50 ANOS DE BARBIE
05/03/2009 -
MANCHETES DA SEMANA
BARBIE - UMA CINQUENTONA EM PLENA FORMA
English:
http://barbiestyle.barbie.com/events.html
http://www.daylife.com/search?q=BARBIE+50+YEARS
Imagem: Para comemorar a data, uma edição comemorativa da boneca e o retorno da série 'inha Barbie Favorita' feita em 1970, chegarão ao mercado.
História. Nascida em 9 de março de 1959, a mais famosa boneca do planeta chega aos 50 anos em plena forma
50 vezes Barbie
A data oficial Ă© 9 de março de 1959. Mas a histĂłria da Barbie começa um pouco antes, em meados dos anos 1950, no Estado norte-americano de Wiscosin. Observando a filha Barbara brincar com bonequinhas de papel, Ruth Handler, proprietĂĄria da Mattel, percebeu uma lacuna no mercado, atĂ© entĂŁo dominado por bonecas que lembravam bebĂȘs. Foi numa viagem Ă Europa em 1955. No Velho Continente, Ruth conheceu Lilli, personagem de tiras de jornal alemĂŁ. Comprou trĂȘs unidades e apresentou ao designer Jack Ryan, que cuidou de fazer o protĂłtipo da primeira Barbie (apelido de Barbara). Era 1958. A primeira versĂŁo, que o pĂșblico conheceu numa feira de brinquedos de Nova York, tinha o cabelo loiro (com uma opção mais escura), usava rabo-de-cavalo, batom vermelho e tinha sobrancelhas bem marcadas. O look era bĂĄsico, com pegada navy, e se resumia a um par de tamancos de salto alto, brincos de argola dourados e maiĂŽ tomara-que-caia preto e branco. Enquanto, nos EUA, um litro de gasolina custava menos de dez centavos e a renda mĂ©dia anual era de US$ 5.000, a primeira Barbie Millicent Roberts (sim, esse Ă© seu nome completo) foi vendida por US$ 3. No primeiro ano, 300 mil unidades foram vendidas.
Amores e produtos
Um dos momentos mais importantes da carreira da boneca estĂĄ logo no inĂcio, com a criação de seu parceiro, o boneco Ken, que nasceu em 1961. A histĂłria de amor durou longos anos atĂ© ser interrompida em 2004, apĂłs mais de 43 anos juntos. Embora mais de 2 milhĂ”es de garotas de todo o mundo tenham entrado no site barbie.com para ajudĂĄ-la a escolher um novo pretendente, ela permanece solteira. Nestas cinco dĂ©cadas, a boneca teve sua vida incrementada tanto por personagens como por gadgets. Ganhou parentes e amigos (vĂĄrias bonecas e bonecos), meios de transporte (destaque para o conversĂvel pink Star-vette), casas, inĂșmeros licenciamentos e foi vestida por vĂĄrios estilistas, conquistando geraçÔes de adoradores de todas as idades e colecionadores ao redor do mundo. As festividades em torno do aniversĂĄrio sĂŁo vĂĄrias e podem ser acompanhadas no http://barbiestyle.barbie.com/. Entre as açÔes estĂŁo um desfile durante a semana de moda de Nova York, a confecção de um aviĂŁo completamente cor-de-rosa no MĂ©xico, uma festa na Casa dos Sonhos que fica em Malibu e a disseminação de guarda-sĂłis brancos e cor-de-rosa na praia de Copacabana.
NatĂĄlia DâOrnellas - Fonte: O Tempo â 15/02/09.
Veja mais fotos: http://www.daylife.com/search?q=BARBIE+50+YEARS
MULHERES, A LUTA CONTRA A VIOLĂNCIA
O dia internacional das mulheres Ă© um dia de pensamento. Embora tenha ocorrido um grande avanço, nos Ășltimos tempos, em relação ao papel das mulheres na sociedade, ainda hĂĄ muito que se evoluir, principalmente, em quesitos bĂĄsicos de cidadania como a violĂȘncia contra a mulher.
