CRIATIVIDADE NO MARKETING
17/03/2011 -
NOSSOS COLUNISTAS
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Geniale Werbung (AnĂșncio Engenhoso) I
(Colaboração: Véronique - França)
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PROFESSOR TOM COELHO
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Analfabetismo Funcional
*por Tom Coelho
âSĂł a educação liberta.â
(Epicteto)
O Ăndice de reprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, realizado recentemente em SĂŁo Paulo, atingiu a impressionante marca de 93%. Realizado em duas etapas, sendo a primeira composta por cem testes de mĂșltipla escolha, na qual apenas um em cada dez candidatos superou a medĂocre nota de corte de 46 acertos, e a segunda, formada por questĂ”es discursivas, nas quais erros crassos de conjugação verbal, ortografia, coesĂŁo e coerĂȘncia textuais, entre outros, foram identificados, tais resultados ilustram com louvor a decadĂȘncia do ensino em nosso paĂs.
O crescimento do ensino superior na dĂ©cada de noventa Ă© inegĂĄvel. Foram ampliados a abrangĂȘncia dos cursos, a oferta de vagas e o nĂșmero de alunos matriculados. PorĂ©m, muita quantidade para pouca qualidade. Estamos formando advogados que desconhecem leis, economistas que nĂŁo sabem matemĂĄtica financeira, engenheiros com dificuldades em cĂĄlculos estruturais. Pseudoprofissionais que irĂŁo cercear a liberdade de um cliente, condenar uma empresa Ă falĂȘncia, levar um edifĂcio ao chĂŁo.
No anseio de se apresentar estatĂsticas que denotem evolução no sistema educacional, mediante elevação do nĂșmero de graduados e redução do nĂșmero de analfabetos, os indicadores mascaram a realidade dos fatos. Assim, basta escrever o nome para ser incluĂdo na categoria dos alfabetizados, ainda que se tenha um vocabulĂĄrio restrito a umas poucas palavras. Basta um diploma conquistado mais com o suor do trabalho para se pagar as mensalidades ao longo de alguns anos do que pelo conhecimento adquirido, para ser alçado ao time dos âdoutoresâ.
A gĂȘnese de nossos problemas reside no ensino fundamental, para o qual hĂĄ dotação orçamentĂĄria prevista constitucionalmente, embora os recursos cheguem minguados Ă s salas de aulas, pois perdem-se no decorrer dos descaminhos polĂticos e burocrĂĄticos. Falta remuneração adequada aos professores, falta-lhes incentivo Ă reciclagem profissional, falta rigor no ensino.
A lĂngua portuguesa Ă© violentada a cada frase pronunciada, a cada expressĂŁo escrita. Falamos e escrevemos mal porque lemos pouco. MatemĂĄtica Ă© rotulada como disciplina difĂcil, produzindo um exĂ©rcito de cidadĂŁos vilipendiados pela indĂșstria dos juros. HistĂłria Ă© tida como dispensĂĄvel, cultivando a brevidade da memĂłria polĂtica que nos assola, conseqĂŒĂȘncia da incapacidade de se associar fatos. InglĂȘs Ă© introduzido na grade curricular cada vez mais precocemente, porĂ©m a iniciativa Ă© inĂștil haja vista que a metodologia forma mestres no verbo âto beâ, apĂłs muitos anos de estudo, quando seria desejĂĄvel o domĂnio de um vocabulĂĄrio mĂnimo e de capacidade de comunicação.
Nossos atuais conflitos Ă©ticos e morais, os eventos polĂticos, a fragilidade econĂŽmica, as desigualdades sociais, a subserviĂȘncia institucional, a crise de identidade cĂvica, sĂŁo filhos bastardos de nossa inĂ©pcia em reconhecer a relevĂąncia da Educação na construção de um projeto de nação. Pena que dĂĄ trabalho pensar, elaborar, trabalhar e esperar vinte anos para ver florescerem as sementes.
01/07/2005 - Tom Coelho Ă© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 paĂses. Ă autor de âSete Vidas â LiçÔes para construir seu equilĂbrio pessoal e profissionalâ, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros.
Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br
PROFESSOR X
ALERTA NA USP
Recebe-se com estranheza a notĂcia: cresce o nĂșmero dos alunos que, aprovados no vestibular, nĂŁo se animam a matricular-se na USP (Universidade de SĂŁo Paulo).
Estima-se, num cålculo ainda sujeito a correçÔes, que 25% dos estudantes admitidos em primeira chamada não se apresentam para o curso. Eram 13% em 2005.
VĂĄrios fatores, segundo os especialistas, influem no fenĂŽmeno. Haveria alunos, por exemplo, optando por cursos pagos em faculdades de elite, mais prestigiosos que os da USP em algumas ĂĄreas.
