PROTESTO CONTRA ARRASTÃO
06/11/2008 -
A JENTE HERRAMOS
PESCA PREDATÓRIA
English:
http://galleries.thelondonpaper.com/bodypaint-divers-sea-creatures/
http://www.baltimoresun.com/news/bal-dayinpictures,0,1933887.photogallery?index=bal-afp_gettygermanyenst20081103134754
WWF Germany - http://www.wwf.de/themen/kampagnen/beifang-kampagne/foto-event-in-berlin/
Alemanha - Mergulhadora com o corpo pintado representando uma criatura marinha participa de manifestação contra a pesca predatória em Berlim. Submersos em uma piscina e enrolados em redes, os ativistas da ONG World Wide Fund for Nature (WWF) protestaram contra a prática do arrastão por pescadores no Mar do Norte.
Fonte: Terra - 03/11/08.
WWF Germany - http://www.wwf.de/themen/kampagnen/beifang-kampagne/foto-event-in-berlin/
A TERRA NÃO AGUENTA
A exploração dos recursos naturais da Terra permite à humanidade atingir patamares de conforto cada vez maiores. Diante da abundância de riquezas proporcionada pela natureza, sempre se aproveitou como se o dote fosse inesgotável. Essa visão foi reformulada. Hoje se sabe que a maioria dos recursos naturais dos quais o homem depende para manter seu padrão de vida pode desaparecer num prazo relativamente curto – e que é urgente evitar o desperdÃcio. Um relatório publicado na semana passada pela ONG World Wildlife Fund dá a dimensão de como a exploração dos recursos da Terra saiu do controle e das conseqüências que isso pode ter no futuro. O estudo mostra que o atual padrão de consumo de recursos naturais pela humanidade supera em 30% a capacidade do planeta de recuperá-los. Ou seja, a natureza não mais dá conta de repor tudo o que o bicho-homem tira dela. A conta da ONG foi feita da seguinte forma. Primeiro, estimou-se a quantidade de terra, água e ar necessária para produzir os bens e serviços utilizados pelas populações e para absorver o lixo que elas geram durante um ano. A seguir, esses valores foram transformados em hectares e o resultado dividido pelo número de habitantes do planeta. Chegou-se à conclusão de que cada habitante usa 2,7 hectares do planeta por ano. Nesta conta, o brasileiro utiliza 2,4 hectares. De acordo com a análise, para usar os recursos sem provocar danos irreversÃveis à natureza, seria preciso que cada habitante utilizasse, no máximo, 2,1 hectares. Se o homem continuar a explorar a natureza sem dar tempo para que ela se restabeleça, em 2030 serão necessários recursos equivalentes a dois planetas Terra para atender ao padrão de consumo. Essa perspectiva, conclui o relatório, é uma ameaça à prosperidade futura da humanidade, com impacto no preço dos alimentos e da energia.
Nos últimos 45 anos, a demanda pelos recursos naturais do planeta dobrou. Esse aumento se deve, principalmente, à elevação do padrão de vida das nações ricas e emergentes e ao crescimento demográfico dos paÃses pobres. A população africana triplicou nas últimas quatro décadas. O crescimento econômico dos paÃses em desenvolvimento, como a China e a Ãndia, vem aumentando em ritmo frenético a necessidade de matérias-primas para as indústrias. China e Estados Unidos, juntos, consomem quase metade das riquezas naturais da Terra. O impacto ambiental da China se explica pela demanda de sua imensa população e, nos Estados Unidos, pelo elevado nÃvel de consumo. Nas contas da World Wildlife Fund, enquanto o chinês usa 2,1 hectares do planeta, o americano chega a utilizar 9,4 hectares. Se todos os habitantes do planeta tivessem o mesmo padrão de vida dos americanos, seriam necessárias quatro Terras e meia para suprir suas necessidades.
A exploração abusiva do planeta já tem conseqüências visÃveis. A cada ano, uma área de floresta equivalente a duas vezes o território da Holanda desaparece. Metade dos rios do mundo está contaminada por esgoto, agrotóxicos e lixo industrial. A degradação e a pesca predatória ameaçam reduzir em 90% a oferta de peixes utilizados para a alimentação. As emissões de CO2 cresceram em ritmo geométrico nas últimas décadas, provocando o aumento da temperatura do globo.
