O SHOW DOS "REIS" DA LOGÃSTICA CONTINUA XLVII...
28/11/2008 -
FORMANDOS & FORMADOS
LOGÃSTICA DE LATA (CANSTRUCTION)
English: http://news.bbc.co.uk/2/hi/7743451.stm
Canstruction - http://www.canstruction.org/
Canstruction Houston 2008 - http://www.canstruction-houston.com/
Escritórios de arquitetura de Nova York apresentam projetos que utilizam latas na "Canstruction", um trocadilho em inglês entre lata ("can", em inglês)e construção.
Fonte: O Tempo - 23/11/08.
Leia mais:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/11/081121_videocanstructionebc.shtml
Veja o vÃdeo: http://news.bbc.co.uk/2/hi/7743451.stm
PALAVRA DA SEMANA: DOGMA
Palavra que veio inteirinha do grego dogma, com o sentido original de “opinião pessoalâ€, “ponto de vistaâ€. Quando a Igreja Católica se apossou do termo, ele passou a ter o significado oposto: uma afirmação que – mesmo não podendo ser racionalmente comprovada – deveria ser aceita como verdade irrefutável.
Max Gehringer - Fonte: Época - Número 549.
ARQUITETURA
O site do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura (IBDA) http://www.forumdaconstrucao.com.br/ traz informações atualidadas sobre construção e arquitetura.
Fonte: O Tempo - 23/11/08.
DIÃLOGOS DA TERRA
Um pensamento que ganha corpo entre os ambientalistas, parte deles presente no evento Diálogos da Terra em BH: por mais perdas que imponham às sociedades, a nova crise global chega como uma bênção para o planeta. A desaceleração da economia mundial deve diminuir o ritmo de destruição ambiental, dando uma nova sobrevida aos bichos e à natureza e um tempo para a humanidade refletir sobre o seu futuro.
Raquel Faria - Fonte: O tempo - 27/11/08.
Diálogos da Terra - http://www.dialogosdaterra.org.br/
SOS TERRA
Mesmo que se queira, não dá mais para ignorar a verdade "inconveniente", como a chamou Al Gore: o desastre ambiental está escancarado. Em setembro, enquanto os EUA discutiam o plano de US$ 700 bilhões para salvar seus bancos, a ONG Global Foot Print Network anunciava que a humanidade ultrapassou o consumo de todos os recursos que o planeta pode produzir ao longo de 365 dias. A partir daÃ, ocorre um consumo além do que a biosfera terrestre pode repor, provocando aumento da desertificação e uma crise muito mais grave que a financeira: a crise da água, ou simplesmente, a crise da vida.
Raquel Faria - Fonte: O tempo - 27/11/08.
Global Foot Print Network - http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/
EMPRESAS BRASILEIRA NÃO TÊM POLÃTICA DE SUCESSÃO DE EXECUTIVOS
PolÃticas de sucessão de executivos, para a substituição de profissionais, ainda são exceção entre companhias brasileiras. A conclusão é de estudo da DBM, consultoria de gestão do capital humano, em parceria com a Acta Educação RH e Carreira, que abordou 308 companhias com operações no paÃs. Cerca de 52% das empresas pesquisadas, brasileiras e multinacionais, não possuem métodos ou polÃticas de sucessão em funcionamento. Quando a abordagem é feita só entre empresas de capital nacional, apenas 26% mantêm programas formais dedicados à sucessão. A ausência de planos formais de sucessão é maior entre as empresas de menor porte. Segundo executivos pesquisados que possuem sucessores, os novos profissionais podem assumir sua função imediatamente para 14% dos casos e, em até seis meses, para 27% deles. Entre os que têm sucessores à vista, 33% têm entre 42 e 48 anos, 21% têm entre 35 e 41 anos. Só 3% têm de 21 a 27 anos.
Mercado Aberto - Guilherme Barros - Fonte: Folha de S.Paulo - 23/11/08.
