"HERROS" COMPARATIVOS - TSUNAMI X 11 DE SETEMBRO
03/09/2009 -
A JENTE HERRAMOS
AGÊNCIA CRITICADA
English:
http://network.nationalpost.com/np/blogs/posted/archive/2009/09/02/wwf-condemns-9-11-like-ad.aspx
http://www.nydailynews.com/money/2009/09/02/2009-09-02_wwf_appalled_by_911_terror_ad.html
A ONG norte-americana WWF (World Wildlife Fund) "condenou fortemente" um anúncio que teria sido criado pela DDB, no Brasil, e que mostra uma série de aviões se dirigindo à Manhattan, em Nova York, com o dizer: "O tsunami matou cem vezes mais pessoas do que o 11 de Setembro".
De acordo com a WWF, o anúncio ("ofensivo e de mau gosto") foi proposto pela agência de publicidade para a divisão da ONG no Brasil e imediatamente recusado. "Ele nunca deveria ter visto a luz do dia", afirmou, em comunicado, a ONG sobre o anúncio que apareceu em uma série de sites e criou polêmica, especialmente nos Estados Unidos.
Mercado Aberto – Guilherme Barros - Fonte: Folha de S.Paulo – 02/09/09.
Matérias em inglês:
http://network.nationalpost.com/np/blogs/posted/archive/2009/09/02/wwf-condemns-9-11-like-ad.aspx
http://www.nydailynews.com/money/2009/09/02/2009-09-02_wwf_appalled_by_911_terror_ad.html
WWF (World Wildlife Fund) – http://www.worldwildlife.org/
DDB - http://www.ddbbrasil.com.br/
"OFENSIVO"
A agência foi parar no célebre quadro "Piores Pessoas do Mundo" de Keith Olbermann, da MSBC (http://www.msnbc.msn.com/id/21134540/vp/32650724#32650724), que deu o nome de todos os "criativos".
Saiu no Ad Age (http://adage.com/adages/post?article_id=138747), em blog do "NYT" (http://cityroom.blogs.nytimes.com/2009/09/01/wildlife-group-condemns-a-911-tsunami-ad/) e chegou ao Blue Bus (http://www.bluebus.com.br/show/2/92262/wwf_repudia_anuncio_que_refere_o_11_9_e_teria_sido_criado_pela_dm9). O WWF (http://www.worldwildlife.org/who/media/press/2009/WWFPresitem13540.html) "condena veementemente o anúncio ofensivo e de mau gosto" criado pela DM9DDB, recusado pela ONG ambiental, mas vazado on-line. Com imagem de aviões cercando Manhattan, diz que o tsunami "matou cem vezes mais que o 11/9". Via Blue Bus (http://www.bluebus.com.br/show/1/92271/dm9_distribui_comunicado_sobre_anuncio_repudiado_pelo_wwf_leia), a nota dizendo que "este anúncio nunca deveria ter sido feito e não retrata a filosofia desta agência".
Toda MÃdia (www.todamidia.folha.blog.uol.com.br) – Nelson de Sá - Fonte: Folha de S.Paulo – 03/09/09.
A FARSANTE E A TRAGÉDIA
Especial conta a história da americana que fingiu ser uma sobrevivente de 11 de setembro de 2001.
Logo após os aviões se chocarem contra as Torres Gêmeas, o mundo ainda tentava entender o significado do ataque. Mas teve uma pessoa, Tania Head, que viu nisso uma oportunidade. O documentário "A Impostora do 11/9" conta como essa americana enganou a todos, afirmando ser uma das vÃtimas do atentado. Ela conseguiu até a proeza de se tornar presidente da Associação de Sobreviventes, antes de sumir do mapa.
Dia 11 de Setembro, 21hs, GNT.
Fonte: Monet - Número 78.
Detalhes - http://www.vcfaz.net/viewtopic.php?p=853638
THE WINNER IS...