Evitar uma catástrofe planetária é possÃvel. O grande desafio é conciliar o desenvolvimento dos paÃses com a preservação dos recursos naturais. Para isso, segundo os especialistas, são necessárias soluções tecnológicas e polÃticas. "Os governos precisam criar medidas que assegurem a adoção de hábitos sustentáveis, em vez de apenas esperar que as pessoas o façam voluntariamente", disse a VEJA o antropólogo americano Richard Walker, especialista em desenvolvimento sustentável da Universidade Indiana, nos Estados Unidos. O engenheiro agrônomo uruguaio Juan Izquierdo, do Programa das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, propõe que se concedam incentivos e subsÃdios a agricultores que produzam de forma sustentável. Diz ele: "Hoje, a produtividade de uma lavoura é calculada com base nos quilos de alimento produzidos por hectare. No futuro, deverá ser baseada na capacidade de economizar recursos escassos, como a água". Como mostra o relatório da World Wildlife Fund, é preciso evitar a todo custo que se usem mais recursos do que a natureza é capaz de repor.
Apetite voraz
A humanidade usa os recursos naturais como se eles fossem inesgotáveis. É aà que mora o perigo
Ãgua doce
Apenas 1% de toda a água do planeta é apropriada para beber ou ser usada na agricultura. O restante corresponde à água salgada dos mares e ao gelo dos pólos e montanhas. Hoje, a humanidade utiliza metade das fontes de água doce do planeta. Em quarenta anos, utilizará 80%. A situação fica mais grave quando se considera que 50% dos rios do mundo estão poluÃdos
Terras cultiváveis
O planeta é formado por 15 bilhões de hectares de terras, mas só 12% delas servem para o cultivo. As demais correspondem a cidades, pastos, desertos, zonas montanhosas e geleiras. Nas últimas três décadas, o total de terras atingidas por secas severas dobrou por causa do aquecimento global. Na China, todos os anos uma área equivalente à metade de Sergipe se transforma em deserto
Cardumes
Das 200 espécies de peixe com maior interesse comercial, 120 são exploradas além do nÃvel sustentável. Nesse ritmo, o volume de pescado disponÃvel terá diminuÃdo em mais de 90% por volta de 2050
Oceanos
Estima-se que 40% da área dos oceanos esteja gravemente degradada pela ação do homem. Nas últimas cinco décadas, o número de zonas mortas nos oceanos cresceu de três para 150. Das 1 400 espécies de coral conhecidas, treze estavam ameaçadas de extinção há dez anos. Hoje, são 231
Atmosfera
Desde 1961, a quantidade de dióxido de carbono (CO2) despejada pela humanidade na atmosfera com a queima de combustÃveis fósseis cresceu dez vezes. Essa descarga poluente provoca o aquecimento do planeta, o que causa secas, inundações, acidificação dos oceanos e extinção de espécies
Fonte: Veja - edição 2085.
O BONDE DO CLIMA
O pessimismo, deste ponto de vista atual, mostra-se a maneira mais correta de encarar a realidade.
Uma das desvantagens de viver muito, pelo menos meio século, é ver de tudo acontecer -e também o seu contrário. Veja só o que está ocorrendo com o assunto mais importante do mundo, o clima do planeta.
Quem tiver mais de 30 anos talvez se lembre do bafafá em torno da Cúpula da Terra, a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio em 1992, ou Eco-92.
Mais de uma centena de chefes de Estado presentes, inclusive George Bush (pai). Até cadernos diários sobre ecologia eram publicados em jornais brasileiros. Por algumas semanas, não se falou de outra coisa.
Assinou-se no Rio um tratado para impedir uma mudança perigosa do clima, outro para proteger a biodiversidade. Aà vieram as sucessivas crises financeiras que deixaram paÃses como o Brasil de pires na mão. O receituário dito neoliberal dominou o pensamento econômico por toda parte.
Sob um vendaval desregulamentador, o tema do ambiente global minguou até quase desaparecer da pauta.
Clima e biodiversidade que se danassem. O mundo tinha outras prioridades. Visto do presente, o Protocolo de Kyoto adotado em 1997 -espécie de regulamentação da Convenção do Clima- reduz-se a um anticlÃmax. Na época, pareceu a muitos que o debate sobre o que fazer para enfrentar o aquecimento global enfim entrava nos trilhos.
O assunto ressuscitou no começo de 2007. Com a divulgação a prestações do Quarto Relatório de Avaliação (apelidado AR4) do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, colegiado de pesquisadores instituÃdo pela ONU e pela Organização Meteorológica Mundial), o aquecimento global voltou à s manchetes.
A renovada preocupação com o clima não veio para ficar. Durou só enquanto as novidades do IPCC reverberaram em nossa propensão oca para alarmar-se com tudo e qualquer coisa.
