar uma informação tão simples é o equivalente, em matemåtica, a não saber adicionar 2 mais 2.
Previsivelmente, o desconhecimento em relação aos outros paĂses Ă© ainda maior. SĂł 18% dos brasileiros conseguem identificar os Estados Unidos e apenas 3% localizam corretamente a França. Quanto Ă Argentina, tĂŁo citada em piadas futebolĂsticas, 84% nem sequer desconfiam de que faz fronteira com o Brasil. Esse tipo de informação estĂĄ longe de ser uma "cultura inĂștil". A ignorĂąncia do mapa-mĂșndi impede que se entendam as relaçÔes de poder entre os paĂses e compromete o aprendizado de histĂłria, entre outras disciplinas. "O estudante que nĂŁo decifra o mapa-mĂșndi nĂŁo reconhece o mundo concreto que o cerca. Ă simples assim", resume a secretĂĄria de Educação de SĂŁo Paulo, Maria Helena GuimarĂŁes de Castro. O dado irĂŽnico Ă© que os brasileiros atribuem aos americanos uma grande ignorĂąncia em matĂ©ria de geografia. Gostam de dizer, em tom gaiato, que os gringos nĂŁo tĂȘm a mĂnima idĂ©ia de como se divide o planeta. NĂŁo Ă© bem assim. A mais recente pesquisa sobre o assunto mostrou que 86% dos americanos sabem exatamente onde fica seu paĂs, 81% reconhecem o MĂ©xico, 54% a França e 47% a Argentina. Eles dĂŁo um banho, convenhamos.
A pĂ©ssima qualidade dos professores estĂĄ na base dessa vergonha, agravada pela falta de mapas nas escolas. Acrescente-se a falta de instrução familiar e pronto: estĂĄ formado o ambiente propĂcio para criar geraçÔes de brasileiros que exibem uma ignorĂąncia que nĂŁo estĂĄ no mapa. Nunca antes neste paĂs: e nĂŁo se trata do Chade ou da RepĂșblica DemocrĂĄtica do Congo.
Ronaldo França - Fonte: Veja - Edição 2033.
O DESTINO DE CADA UM
Passamos por momentos de plena felicidade em nossa vida. Momentos estes que nos marcam de uma forma surpreendente, e nos transformam, nos comovem, nos ensinam e muitas vezes, nos machucam profundamente.
As pessoas que entram em nossa vida, sempre entram por alguma razão, algum propósito. Elas nos encontram ou nós as encontramos meio que sem querer, não hå programação da hora em que encontraremos estas pessoas.
Assim, tudo o que podemos pensar Ă© que existe um destino, em que cada um encontra aquilo que Ă© importante para si mesmo. O universo inteiro conspira para que as pessoas se encontrem e resgatem algo com as outras. Cada uma delas Ă© especial, mesmo que o momento seja breve e com certeza deixam alguma coisa para nĂłs.
A amizade Ă© algo que importa muito na vida do ser humano, sem esse vĂnculo nĂłs nĂŁo teremos harmonia e nem paz. Precisamos de amigos para nos ensinar, compartilhar, nos conduzir, nos alegrar e tambĂ©m para cumprirmos nossa maior missĂŁo na terra: "Amar ao prĂłximo como a si mesmo".
Aproveite para conquistar uma pessoa a cada dia, dar a elas a sua maior atenção, e fazer com que vocĂȘ tambĂ©m seja algo muito importante na vida dessas pessoas. Quando sentir que alguĂ©m nĂŁo lhe agrada, dĂȘ uma segunda chance de conhecĂȘ-lo melhor, vocĂȘ poderĂĄ ter muitas surpresas cedendo mais uma oportunidade.
Quando sentir que alguĂ©m Ă© especial para vocĂȘ, diga a ele o que sente, e terĂĄ feito um momento de felicidade na vida de alguĂ©m.
Não deixe para fazer as coisas amanhã, poderå ser tarde demais. Faça hoje tudo o que tiver vontade. Seja alegre todas a manhãs, mesmo que o dia não prometa nada de novo. Planeje o seu destino!
Parte do texto original - Autor desconhecido. (Colaboração: Edgard)
UMA IDĂIA NO LUGAR
EspetĂĄculo em Zurique criou super-realidade que fundiu nacionalismo democrĂĄtico da Copa de 1950 com o ufanismo de 1970.
Paulo Coelho, Dunga, Ricado Teixeira, dona Marisa, AĂ©cio, Martha Suplicy, Lula e Globo. Vai ter tanta simbologia assim em Zurique!
Para a alegria da galera e o deleite dos empresårios e empreiteiros nacionais, a tropa da elite da nação trouxe a Copa de volta. Era o que precisåvamos para acreditar que a modernidade nos deu uma segunda chance e que seremos amanhã a China que fomos anteontem.
O mito JK renascido em FHC e transmutado em Lula reviverĂĄ no mesmo MaracanĂŁ construĂdo pelo sonho desenvolvimentista.