Poderia se falar aqui somente dos casos de sucesso e das mulheres de sucesso, mas o FM entende que hĂĄ que se tocar na ferida e debater a mulher comum, que no mundo todo sofre dia-a-dia uma violĂȘncia silenciosa que passa indiferente aos olhares da sociedade mundial.
A Secretaria Especial de Mulheres (http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sepm/) destaca em seu site um pacto nacional para o enfrentamento da violĂȘncia contra a mulher. O tema de 2009 no site International Women's Day (http://www.internationalwomensday.com/) Ă© âWomen and men united to end violence against women and girlsâ (âMulheres e homens unidos para acabar com a violĂȘncia contra mulheres e meninasâ). O Portal ViolĂȘncia Contra a Mulher (http://www.violenciamulher.org.br/) traz a mensagem âOnde tem violĂȘncia, todo mundo perdeâ e, estimula denĂșncias e informaçÔes, alĂ©m de abri espaço para a Lei Maria da Penha.
O IPAS âProtegendo a saĂșde das mulheres / Promovendo os direitos reprodutivos das mulheresâ (http://www.ipas.org.br/) abre amplo espaço sobre o tema e define: âA violĂȘncia Ă© um termo de mĂșltiplos significados, e vem sendo utilizado para nomear desde as formas mais cruĂ©is de tortura atĂ© as formas mais sutis da violĂȘncia que tĂȘm lugar no cotidiano da vida social, na famĂlia, nas empresas ou em instituiçÔes pĂșblicas, entre outras.â
O site http://www.homenspelofimdaviolencia.com.br/ vem com a mensagem de que âA violĂȘncia contra as mulheres constitui uma violação dos direitos humanos e se funda nas desigualdades de gĂȘnero e em uma cultura sexista, que impede Ă s mulheres o acesso e o exercĂcio pleno da cidadania.â
JĂĄ o site http://www.campanha16dias.org.br/ procura deixar claro que âHĂĄ momentos em que sua atitude faz a diferença. Lei Maria da Penha. Comprometa-se! Uma vida sem violĂȘncia Ă© um direito das mulheres.
O Hip Hop tambĂ©m se manifesta atravĂ©s do http://www.hiphopsemviolencia.org.br/ e o âProjeto Minas da Rima â As Mulheres do Hip Hop unidas Pela Eliminação da ViolĂȘncia Contra as Mulheresâ. O http://www.mulheremidia.org.br/ manda o recado: âSomos mulheres e nĂŁo mercadoriaâ.
O site Um SĂł Mundo (http://www.umsomundo.org/) analise a questĂŁo minuciosamente passando pela violĂȘncia domĂ©stica, a âcorriqueira violĂȘncia silenciosaâ Ă qual as mulheres sĂŁo vĂtimas, enfatizando que em todo o mundo, pelo menos uma em cada trĂȘs mulheres jĂĄ foi espancada, obrigada a fazer sexo ou sofreu alguma forma de abuso e que o agressor Ă©, geralmente, um membro da famĂlia. Finaliza mencionando que a violĂȘncia fĂsica e psicolĂłgica contra as mulheres Ă© um dos grandes males da sociedade atual. Afinal, em muitas partes do mundo os cĂłdigos legais e as prĂĄticas habituais ainda tratam as mulheres como cidadĂŁs de segunda classe, negando-lhes o direito Ă propriedade, a viajar livremente e a ter acesso a recursos econĂŽmicos.
A Sociedade Mundial de Vitimologia (http://www.worldsocietyofvictimology.org/), em pesquisa sobre a condição feminina em 54 paĂses, concluiu em 2005, que as mulheres brasileiras sĂŁo as que mais sofrem com a violĂȘncia no Ăąmbito familiar: 23% das mulheres estĂŁo sujeitas Ă violĂȘncia domĂ©stica no Brasil. AlĂ©m disso, em cerca de 70% dos incidentes de violĂȘncia contra a mulher, o agressor Ă© o prĂłprio marido ou o companheiro. De 2005 para cĂĄ nĂŁo deve ter havido nenhum mudança brusca.
