O PROTESTO DA ELITE II
02/08/2007 -
MARILENE CAROLINA
MOVIMENTO DOS MILIONĂRIOS REBELDES
Confira a charge!
Fonte: Folha de S.Paulo - 30/07/2007.
FALTA DE COMUNICAĂĂO
Nos Ășltimos dias, algumas infelizes declaraçÔes de pessoas pĂșblicas provocaram revolta em muita gente, e com razĂŁo. Mas nĂŁo Ă© de hoje que temos tratado muito mal a nossa forma de comunicação. Estamos nos tornando incomunicĂĄveis, arrisco dizer, a maior parte do tempo. Ăs vezes, tenho a sensação de que passamos a usar palavras, frases, discursos e (des)informaçÔes apenas para preencher um vazio ou cumprir uma obrigação. Ă por isso que muita gente se acha no direito de dizer qualquer coisa sem compromisso, sem se sentir obrigado a honrar o que disse ou a respeitar seus interlocutores, fisicamente presentes ou nĂŁo. Mais uma evidĂȘncia de nossa cultura de desdĂ©m ao outro.
Na noite do trĂĄgico acidente aĂ©reo recente, muitas famĂlias ansiosas ou dramaticamente esperançosas cobravam da companhia aĂ©rea a lista de passageiros que haviam embarcado na aeronave. Qual a resposta? Que a lista sĂł seria divulgada apĂłs a comunicação pessoal da empresa com as famĂlias dos passageiros. Parecia uma atitude sĂ©ria e respeitosa, nĂŁo? No entanto, no inĂcio da madrugada, a lista foi divulgada pelos meios de comunicação, e foi dessa maneira que muitas famĂlias constataram o que jĂĄ sabiam ou temiam.
Esse Ă© apenas um exemplo de como nossa comunicação anda mal e deixa claro que temos considerado apenas quem emite a mensagem e ignorado a outra via, ou seja, o destinatĂĄrio. Tomemos alguns outros casos. Quem jĂĄ passou pela experiĂȘncia de tentar obter uma informação com algum serviço de atendimento ao consumidor, de suporte de informĂĄtica ou coisa semelhante sabe o quanto Ă© difĂcil estabelecer um diĂĄlogo com esses atendentes. Na verdade, muitas vezes as respostas sĂŁo verdadeiros disparates. Isso quando nĂŁo somos obrigados a ouvir explicaçÔes vazias que nĂŁo passam de bobagens.
E vejam que vivemos em um tempo em que a comunicação parece ter uma importĂąncia enorme. Ă por isso que contamos com profissionais especializados em preparar as pessoas para que se comuniquem com eficiĂȘncia. O problema Ă© que o desprezo com que tratamos o outro gera apenas discursos recheados de "nonsense" e vazios de reconhecimento.
Essa nossa dificuldade em estabelecer um diålogo em que o outro não seja subestimado ou menosprezado se mostra também nas conversas que temos com filhos e alunos. Pais e professores precisam lembrar sempre que palavra dita é palavra empenhada. Além disso, precisam estar atentos ao que os mais novos dizem.
Eles tĂȘm denunciado que nĂŁo levam muito a sĂ©rio o que dizemos. Por quĂȘ? Porque muitas vezes dizemos qualquer coisa sĂł para marcar presença; porque, igualmente, nĂŁo os levamos a sĂ©rio; porque deixamos que falem bobagens e as consideramos; porque nĂŁo nos empenhamos na construção de uma comunicação verdadeira. Esta Ă© uma boa hora para se tomar algumas decisĂ”es. Cultivar o apreço pelo outro, a consideração por palavras plenas de sentido e o respeito pelos interlocutores sĂŁo algumas delas.
Rosely Sayao - Fonte: Folha de S.Paulo - 02/08/07.
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