Ao desgaste natural trazido pela superexposição do tema se soma agora uma ameaça maior -mais imediata- que se levanta no horizonte: a crise financeira mundial.
Alguém acredita que, nessa conjuntura, os governos mundiais conseguirão coordenar-se e adotar medidas penosas para conter o aquecimento global nos próximos 14 meses, alinhavando um substituto de Kyoto na Conferência de Copenhague?
Considere o caso do Brasil. O governo federal até produziu um documento preliminar que teve a coragem de chamar de Plano Nacional de Mudanças Climáticas. É pÃfio, por não conter objetivos claros de redução de emissão de gases do efeito estufa.
Nada a estranhar, num governo que só pensa em hidrelétricas na Amazônia, em tornar-se exportador de energia fóssil enterrada no pré-sal há centenas de milhões de anos e em salpicar o território nacional com meia centena de usinas termonucleares. E que já começa a entrar em pânico, ao descobrir que a marola financeira está mais para tsunami.
Diante dele, é fácil prever que este governo não vai refazer o inventário nacional de gases-estufa. Não vai dar a atenção devida para conservação de energia, eficiência energética, energias alternativas. Não vai tornar obrigatório o selo indicador de consumo de combustÃvel dos carros.
Não há mais clima para nada disso.
Nunca houve. Um dia não haverá mais clima para nada.
Marcelo Leite é autor de "Ciência - Use com Cuidado" (Editora da Unicamp, 2008) e de "Brasil, Paisagens Naturais - Espaço, Sociedade e Biodiversidade nos Grandes Biomas Brasileiros" (Editora Ãtica, 2007). Blog: Ciência em Dia (cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br). Fonte: Folha de S.Paulo - 02/11/08.
BALA PERDIDA
Dados extraÃdos do estudo Saúde Brasil, feito pelo Ministério da Saúde, e ainda inéditos: quase 40% dos homicÃdios registrados no paÃs em 2006 ocorreram nos 36 municÃpios com mais de 500 mil habitantes -que concentram 29% da população. Maceió, com 86,2 mortes por 100 mil habitantes, lidera o ranking; Juiz de Fora, em Minas, com 7,8 mortes, é a menos violenta. O Rio de Janeiro ficou em oitavo lugar (42,3); BrasÃlia, em 23º (25,7); São Paulo, em 27º (22,1).
Mônica Bergamo - Fonte: Folha de S.Paulo - 07/11/08.
MAROLINHA DA FILOSOFIA
E amigo da coluna, conversando sobre a mesma crise, com mais um sábio motorista de táxi, ouviu essa: "Crise só existe pra classe média. Pobre é sempre pobre e rico pode perder à vontade que continua rico. Rico não deixa de trocar carro importado nem de passar férias com a famÃlia em Dubai. Prefere demitir uns funcionários, e aÃ, sim, culpa a crise".
Paulo Navarro - Fonte: O Tempo - 08/11/08.
A PERIGOSA FALÊNCIA DO ENSINO MÉDICO
O mundo inteiro reagiu com natural alegria e sensação de alÃvio à vitória de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos. Depois de um consulado de oito anos do presidente Bush, assinalado pela tragédia do 11 de Setembro, que estigmatizou seu governo e marcou e a alma dos norte-americanos ao agredir a consciência livre do mundo, uma guerra inacabada no Iraque e outras investidas militares, o desejo de uma profunda mudança nos quadros humanos governamentais de Washington e a substituição de uma mentalidade belicista por acenos de paz e concórdia, o grande paÃs do Norte encontrou no jovem senador por Illinois o porta-bandeira para conduzir este processo que tem inÃcio sob os melhores augúrios. Enquanto a midia se entrega à euforia do momento, em nosso quintal vem a furo séria e grave denúncia ligada ao setor educacional. Convém antes recordar que um dos indicadores mais palpitantes do grande progresso dos EUA está localizado no primado dado à educação de sua juventude. Ali estão implantadas as melhores universidades do mundo, os mais categorizados centros de pesquisa, os melhores pensadores nas diversas áreas do conhecimento, conduzindo a nação a uma indiscutÃvel posição de liderança. Invoco esse exemplo para comentar a notÃcia que ouvi sobre o alto percentual de estudantes de medicina reprovados nos exames, com sérias indicações de despreparo para o exercÃcio da nobilitante profissão. Cerca de 80% nas faculdades de medicinas particulares e cerca de 60% nas públicas foram os Ãndices de reprovação. Ao serem tornados públicos esses assustadores dados, a eles vinham agregados outros indicadores sobre o baixo nÃvel de preparo dos acadêmicos de medicina, grande parte deles incapaz de identificar um paciente com tuberculose ou fazer um diagnóstico do mais simples dos males.
