O PODER DO MARKETING V
10/09/2007 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES V
Esta foi uma propaganda criativa usada pelos fabricantes da Mini Cooper, na cidade de Zurique, nas estações de trem da Suíça.
Dá a percepção que a Mini Cooper tem um grande espaço interno.
(Colaboração: Hélio Bob Pai)
PROFESSOR X
Alô alô pessoal,
Este teste é usado no processo de seleção do Banco HSBC. (Colaboração: Cleide - São Paulo).
Tente resolver...
· Tem um ônibus com 7 garotas dentro;
· Cada garota tem 7 mochilas;
· Dentro de cada mochila, tem 7 gatos grandes;
· Cada gato grande tem 7 gatos pequenos;
· Todos os gatos têm 4 pernas cada
Pergunta:
Quantas pernas tem dentro do ônibus?
Resolvam e mandem a resposta para o FM através do Fale Conosco. Volto semana que vem confirmando a resposta correta.
Abraços e boa sorte!
Professor X
PROFESSORA PASQUALINA
PECADOS DA LÍNGUA
Dez erros que comprometem a vida social e as pretensões profissionais de qualquer um:
1 - Houveram problemas.
"Houve" problemas. Haver, no sentido de existir, é sempre impessoal;
2 - Se ele dispor de tempo.
É erro grave conjugar de forma regular os verbos derivados de ter, vir e pôr. Neste caso, o certo é "dispuser";
3 - Espero que ele seje feliz e vieram menas pessoas.
Dois erros inadmissíveis. A conjugação "seje" não existe. E "menos" não concorda com o substantivo, pois é advérbio e não adjetivo;
4 - Ela ficou meia nervosa.
"Meio" nervosa. Os advérbios não têm concordância de gênero;
5 - Segue anexo duas cópias do contrato.
Atenção para a concordância verbal e nominal: "seguem anexas";
6 - Esse assunto é entre eu e ela.
Depois de preposição, pronome oblíquo tônico: entre "mim" e ela;
7 - A professora deu um trabalho para mim fazer.
Antes de verbo, usa-se pronome pessoal, e não o oblíquo: para "eu" fazer;
8 - Fazem dois meses que ele não aparece.
O verbo fazer indicando tempo é impessoal: "faz" dois meses;
9 - Vou estar providenciando o seu pagamento.
O chamado "gerundismo" não chega a ser erro gramatical, mas é um vício insuportável. "Vou providenciar" é mais elegante;
10 - O problema vai ser resolvido a nível de empresa.
O febrão do "a nível de" parece ter passado, mas ainda há quem utilize essa expressão pavorosa. Na frase em questão, "na" ou "pela" empresa são mais exatos e elegantes.
RIQUEZA DA LÍNGUA
Ferramenta fundamental na carreira e no crescimento pessoal, o português pode ser transformado por um acordo ortográfico. Mas essa não é a única revolução por que a língua está passando.
Engavetado desde sua assinatura, em 1990, voltou a assombrar o acordo ortográfico que visa a unificar a escrita do português nos países que o adotam como língua oficial. O Ministério da Educação chegou a anunciar a entrada em vigor da reforma no Brasil já em 2008. Felizmente, essa data foi postergada. Por mais modorrenta que seja, essa discussão não deve se extinguir. Ela tem implicações profundas de ordem técnica e comercial, além de provocar ainda mais ansiedade nos milhões de brasileiros mergulhados em dúvidas no seu empenho diário para falar e escrever bem. Dominar a norma culta de um idioma é plataforma mínima de sucesso para profissionais de todas as áreas. Engenheiros, médicos, economistas, contabilistas e administradores que falam e escrevem certo, com lógica e riqueza vocabular, têm mais chance de chegar ao topo do que profissionais tão qualificados quanto eles mas sem o mesmo domínio da palavra. Por essa razão, as mudanças ortográficas interessam e trazem dúvidas a todos. O acordo diz como se devem usar o hífen e o acento agudo e outros desses minúsculos sinais gráficos que já fizeram estatelar muitas reputações. A diferença entre um sucesso e um vexame pode ser determinada por uma simples crase mal utilizada. Portanto, não há como ignorar quando os sábios se reúnem para determinar o que é certo e errado no uso do português.
