O SELO DO "BESOURO"
04/03/2009 -
MARILENE CAROLINA
FUSCA - 50 ANOS DE BRASIL
Fusca Brazil - http://www.fuscabrasil.net/
Beetle - http://en.wikipedia.org/wiki/Volkswagen_Beetle
O meio século do Fusca estå sendo celebrado com a exposição "Fusca - 50 anos de Brasil", com direito a lançamento de selo e carimbo referente à data, na Volkswagen Haus, showroom da marca na zona sul de São Paulo.
AlĂ©m da cerimĂŽnia de lançamento do selo e do carimbo dos 50 anos do Fusca brasileiro, os convidados terĂŁo a oportunidade de apreciar modelos que marcaram Ă©poca, como os veĂculos de 1959, 1965, 1974 e 1986. O primeiro Fusca, na Ă©poca chamado de "Volkswagen de Passageiros", saiu da linha de montagem da fĂĄbrica Anchieta, em SĂŁo Bernardo do Campo (SP), no dia 3 de janeiro de 1959.
De 1950 a 1996, Ășltimo ano de produção do modelo, foram vendidos 3,1 milhĂ”es de unidades do automĂłvel. O Fusca inspirou a criação de outros modelos, como a BrasĂlia, apresentada em 1973 como uma opção mais sofisticada ao "besouro", o SP2, projeto integralmente desenvolvido no Brasil e que primava pelas formas arrojadas, e o VW-1600 com quatro portas, popularmente conhecido como ZĂ© do CaixĂŁo, em razĂŁo da disposição das maçanetas nas quatro portas.
Ăcone da Ăndustria automobilĂstica brasileira, o Fusca foi homenageado com um dia oficial em comemoração ao modelo. Dia 20 de janeiro Ă© o Dia Nacional do Fusca, instituĂdo pela Volkswagen em conjunto pelo entĂŁo Sedan Clube, no final dos anos 80, em homenagem aos fĂŁs do automĂłvel, que costumavam se reunir com seus Fusca para contar histĂłrias sobre o modelo. Em 1996 a Prefeitura de SĂŁo Paulo oficializou o dia 20 de janeiro como Dia Municipal do Fusca. O modelo foi lĂder de vendas do mercado por 24 anos consecutivos (de 1959 a 1982).
Fonte: http://www.uol.com.br/.
Fusca Brasil - http://www.fuscabrasil.net/
LOJA VERDE - FARM HARMONIA
Ă da carioquĂssima Farm a primeira loja verde de que se tem notĂcia no Brasil. Instalada no bairro da Vila Madalena, em SĂŁo Paulo, a casa tem atĂ© nome: Farm Harmonia, por causa do endereço em que se encontra, a rua Harmonia.
Ali tudo respira natureza, da escada feita com tronco de reflorestamento aos provadores em meio a uma mini-floresta.
O projeto, cuja assinatura Ă© do escritĂłrio Triptyque, tem um processo de captação de ĂĄgua da chuva que Ă© tratada e retorna ao prĂłprio espaço atravĂ©s de um sistema de tubulação aparente que ainda irriga a vegetação. Um dos grandes baratos estĂĄ no primeiro piso, onde uma mangueira fica disponĂvel para quem quiser encarar um banho gelado nos domingos da capital paulista.
NatĂĄlia D'ornellas - Fonte: O Tempo - 01/03/09.
Leia mais e veja fotos: http://www.farmrio.com.br/adoro/?tag=farm-harmonia
O site da Farm Rio - http://www.farmrio.com.br/
UFLA - AQUECIMENTO GLOBAL
O aquecimento global preocupa professores e estudantes da Universidade Federal de Lavras (Ufla). Por isso, a universidade firmou uma parceria com o BMG/Energia (nome provisĂłrio) para estudar o problema. O recĂ©m-criado NĂșcleo de Estudos do Aquecimento Global e Energias RenovĂĄveis (Near), coordenado pelo professor Gilmar Tavares, tambĂ©m vai propor soluçÔes, por meio do uso de energias renovĂĄveis. Pelo acordo, a Ufla vai ceder seu espaço fĂsico para o nĂșcleo e o banco BMG vai custear a reforma do local e os equipamentos.
Ălder Martinho - Fonte: O Tempo - 03/03/09.