Na outra ponta do espectro social, estudantes de poucos recursos podem preferir uma universidade menos reconhecida sob o Ăąngulo acadĂȘmico, mas situada em ĂĄrea mais prĂłxima dos locais de trabalho e moradia. Ou entĂŁo: a perspectiva de inserção rĂĄpida no mercado de trabalho seria mais interessante, para determinados jovens, do que a obtenção de um diploma de excelĂȘncia.
Observe-se que, nas faculdades particulares, um fenĂŽmeno paralelo tem ocorrido: aumentou o nĂșmero de alunos que desistem de cursĂĄ-las, a meio do caminho. A decepção com a qualidade do ensino e a dificuldade em arcar com os custos do curso, nesses casos, sĂŁo as explicaçÔes mais comuns.
Diversos fatores econÎmicos se acrescentam ao quadro. A vantagem da gratuidade do ensino, na USP, perde importùncia diante do aumento de vagas nas escolas federais e da disseminação de mecanismos como ProUni (bolsas na rede privada) e Fies (financiamento estudantil do governo federal).
Torna-se difĂcil, sem pesquisa detalhada, distinguir o que hĂĄ de positivo e de negativo no fenĂŽmeno. NĂŁo deixa de ser boa notĂcia, de ponto de vista mais geral, que alunos se deem ao luxo de dispensar a vaga na USP, preferindo algo ainda melhor. A interpretação inversa nĂŁo Ă© menos plausĂvel: por necessidade, e nĂŁo luxo, contentarem-se com ensino inferior.
Em qualquer das alternativas, todavia, um problema de base persiste. à o de uma certa falta de adequação entre demanda e oferta, que a estrutura esclerosada da USP contribui para agravar.
Sem agilidade para criar vagas em cursos mais procurados, reduzindo-as proporcionalmente em outras disciplinas, cria-se em toda a universidade processo de acomodação e falta de criatividade, que a experiĂȘncia da USP Leste nĂŁo foi capaz de reverter.
Apesar do prestĂgio ainda intacto, e de sua colocação no "ranking" nacional (os internacionais, mesmo entre paĂses emergentes, nĂŁo registram nada de tĂŁo alvissareiro), a USP corre, hĂĄ tempos, o risco da estagnação. Os nĂșmeros agora divulgados podem servir como um novo alerta.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 16/03/11.
PROFESSORA PASQUALINA
FOCO - MACHADO DE ASSIS "DESCOBRE" DOENĂA PSIQUIĂTRICA EM CONTO
Machado de Assis antecipando Freud?
Nem tanto, mas dois pesquisadores acabam de mostrar que o maior dos escritores brasileiros do sĂ©culo 19 ultrapassou os mĂ©dicos e foi o primeiro a descrever um estranho distĂșrbio psiquiĂĄtrico, a "folie a deux" (em francĂȘs, algo como "loucura a dois"). Na ficção, claro.
O caso foi descrito por Daniel Martins de Barros e Geraldo Busatto Filho, ambos psiquiatras da USP, na revista médica britùnica "British Journal of Psychiatry".
A dupla explica que a "folie a deux" envolve uma espĂ©cie de contĂĄgio mental. Segundo a descrição cientĂfica original do distĂșrbio, publicada em 1887, ela Ă© comum entre mulheres que vivem em ambientes isolados, em geral junto com a famĂlia.
Nesses casos, quando um membro da famĂlia desenvolve sintomas psicĂłticos, um ou mais parentes acabam "pegando" os sintomas, tendo ilusĂ”es, por exemplo.
No entanto, anos antes dessa descrição, Machado de Assis publicara o conto "O Anjo Rafael". Como o nome da história sugere, um dos personagens acreditava ser o anjo em questão.
Apesar de sua suposta natureza angĂ©lica, o sujeito tinha uma filha, com quem morava numa fazenda e para a qual buscava um marido. E a moça, estranhamente, tinha embarcado na fantasia do pai, conforme seu noivo percebeu. Ela sĂł deixou de lado a ilusĂŁo trĂȘs meses depois que o pai morreu, o que a levou a deixar a fazenda.
"A narrativa de Assis combina todos os elementos que depois seriam descritos por Lasegue e Falret [os descobridores "cientĂficos" da "folie a deux"]. Ele vai alĂ©m e descreve o efeito terapĂȘutico de separar os indivĂduos", escrevem os psiquiatras da USP.
Reinaldo JosĂ© Lopes - Editor de CiĂȘncia - Fonte: Folha de S.Paulo - 15/03/11.
O Anjo Rafael -
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=17451
British Journal of Psychiatry -
http://bjp.rcpsych.org/
USP - http://www.usp.br/
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http://www.faculdademental.com.br/fale.php