O governo, ou melhor, o presidente Lula. Houve bate-boca, arranca-rabo, xingamentos e brigas de senadores como nunca se viu. E as mazelas administrativas no Senado continuam. Mas, no frigir dos ovos, passado o pior da crise polÃtica, José Sarney se mantém impávido em sua cadeira presidencial. Como Lula queria. Ou melhor, impôs.
Raquel Faria - Fonte: O Tempo - 30/08/09.
MENAS LARANJAS
"A (olimpÃada) de português é muito importante para as crianças não falarem ‘menas laranjas’, como eu."
Do presidente Lula, no lançamento da pedra fundamental da Universidade Federal do ABC.
Panorama - Veja Essa - Julio Cesar de Barros - Fonte: Veja - Edição 2128.
Universidade Federal do ABC - http://www.ufabc.edu.br/
SENADO - SHOW DE DESPERDÃCIO
Sabe de quanto é o orçamento da Secretaria de Comunicação do Senado? Trezentos milhões de reais por ano. Só de jornalistas são 127 – ou 1,5 jornalista para cada um dos senadores (que, aliás, já têm seus próprios assessores de comunicação).
Panorama - Radar - Lauro Jardim - Fonte: Veja - Edição 2128.
INTERNET PARA TODO
Mâncio Lima, uma cidade do Acre, com 13 mil habitantes, na fronteira com o Peru, fornece água encanada para apenas 5% dos moradores. Mas quem possuir um computador pode acessar a Internet de graça pelo sistema sem fio instalado pela prefeitura. Assim como o pequeno municÃpio, prefeituras de todo o paÃs, especialmente de pequenas cidades, vêm se mobilizando para instalar sistemas gratuitos de Internet para a população.
Aparte - Fonte: O Tempo – 31/08/09.
Mâncio Lima:
http://www.pmmanciolima.com.br/
http://www.manciolima.ac.gov.br/
FRAUDE NA WEB
Uma cópia maliciosa do site http://www.icegold.com/ (de compra e venda de moedas da internet) está no ar, segundo a F-Secure. A IceGold encerrou atividades no ano passado, mas um site parecido (http://www.icegold.us/) segue oferecendo transações financeiras na rede. O conselho é que não sejam feitas transações por meio da cópia, pela ausência de garantias.
tec-tec-tec - Fonte: Folha de S.Paulo – 02/09/09.
DEU NO "NEW YORK TIMES"
A ascensão de mulheres no crime organizado da Itália: Camorra, Cosa Nostra e Ndrangheta. Na Camorra o peso das chefes é cada vez mais evidente. São viúvas, irmãs, filhas, cunhadas ou esposas de mafiosos presos. Não podem matar, só mandar matar. Acabaram também os sete anos de luto. Só não podem ser amantes de outro chefe mafioso. O resto, vale tudo!
Paulo Navarro - Fonte: O Tempo – 03/09/09.
ENSINO NA BERLINDA
É otimista a conta segundo a qual 737 mil estudantes brasileiros frequentam faculdades ruins. O cálculo considera ruins apenas as que receberam nota 1 ou 2 no mais recente Ãndice de avaliação do Ministério da Educação, que vai até 5. Mas a nota é comparativa, de modo que sempre haverá melhores e piores, mesmo se a qualidade geral for excelente -ou, o que é mais provável, má.
A proliferação de formandos com conhecimento insuficiente é notória. A forte ampliação na oferta de vagas em faculdades tem sido impulsionada por programas como o ProUni, que, apesar de bem-sucedido, pouco contempla a igualmente necessária qualificação das instituições.
É de esperar que, com mais alunos admitidos, o grau de conhecimento médio na porta de entrada seja mais baixo. Há inequÃvoco avanço quando toda uma geração de jovens tem a oportunidade, que seus pais não tiveram, de continuar os estudos além do nÃvel secundário. Mas cabe ao governo evitar que tantas expectativas de ascensão profissional acabem prejudicadas por um ensino de má qualidade.