Leia mais: http://www.ascom.ufla.br/noticia_detail.php?id=1717
Ufla - http://www.ufla.br/
MADAME NATASHA
Madame Natasha tem horror a candidatos porque, ao dizerem qualquer coisa, acabam ofendendo o idioma do qual é escrava. A senhora aprecia o desembaraço coloquial da candidata Dilma Rousseff, mas assombrou-se quando a ouviu dizer que foi a Pernambuco para conhecer "a matriz cultural do presidente Lula". Natasha acredita que ela não quis dizer nada ou, noutra hipótese, queria saber de onde saiu Seu Guia. Ela acredita que Dilma precisa se livrar do dialeto do pedantismo burocråtico e lhe oferece uma bolsa de estudo capaz de livrå-la de expressÔes como "preço teórico", "sobreoferta" e "marco regulatório". Com um pouco de treino, ela nunca mais dirå que "temos toda a equação formada para melhorar o nosso posicionamento".
Elio Gaspari - Fonte: Folha de S.Paulo - 01/03/09.
LIVRO - PARCERIA INĂDITA
Acabou na semana passada o leilão para a publicação no Brasil do sexto volume da série O Mochileiro das Galåxias, de Douglas Adams, que serå lançado no ano que vem. Pela publicação, seus agentes vão receber
25 000 dĂłlares. AtĂ© aĂ, beleza. A novidade Ă© que, pela primeira vez, duas grandes editoras â Record e Sextante â formaram uma parceria para arrematar um livro. Em vez de disputarem o leilĂŁo entre si, lance a lance, fizeram uma proposta conjunta. VĂŁo dividir todos os custos â e os lucros.
Panorama - Radar - Fonte: Veja - Edição 2102.
O livro - http://www.submarino.com.br/produto/1/391?franq=357
Record - http://www.record.com.br/
Sextante - http://www.esextante.com.br/
PASSEIO VIRTUAL POR SEVILHA
CENTRO ANDALUZ DEARTE CONTEMPORĂNEA - http://www.juntadeandalucia.es/cultura/caac/
PALĂCIO ALCĂZAR - http://www.patronato-alcazarsevilla.es/
CATEDRAL DE SEVILHA - http://catedraldesevilla.es/
COSTUMES POPULARES - http://www.juntadeandalucia.es/cultura/museos/MACSE/
SEMANA SANTA - O AUGE DO CALENDĂRIO SEVILHANO - http://www.semana-santa.org/
DANĂA FLAMENCA - http://www.sevilla.org/turismo/paginas_es/flamenco.asp
MAIS DICAS - TURISMO DE SEVILLA - Veja endereços, horårios e roteiros em http://www.sevilla.org/turismo.
Fonte: Folha de S.Paulo - 05/03/09.
SINAL DE ALERTA?
A histĂłria econĂŽmica Ă© curiosa e desafiadora. Muitos economistas dedicam parte do seu tempo analisando os paĂses, as organizaçÔes e dados como o PIB, produção industrial, desemprego, inflação, exportaçÔes e importaçÔes, na tentativa de realizar projeçÔes nas quais muitas vezes a propensĂŁo ao erro Ă© elevada.
AfirmaçÔes desses profissionais jå viraram "chavÔes", com a de que o mercado funciona em ciclos e a de que o comportamento passado das naçÔes pode ser um fiel balizador para anålises futuras.
Nesse sentido, por que a atual crise de crĂ©dito nĂŁo foi prevista por bancos de investimentos, grandes indĂșstrias e instituiçÔes governamentais que deveriam supervisionar o mercado e que hoje se preocupam em adotar planos de urgĂȘncia para evitar uma hecatombe geral? Os argumentos sĂŁo vastos para justificar a nĂŁo-previsĂŁo do atual cenĂĄrio pessimista das finanças globais.
Para os economistas ortodoxos, o problema não estaria correlacionado às falhas de regulação, uma vez que o mercado é extremamente volåtil e dinùmico, mas na alavancagem dos bancos. Jå para os heterodoxos, a questão central seriam os elevados bÎnus dos executivos, em um mundo desigual, no qual o Estado seria o fiel indutor para o crescimento. Logo, isso não representaria um sinal de alerta sobre os modelos de anålise da economia, uma vez que não existe uma resposta óbvia sobre a crise?
O que todos sabem, de fato, Ă© que a injeção de dinheiro pĂșblico nos bancos com tĂtulos podres Ă© vital para a manutenção da atividade empresarial, exigindo ainda uma profunda revisĂŁo da regulação bancĂĄria, com redução dos lucros distribuĂdos aos executivos de mercado. Segundo eles, o capitalismo Ă© a melhor solução para a dinĂąmica produtiva mundial.