Nas grandes corporações, os testes de admissão concedem à competência lingüística dos candidatos, muitas vezes, o mesmo peso dado à aptidão para trabalhar em grupo ou ao conhecimento de matemática. Diversas pesquisas estabelecem correlações entre tamanho de vocabulário e habilidade de comunicação, de um lado, e ascensão profissional e ganhos salariais, de outro. Salte-se agora do micro para o macro. Uma decisão aparentemente arcana sobre o uso correto do trema, por exemplo, pode ganhar contornos bem mais amplos em um momento em que os idiomas nacionais sofrem todo tipo de pressão desestabilizadora. Como diz o lingüista britânico David Crystal, a globalização e a revolução tecnológica da internet estão dando origem a um "novo mundo lingüístico". Entre os fenômenos desse novo mundo estão as subversões da ortografia presentes nos blogs e nas trocas de e-mails e o aumento no ritmo da extinção de idiomas. Estima-se que um deles desapareça a cada duas semanas. Cresce a consciência de que as línguas bem faladas, protegidas por normas cultas, são ferramentas da cultura e também armas da política, além de ser riquezas econômicas.
A reforma do português ora em curso vai se defrontar com um desafio inédito. Outras mudanças foram feitas em situações em que era bem menos intenso o ritmo de entrada de palavras e conceitos na corrente da vida cotidiana. Em tempos de internet, as línguas, por natureza refratárias a arranjos de gabinete e legislações impostas de cima para baixo, podem se comportar como potros indomáveis. Quem vai ligar para as novas regras de uso do hífen quando mantém longas e satisfatórias conversações na internet usando apenas interjeições e símbolos gráficos como os consagrados "emoticons" para alegre :-) ou triste :-(?
David Crystal cunhou o termo netspeak para designar as formas inéditas de expressão escrita que a internet gerou. A inclusão de símbolos audiovisuais, os links que permitem "saltos" de um texto para o outro – nada disso existia nas formas anteriores de comunicação. A comunicação por escrito se tornou mais ágil e veloz, aproximando-se, nesse sentido, da fala. "A necessidade de diminuir o tempo de escrita e se aproximar do tempo da fala levou os usuários a ser cada vez mais objetivos e compactos", diz o lingüista Antonio Carlos dos Santos Xavier, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Essa tendência é mais notória nas conversas que os adolescentes mantêm através de programas como o MSN, com abreviações como blz (beleza) e frases de sonoridade tribal como bora nu cinema – pod c as 8? (vamos ao cinema – pode ser às 8?). Mas o netspeak não é só para os imberbes. Até no âmbito profissional a objetividade eletrônica está imperando. A carta comercial que iniciava com a fórmula "vimos por meio desta" é peça de museu. "Gêneros como a carta circular ou o requerimento estão em extinção. O e-mail absorveu essas funções", observa a lingüista Cilda Palma, que, em sua dissertação de mestrado na UFPE, estudou a comunicação interna de uma empresa pública – um posto regional dos Correios – e de uma empresa então recentemente privatizada, a Petroflex. Ela constatou que a correspondência eletrônica tornou a comunicação mais informal – e que essa tendência foi mais longe na empresa privada. Observa a pesquisadora: "Os Correios ainda mantêm uma infra-estrutura anacrônica, que exige fotocópias e carimbos nos comunicados internos".