Com o milagre de Dunga (jogador cascudo que num passe de mĂĄgica se fez "professor" da maior seleção que este paĂs terĂĄ) e a fĂ© refeita no progresso dessa terra em que o Cristo Redentor Ă© uma das maravilhas do mundo, o anjo vingador mudarĂĄ a histĂłria.
Teremos a vingança de 1950, aquele momento em que o Brasil ia dar certo, mas perdeu a Copa por "culpa" de um brasileiro pobre, negro e de codinome Barbosa. O mago Paulo Coelho e o "baixinho" (ah, as maravilhas da proximidade) RomĂĄrio -este o mago dos pequenos espaços (e das negociatas vascaĂnas) e craque globalizado- estavam lĂĄ para garantir que a mĂĄgica serĂĄ completa.
PelĂ© nĂŁo estava lĂĄ, mas vocĂȘ hĂĄ de convir que ele Ă© meio "modernista" demais (digamos que restarĂĄ como uma das relĂquias do getulismo). Nunca antes na histĂłria deste paĂs o nacionalismo foi tanto uma idĂ©ia no lugar.
Desde o "gente que faz" tucano, passando pelo brasileiro que nĂŁo desiste, pelas minissĂ©ries da Globo, pela alegria de GalvĂŁo Bueno, pelos Ăndices em alta do Banco Central, pelos Ăndices em baixa de criminalidade do governo paulista (sempre tĂŁo questionados, mas quem se importa?), pelo sucesso de KakĂĄ e dos ronaldos, atĂ© a retomada do cinema "de qualidade": passadas as privatizaçÔes, voltamos a aceditar em nĂłs mesmos de tal maneira que atĂ© empresĂĄrios andam sacando a honra da nação para deter uma certa "invasĂŁo espanhola".
Mas quem somos nós? O livro "A Cabeça do Brasileiro" [de Alberto Almeida, ed. Record] e a revista "Veja" nos mostram que somos dois.
A elite educada é democråtica (não sei se Luciano Huck fez faculdade, mas ele é educadinho e democrata), e o povo é um poço de atraso e preconceito (seria o caso de Ferréz, que é escritor, mas não fez faculdade, e escreve o que passa na cabeça de gente ignorante e bårbara) -e a esquerda não sabe de nada disso.
Andam nos dizendo todos os dias que o pĂ©ssimo salĂĄrio dos professores nĂŁo tem nada a ver com a pĂ©ssima qualidade de ensino. AtĂ© o diretor de "Tropa de Elite" [JosĂ© Padilha] jura que pobreza nĂŁo tem nada a ver com violĂȘncia. A realidade Ă© mais "complexa".
Mas o que Ă© "realidade" para a elite e para a tropa? Uma pesquisa mundial da consultoria Nielsen mostrou que o Brasil (ao lado das Filipinas) Ă© o paĂs que mais acredita no que a publicidade diz que as coisas sĂŁo. Somos fanĂĄticos fundamentalistas da imagem manipulada: acreditamos nos comerciais assim como os talebĂŁs acreditam em AlĂĄ.
Segundo a pesquisa, o "consumidor" brasileiro acredita mais na referĂȘncia vinda da TV do que na de um amigo. Nossa cordialidade foi transferida para o departamento de marketing. A propaganda Ă© o Ăłpio da tropa e da elite (a pesquisa foi feita com internautas, e nĂŁo com desdentados analfabetos).
E foi esse espetĂĄculo, essa mĂĄquina de criar super-realidades, que vimos sacramentar em Zurique o casamento do nacionalismo da Copa de 50 com aquele da Copa de 70. Uma pergunta "estrangeira" sobre violĂȘncia quase estraga a festa. Mas tĂnhamos Ricardo Teixeira para defender as honras nacionais. ViolĂȘncia tem em qualquer lugar, ele responde a uma jornalista canadense (sic).
Mas o que ele nĂŁo disse, e nem precisava, Ă© que nosso novo nacionalismo se legitima de outra maneira: temos a elite pura (ainda que cansada), bem-pensante e democrĂĄtica, a elite ex-sindical no governo, a elite do futebol mundial e agora tambĂ©m a "tropa de elite" da elite. O Brasil agora Ă© um paĂs de elite, e a nossa combinada ação elitista irĂĄ nos levar para dentro da elite mundial.
Mas e a realidade de Terceiro Mundo? Isso a propaganda nĂŁo vende, portanto nĂŁo existe, Ă© sĂł uma permanĂȘncia do pensamento de esquerda que tambĂ©m jĂĄ morreu.
Crença nas imagens da propaganda, nas virtudes da elite rica e letrada e nos demĂ©ritos do povo ignorante: tudo isso mais o nacionalismo tresloucado que assistimos na TV, altar da nossa fĂ©, constituirĂĄ a lona que cobrirĂĄ esse circo de horrores e delĂcias que serĂĄ o Brasil daqui atĂ© 2014.
Francisco Alambert Ă© professor de histĂłria contemporĂąnea e de histĂłria social da arte na Universidade de SĂŁo Paulo. Fonte: Folha de S.Paulo - 04/11/07.
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