Segundo a ONU â Organização das NaçÔes Unidas (http://www.brasilia.unesco.org/unesco/premios/dia-da-mulher-2009), a violĂȘncia, a discriminação e a falta de educação e de oportunidades de emprego para as mulheres estĂŁo entre os problemas ainda enfrentados pelos paĂses membros das NaçÔes Unidas, sendo que as mulheres ainda sĂŁo as maiores vĂtimas do trĂĄfico de pessoas e representam o segmento da população mais pobre em muitos paĂses. A ONU finaliza: âA intolerĂąncia Ă© sempre um crime contra toda a humanidade.â
Concluindo e para demonstrar que esse Ă© um problema universal, a Rede Feminista de SaĂșde (http://www.redesaude.org.br/NOTICIAS/25nov/violencia%20no%20mundo.htm), relato fatos relacionados Ă violĂȘncia contra Mulher em diversos paĂses, desde os do primeiro mundo como Estados Unidos, CanadĂĄ e Espanha, passando por intermediĂĄrios como Chile, ColĂŽmbia e MĂ©xico, atĂ© regiĂ”es declaradamente mais pobres como o continente africano.
Esses são apenas alguns dos milhares de recortes que dão a exata dimensão de uma grave situação do mundo. Por isso hå que se pensar muito e ter em mente que o processo de mudança desse quadro estå diretamente co-relacionado com a problemåtica da falta de educação mundial. Feliz Dia Internacional das Mulheres, com muito pensamento em Paz.
Educação, Paz, SaĂșde a todos!
Faculdade Mental!
Leiam algumas colunas do FM do Dia Internacional das Mulheres de 2008:
http://www.faculdademental.com.br/editorial2.php?not_id=0001503
http://www.faculdademental.com.br/manchetesSemana2.php?not_id=0001509
http://www.faculdademental.com.br/falouTaFalado2.php?not_id=0001517
A CASA DAS SETE MULHERES
No Dia Internacional da Mulher, nada melhor do que ver as representantes do sexo feminino tomando as rĂ©deas do poder e ocupando cargos antes exclusivos dos homens. Em ItajubĂĄ, sete mulheres fazem parte do primeiro escalĂŁo da prefeitura. Elas lideram secretarias "de peso", como as de governo, administração, cultura e assistĂȘncia social. Segundo o prefeito Jorge Mouallem, o critĂ©rio para a escolha das secretĂĄrias foi a competĂȘncia tĂ©cnica. A população da cidade atĂ© apelidou a prefeitura de "a casa das sete mulheres".
Ălder Martinho - Fonte: O Tempo - 08/03/09.
Prefeitura de ItajubĂĄ - http://www.itajuba.mg.gov.br/
PRIMEIRO ESCALĂO - UMA MULHER PARA CADA QUADRO HOMENS
Levantamento da Secretaria Especial de PolĂticas para as Mulheres mostra que nas prefeituras de todas as 26 capitais brasileiras hĂĄ apenas 79 mulheres (19,85% do total) ocupando cargos de secretĂĄrias municipais, enquanto o nĂșmero de secretĂĄrios do sexo masculino chega a 319. SĂŁo cerca de duas mulheres para cada oito homens indicados. Apesar da tĂmida estatĂstica, esse Ăndice Ă© superior ao percentual de prefeitas (9,09%) e vereadoras (12,53%) eleitas em 2008.
Aparte - Fonte: O Tempo - 08/03/09.