A avaliação do MEC prestaria um serviço público mais completo se divulgasse, ao lado da classificação, os dados do IDD -indicador que tenta medir o conhecimento que os alunos assimilaram ao longo dos anos. Também é preciso dar maior visibilidade a experiências positivas, as chamadas boas práticas, que possam ser adotadas para orientar a melhora das faculdades ruins.
Por fim, é preciso descredenciar as que sofrem reprovações seguidas. Dentre as nove instituições que obtiveram nota 1 no ano passado, oito permaneceram no mesmo patamar e a última impediu na Justiça a divulgação do Ãndice. Pouco adianta concluir que os alunos são mal instruÃdos se alternativas para a correção do problema não forem oferecidas com rapidez.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo – 03/09/09.
QUAL O NOME DO MENINO?
Esdruxulices nas certidões de nascimento viraram folclore há muito tempo, entra geração, sai geração. Mesmo em tempos saturados de Suelens, Ostos e Maicons, nomes, digamos, exóticos não deixam de despertar curiosidade.
Um jovem pediatra do interior paulista reuniu e divulgou na internet uma lista de antropônimos, mais conhecidos na roda de samba como nomes próprios ou de batismo, que nos últimos anos frequentaram seus prontuários e os de outros doutores. A relação preparada pelo médico começa por revelar a devoção de alguns pais por seus Ãdolos. Quem paga o preço na pia batismal é a ingênua criança. Valdisnei, por exemplo, é uma deferência ao eterno Walt Disney; Usnavi é o nome do filho de um aficionado por navios americanos e Kallison Bruno homenageia o grupo KLB (Kiko, Leandro, Bruno). Consta na lista um “famoso†caso registrado no Recife: Xerox é o pai e Fotocópia e Autenticada as filhas, note-se, em idades decrescentes.
Não é difÃcil identificar os Ãdolos incensados por quem registrou os seus miúdos como Maycom Gérquiçom, Maiquel Edy Marfy, Boniclaide, Erriporter. O que dizer da dupla de irmãos Kalifornia Drim e Roliúde dos Santos; de Letisgo, João Le Não, Istiveonder, Aga Esterna e Harlei David Son? Pedimos desculpas pelo nosso trocadilho cretino, mas, como comentou cirurgicamente o pediatra, o menino motocicleta é um perfeito born to be wild.
Antigamente, pelo menos, os Ãdolos eram homenageados na batatolina: Shirley (Temple), Clark (Gable), Odilon (famoso ator teatral), Juscelino (JK), Brigitte (Bardot), Glauber (Rocha), etc., etc., etc. Tivemos, também, naqueles tempos do século passado, muitos Benitos (Mussolini), Lenines e até um Adolfo Hitler (cujo sobrenome preferimos manter oculto). Carnavalescamente, um famoso paulistano registrou um filho como Rodouro Metálico (famoso lança-perfume), que mudou de nome quando cresceu.
Os craques da Copa de 70 não serão esquecidos se depender dos pais que juntaram as primeiras sÃlabas dos nomes de Tostão, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto, Gerson e Jairzinho para chamar o filho de Tospericagerja. Pra frente Brasil. Já pensou se o menino virar um fenômeno da bola? Apelido já. Que tal Copinha?
Voltando a outros tempos, também remotos, lembremos dos grandes craques que sempre inspiraram nomes de batismo famosos. Começando por Ademir da Guia, filho do imortal Domingos – que levou Armando Nogueira a criar um antológico tÃtulo para uma entrevista com jogador palmeirense: “Ademir da Guia, nome, sobrenome e futebol de craqueâ€. Foi o tempo dos Ademires, Leônidas, Jurandires, Baltazares, Evaristos e tantos outros ases da pelota.
O médico adverte para nomes que não deixam as enfermeiras saÃrem gritando pelos corredores dos hospitais e postos de saúde, como Caralhecida e Urinoldo Alequissandro. Outras crianças requerem uma lÃngua afiada para ser chamadas, como a trinca de petizes da famÃlia Silva: Bilidudilei, Jimibradilei e Darkson Stick Nick.
