FELIZ ANIVERSĂRIO, SAMPA
27/01/2011 -
MANCHETES DA SEMANA
457 ANOS DE HISTĂRIA
History of SĂŁo Paulo:
http://www.aboutsaopaulo.net/history-of-sao-paolo.html
Video:
http://wn.com/Sampa_457
SĂŁo Paulo(ou a vila de SĂŁo Paulo de Piratininga teve inĂcio em 25 de janeiro de 1554-Comemora em 2011, 457 anos) Ă© um municĂpio brasileiro, capital do estado homĂŽnimo e principal centro financeiro, corporativo e mercantil da AmĂ©rica Latina, sendo a maior cidade do Brasil, das AmĂ©ricas e de todo o hemisfĂ©rio Sul.Ă impossĂvel nĂŁo se surpreender com uma cidade que abriga mais de 10 milhĂ”es de habitantes. A "Terra da Garoa", como foi carinhosamente apelidada. Uma das cidades brasileiras mais influentes no cenĂĄrio global, SĂŁo Paulo Ă© considerada a 14ÂȘ cidade mais globalizada do planeta.A cidade Ă© mundialmente conhecida, e exerce significativa influĂȘncia nacional e internacional, seja do ponto de vista cultural, econĂŽmico ou polĂtico. Conta com importantes monumentos e museus, como o Memorial da AmĂ©rica Latina, o Museu da LĂngua Portuguesa, o MASP, o Parque Ibirapuera e a Avenida Paulista, e eventos de grande repercussĂŁo, como a Bienal Internacional de Arte, o Grande PrĂȘmio do Brasil etc.
O cruzamento das avenidas Ipiranga e SĂŁo JoĂŁo se transformou definitivamente em um dos sĂmbolos e referĂȘncias mais famosos de SĂŁo Paulo, especialmente do Centro da cidade, em 1978, quando Caetano Veloso gravou a mĂșsica "Sampa". (Aquela que diz "alguma coisa acontece no meu coração/ que sĂł quando cruza a Ipiranga e avenida SĂŁo JoĂŁo".)As duas avenidas tiveram seus dias de ruas tranqĂŒilas atĂ© a dĂ©cada de 30. De 1938 a 1945, durante a gestĂŁo do prefeito Prestes Maia, tiveram inĂcio grandes obras na cidade, principalmente com o alargamento de ruas e a abertura de novas vias. Este programa visava comportar os automĂłveis, que eram cada vez mais utilizados.O prefeito prolongou a avenida SĂŁo JoĂŁo e transformou a entĂŁo rua Ipiranga em avenida. PrĂ©dios modernos começaram a ser construĂdos nestas vias, que se transformaram na artĂ©ria principal da cidade, onde estavam as grandes empresas. O local virou ponto de encontro na dĂ©cada de 70.
Este cruzamento da Av.Ipiranga com a Av.SĂŁo JoĂŁo ,ficou imortalizado na mĂșsica "SAMPA" de Caetano Veloso,que a compĂŽs em Homenagem a Cidade de SĂŁo Paulo,abaixo trechos da Letra:
Alguma coisa acontece no meu coração
Que sĂł quando cruza a Ipiranga e a avenida SĂŁo JoĂŁo
Ă que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegĂąncia discreta de tuas meninas
Ainda nĂŁo havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que sĂł quando cruza a Ipiranga e a avenida SĂŁo JoĂŁo
Quando eu te encarei frente a frente nĂŁo vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
Ă que Narciso acha feio o que nĂŁo Ă© espelho
E Ă mente apavora o que ainda nĂŁo Ă© mesmo velho
Nada do que nĂŁo era antes quando nĂŁo somos mutantes
E foste um difĂcil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque Ă©s o avesso do avesso do avesso...
Fonte: http://mais.uol.com.br/.
VĂdeo:
http://wn.com/Sampa_457
SAMPA URGENTE! RELAXA E BOIA!
BUEMBA! BUEMBA! Macaco SimĂŁo Urgente! O esculhambador-geral da RepĂșblica!
Feriadão da Afundação de São Paulo! AQUASSAB URGENTE! São Paulo foi fundada hå 457 anos. E afundada na enchente de cinco minutos atrås! Afundação de Sampa!
E o Kassab jå lançou uma montadora especial pra cidade: a HYNUNDAI! E programa de paulista é convidar os amigos pra ver a chuva: "Ah, vem ver a chuva aqui em casa que a gente chama uma pizza".
E quem vai entregar a pizza? O comandante Hamilton do Datena? RararĂĄ! E SĂŁo Paulo Ă© a capital da gastronomia: todo mundo come todo mundo. E SĂŁo Paulo tem tanto gay que devia se chamar SĂO PAULA!
E SĂŁo Paulo Ă© tĂŁo "workaholic" que tem carteiro na segunda-feira de Carnaval. Ă verdade. Uma vez eu passei o Carnaval em SĂŁo Paulo na segunda-feira cedo e ouvi um grito: "Caaaarteiro!". E aĂ apareceu um outro e ligou a britadeira.
E eu sempre digo que paulista Ă© o Ășnico povo que leva macarrĂŁo a sĂ©rio. Eu sempre repito isso porque macarrĂŁo em SĂŁo Paulo tem nome, sobrenome e recheio: torteli angolini al mascaporne com recheio de shiitake e shimeji!
Em SĂŁo Paulo tem japonesa loira e bunduda! E outra instituição tipicamente paulista: a padoca! Padaria! Padoca e desmanche. Nunca vi cidade pra ter tanto desmanche. Toda rua em SĂŁo Paulo Ă© assim: uma padoca, um desmanche e uma agĂȘncia do Bradesco!