Secretaria Especial de PolĂticas para as Mulheres - http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sepm/
REVISTA ELEGE SĂMBOLO DA LUTA FEMININA
A revista âFĂłrumâ, lançada em 2001, apĂłs o primeiro FĂłrum Social Mundial, elege este mĂȘs âa personalidade que melhor simboliza a luta das mulheres no Brasilâ. Entre as candidatas estĂŁo a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a vereadora por MaceiĂł HeloĂsa Helena (PSOL), a ex-ministra do meio-ambiente, Marina Silva, a deputada federal Luiza Erundina (PSB) e Maria da Penha â que dĂĄ nome Ă lei que cria mecanismos para coibir a violĂȘncia domĂ©stica e familiar contra a mulher. A vencedora serĂĄ capa da edição que circularĂĄ ainda neste mĂȘs de março.
Aparte - Fonte: O Tempo - 08/03/09.
Revista FĂłrum - http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/
O PAPEL DA PRIMEIRA-DAMA
Com a posse de Barack Obama, a sociedade mundial volta seu olhar ao papel da primeira-dama.
Nova esperança do mundo, Barack Obama aterrisa na Casa Branca ao lado de Michelle, aparentemente bem amparado. Isso posto, pergunto: qual é o papel de uma primeira-dama? De onde vem esta noção de que o casamento com o presidente eleito implica na partilha do poder e dos deveres?
A ideia da primeira-dama nasceu nos Estados Unidos em 1849, quando Dolley, mulher do presidente James Madison, foi proclamada "Primera-dama da AmĂ©rica". Mas sĂł 28 anos depois, com a posse de Rutherford Hayes, o tĂtulo começou a ser usado com mais ĂȘnfase, como consequĂȘncia da agenda prĂłpria montada pela cara-metade Lucy.
Mesmo assim, a primeira-dama não tem posição eletiva, não tem deveres oficiais e - importante - não ganha salårio. Mas comparece a cerimÎnias e realiza funçÔes de Estado, tanto ao lado como no lugar do presidente. E como poderia ser chamado, por exemplo, o marido da presidenta chilena Michelle Bachelet, jå que nunca se ouviu falar nas funçÔes de um primeiro-cavalheiro?
O papel da primeira-dama começa durante a campanha eleitoral, quando o casal se apresenta aos eleitores como se ambos fossem lados da mesma moeda. Enquanto o candidato discursa suas ideias, se espera da futura primeira-dama uma boa apresentação e o interesse por causas justas. Foi o que fez, por exemplo, a primeira-dama Eleanor Roosevelt, estrela de sua geração. Hillary Clinton, por sua vez, deu um passo a frente ao aceitar emprego formal na administração Bill Clinton para desenvolver reformas no sistema de saĂșde. JĂĄ Jacqueline Kennedy abominava a denominação - chegou a dizer que first lady lhe parecia nome de cavalo. Os vizinhos de continente seguiram o exemplo norte-americano. Na Argentina, o papel se "alongou" com duas primeiras-damas na chefia do Estado: Isabelita PerĂłn e agora Cristina Kirchner. Feito que a primeiro-mundialista Hillary Clinton ainda nĂŁo conseguiu.
JĂĄ pela Europa, a histĂłria sempre foi diferente. O papel da primeira-dama sempre foi mais discreto. Mas diante da era da polĂtica-espetĂĄcular, quem sabe o Velho Continente entre na onda e eleja Carla Bruni nas prĂłximas eleiçÔes.
Sonia Racy - Fonte: Tam nas Nuvens - NĂșmero 15.
ILUSTRES, BRILHANTES E ANĂNIMAS PROTAGONISTAS DE NOSSA HISTĂRIA
Pouco devem saber os mais jovens sobre as épicas lutas das mulheres, ao longo dos tempos, entre diversos povos e naçÔes, pela conquista da cidadania.
As antiquadas sociedades patriarcais usurparam das mulheres direitos bĂĄsicos e legĂtimos.
Em verdade, esse passado é pouco conhecido pelos mais jovens em razão de motivos que saltam aos olhos, como uma obviedade: hoje, mais que a conquista de um espaço, a mulher reescreve os rumos da sociedade - também entre povos e naçÔes, como igualmente plurais foram as batalhas diversas.
