ATĂ ONDE VALE A PENA?
08/07/2007 -
EDITORIAL
Como acontece em todo final de semestre, o Faculdade Mental vai dar uma parada. Mas, diferente das outras vezes, nessa nĂŁo temos uma data certa para voltar. Pode atĂ© acontecer de voltarmos no inĂcio das aulas, mas ainda nĂŁo sabemos.
Uma dĂșvida jĂĄ nos persegue hĂĄ algum tempo e decidimos que Ă© necessĂĄrio dar uma parada por um tempo, refletir sobre que rumo a tomar.
Percebemos que ao longo dos semestres o pĂșblico da FNH mudou consideravelmente.
A caixa de ressonùncia foi se esvaziando. A atual comunidade é preocupante. E isso não é privilégio da FNH. à um reflexo social.
Apesar de estarmos freqĂŒentemente batendo nossos recordes de acessos ao site, temos consciĂȘncia de que nossas matĂ©rias mais contundentes interessam a poucos, sejam alunos, professores ou direção.
A maioria das mensagens que recebemos tem como objetivo apenas expressar reclamaçÔes individuais, muito poucas com a intenção de refletir sobre o coletivo.
Nossa dedicação extrema ao Faculdade Mental vem servindo mais para que profissionais da casa sejam punidos com nossas observaçÔes do que para a prevenção e correção dos eventos que motivam esses posicionamentos, servindo apenas interesses especĂficos e nĂŁo, a melhoria contĂnua do todo, o que sempre foi a nossa intenção.
Nosso envolvimento polĂtico ao tratar da instituição, tem criado situaçÔes difĂceis e atĂ© mesmo constrangedoras, a ponto de alguns membros da FNH, repetirem sistematicamente que nĂŁo vĂȘm com bons olhos nossa atuação, refletindo atĂ© mesmo no relacionamento pessoal.
A criação desordenada de cursos universitĂĄrios facilitou o acesso Ă graduação de forma muito expressiva. E o que vemos Ă© um sem nĂșmero de alunos cujo ensino fundamental qualificado, apenas no papel, nĂŁo se desenvolve alĂ©m das fronteiras acadĂȘmicas. Ao que parece, o maior interesse Ă© somente o diploma, o cartucho.
Se reconhecemos qualidades em nosso trabalho, reconhecemos também nossa incapacidade em fazer com que, nesses moldes, haja um maior engajamento com a nossa verdadeira visão, missão e valores. Temos turmas engajadas e a elas, agradecemos muito pela dedicação, pelo entusiasmo e pela confiança. Temos também leitores cativos que nos prestigiam a cada edição. Muito obrigado. No entanto, percebemos que a maioria acessa nosso site para ver fotos. Tudo bem! As fotos são importantes pelo registro de cada evento, mas, como bons sonhadores que somos, o desejo seria da participação ativa e da interatividade com nossos leitores. Serå utopia?
Hoje, estamos publicando nossa centĂ©sima vigĂ©sima primeira edição e resolvemos dividir com vocĂȘs uma pergunta que temos feito a nĂłs mesmos, que Ă© o tĂtulo desse editorial: atĂ© onde vale a pena?
O Faculdade Mental nasceu de uma atitude de manifestação, uma reunião de pessoas com um sentimento comum e a capacidade de se aglutinar em volta dele. Nasceu do desejo de expressar a opinião coletiva. Sempre procurando expressar uma visão diferente dos fatos para que eles pudessem ser apreciados com bom humor e com responsabilidade.
Quando mais um escĂąndalo polĂtico surge nos noticiĂĄrios, ao contrĂĄrio do que deveria acontecer, ficamos mais e mais anestesiados e, infelizmente, acomodados com a situação.
Nos Ășltimos dois anos a PolĂcia Federal indiciou gente de tudo que Ă© naipe, de ministros e senadores a caseiros desavisados. Pra grande, imensa, enorme maioria, nĂŁo aconteceu praticamente nada.
O brasileiro não gosta de ler. A grande maioria tem na TV sua maior fonte de informação. Alguns na internet, mas tem que ler. E ele não gosta de ler. E como pra estudar tem que ler, ele não estuda.
NĂŁo se ouve mais falar do Sr. Marcos ValĂ©rio, pouco se ouve falar do Sr. JosĂ© Dirceu (exceto pelo seu blog que tem auto-notĂcias quase todo dia).
Ao vermos o descaramento da classe polĂtica brasileira, vemos na verdade o reflexo de uma sociedade que aos poucos foi se habituando aos sucessivos escĂąndalos de seus representantes e pouco se posiciona no sentido de mudar o que estĂĄ aĂ.
Diante disso tudo, a pergunta: Parar ou nĂŁo parar, eis a questĂŁo? Se por um lado, nos sentimos motivados a continuar porque adoramos colocar uma nova edição no ar todo domingo, por outro lado ficamos frustrados quando percebemos que estamos apenas prestando consultoria gratuita, sem notar mudanças, escrevendo coisas, sem que a maioria leia e, principalmente, observando um distanciamento cada vez maior de nosso pĂșblico.
VocĂȘ pode atĂ© se perguntar: O que eu tenho a ver com isso? Pois, Ă©? Por isso estamos nos perguntando: AtĂ© onde vale a pena?
Boas férias a todos! A gente se fala em breve.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php