DBM - http://www.dbmconsultoria.com.br/
Acta Educação RH e Carreira - http://www.acta.com.br/website/index.php
FÃBRICA DE MAUS PROFESSORES
Hoje há poucos estudiosos empenhados em produzir pesquisa de bom nÃvel sobre a universidade brasileira. Entre eles, a antropóloga Eunice Durham, 75 anos, vinte dos quais dedicados ao tema, tem o mérito de tratar do assunto com rara objetividade. Seu trabalho representa um avanço, também, porque mostra, com clareza, como as universidades têm relação direta com a má qualidade do ensino oferecido nas escolas do paÃs. Ela diz: "Os cursos de pedagogia são incapazes de formar bons professores". Ex-secretária de polÃtica educacional do Ministério da Educação (MEC) no governo Fernando Henrique, Eunice é do Núcleo de Pesquisa de PolÃticas Públicas, da Universidade de São Paulo – onde ingressou como professora há cinqüenta anos.
Sua pesquisa mostra que as faculdades de pedagogia estão na raiz do mau ensino nas escolas brasileiras. Como?
As faculdades de pedagogia formam professores incapazes de fazer o básico, entrar na sala de aula e ensinar a matéria. Mais grave ainda, muitos desses profissionais revelam limitações elementares: não conseguem escrever sem cometer erros de ortografia simples nem expor conceitos cientÃficos de média complexidade. Chegam aos cursos de pedagogia com deficiências pedestres e saem de lá sem ter se livrado delas. Minha pesquisa aponta as causas. A primeira, sem dúvida, é a mentalidade da universidade, que supervaloriza a teoria e menospreza a prática. Segundo essa corrente acadêmica em vigor, o trabalho concreto em sala de aula é inferior a reflexões supostamente mais nobres.
Essa filosofia é assumida abertamente pelas faculdades de pedagogia?
O objetivo declarado dos cursos é ensinar os candidatos a professor a aplicar conhecimentos filosóficos, antropológicos, históricos e econômicos à educação. Pretensão alheia às necessidades reais das escolas – e absurda diante de estudantes universitários tão pouco escolarizados.
O que, exatamente, se ensina aos futuros professores?
Fiz uma análise detalhada das diretrizes oficiais para os cursos de pedagogia. Ali é possÃvel constatar, com números, o que já se observa na prática. Entre catorze artigos, catorze parágrafos e 38 incisos, apenas dois itens se referem ao trabalho do professor em sala de aula. Esse parece um assunto secundário, menos relevante do que a ideologia atrasada que domina as faculdades de pedagogia.
Como essa ideologia se manifesta?
Por exemplo, na bibliografia adotada nesses cursos, circunscrita a autores da esquerda pedagógica. Eles confundem pensamento crÃtico com falar mal do governo ou do capitalismo. Não passam de manuais com uma visão simplificada, e por vezes preconceituosa, do mundo. O mesmo tom aparece nos programas dos cursos, que eu ajudo a analisar no Conselho Nacional de Educação. Perdi as contas de quantas vezes estive diante da palavra dialética, que, não há dúvida, a maioria das pessoas inclui sem saber do que se trata. Em vez de aprenderem a dar aula, os aspirantes a professor são expostos a uma coleção de jargões. Tudo precisa ser democrático, participativo, dialógico e, naturalmente, decidido em assembléia.
Quais os efeitos disso na escola?
Quando chegam às escolas para ensinar, muitos dos novatos apenas repetem esses bordões. Eles não sabem nem como começar a executar suas tarefas mais básicas. A situação se agrava com o fato de os professores, de modo geral, não admitirem o óbvio: o ensino no Brasil é ainda tão ruim, em parte, porque eles próprios não estão preparados para desempenhar a função.
Por que os professores são tão pouco autocrÃticos?
Eles são corporativistas ao extremo. Podem até estar cientes do baixo nÃvel do ensino no paÃs, mas costumam atribuir o fiasco a fatores externos, como o fato de o governo não lhes prover a formação necessária e de eles ganharem pouco. É um cenário preocupante. Os professores se eximem da culpa pelo mau ensino – e, conseqüentemente, da responsabilidade. Nos sindicatos, todo esse corporativismo se exacerba.
Como os sindicatos prejudicam a sala de aula?