SĂŁo Paulo tem tanto buraco que vocĂȘ nĂŁo consegue nem tomar uma Coca-Cola dentro do carro. Quando a lata tĂĄ chegando na boca, catapumba, engasga! JĂĄ tem buraco com carro dentro.
E jĂĄ tem uma versĂŁo de "Sampa", do Caetano: "Alguma coisa acontece no meu piscinĂŁo/ que sĂł quando eu fico ilhado na avenida SĂŁo JoĂŁo/ Ă que quando eu cheguei por aqui/ comprei logo um jet ski". Ă o SAMPISCINĂO! E o Kassab disse que as obras antienchente estĂŁo surtindo efeito. Efeito Cascata. RararĂĄ!
E desde menino que escuto esse slogan: "SĂŁo Paulo nĂŁo pode parar". SĂŁo Paulo nĂŁo pode parar porque nĂŁo tem estacionamento. Carro em SĂŁo Paulo tem que pagar IPTU. Bem imĂłvel.
SĂŁo Paulo tem CapĂŁo Redondo, sendo que eu nĂŁo sei o que Ă© capĂŁo e muito menos por que Ă© redondo. Em SĂŁo Paulo ainda se come esfiha com Fanta! SĂŁo Paulo tem tanto dinheiro que vocĂȘ sĂł Ă© rico na cidade dos outros. RararĂĄ!
NĂłis sofre, mas nĂłis goza! Que eu vou pingar o meu colĂrio alucinĂłgeno!
JosĂ© SimĂŁo (http://www2.uol.com.br/josesimao/) - Fonte: Folha de S.Paulo â 25/01/11.
"SĂĂO PAUULOOO!"
Abordagens de nossa cidade tĂȘm contemplado questĂ”es como diversidade, modernidade, generosidade, requinte, violĂȘncia e grandeza. Mas uma realidade Ă© pouco observada. Falo de nossa raiz, esfumaçada por parte da elite paulistana, que vĂȘ no resquĂcio tupiniquim algo que envergonha.
Nossas comunidades indĂgenas desaldeadas sĂł sĂŁo retratadas, e quando o sĂŁo, em poucas escolas. Ă possĂvel alfabetizar crianças em guarani, mesmo alijadas de seu cĂrculo comunitĂĄrio, como as que moram em conjuntos habitacionais ou favelas. Uma educação bilĂngue.
O que se ensina e aprende sĂŁo costumes que felizmente jĂĄ estĂŁo em nĂłs. E se estĂŁo, a ponto de interferir em nosso modo de viver e ver as coisas, Ă© porque passaram a fazer parte de nĂłs.
O resgate histórico de nossa cidade passa por olhar, coletivamente, o ambiente urbano. Realiza-se, a partir de nossos antepassados, a årvore do que serå. Ora, a era atual representa o fruto. A simbiose do tempo nos persegue, em equação que conserva um todo. Um corpo.
Estamos presentes no Real Parque, no CapĂŁo Redondo, no Jardim Elba, em ParaisĂłpolis, no GrajaĂș, no Jardim das Palmas, na SĂŽnia Maria e no Jardim Irene (pankararu).
Também no pico do Jaraguå (jaraguå-ytu), em Parelheiros (guaranis), em Guaianases e em Itaquera (guaianås). Mas, aqui, valeria o ditado de raiz tupi "cada macaco no seu galho"?
E o que poderĂamos dizer do encontro da Ăndia Bartira e de JoĂŁo Ramalho, de cujos nove filhos surgiram a matriz de Piratininga (nossa cidade em tupi-guarani)?
As nossas tão invocadas simplicidade e generosidade teriam raiz no ato dos guaianås, que, após um naufrågio em 1513, permitiram a João Ramalho que com eles convivesse e que se casasse com a filha do chefe festeiro Tibiriçå?
JosĂ© de Anchieta aprendeu com eles a lĂngua tupi-guarani, lĂngua oficial brasileira atĂ© o final do sĂ©culo 17. Falada em SĂŁo Paulo atĂ© o sĂ©culo 19! Paulista nĂŁo pronuncia o "r" no final das palavras. JacarĂ©, macaco, ipĂȘ, piracema, tantas as influĂȘncias tupis-guaranis.
A criação em nossa cidade de um museu indigenista, tĂ©cnico, tecnolĂłgico e interativo alimentaria nossa autoestima e cumpriria obrigação constitucional e legal, tambĂ©m moral, de valorizar o patrimĂŽnio cultural. DĂvida ainda nĂŁo paga.
O museu indĂgena na capital consagraria, apenas por sua presença, a nossa histĂłria. Moema, Ibirapuera, Guaianases, Mooca, Itaquera, Morumbi, Mandaqui, TatuapĂ©... NĂŁo se trata, pois, de segregar, mas de agregar.
Formação é indissociåvel. Melhor se considerarmos o que somos-fomos. Somos-fomos bons quando vivos em nós mesmos. Resgate de nossa crença, da força transformadora do todo.
E nĂŁo venham com mesquinharias. A reconstrução de nossa rica histĂłria merece um museu Ă nossa altura: Ă proporção de nossa generosidade e tolerĂąncia, ainda que com as consequĂȘncias dessas heranças, que nos fazem, ao mesmo tempo, refĂ©ns e desfrutadores.
TambĂ©m caberia a reflexĂŁo da educação indĂgena em nossas escolas. Que nĂŁo mais nos envergonhe o tupi, porque "tupi or not tupi", hĂĄ um sĂ©culo, "was the question". Saudades de Oswald de Andrade...
Fausto Martin de Sanctis Ă© juiz federal em SĂŁo Paulo e escritor.
Fonte: Folha de S.Paulo - 25/01/11.
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