Um pai fanho batizou o filho de Darzã. Outro progenitor igualmente fanático por cinema deu à sua menina o doce nome de Romixinaide, enquanto o menino “voou mais alto†e se chama Railander.
Há nomes mais simples – ou não? – como Eneaotil. Mas tem os quebra-lÃngua consonantais como Kwysswyla (simples, pronuncia-se QuÃssila), Pier (de Pierre), Shaite, um tributo ao nosso bravo velejador Robert Scheidt, Geoáite, homenagem à escritora Ellen G. White e Maiquetaiçon. Sem comentário.
O telejornalismo também inspira os pais. Antes de nos despedirmos, desejando ao leitor uma boa noite, ou bom dia, finalizamos a lista com um guri que atende por Uilam Bone. Agora é com você, Fátima.
E chegou a vez dos hindus. Agora que Caminho das Ãndias está na reta final, preparemo-nos para ver nos berçários pequerruchos Rajis, Mayas, Surias, Bahuans, Indiras e Opashis. Cada novela de sucesso corresponde uma enxurrada de crianças com nomes de heróis e heroÃnas das tramas. Uma lista de nomes próprios por faixa etária, também dos filmes, é a melhor constatação da boa audiência da época. Não é, Brussiulis?
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A quem interessar possa. O segundo nome do titular desta página é um anagrama de Manoel, como também Elmano. Sem esquecer o querido compadre Ziraldo, filho de dona Zizinha e seu Geraldo.
Carlos Leonam e Ana Maria Badaró - Fonte: Carta Capital - Edição 561.
ÃRVORES E FLORESTAS
Quando se fala em florestas e seu efeito sobre o clima planetário, as pessoas pensam logo nas florestas tropicais. Com isso, quase sempre vêm à mente a Amazônia e, claro, o Brasil. Afinal, o território do Brasil abriga a maior floresta do mundo, correto? Não.
A maior área florestada da Terra está milhares de quilômetros ao norte.
Cobre quase toda a faixa de altas latitudes boreais, entre os paralelos 53 e 67 Norte. Vale dizer, a maior parte do Canadá e da Rússia.
O nome correto dessa floresta em que predominam conÃferas (árvores com folhas na forma de agulhas) é taiga, embora seja também chamada de floresta boreal. Só na Rússia há 9 milhões de quilômetros quadrados de taiga, uma área maior que a do Brasil.
A floresta amazônica nacional tem menos da metade disso.
Sozinha, a taiga representa um terço da superfÃcie de floresta do mundo. Ela guarda também um terço do carbono estocado em ambientes terrestres, na forma de madeira, folhas, raÃzes, matéria vegetal e micro-organismos do solo. DestruÃda, o que não tem chance de acontecer no tempo de vida do leitor, lançaria 550 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera, com reforço devastador ao aquecimento global. A taiga não está nem de longe ameaçada como a floresta amazônica, mas isso também não quer dizer que esteja segura. O alerta sobre o risco que corre a mata boreal foi lançado na semana passada por Corey Bradshaw, Ian Warkentin e Navjot Sodhi no periódico cientÃfico "Trends in Ecology and Evolution" (simpaticamente abreviada "Tree", árvore, em inglês).
Eles estimam que só uns 44% da taiga sejam compostos de áreas realmente intactas, talhões com pelo menos 500 quilômetros quadrados que não sejam cortados por estradas, oleodutos, gasodutos, represas ou linhas de transmissão de eletricidade.
Apenas 10% da taiga se encontra protegida na forma de reservas (mais de 40% da Amazônia brasileira está nessa condição).
Há indÃcios fortes de que o fogo -uma ocorrência natural na taiga- venha consumindo áreas cada vez maiores desse bioma boreal. Só na Rússia foram 75 mil quilômetros quadrados em 2002 e 145 mil quilômetros quadrados em 2003, duas a três vezes mais que a média anual desde 1950. E 87% desses incêndios teriam sido iniciados por seres humanos, por exemplo ao longo de estradas. Para piorar a situação, a taiga se encontra justamente na região do planeta -altas latitudes do hemisfério Norte- em que a temperatura mais deve subir sob efeito do aquecimento global. Projeta-se um aumento de 5C a 10C neste século.
