INTELIGĂNCIA!
16/06/2012 -
MARILENE CAROLINA
MAS AFINAL, O QUE Ă INTELIGĂNCIA?
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Mas afinal, o que Ă© inteligĂȘncia? (Isaac Asimov)
Por Wagner Brenner em Tuesday, May 15, 2012 âą 20,875 views
(Por Isaac Asimov)
Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos.
A média era 100.
Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal.
(NĂŁo significou nada â no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP â Kitchen Police)
Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.
PorĂ©m, na verdade, serĂĄ que essas notas nĂŁo significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo especĂfico de perguntas acadĂȘmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligĂȘncia, e que provavelmente tĂȘm uma habilidade intelectual parecida com a minha?
Por exemplo, eu conhecia um mecĂąnico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que nĂŁo chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.
Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito råpido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação, enquanto fazia seus pronunciamentos såbios e profundos, como se fossem oråculos divinos.
No fim, ele sempre consertava meu carro.
EntĂŁo imagine se esses testes de inteligĂȘncia fossem preparados pelo meu mecĂąnico.
Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que nĂŁo fosse um acadĂȘmico.
Em qualquer desses testes, eu comprovaria minha total ignorĂąncia e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estĂșpido.
Em um mundo, onde eu nĂŁo pudesse me valer do meu treinamento acadĂȘmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mĂŁos ou desembaraçar alguma coisa complicada, eu me daria muito mal.
A minha inteligĂȘncia, portanto, nĂŁo Ă© algo absoluto, mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.
Vamos considerar o meu mecĂąnico, mais uma vez.
Ele adorava contar piadas.
Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capÎ do meu carro e me perguntou:
âDoutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcĂŁo como se estivesse segurando um prego invisĂvel e, com a outra mĂŁo, imitou umas marteladas. O balconista trouxe entĂŁo um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcĂŁo. Dessa vez o balconista trouxe vĂĄrios pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?â
Eu levantei minha mĂŁo e âcortei o arâ com dois dedos, como uma tesoura.
âMas vocĂȘ Ă© muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedirâ
Enquanto meu mecĂąnico gargalhava, ele ainda falou:
âTĂŽ fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.â
âE muitos caĂram?â perguntei esperançoso.
âAlguns. Mas com vocĂȘ eu tinha certeza absoluta que ia funcionarâ.
âAh Ă©? Por quĂȘ?â
âPorque vocĂȘ tem muito estudo, doutor, sabia que nĂŁo seria muito espertoâ
E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razĂŁo nisso tudo.
(Tradução livre do original âWhat is inteligence, anyway?â)
Fonte: Eduardo Mayer (Colaboração: A. M. Borges)
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