Embora a língua sofra ataques deformadores diários nos blogs e chats, a palavra escrita nunca foi usada tão intensamente antes. Os mais otimistas apostam que os bate-papos da garotada travados com símbolos e interjeições hoje podem ser a semente de uma comunicação escrita mais complexa, assim como o balbuciar dos bebês denota a prontidão para a fala lógica que se seguirá. Pode ser. Seria ótimo que fosse assim. Por enquanto, uma maneira de se destacar na carreira e na vida é mostrar nas comunicações formais perfeito domínio da tradicional norma culta do português. Vários estudos demonstram a correlação positiva entre um bom domínio do vocabulário e o nível de renda, mesmo que não se possa traçar uma correlação direta e linear entre uma coisa e outra. Além de conhecer as palavras, é preciso que se tenha alguma coisa a dizer de forma lógica e racional. O vocabulário, por si só, não garante precisão ou beleza na escrita. "Machado de Assis compôs toda a sua obra com aproximadamente 12.000 vocábulos, enquanto Coelho Neto, autor ilegível, teria empregado mais de 35.000 palavras diferentes na sua longa e obscura carreira", lembra o professor de português Cláudio Moreno. Mesmo que pareça meio quadrado na mesa do bar, quem mais se distanciar do linguajar trivial dos chats nas comunicações formais mais será notado pela competência.
É empobrecedor, porém, ignorar a revolução cultural da internet. Como toda inovação tecnológica abrangente, a civilização digital ampliou o léxico de muitos idiomas, entre eles o português. E o fez, basicamente, pela incorporação de palavras em inglês (site, download, hardware). Essas adições causam horror aos puristas da linguagem. Bobagem. A maior fonte de enriquecimento dos idiomas em todos os tempos é a incorporação de vocábulos oriundos de línguas estrangeiras e de revoluções tecnológicas. O português cresceu muito enquanto seus navegadores exploravam os "mares nunca dantes navegados" cantados por Luís de Camões. "Calcula-se que o português medieval tinha perto de 15 000 vocábulos. Em meados do século XVI, com a expansão marítima, o total chegaria a 30.000, 40.000", observa o filólogo Mauro Villar, do Dicionário Houaiss. Nesse processo, é preciso levar em conta também a popularização do vocabulário especializado, que em geral não entra nos dicionários. Por mais abrangente que seja um dicionário, ele recolhe apenas algumas centenas de milhares de palavras. O Houaiss tem perto de 230.000 verbetes. O Oxford English Dictionary, o famoso OED, registra 615.000. Ambos são recortes muito limitados de um universo em permanente expansão. Só as palavras necessárias à prática da medicina estariam na casa de 600.000. Eventualmente, uma grande virada em um desses campos científicos puxa o vocabulário especializado mais para perto do chão dos dicionários. DNA é um exemplo eloqüente: o acrônimo em inglês de ácido desoxirribonucléico (componente fundamental do código genético) saiu dos laboratórios e se incorporou ao dia-a-dia.
A internet é, além de tudo, um campo essencial na disputa pelo mercado dos idiomas. O estudo da economia da língua é um campo promissor. A Fundação Telefónica, da Espanha, está promovendo um projeto de pesquisa que deve durar quatro anos e pretende aferir o peso econômico do idioma espanhol no mundo. "O valor de uma língua se relaciona com sua capacidade de incentivar os intercâmbios econômicos", explica o economista José Luis García Delgado, coordenador do projeto. Embora não seja possível atribuir uma cifra monetária a uma língua, faz pleno sentido falar no valor relativo que ela tem na comparação com outras línguas. O número total de falantes nativos é um fator essencial. O espanhol tem cerca de 450 milhões, patamar semelhante ao do inglês (o português fica em torno de 250 milhões). O inglês, porém, domina a internet: de acordo com o Internet World Stats, site que concentra números mundiais sobre a rede, 30% dos usuários da rede são falantes nativos do idioma de Shakespeare, contra 9% de usuários da língua de Cervantes. Mais importante, o inglês é forte como segunda língua. O British Council estima que pelo menos 1 bilhão de pessoas estão estudando inglês hoje no mundo.
"O inglês está destinado a ser uma língua mundial em sentido mais amplo do que o latim foi na era passada e o francês é na presente", dizia o presidente americano John Adams no século XVIII. A profecia se cumpriu: o inglês é hoje a língua franca da globalização. No extremo oposto da economia lingüística mundial, estão as línguas de pequenas comunidades declinantes. Calcula-se que hoje se falem de 6.000 a 7.000 línguas no mundo todo. Quase metade delas deve desaparecer nos próximos 100 anos. A última edição do Ethnologue – o mais abrangente estudo sobre as línguas mundiais –, de 2005, listava 516 línguas em risco de extinção.