Porém, um fato instigante vem acontecendo na gestão das organizaçÔes. No passado, as perdas no setor financeiro e do mercado de capitais demoravam algum tempo até atingirem as empresas na economia real. A atual crise demonstra que os estudos de macro e microeconomia precisam ser revistos. A velocidade com que as empresas foram afetadas foi algo jamais visto.
Houve correlação entre a crise de crédito, a partir da quebra do Lehman Brothers, e a redução dos indicadores da produção industrial, aumento da taxa de desemprego, falta de confiança do empresariado e queda das exportaçÔes e importaçÔes.
A percepção de que a economia estĂĄ mais interligada e globalizada remete Ă necessidade de regras mais claras e que sejam respeitadas, com ampla supervisĂŁo do governo e das agĂȘncias de risco, adoção de modelos economĂ©tricos mais confiĂĄveis e atenção redobrada da sociedade.
Porém, em todo ambiente de crise, surgem oportunidades. Nesse caso, empresas capitalizadas aproveitam o mercado em baixa para realizar fusÔes e aquisiçÔes, levando aos consumidores finais produtos de qualidade superior e custos e tempos de produção reduzidos, graças às escalas adquiridas.
Hugo F. B. Tadeu - Professor e coordenador (FJP - http://www.fjp.gov.br/) - Fonte: O Tempo - 07/03/09.
NELSON RODRIGUES PREVIU A ONDA ATUAL DE NEOCANALHAS
Uma das obsessĂ”es de Nelson Rodrigues era o canalha. Ele dizia: "NinguĂ©m sai na rua e bate no peito berrando: âEu sou um canalhaâ". O maior dos pulhas se achava um santo de vitral. Mas isso mudou muito.
Hoje, o canalha se orgulha de sĂȘ-lo. Veste-se de canalha, bigode e gravata de canalha, cabelo pintado, carantonhas ferozes.
Antes, o canalha se ocultava pelos cantos, escondido da prĂłpria sombra. Hoje, os sem-vergonhas ostentam orgulho pelo que chamam de "realismo polĂtico" ou necessidade de alianças.
Roubar sĂŁo ossos do oficio. A pornopolĂtica tomou conta de tudo e Nelson Ă© que tem fama de pornogrĂĄfico - logo quem, um moralista que corava diante de um palavrĂŁo. Mas, hoje, Nelson, revisto como estilo e como visĂŁo de mundo, traz uma lição polĂtica.
Filho do jornalismo policial com o fundo talento de Dostoievski caboclo, Nelson mostrava como um escritor deveria se posicionar diante do texto neste paĂs. Uma vez, ele me disse ao telefone que o "problema da literatura nacional era que nenhum escritor sabia bater escanteio".
Ensolarada imagem esportiva para definir muito literato folgado.
Formado nas delegacias sórdidas, vendo cadåveres de negros plåsticos e ornamentais, metido no cotidiano marrom do jornal do pai, Nelson flagrou verdades imortais que estavam ali, no meio da rua, na nossa cara, e que ninguém via.
Uma vez ele me disse: "Se Deus perguntar para mim se eu fiz alguma coisa que preste na vida para entrar no cĂ©u, eu responderei a Deus: âSim, Senhor, eu inventei o Ăłbvio!â"
Sua literatura nos ensina o óbvio e isso é profundo numa literatura eivada de ambiciosos engajamentos "corretos" ou cheia de intençÔes formais desesperançadas, que transformam o cinismo debochado numa visão de mundo.
Como criar (querem uns) sem denunciar o "mal latino", a misĂ©ria, como o chatola GarcĂa MĂĄrquez, ou como criar (querem outros) sem babar o ovo de Joyce, Kafka ou Beckett?
Ele foi o primeiro a sacar o futuro dos marxistas de galinheiro do passado que hoje lutam por boquinhas e roubam no mensalĂŁo.
Até hoje, muita gente não entendeu que sua grandeza estå justamente na sincronia com os detritos do cotidiano. A faxina que Nelson fez na prosa é semelhante a que João Cabral fez na poesia.
