O SHOW DOS "REIS" DA LOGĂSTICA CONTINUA II...
19/01/2008 -
FORMANDOS & FORMADOS
LOGĂSTICA MARĂTIMA
Cada macaco no seu galho!!!
(Colaboração: Tadeu)
PARABĂNS AOS QUE SE FORMARAM
O FM deseja toda a sorte do mundo à galera da Faculdade Novos Horizontes que se formou nesse final de 2007. A missa foi dia 15/01, a Colação de Grau no Minas Centro dia 17/01, culminando do um Baile de Formatura maravilhoso dia 19/01/08. Parabéns ao pessoal da Unidade Barreiro e Unidade Santo Agostinho.
O MEDO DA MUDANĂA
O medo da mudança vem do desejo de controlar a situação. Como isso nĂŁo Ă© possĂvel, o mais viĂĄvel Ă© aprender a se adaptar.
Max Gehringer - Fonte: Ăpoca - NĂșmero 504.
APRENDENDO COM A EXPORTAĂĂO
O Brasil deveria estar negociando tratados de comércio com as economias avançadas.
No começo de cada ano, as universidades americanas recrutam professores assistentes de economia entre os recém-doutorados em escolas nos EUA e na Europa. O sistema de ensino universitårio nos EUA é altamente descentralizado e cada departamento tem suas próprias regras de recrutamento, mas as melhores universidades enfatizam a pesquisa, e nessas a qualidade da tese de doutoramento desempenha o papel mais importante na escolha dos novos membros do corpo docente.
Como muitos dos meus colegas em Princeton, passei uma parte dos feriados de Natal lendo capĂtulos de teses de doutoramento. Um dos trabalhos mais interessantes que li foi escrito por De Loecker Jan, um doutorando da Universidade de Nova York (NYU, na sigla em inglĂȘs).
Jan examinou um painel de firmas industriais da EslovĂȘnia, um exemplo particularmente bem-sucedido de transformação de uma economia socialista em uma economia de mercado.
Entre 1994 e 2000, as exportaçÔes de manufaturados da EslovĂȘnia aumentaram 42% e o nĂșmero de firmas exportadoras foi praticamente multiplicado por quatro. Como em outros paĂses, as empresas exportadoras eslovenas sĂŁo mais produtivas, pagam melhores salĂĄrios e investem mais quando comparadas com firmas que sĂł servem o mercado domĂ©stico. HĂĄ duas possibilidades teĂłricas para explicar o melhor desempenho dessas firmas. A primeira Ă© que as melhores firmas sĂŁo as Ășnicas que conseguem competir no mercado internacional e exportar, o que os economistas chamam de "efeito de seleção". A segunda explicação plausĂvel Ă© que o contato com compradores e concorrentes no exterior traz novos conhecimentos e melhora a qualidade de uma empresa. Esse fenĂŽmeno Ă© o que os economistas chamam de "aprendizado pela exportação".
Jan explorou uma base de dados anuais que cobria praticamente todas as empresas industriais eslovenas durante o perĂodo 1994-2000 e que continha, entre outras informaçÔes, dados de exportação. A observação de cada empresa com o tempo permitiu ao doutorando da NYU demonstrar, utilizando uma modelagem economĂ©trica sofisticada, que tanto o efeito seleção como o efeito aprendizado estĂŁo presentes na EslovĂȘnia. As melhores empresas exportam, mas o contato com o mercado internacional aumenta, por si sĂł, a produtividade de uma firma. Mais interessante ainda foi que Jan estimou que o efeito aprendizado Ă© duas vezes maior para as firmas que exportam para as economias avançadas quando comparadas com aquelas que vendem mercadorias para paĂses menos desenvolvidos. Afinal, se o aprendizado pela exportação ocorre, Ă© lĂłgico que ele seja mais intenso para as empresas que vendem em mercados mais complexos.
ApĂłs a dissolução da IugoslĂĄvia, a EslovĂȘnia escolheu integrar-se na UniĂŁo EuropĂ©ia. Com certeza, nĂŁo faltaram empresĂĄrios locais que reclamaram do "custo EslovĂȘnia" e pediram proteção contra os concorrentes da Europa Ocidental, hoje a maior parceira do paĂs. Mas a EslovĂȘnia escolheu o caminho da abertura do comĂ©rcio, e o PIB per capita Ă© hoje mais do que o dobro do que era em 1994.
A EslovĂȘnia Ă© um paĂs pequeno, muito diferente do Brasil. Mas, no momento em que Doha parece moribunda, a tese de Jan serve para lembrar que o Brasil deveria estar negociando tratados de comĂ©rcio com as economias avançadas, Estados Unidos, UniĂŁo EuropĂ©ia e JapĂŁo, em vez de perder tempo discutindo a integração da Venezuela no Mercosul.
José Alexandre Scheinkman, 59, professor de economia na Universidade Princeton (EUA). Fonte: Folha de S.Paulo - 13/01/08.
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