O Alasca, onde está a parcela americana da floresta boreal, já tem invernos em média 4,5C mais quentes que meio século atrás.
Ninguém sabe direito qual será o efeito desse aquecimento sobre a taiga. Temperaturas mais altas acelerarão a decomposição de material orgânico, liberando carbono na atmosfera.
Incêndios deverão tornar-se mais frequentes, mas a perda de floresta aumentará a área coberta de neve, que reflete a radiação solar, contrabalançando parte do aquecimento...
Bradshaw, Warkentin e Sodhi defendem que o papel crucial da taiga na armazenagem de carbono justifica a criação de extensas áreas protegidas: "Essas grandes reservas florestais são possÃveis em florestas boreais do Canadá e da Rússia, e argumentamos que esses paÃses, em particular, têm uma responsabilidade moral e global de criar tais reservas".
Parece até que os autores estão falando do Brasil.
Marcelo Leite é autor de "Darwin" (série Folha Explica, Publifolha, 2009) e "Ciência - Use com Cuidado" (Editora da Unicamp, 2008). Blog: Ciência em Dia (http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/). Fonte: Folha de S.Paulo - 30/08/09.
Floresta Taiga -
http://www.blueplanetbiomes.org/taiga.htm
http://www.runet.edu/~swoodwar/CLASSES/GEOG235/biomes/taiga/taiga.html
Trends in Ecology and Evolution - http://www.cell.com/cellpress/trends
O DOGMA LULA É IRREVOGÃVEL
Por que Aloizio Mercadante não manteve sua "irrevogabilidade"? Porque não teve coragem de enfrentar Lula.
Mas, por que não teve? A razão é a mesma que acomete muitos intelectuais "não petistas" : Lula é "inatacável".
Poucas pessoas têm coragem de contestar um ex-operário, aparentemente honesto, que muito sofreu para chegar onde está. Além disso, Lula tem a cor do que seria a pátina da "revolução", de uma "justiça social" vaga.
Por isso, pergunto-me: será que os intelectuais não veem que nossa democracia conquistada há vinte anos está sendo roÃda pelos ratos da velha polÃtica?
Não se trata (nem estou pedindo) que esculachem o presidente.
Lula tem várias qualidades, mas está usando só os seus defeitos: autoritarismo de Ibope alto, "lua de mel consigo mesmo", confusão conceitual no ensopadinho ideológico do "lulismo" (discursos populistas e práticas oportunistas), ausência de um plano concreto, além do virtual e midiático PAC, alianças com os mais sujos para "governar" e ficando incapaz de fazê-lo pelas mesmas alianças que agora o manietam.
A atitude de Lula de se colocar "acima" da polÃtica como sendo "coisa menor" é uma sopa no mel para corruptos e vagabundos. No dia seguinte à absolvição de Sarney, o PMDB não deu trégua e já quer mais emendas orçamentárias, no peito.
Alguns intelectuais ficam "angustiadinhos": "Ah...eu tinha um sonho...que se esfumou..." - choram os militantes imaginários, e nada fazem. A covardia intelectual é grande. Há o medo de ser chamado de reacionário ou careta. Todos continuam com a mania de que são "radicais" (como ser, por exemplo, corintiano doente).
Continuam ativos os três tipos exemplares de "radicais": os radicais de cervejaria, os radicais de enfermaria e os radicais de estrebaria. Os frÃvolos, os burros e os loucos. Uns bebem e falam em revolução; outros zurram e os terceiros alucinam. Padecem da doença herdada (resistente a antibióticos) de um voluntarismo com ecos stalinistas, cruzada com o germe do sindicalismo oportunista. Para eles, "administrar" é visto como ato menor, até meio reacionário, pois administrar é manter, preservar - coisa de capitalistas.