Nelson baniu as metĂĄforas a pontapĂ©s "como ratazanas grĂĄvidas" e criou o que podemos chamar de antimetĂĄforas feitas de banalidades condensadas. Suas comparaçÔes sempre nos remetem a um "mais concreto" que denota comicamente a impotĂȘncia da literatura. Shakespeare tinha isso, Cervantes tambĂ©m. Suas frases famosas nunca aspiravam ao sublime. Exemplos: "o torcedor rubro-negro sangra como um CĂ©sar apunhalado", "a mulher dava gargalhadas de bruxa de disco infantil", "seu Ăłdio era tanto que ele dava arrancos de cachorro atropelado", "seu peito se encheu de um ar heroico como anĂșncio de fortificante", "a bola seguia Didi com a fidelidade de uma cadelinha ao seu dono", "o juiz correu como um cavalinho de carrossel", "a virtude Ă© bonita, mas exala um tĂ©dio homicida. "nĂŁo acredito em honestidade sem acidez, sem dieta e sem Ășlcera", "o sujeito vive roendo a prĂłpria solidĂŁo como uma rapadura".
As vezes, ele då liçÔes de arte e literatura: "Enquanto o Fluminense foi perfeito, não fez gol nenhum. E vem a grande verdade: a obra-prima no futebol e na arte tem de ser imperfeita. A partir do momento em que o Fluminense deixou de ser tão elitista, tão Flaubert, os gols começaram a jorrar aos borbotÔes".
Gilberto Freyre sacou sua "superficialidade profunda", assim como AndrĂ© Maurois entendeu que a genialidade de Proust era "a Ă©pica das irrelevĂąncias..." E isso Ă© muito saudĂĄvel num paĂs onde ninguĂ©m escreve um bilhete sem buscar a eternidade.
Em meio a esta crise, dominados pela mĂdia, sem projeto polĂtico claro, "somos uns narcisos Ă s avessas que cuspimos na prĂłpria imagem", "vivemos amarrados no pĂ© da mesa bebendo ĂĄgua numa cuia de queijo Palmira", "hoje o brasileiro Ă© inibido atĂ© para chupar um Chicabon".
E uma das razÔes para estarmos "mergulhados em negra e cava depressão" é a visão épica, generalista, ideológica ou ambiciosa demais nos projetos e programas e utopias para o Brasil.
Se bem que ele mesmo dizia: "Sou de um patriotismo inatual e agressivo, digno de um granadeiro bigodudo".
A lição polĂtica de Nelson Ă© de que talvez as coisas sejam muito mais simples. NĂŁo adianta nem nos "atolarmos em brutais euforias" nem vivermos com "complexo de vira-latas", atravessando a "aridez de trĂȘs desertos".
O Brasil não se salvarå com planos messiùnicos ou ideias gerais de "epopeias de Cecil B. de Mille", sejam elas epopeias operårias ou epopeias neoliberais. O "óbvio ululante" é limpar a casa e cuidar do detalhe, do enxugamento do Estado, "chupando a carótida dos chefes das estatais como tangerinas" quando se mostrarem obviamente ladrÔes ou favorecendo correligionårios, como vemos todo dia.
Salvar o Brasil Ă© Ăłbvio, tĂŁo simples e puro como a prosa de Nelson Rodrigues - Ă© sĂł pensar no presente e nĂŁo sonhar com um futuro impossĂvel.
O PMDB, por exemplo, é um partido que extirpou o canalha e instituiu o pragmatismo dos delitos permitidos, de modo a nos anestesiar com a impossibilidade de solução ou de puniçÔes.
A extraordinĂĄria entrevista de Jarbas Vasconcelos, fundamental para o paĂs, teve atĂ© o sabor de algo arcaico, nostĂĄlgico dos parlamentos do ImpĂ©rio. Seus colegas velhacos atĂ© riram da "inatualidade" de seu gesto - que coisa "antiga" denunciar ladrĂ”es...
O brasileiro precisa se convencer de que nĂŁo Ă© um vira-lata e protestar, como fez agora com sucesso na tentativa de assalto Ă mĂŁo armada do PMDB ao Fundo Real Grandeza de Furnas.
NĂŁo conseguiram. Porque, como Nelson dizia, "consciĂȘncia social de brasileiro Ă© medo da polĂcia".
E, agora sabemos, da opiniĂŁo pĂșblica tambĂ©m.
Arnaldo Jabor (http://www.arnaldojabor.blogger.com.br/; http://colunas.jg.globo.com/arnaldojabor/) - Fonte: O Tempo - 03/03/09.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php