Bom parĂąmetro de referĂȘncia, o Brasil Ă© berço de grandes mulheres. Bertha Lutz foi pioneira da luta pelo voto feminino e pela igualdade de direitos entre homens e mulheres. Maria QuitĂ©ria foi a grande heroĂna da IndependĂȘncia do Brasil. Chiquinha Gonzaga, abolicionista, foi a primeira compositora da mĂșsica popular brasileira, autora de 2.000 belas composiçÔes. Maria Ărsula Lencastre lutou, entre homens, em guerras civis europeias no sĂ©culo XVIII.
Citar nomes é justo sim, apesar do contra-senso que seria a presunção de enumerar em tão poucas palavras as grandes mulheres de nossa história.
Primeiro porque seria uma heresia não mencionar a beleza dos versos de Cora Coralina, a revolução promovida por Ana Néri na medicina, as açÔes sociais de Irmã Dulce, ou o pioneirismo de Raquel de Queirós - primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.
E, segundo, porque inĂșmeras sĂŁo as heroĂnas anĂŽnimas. Vencedoras do dia-a-dia. SĂŁo mĂŁes, avĂłs, irmĂŁs, esposas, namoradas, professoras, empresĂĄrias, atletas, gestoras, donas de casa, enfim, mulheres.
As conquistas da humanidade nĂŁo as tĂȘm como sĂmbolo. As tĂȘm como protagonistas.
Aparte - Fonte: O Tempo - 08/03/09.
A FORĂA DO ROSA CHOQUE
OriginĂĄrio dos embates sociais contra a exploração capitalista e sua incidĂȘncia diferenciada, o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, mantĂ©m acesa a chama da igualdade social entre homens e mulheres. A data representa uma conquista de todos aqueles que sonham em transformar o mundo em um local cada vez melhor para se viver.
InstituĂdo em 1910, durante a 2ÂȘ ConferĂȘncia Internacional de Mulheres Socialistas, ocorrida na Dinamarca, como deferĂȘncia Ă s 129 operĂĄrias queimadas vivas, 53 anos antes, no interior da fĂĄbrica norte-americana Cotton, a data impĂ”e a disposição da sociedade de manter a luta contra o preconceito e o estigma. Aquelas mulheres foram mortalmente penalizadas porque simplesmente deflagraram uma greve em protesto Ă jornada de 16 horas e aos salĂĄrios miserĂĄveis.
A um ano de completar um século de sua instituição, a data ainda representa um marco na luta em favor dos direitos das mulheres, que, apesar da evolução da humanidade, ainda se sentem, em sua maioria, discriminadas socialmente.
Um dos setores mais latentes dessa desigualdade Ă© o polĂtico. Representamos quase 52% do eleitorado brasileiro; constituĂmos, aproximadamente, 42% do mercado de trabalho; e somos responsĂĄveis pelo sustento de cerca de 1/3 de todas as famĂlias brasileiras. Contudo, a nossa participação na polĂtica ainda Ă© bem acanhada: 11,7% na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, 8,2% na CĂąmara dos Deputados e 12,3% no Senado Federal.
Apesar da participação feminina nas cĂąmaras de vereadores de todo o paĂs ser um pouco maior, 12,5%, ainda assim o Ăndice estĂĄ muito aquĂ©m da importĂąncia da mulher no mercado de trabalho e, consequentemente, do aumento de seu poder econĂŽmico, alĂ©m de seu destaque profissional em vĂĄrios setores.
Contudo, a visibilidade de algumas lideranças femininas no cenĂĄrio polĂtico internacional vem deixando claro para nĂłs, mulheres, que, apesar de tardiamente, começamos a quebrar velhos paradigmas. Apesar de sermos ainda minoria nesse contexto, jĂĄ podemos nos orgulhar de mulheres controlando economias ao redor do mundo.