O português está entre os vencedores da globalização. É uma língua que vem crescendo na internet: nos últimos sete anos, o número de falantes da língua portuguesa que navegam na rede aumentou em 525% (embora ainda represente apenas 4% dos usuários). O acordo ortográfico tem a intenção manifesta de incrementar o "valor de mercado" do português. Desde o início criticada dos dois lados do Atlântico, a unificação da língua portuguesa foi uma causa cara ao filólogo brasileiro Antônio Houaiss, morto em 1999. O acordo foi firmado em 1990 pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), então com sete membros – Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Mais tarde, o Timor Leste também faria sua adesão. Os prazos de implantação das novas regras estipulados em 1990 nunca foram cumpridos, e a ratificação do acordo foi adiada sucessivamente. Um novo acerto firmado em uma conferência de chefes de estado da CPLP em 2004 determinou que bastaria a ratificação de três membros para que o acordo entrasse em vigor, o que aconteceu no fim do ano passado. O problema é que só os três países que ratificaram – Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe – deram mostras de querer levar a reforma adiante. Naturalmente, nenhuma unificação ortográfica merece ser chamada assim se a matriz da língua, Portugal, não a seguir. Autoridades portuguesas têm falado em esticar os prazos de adaptação às novas regras em até dez anos.
VEJA ouviu quatro profissionais da língua portuguesa. O único que considera a unificação importante do ponto de vista da política da língua é o gramático Evanildo Bechara, da Academia Brasileira de Letras. Mas ele faz restrições ao conteúdo da reforma, que teria perdido a oportunidade de racionalizar algumas regras. Os outros três especialistas são mais radicais na crítica. "É um acordo meia-sola", avalia Pasquale Cipro Neto. Ele cita algumas palavras que continuam sendo grafadas de duas formas, conforme a pronúncia ou as idiossincrasias de cada país – caso de "cómodo" (Portugal) e "cômodo" (Brasil), ou de berinjela/beringela. "Essa idéia messiânica, utópica de que a unificação vai transformar o português em uma língua de relações internacionais é uma tolice", diz o professor Cláudio Moreno. Sérgio Nogueira considera que só uma categoria vai ganhar vantagens com o acordo: os professores que dão aulas e palestras sobre língua portuguesa. "Se a reforma sair, vou ficar rico de tanta palestra que vou dar", ironiza. As editoras em geral estariam no lado perdedor do acordo, já que teriam de adequar seus catálogos à nova grafia. O custo médio para a revisão e a preparação de um único livro ficaria em torno de 5.000 reais. A revisão de enciclopédias e dicionários seria ainda mais custosa. "Só a atualização do nosso banco de dados ficaria entre 200.000 e 400.000 reais", calcula Breno Lerner, diretor-geral da Melhoramentos, que publica os dicionários Michaelis.
As diferenças culturais não se resolvem assim apenas com um golpe de pena. Mesmo com a ortografia unificada, dificilmente uma dona-de-casa portuguesa vai comprar um livro de culinária brasileiro que fala em "açougue" ("talho" em Portugal), e o carpinteiro brasileiro com um manual português nas mãos talvez fique embasbacado com a palavra "berbequim" (furadeira). De outro lado, a grafia cheia de letras mudas – tecto, facto, acto – não impediu o português José Saramago de ser best-seller no Brasil. Como a natureza, a arte e a inteligência sempre encontram uma maneira de se manifestar. Com a ajuda de uma norma culta e amplamente aceita, esse trabalho fica mais fácil.
Fonte: Veja - Edição - 2.025.
GRAMÁTICA - O CHATO QUE É BOM
A natureza nos dotou de um cérebro capaz de dar nomes, e nós desenvolvemos a capacidade de, a partir dos nomes, entender o mundo. Nessa passagem, criamos a gramática.