A denúncia formulada por importante liderança médica de São Paulo, membro de prestigiosa entidade, estarreceu quantos a ouviram, cheios de natural preocupação com a catástrofe que se avizinha no quadro da saúde pública brasileira. É claro que essas informações carecem ainda de mais detalhada apuração. Ocorre que a firmeza e convicção com que foram trazidas a público são indicativas de sua veracidade, pois se justapõem ao quadro de decadência do ensino particular e público no Brasil, cujo governo permite a proliferação de faculdades de medicina e quejandos em lugares onde não existe o mÃnimo de condições pedagógicas para sua sustentação. Além da improvisação de professores, a inexistência de hospitais destinados ao tratamento prático dos docentes acaba por transformar o diploma apenas numa gazua para proporcionar a chance de um bom emprego público e o aumento do sofrimento em milhares de desafortunados.
Os sorrisos pela vitória de Obama e da democracia cederam lugar ao cenho triste pela péssima notÃcia sobre a educação médica no Brasil. Foi a antevisão da catástrofe.
Murilo Badaró, Presidente da Academia Mineira de Letras - Fonte: O Tempo - 08/11/08.
ESCOLAS NA FEBRABAN
Há listas boas, listas ruins, listas curiosas ou inócuas. A lista de Schindler, industrial alemão que salvou milhares de judeus dos campos de extermÃnio, foi providencial, e o filme que conta sua história é belÃssimo.
Listas de elegantes, deselegantes, de invenções esdrúxulas, de lugares que temos de visitar antes de morrer são curiosas ou tolas. Não fazem mal nem bem.
Livros condenados à fogueira por nazistas ou pela Santa Inquisição foram retrocessos na história da humanidade. Até hoje, temos vergonha dessas listas.
Também desconfio de listas de devedores, que comprometem a vida de consumidores, sejam eles caloteiros ou, temporariamente, pessoas em dificuldades causadas por doença ou desemprego.
Talvez a pior de todas seja aquela que condena, por tabela, alguém que nada pode fazer para se defender.
Refiro-me ao cadastro negativo elaborado pelas escolas particulares, com o objetivo de impedir devedores de matricular seus filhos em outros estabelecimentos de ensino.
Ocorre que educação e saúde não são produtos similares a sapatos, bolas de futebol ou colchões. São serviços fundamentais ao desenvolvimento de um indivÃduo, responsabilidades do Estado, que permite a atuação suplementar da iniciativa privada.
O que as escolas estão dizendo, por vias transversas, com seu cadastro de devedores, é que crianças e adolescentes cujos pais não pagam mensalidades em dia não têm direito de estudar.
É isso, sem interpretações.
Essas mesmas escolas, sistematicamente, comprometem o equilÃbrio entre prestação de serviços e pagamentos, reajustando suas mensalidades acima da inflação.
Causa repúdio ver instituições que se denominam "de ensino" agirem como banqueiros, que tomam bens daqueles que não conseguem pagar suas dÃvidas.
O que será que elas ensinam à s nossas crianças? A usura, o individualismo, o tratamento cruel dos desfavorecidos, a exclusão e a ganância. Nada mal para um mundo cuja economia faz água, porque os paÃses ricos permitiram que bandoleiros investissem até a comida que a maior parte da população do planeta conhece só de longe.
Imagino que, daqui a pouco, escolas também se tornem bancos, pois estão muito afinadas com eles. Poderiam solicitar sua filiação à Febraban, a federação dos bancos. A propósito, hoje, já vendem "seguros" com a matrÃcula.
Os argumentos dos donos de instituições de ensino fundamental e médio são risÃveis. A inadimplência é muito elevada, eles têm que se proteger. Comecem reduzindo os preços absurdos que cobram, na maioria das vezes, superiores até aos dos cursos superiores.
É certo que a escola pública é ruim, em sua esmagadora maioria, e que deverÃamos exigir dos governos ensino de qualidade. Mas a ação das escolas particulares é péssima lição para os futuros lÃderes do Brasil, que estão em suas dependências, hoje, aprendendo que só o lucro salva.
Maria Inês Dolci - Fonte: Folha de S.Paulo - 08/11/08.
FEBRABAN - http://www.febraban.org.br/
E NÓIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR É UMANO!
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