A mulher em seu papel de mĂŁe sempre foi e sempre serĂĄ valorizada pela sociedade. NĂŁo poderia deixar de ser o contrĂĄrio, pois a sobrevivĂȘncia humana depende diretamente desse que Ă© um ato de amor Ă vida. Mas nĂŁo podemos nos esquecer do todo que representa a figura feminina no mundo atual.
SĂŁo raros os paĂses que ainda nĂŁo enxergaram a importĂąncia de valorizar o poder feminino como peça fundamental nos campos social, polĂtico e econĂŽmico. O Brasil, com certeza, jĂĄ despertou para isso, mas estĂĄ longe de exibir um cenĂĄrio de igualdade entre ambos os sexos.
Reconhecendo que hå uma enorme distùncia entre a intenção e o gesto, entre o discurso e a pråtica, e entre direitos inscritos nas leis e o dia-a-dia das mulheres, os movimentos feministas estão empenhados em manter o sentido original do Dia Internacional da Mulher.
ClĂĄudia Campolina - Presidente do Mulher Progressista de Minas Gerais (http://www.ppmulher.org.br/site/) - Fonte: O Tempo - 08/03/09.
PERSISTENTE DISCRIMINAĂĂO E A FALĂCIA DE HOMENAGEM Ă MULHER
A mĂdia, as empresas e alguns homens mobilizam-se, no dia 8 de março, para prestar homenagem Ă s mulheres, dando impressĂŁo de que elas conquistaram o respeito da sociedade contemporĂąnea. A definição de uma data para louvar o sexo feminino denuncia, entretanto, a discriminação que persiste no decorrer do ano, especialmente no que se refere ao universo polĂtico-econĂŽmico, pois o privilĂ©gio encaixa-se na rotina de louvar minorias sociais e algumas categorias profissionais como estratĂ©gia para preservar a dominação por quem estabelece as diretrizes para a convivĂȘncia em proveito prĂłprio.
Ă possĂvel afirmar, entĂŁo, que os discursos nĂŁo mitigam a cruel realidade de inĂșmeras mulheres, que sĂŁo, frequentemente, injustiçadas no mercado de trabalho, sob pretexto de inadequação da sua condição feminina Ă s responsabilidades inerentes aos cargos ou da criação de melhores oportunidades aos homens, que sĂŁo vistos como os legĂtimos provedores da famĂlia. Essa discriminação fica mais crĂtica porque fomenta a dependĂȘncia econĂŽmica das mulheres aos pais ou companheiros, principais agentes para a humilhação pĂșblica, a agressĂŁo fĂsica, a dominação ideolĂłgica e o assassinato. Isso persiste em diferentes paĂses do Ocidente e atinge nĂveis assustadores no mundo muçulmano, pois ali os homens tĂȘm direito absoluto sobre a vida de suas esposas e filhas.
O Brasil apresenta uma triste realidade em todos esses itens, indicado pelos levantamentos sobre ocupação formal da mĂŁo-de-obra, nĂveis salariais e distribuição dos cargos executivos entre os dois grupos. Os percentuais sĂŁo mais desfavorĂĄveis no que se refere aos agentes polĂticos, pois as mulheres sĂŁo minoria em todos os Poderes e segmentos do Estado. Nada Ă©, entretanto, tĂŁo desolador quando se aborda o assĂ©dio sexual, atingindo crianças ou prĂ©-adolescentes no ambiente domĂ©stico, conforme registros nos serviços mĂ©dicos e nos postos policiais. O drama dessas vĂtimas marca indelevelmente sua histĂłria, comprometendo seu futuro, sua auto-estima e seu desenvolvimento psicofĂsico.
