COPA DE LITERATURA BRASILEIRA
13/01/2011 -
COLUNA DO CANALHA
VIDA LITERĂRIA
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http://copadeliteratura.com.br/index.php/sobre-a-copa
A Copa de Literatura Brasileira (http://copadeliteratura.com.br/index.php/sobre-a-copa), o mais divertido, democrĂĄtico e desencanado dos prĂȘmios literĂĄrios nacionais, estĂĄ de volta. Abertamente inspirada na competição americana Tournament of Books, a brincadeira foi lançada em 2007 com regras de torneio esportivo: os livros se enfrentam aos pares em esquema de mata-mata, cada partida decidida por um Ășnico juiz, atĂ© a final em que todos os ĂĄrbitros votam. Houve trĂȘs ediçÔes consecutivas, vencidas respectivamente por Assis Brasil, CristovĂŁo Tezza e Carola Saavedra. Ano passado, porĂ©m, silĂȘncio â a Copa parecia ter se tornado mais uma vĂtima do ambiente efĂȘmero da internet.
Felizmente, foi apenas um hiato que a tabela deste ano, recĂ©m-divulgada, dĂĄ um jeito de compensar: os 16 tĂtulos concorrentes foram eleitos entre os lançamentos de 2009 e 2010. Liderados pelo economista e preparador editorial Lucas Murtinho, os organizadores prometem que o resultado da primeira partida sairĂĄ no dia 28 de fevereiro. Nessa data, juntamente com o anĂșncio do vencedor, serĂĄ publicada a resenha de justificativa do voto e estarĂĄ aberta a temporada de comentĂĄrios dos leitores, que em certos momentos dos anos anteriores atingiram nĂveis polĂȘmicos de virulĂȘncia. De modo geral, Ă© quando começa para valer a diversĂŁo â ou o estresse, ou tudo junto.
A ideia Ă© que atĂ© o fim do prĂłximo mĂȘs o pĂșblico tenha tempo de ler o maior nĂșmero possĂvel de concorrentes e esteja pronto para dar seus pitacos com conhecimento de causa. O que, por incrĂvel que pareça, realmente ocorre em muitos casos, embora um certo irracionalismo de torcida organizada tambĂ©m faça parte do espetĂĄculo.
Como qualquer concurso artĂstico, a CLB estĂĄ cheia de decisĂ”es duvidosas ou mesmo francamente injustas. Sua insuperĂĄvel vantagem Ă© a de obrigar o tomador da decisĂŁo a mostrar a cara e expor suas razĂ”es, que em seguida podem ser questionadas pelo mais importante e mais negligenciado personagem do debate literĂĄrio: o tal âleitor comumâ. Como estĂmulo Ă s conversas sobre ficção nacional contemporĂąnea, um tema habitualmente espremido entre o descaso da universidade e a anemia resenhĂstica da imprensa, nĂŁo existe nada melhor no mercado.
Em nome da transparĂȘncia do lado de cĂĄ, registre-se que jĂĄ participei da CLB como concorrente (em 2007, com âAs sementes de Flowerville, que chegou Ă semifinal) e juiz (em 2008, quando dei a vitĂłria a âO dia Mastroianniâ, de JoĂŁo Paulo Cuenca, sobre âCĂŁo de cabeloâ, de Mauro Sta. Cecilia). Este ano, concorro novamente com o romance âElza, a garotaâ, que enfrentarĂĄ âSinuca embaixo dâĂĄguaâ, da jovem escritora gaĂșcha Carol Bensimon.
Em nome da transparĂȘncia do lado de lĂĄ, gostaria de entender os critĂ©rios que levaram os organizadores a excluir âPornopopĂ©iaâ, indiscutivelmente um dos mais importantes romances brasileiros dos Ășltimos dois anos, e, de modo menos espantoso, tambĂ©m o notĂłrio âLeite derramadoâ, o mais premiado do perĂodo â premiado por motivos errados, pode-se argumentar, mas ainda assim uma ausĂȘncia de peso.
O bacana Ă© que, como se vĂȘ, o debate jĂĄ começa antes do apito inicial.
Fonte - http://veja.abril.com.br/blog/todoprosa/.
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