O SHOW DOS "REIS" DA LOGÃSTICA CONTINUA X...
15/03/2008 -
FORMANDOS & FORMADOS
LOGÃSTICA TENTANDO ENFRENTAR A NATUREZA
English:
http://www.signonsandiego.com/news/world/20080310-0628-britain-stormyweather.html
França - Moradores locais e turistas caminham ao redor de navio holandês Artemis encalhado na praia de Sables d'Olonne. A embarcação foi levada para a areia por ventos de mais de 130 km/h.
Fonte: Terra - 10/03/08.
PALAVRA DA SEMANA: TALENTO
Na Grécia Antiga, tálanton era uma moeda e uma medida de peso (já que o valor do dinheiro era determinado pelo peso, e não pela unidade, porque as moedas eram irregulares). O sentido atual - de aptidão ou habilidade - só surgiu no século XV e foi extraÃdo da BÃblia: a parábola dos talentos, em Mateus, capÃtulo 25, versÃculo 14-30.
Max Gehringer - Fonte: Época - Número 512.
RACISTAS, NÃO; APAIXONADOS PELO BRASIL
Não somos racistas! Essa foi a expressão que mais tive de repetir nos últimos cinco anos, para justificar e defender junto a pessoas e instituições, a oportunidade e a necessidade da criação e da consolidação de uma instituição de ensino com o caráter e os fundamentos da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares -fundeada no acesso universal, na excelência do ensino, na promoção da inclusão ao mercado de trabalho, na cultura da tolerância, do diálogo interracial, na valorização da diversidade racial, no resgate da auto-estima e na elevação do protagonismo dos jovens negros.
EntendÃamos que fazer essa universidade era o pouco que nos restava como forma de sinalizar um novo tempo, um novo caminho, uma nova esperança e uma nova possibilidade frente ao notório e terrÃvel quadro de exclusão que inexoravelmente vitima o negro na sociedade brasileira.
"Não existem raças. Discriminação, se houver, é a discriminação social -reflexo do cruel patrimonialismo, do classismo e do autoritarismo estruturantes do caráter nacional-, que atinge todos os pobres invariavelmente. Infelizmente -e curiosamente-, os negros são a sua maioria e, logo, vÃtimas preferenciais da exclusão.
Esse é o motor da discriminação e o responsável por sua não-presença e não-participação na vida social, polÃtica, econômica e cultural, na esfera governamental, no ensino superior e no ambiente corporativo. Terminada a pobreza, estará terminada a discriminação. Fora disso, estaremos diante de terrÃvel segregação racial, da difusão do ódio racial, do racismo à s avessas, do desejo inconfesso e irresponsável de incendiar o paÃs, transformando-o de multirracial em uma nação de brancos e negros." Contra esses e todos os demais fatalismos e determinismos respondi à exaustão: não somos racistas. Somos brasileiros negros de todas as cores. Republicanos, amantes da justiça e da democracia, comprometidos com a dignidade da pessoa humana. Somos brasileiros negros de todas as classes, intransigentes na defesa da igualdade de oportunidades, da participação democrática e plural de todos na vida nacional. Somos cidadãos que acreditam no aperfeiçoamento das pessoas e instituições, na capacidade de criação, realização e superação de todo ser humano. Somos brasileiros e acreditamos que o melhor paÃs é aquele que seja um bom paÃs para todos. Por isso, preferimos trabalhar, criar e ousar novos caminhos do que permanecer presos pelo pântano. Somos brasileiros que preferem buscar a luz do que subordinar-se à escuridão.
Discriminação racial ou discriminação social, o fato é que o paÃs encontra-se cindido, e o negro continua no porão: separado e desigual. Esse é nosso dilema. Continuar de costas para metade de nossa gente jamais permitirá que alcancemos o status de nação. Buscar um novo caminho é imperativo. É nossa obrigação. É manifestação de paixão, de amor pelo Brasil.
No dia 13/03/08, entregamos ao nosso paÃs a primeira centena de jovens negros formados no curso de administração da Unipalmares. Cento e vinte e seis formandos que foram qualificados no uso da lÃngua inglesa e preparados para o mercado de trabalho em programas especiais de trainees do setor bancário. Todos estão empregados -30% deles, efetivados nesses parceiros.
Nunca antes, nos seus 508 anos de existência, o Brasil conheceu um acontecimento dessa magnitude. Em nenhuma outra instituição de ensino superior da América Latina encontramos 90% de alunos que se declaram negros ou 40% de professores -doutores, mestres e especialistas- negros no corpo docente. Tudo sem governo, partido, igreja, sindicato ou organismos internacionais. Sociedade civil pura, unindo esforços, superando obstáculos e mudando a história.
