ESCADAS PARA SUBIR NA VIDA...
12/01/2008 -
A JENTE HERRAMOS
ENGENHARIA LUSITANA
NĂŁo hĂĄ palavras... basta ver!
(Colaboração: Cleide)
PALAVRAS PROIBIDAS
Uma comissĂŁo da CĂąmara aprovou por unanimidade (ou seja, sem ler) o projeto do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) banindo os estrangeirismos em voga no Brasil e obrigando sua substituição por equivalentes da lĂngua portuguesa. Se o projeto for aprovado pelo Senado, significa que Aldo Rebelo passarĂĄ a ditar como MillĂŽr Fernandes, Carlos Heitor Cony, Luis Fernando Verissimo e todos nĂłs poderemos escrever.
Fico imaginando se Aldo Rebelo tivesse imposto sua novilĂngua no sĂ©culo 19. Constaria apenas das palavras portuguesas e, quem sabe, indĂgenas. Isso quer dizer que ficarĂamos privados da contribuição negra ao nosso vocabulĂĄrio, jĂĄ que muitos dos africanos trazidos como escravos eram estrangeiros, de naçÔes fora do domĂnio colonial luso.
Angu, balaio, balangandĂŁ, banzĂ©, banzo, batuque, berimbau, bugiganga, bunda, cachaça, cachimbo, caçula, cafunĂ©, calombo, cambada, camundongo, candomblĂ©, careca, cochilo, dengo, engambelar, fubĂĄ, jilĂł, macambĂșzio, mandinga, marimbondo, minhoca, mocotĂł, moleque, muamba, muxoxo, quitute, samba, senzala, tanga, vatapĂĄ, xingar, zumbi. Estas sĂŁo apenas algumas palavras que viajaram nos porĂ”es dos navios e nĂŁo seriam permitidas. Para Aldo Rebelo, sĂł valeriam as que viessem no convĂ©s, faladas pelos brancos.
O nacionalismo tem suas virtudes, uma delas a de nĂŁo se sujeitar a ser imposto por uma penada -exceto na AlbĂąnia, paĂs dos amores do deputado. De fato, o brasileiro tem abusado do inglĂȘs em suas estratĂ©gias de marketing (olha ele aĂ) e fachadas de lojas. A cafonice impera. Mas a lĂngua possui lĂłgica prĂłpria. SĂł conserva o que o povo quer, e essa definição leva tempo.
Aldo Rebelo jĂĄ fez melhor. Em 2005, graças a ele, o governo Lula instituiu o dia 31 de outubro como o Dia do Saci PererĂȘ.
Ruy Castro - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/01/08.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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