Essa é uma das mais desprezadas áreas dos currículos escolares. Assim tratam a gramática alunos e quiçá mestres também. Infelizmente, não há destreza sem exercício. Gramática é exercício de observação da língua. Conhecer a gramática é uma experiência de nos desprendermos da linguagem para melhor observá-la.
Se eu falo, se me expresso, é porque pretendo comunicar algo, e isso deve ser feito de tal forma que o outro me entenda. Um grito de dor nos fala de dor, mas não diz qual, onde, de que tipo. Se eu quiser ser socorrida, preciso explicar o que está ocorrendo, não basta assinalar. Posso dizer, sem querer, o que não pretendo e não conhecer o jeito de dizer o que desejo.
Duas abordagens, pelo menos, são básicas para que a gente se comunique a contento: conhecer de onde vem a linguagem (lingüística e etimologia) e de que jeito ela se organiza. Um tempo de verbo errado, uma vírgula mal colocada, um acento fora de lugar e eis-me dizendo o que não pretendia.
A língua intuitiva, essa que todos falamos, é o que de mais humano e específico possuímos. Ela não veio pronta, do jeito que a encontramos hoje. A nossa forma de expressão tem sua história, que é praticamente cúmplice de cada cultura. A gramática é a organização do nosso fluxo verbal, é a nossa garantia de dizermos aquilo que pensamos.
Quando um estrangeiro aprende a língua só de ouvido, sem gramática, ele quase sempre perde a liberdade das nuances e dos jeitinhos -a riqueza e a especificidade de cada língua, indo da ternura até a raiva. Quando se estuda o inglês, que é uma língua dotada de uma estranha gramática, pelo menos para nós, de origem latina, deparamo-nos com o "spelling" (ortografia) e com as expressões idiomáticas, tudo vindo do próprio uso, e não das regras.
O inglês é uma língua de poucas regras e muitas exceções. As línguas latinas, por outro lado, são regradas por uma extensa gramática, com muitas regras e poucas exceções.
As suas regras não são oriundas do acaso, constituem um jeito de raciocinar. Estudar gramática é pensar frases ou orações. Achar o sujeito da ação, a ação presente ou passada, o objeto dessa ação, combinar tempo, modo, número e fazer concordâncias é pensar sobre o que está sendo dito.
Fazer análise sintática, morfológica ou lógica é criar comunicação independentemente de motivação ou de emoção. O exercício de nos desprendermos da linguagem e de olhá-la como algo estranho a nós mesmos é um fantástico exercício de raciocínio do qual talvez estejamos privando as novas gerações ao não dar ênfase ao estudo da gramática. Estudar gramática, dizem por aí, é chato. "Pra que serve?" "Para melhor pensar, meu filhinho" -só que ninguém quer ser lobo mau hoje em dia.
Não há pianista que não estude escalas, não há esportista que não faça exercício diário e não há quem consiga se expressar bem sem ser capaz do distanciamento necessário para melhor dominar tanto a fala quanto a escrita.
Até hoje, os cursos superiores mais avançados de física e de matemática na França dão preferência a alunos oriundos do colegial clássico, onde tinham grego e latim. Dizia-se que chegavam com melhor treino de raciocínio.
Deixar cair em desuso o exercício de distanciamento é grave. Tomar uma sentença qualquer e analisá-la como destacada de nós, é esse o exercício. Não é possível interpretar texto sem conhecer a organização da linguagem. A dificuldade de interpretar os textos e de entender os livros está, pelo menos em parte, na falta desse exercício que nos leva à distância ideal para entender sem se misturar com o enunciado. Isso, em resumo, é função da gramática, um exercício para compreender o discurso no mundo.
ANNA VERONICA MAUTNER , psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, é autora de "Cotidiano nas Entrelinhas" (ed. Ágora)
Fonte: Folha de S.Paulo - 13/09/07.
ATENÇÃO: AULAS DE INGLÊS. Aulas de inglês para pequenos grupos com a Professora Pasqualina e sua parceira Professora Patrícia. No Barreiro e no Eldorado. Contato - 33889365.
Não deixem de enviar suas mensagens através do “Fale Conosco” do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php