A mobilização do Estado brasileiro para punir os agressores Ă© recente, mas muitas mulheres ainda evitam denunciar os criminosos, porque temem represĂĄlias posteriores num paĂs que os trata com muita condescendĂȘncia. Ficam tambĂ©m inseguras quanto ao seu sustento e dos filhos, pois reconhecem sua dependĂȘncia econĂŽmica e nĂŁo hĂĄ amparo efetivo para que sejam inseridas imediatamente em programas com reabilitação plena, justamente diante daquela crença generalizada de que as melhores oportunidades no mercado de trabalho cabem aos homens.
Existe, entĂŁo, a Lei Maria da Penha, mas Ă© preciso criar mais garantias para a construção da cidadania feminina plena, definindo, por exemplo, que a famĂlia deve ser sempre uma eficiente cĂ©lula protetora para seus membros. Isso exige o estabelecimento de medidas para garantir que os homens nunca transformem o universo domĂ©stico em nicho da arrogĂąncia, humilhação, violĂȘncia sexual e agressĂŁo fĂsica. Eles se apoiam numa sĂ©rie de preceitos de que o lar Ă© inviolĂĄvel para praticar agressĂŁo fĂsica, chantagem em relação aos filhos e sevĂcias sobre quem Ă© mais vulnerĂĄvel, especialmente durante a gestação.
O incesto deve ser punido com mais rigor porque um homem que nĂŁo controla seus impulsos sexuais pela filha manipula os sentimentos da jovem; compromete o futuro de sua dependente e ignora os problemas de identidade social do possĂvel rebento, que serĂĄ, ao mesmo tempo, seu filho e neto.
Gilda de Castro - Fonte: O Tempo - 07/03/09.
BRASIL Ă 106° EM ATUAĂĂO FEMINIMA NA POLĂTICA LOCAL
Apesar de crescente, a porcentagem de mulheres na CĂąmara brasileira (8,78%) Ă© inferior Ă representação feminina nas Casas de paĂses como Argentina (40%), MĂ©xico (23,2%), EUA (17%) e Venezuela (18,6%). Os nĂșmeros sĂŁo da ONG IPU (Inter-Parliamentary Union), com sede na SuĂça.
A sub-representação feminina aparece também no Senado, onde as mulheres são apenas 13,6%, quando a média no mundo é de 17,6%. Na Espanha, por exemplo, elas são 30%, na França, 21,9%, e na Argentina chegam a 38,9% do Senado.
Assim como o Brasil, esse Ășltimo paĂs possui em sua lei eleitoral uma norma que exige dos partidos polĂticos uma proporção entre homens e mulheres no lançamento de candidaturas.
Por aqui, no entanto, apesar de a lei 9.504, de 1997, determinar que as coligaçÔes reservem 30% das candidaturas a um dos sexos, os nĂșmeros indicam que a norma nĂŁo Ă© cumprida.
Nas Ășltimas eleiçÔes, por exemplo, em nenhum Estado foi atingido o Ăndice de 30% de mulheres que concorriam a uma vaga na CĂąmara. O que chegou mais prĂłximo foi o Mato Grosso do Sul, com 25%.
Na disputa por cargos do Executivo, a lei também tem sido deixada de lado. No ano passado, o Amapå foi o Estado com maior percentual de mulheres concorrendo a prefeituras, 17%. A média nacional nos pleitos municipais foi de 10%, apenas 0,5 ponto acima das de 2004, 9,5%.
NĂșmeros como esses contribuem para que o Brasil se destaque negativamente diante atĂ© mesmo de naçÔes onde se diz que a democracia inexiste ou Ă© muito recente.
Segundo ranking da IPU, o paĂs aparece na 106ÂȘ posição entre 188 paĂses com participação feminina na polĂtica. Fica atrĂĄs de AfeganistĂŁo, Iraque e QuĂȘnia. JĂĄ na AmĂ©rica do Sul, estĂĄ Ă frente apenas da ColĂŽmbia.
Fonte: Folha de S.Paulo - 07/03/09.
IPU (Inter-Parliamentary Union) - http://www.ipu.org/english/home.htm
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php