Nesta noite, quando o senhor presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, patrono dos formandos, entregar o "canudo de papel" a cada um dos 126 bravos formandos, nosso paÃs estará para sempre mudado. Teremos andado 120 anos em 5 e superado a armadilha do imobilismo. Teremos recuperado em cada negro brasileiro a centelha da esperança, a possibilidade da justiça e a certeza de que podemos construir um novo destino.
Ao Criador que nos conduziu e permitiu essa graça e a todas as pessoas e instituições que ajudaram nossa esperança a vencer mais este desafio obrigado, muito, muito obrigado.
José Vicente, advogado, sociólogo, mestre em administração e doutorando em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba, é presidente da ONG Afrobras e reitor da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares.
Fonte: Folha de S.Paulo – 13/03/08.
Saiba mais:
http://www.afrobras.org.br/
http://www.unipalmares.edu.br/
UNIPALMATES REALIZOU EM 13/03/08 SUA PRIMEIRA ENTREGA DE DIPLOMAS
Na noite de 13/03, foram entregues os primeiros diplomas da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares, de São Paulo. Cerca de 90% dos alunos que participaram da colação de grau são negros autodeclarados.
A Unipalmares, como a universidade é conhecida, começou a funcionar em 2004, com a missão de incluir os negros brasileiros no ensino superior. É a única universidade com esse perfil na América Latina. Metade das vagas do vestibular é reservada para negros.
A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do governador José Serra (PSDB) e do prefeito Gilberto Kassab (DEM), entre outras autoridades. Lula foi o patrono da turma.
Segundo o IBGE, os negros (pretos e pardos) são cerca de 46% da população brasileira. Essa proporção, porém, não se mantém no acesso à educação. Na USP (Universidade de São Paulo), por exemplo, aproximadamente 10% dos alunos de graduação são negros.
No total, a Unipalmares tem 2.000 alunos. A primeira turma de formandos é do curso de administração. São 126 estudantes, dos quais 110 são negros.
Entre eles, está Andresa Amaral Santos, 24. Ela mora com os pais e os quatro irmãos em CarapicuÃba, cidade pobre da região metropolitana de São Paulo. Andresa estudou a vida inteira em escola pública e sempre quis ter um diploma.
Ela chegou a ser aprovada numa faculdade particular. "Por questões financeiras, não comecei o curso. A mensalidade era de R$ 600", diz. "Fiquei sabendo da Unipalmares pelo rádio. Me chamou atenção o valor da mensalidade."
As mensalidades são de R$ 327 para o curso de administração e de R$ 350 para o de direito, mais baratas que as cobradas pelas demais instituições de São Paulo. Os cursos são noturnos, para que os alunos possam trabalhar durante o dia.
Antes mesmo de receber o diploma de administração, ela foi contratada por um dos principais bancos privados do paÃs.
A universidade, que fica na Barra Funda (zona oeste), foi criada pela organização não-governamental Afrobrás. "Estamos, aos poucos, vencendo as dificuldades, como esse mercado, que briga por cada aluno, e a incompreensão de parte da sociedade. Ainda há um grau de racismo no paÃs", diz o reitor da Unipalmares, José Vicente.
O nome Zumbi é uma homenagem ao negro que se tornou, no século 17, herói da resistência à escravidão.
Ricardo Westin – Fonte: Folha de S.Paulo – 13/03/08.
ROBÔS TROPICAIS
O estádio estava lotado. Quase 2.000 jovens, com idades de 14 a 19 anos, lotavam as arquibancadas e o campo. Mas não se via rede de vôlei, trave de futebol de salão ou cesta de basquete. Nem mesmo era um show de rock que estava para começar. Eram 50 grupos multicoloridos, cercando geringonças metálicas, fios, rodas e ferramentas espalhadas por toda a parte, um caos tecnológico completo. Objetivo: cada grupo, representando uma escola ou um consórcio de escolas, tinha de construir um robô desenhado especificamente para realizar tarefas montadas para a competição: um campeonato de robôs, onde times competem para construir o mais veloz e o mais eficiente.
Nem mesmo num Fla-Flu decisivo, que eu cresci assistindo, vi tanto entusiasmo. E o sensacional é que o objetivo era incentivar o trabalho em equipe, a criatividade, influenciar jovens, especialmente moças e grupos minoritários, a participarem de um evento tecnológico, a se interessarem por ciência, computação e engenharia.