Lula é dogma. Diante dele, abole-se o sentido crÃtico. É como desconfiar da virgindade de Nossa Senhora. Fácil era esculhambar FHC.
Volto a dizer: não quero que "demonizem" Lula; pelo contrário, quero até que o ajudem nessa armadilha em que o paÃs (e ele) caiu por sua atitude.
Lula viaja nessa maionese ambivalente (que até a "The Economist" denuncia) de leninismo sindicalista com apresentador de TV, um "mix" de Waldick Soriano com Getúlio.
Com essas alianças, Lula revigorou o pior problema do paÃs: o patrimonialismo endêmico, que tinha diminuÃdo depois de FHC. Temos agora uma espécie de "patrimonialismo de Estado": boquinhas para pelegos (200 mil) e pernas abertas para o PMDB.
Estamos diante de um momento histórico gravÃssimo, com os dois tumores gêmeos de nossa doença: a direita do atraso e a esquerda do atraso. Como escreveu Bobbio, se há uma coisa que une esquerda e direita, é o ódio à democracia.
Essa crise é tão sintomática, tão exemplar para a mudança do paÃs, que não podia ser desperdiçada pelos pensadores livres. É uma tomografia que mostra as glândulas, as secreções do corpo brasileiro - um diagnóstico completo. Esse espasmo de verdade, essa brutal explosão de nossas vÃsceras, talvez seja perdida porque as manobras do atraso de direita e do atraso de esquerda trabalham unidas para que a mentira vença.
E intelectuais sérios, artistas famosos e celebridades não abrem a boca. Onde estão os velhos manifestos de que eles gostavam tanto?
Quando haverá manifestações da sociedade para confrontar a ópera bufa que rola à nossa frente? As denúncias foram todas provadas, a imprensa denuncia e é ameaçada, enquanto os canalhas se sentem protegidos pelo labirinto do Judiciário. E não se trata mais de mensalões e mensalinhos, netinhos ou netinhas nomeadas; trata-se da implosão de nossas instituições republicanas, feita pelos próprios donos do poder.
O Brasil está entregue à mentira oficializada, manipulada pelo governo e o Legislativo, num jogo de "barata-voa" com as denúncias, provas cabais, evidências solares, tudo diante dos olhos impotentes da opinião pública. E homens notáveis do paÃs estão calados. Quando se manifestam isoladamente, são apenas suspiros esparsos, folhas de outono, lamentos doloridos...
Mudar é trair, para os tais "radicais" dos três tipos. Ninguém tem coragem de admitir a invencibilidade do capitalismo global, com benesses e horrores (como a vida). Ninguém abre mão da fé em utopias ridÃculas - o presente é chato, dá trabalho; preferem um futuro imaginário.
Não admitem que um "choque de capitalismo" seria a única bomba a arrebentar a casamata paralÃtica do Estado inchado, gastador e ineficiente, e que isso seria muito mais progressista que velhas ideias finalistas, esse "platonismo" de galinheiro sobre o "todo, o futuro, o ser, a história". Eles não abrem mão dessa "elegância" filosófica ridÃcula. Só pensam no que deveria ser e não enfrentam o que inexoravelmente é. Preferem a paz de suas apostilas encardidas. Há uma grande indigência teórica sobre o Brasil contemporâneo. Ignoram a estrutura colonial e preferem continuar com teses mortas.
O mito do messianismo é muito forte, com sua origem religiosa. Não entendem que o homem de "esquerda" de hoje tem que perder fé e esperança, e que o verdadeiro progressista tem de partir do não-sabido e inventar caminhos.
Só uma força plebiscitária poderá mover essa grande pizza envenenada.
Por isso, pergunto, como os antigos: quando haverá uma manifestação séria da opinião pública? Uma ação continuada de notáveis da República para impedir esse jogo de carniça entre os Três Poderes, essa vergonha que humilha o Brasil? Vamos continuar de braços cruzados?
Arnaldo Jabor – Fonte: O Tempo – 01/09/09.
E NÓIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR É UMANO!
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