O evento ocorreu fim de semana passado aqui no Estado de New Hampshire, onde moro. Os 50 times representavam a região da Nova Inglaterra, que inclui os estados de New Hampshire, Maine, Vermont, Massachussetts, Rhode Island e Connecticut. Meu filho de 14 anos competia no time da sua escola. Desde o inÃcio de novembro, ia para a escola de engenharia todos os dias por 5 horas para trabalhar no seu robô com seus companheiros. Cada grupo tem um ou mais mentores -engenheiros, professores, voluntários que ensinam os jovens (e, em certos casos, aprendem) a construir um robô a partir de um kit comum. A dedicação era completa.
Novas amizades surgiram, baseadas em interesses comuns nas áreas de ciência e tecnologia.
O evento é realizado todos os anos pela organização First, uma sigla que em português significa "Para Inspiração e Reconhecimento de Ciência e Tecnologia". A idéia é motivar jovens a entrar para as áreas de ciência e tecnologia, eliminando o absurdo tabu de que "isso é coisa para nerd". Pelo que vi na turma da competição desse ano, que abriu o campeonato de 2008 nos EUA, tinha de tudo. Mas o que mais tinha era entusiasmo. O desafio deste ano é construir um robô capaz de tirar uma bola de uma plataforma, carregá-la em torno de uma pista oval e lançá-la sobre a mesma plataforma, como num jogo de vôlei.
Depois das eliminatórias, oito times foram selecionados. Esses times escolhem dois parceiros dos outros times para firmar uma "aliança". Essas alianças fazem com que times colaborem entre si para tentar vencer os demais. É empolgante. Mas foi quando o fundador da First, Dean Kamen, fez o seu discurso, que me empolguei de verdade. Pois ele falou na competição como sendo um evento internacional, envolvendo Canadá, Israel e Brasil! É, jovens brasileiros vêm participando desses campeonatos já há alguns anos. Ano passado, foram 450 jovens representando 15 equipes competindo em Porto Alegre. Neste ano, a competição, aberta ao público, será em São José dos Campos (local bem apropriado) nos das 14 e 15 de março. Para mais detalhes, ver www.brfirst.org.
Se isso soa como propaganda é porque é. Recomendo que professores levem suas turmas, que pais que queiram motivar seus filhos e filhas a estudarem mais, a entrarem para áreas tecnológicas, assistam ao evento. É muito divertido, uma grande celebração do espÃrito de colaboração e da inventividade humana. Apenas uma nação com um parque tecnológico autônomo e um espÃrito inovador sobreviverá num mundo competitivo. Boa sorte aos times!
Marcelo Gleiser é professor de fÃsica teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA) e autor do livro "A Harmonia do Mundo".
Fonte: Folha de S.Paulo - 09/03/08.
PROFESSOR INVENTA ARMADILHA PARA “CAÇAR†MOSQUITO DA DENGUE
Como saber se, em volta de sua casa, está rondando o mosquito transmissor da dengue -o Aedes aegypti?
Para o professor Maulori Cabral, do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, há uma maneira simples: construindo uma "mosquitoeira", armadilha para capturar o mosquito.
A tal "mosquitoeira" (mistura de mosquito com ratoeira) já foi patenteada pela UFRJ, mas, diz Cabral, é possÃvel construir um "genérico" da engenhoca com materiais simples: como garrafas PET, lixa, microtule (tecido usado em véu de noiva), fita isolante e grãos de arroz, alpiste ou ração para gato.
A armadilha atrai o mosquito por causa da água parada com pedaços de arroz, alpiste ou ração para gato -alimento para as larvas. Se atraÃda, a fêmea deixa seus ovos na armadilha. Ao crescerem, eles não conseguirão fugir e, para matá-los, basta, diz o pesquisador, chacoalhar o recipiente com água.
Segundo o pesquisador -que apresentou ontem sua invenção numa palestra-, a principal função da "mosquitoeira" é educativa -ela não desobriga o morador de cuidar de sua casa para que não haja ali nenhum foco do Aedes aegypti.
"Não adianta o governo passar fumacê porque isso já é ineficaz contra o mosquito. Também não dá para esperar que agentes passem em todas as casas aplicando larvicidas, já que isso não ataca o ciclo evolutivo do mosquito caso esteja ainda na fase dos ovos", afirmou.
O pesquisador diz que a utilização da "mosquitoeira" foi bem-sucedida no municÃpio de Saquarema (região dos Lagos), onde um trabalho com escolas da cidade resultou na produção de mais de mil armadilhas.
"Quando fizemos a avaliação pela primeira vez, detectamos que em 11% das casas foram encontrados focos do mosquito. Numa segunda avaliação, caiu para 7%." Os resultados da avaliação da invenção de Cabral não foram publicados em nenhuma revista cientÃfica.
Ele diz que já mostrou ao Ministério da Saúde a invenção, mas que não houve resposta.
Fonte: Folha de S.Paulo – 13/03/08.
Leia mais:
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI2675428-EI715,00.html
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