Está suficientemente claro que a ação fundamental desses movimentos é garantir direitos corporativos, e não o bom ensino. Entenda-se por isso: lutar por greves, aumentos de salário e faltas ao trabalho sem nenhuma espécie de punição. O absenteÃsmo dos professores é, afinal, uma das pragas da escola pública brasileira. O Ãndice de ausências é escandaloso. Um professor falta, em média, um mês de trabalho por ano e, o pior, não perde um centavo por isso. Cenário de atraso num paÃs em que é urgente fazer a educação avançar. Combater o corporativismo dos professores e aprimorar os cursos de pedagogia, portanto, são duas medidas essenciais à melhora dos indicadores de ensino.
A senhora estende suas crÃticas ao restante da universidade pública?
Há dois fenômenos distintos nas instituições públicas. O primeiro é o dos cursos de pós-graduação nas áreas de ciências exatas, que, embora ainda atrás daqueles oferecidos em paÃses desenvolvidos, estão sendo capazes de fazer o que é esperado deles: absorver novos conhecimentos, conseguir aplicá-los e contribuir para sua evolução. Nessas áreas, começa a surgir uma relação mais estreita entre as universidades e o mercado de trabalho. Algo que, segundo já foi suficientemente mensurado, é necessário ao avanço de qualquer paÃs. A outra realidade da universidade pública a que me refiro é a das ciências humanas. Ãrea que hoje, no Brasil, está prejudicada pela ideologia e pelo excesso de crÃticas vazias. Nada disso contribui para elevar o nÃvel da pesquisa acadêmica.
Um estudo da OCDE (organização que reúne os paÃses mais industrializados) mostra que o custo de um universitário no Brasil está entre os mais altos do mundo – e o paÃs responde por apenas 2% das citações nas melhores revistas cientÃficas. Como a senhora explica essa ineficiência?
Sem dúvida, poderÃamos fazer o mesmo, ou mais, sem consumir tanto dinheiro do governo. O problema é que as universidades públicas brasileiras são pessimamente administradas. Sua versão de democracia, profundamente assembleÃsta, só ajuda a aumentar a burocracia e os gastos públicos. Essa é uma situação que piorou, sobretudo, no perÃodo de abertura polÃtica, na década de 80, quando, na universidade, democratização se tornou sinônimo de formação de conselhos e multiplicação de instâncias. Na prática, tantas são as alçadas e as exigências burocráticas que, parece inverossÃmil, um pesquisador com uma boa quantia de dinheiro na mão passa mais tempo envolvido com prestação de contas do que com sua investigação cientÃfica. Para agravar a situação, os maus profissionais não podem ser demitidos. Defino a universidade pública como a antÃtese de uma empresa bem montada.
Muita gente defende a expansão das universidades públicas. E a senhora?
Sou contra. Nos paÃses onde o ensino superior funciona, apenas um grupo reduzido de instituições concentra a maior parte da pesquisa acadêmica, e as demais miram, basicamente, os cursos de graduação. O Brasil, ao contrário, sempre volta à idéia de expandir esse modelo de universidade. É um erro. Estou convicta de que já temos faculdades públicas em número suficiente para atender aqueles alunos que podem de fato vir a se tornar Ph.Ds. ou profissionais altamente qualificados. Estes são, naturalmente, uma minoria. Isso não tem nada a ver com o fato de o Brasil ser uma nação em desenvolvimento. É exatamente assim nos outros paÃses.
As faculdades particulares são uma boa opção para os outros estudantes?
Freqüentemente, não. Aqui vale a pena chamar a atenção para um ponto: os cursos técnicos de ensino superior, ainda desconhecidos da maioria dos brasileiros, formam gente mais capacitada para o mercado de trabalho do que uma faculdade particular de ensino ruim. Esses cursos são mais curtos e menos pretensiosos, mas conseguem algo que muita universidade não faz: preparar para o mercado de trabalho. É estranho como, no meio acadêmico, uma formação voltada para as necessidades das empresas ainda soa como pecado. As universidades dizem, sem nenhum constrangimento, preferir "formar cidadãos". Cabe perguntar: o que o cidadão vai fazer da vida se ele não puder se inserir no mercado de trabalho?
Nos Estados Unidos, cerca de 60% dos alunos freqüentam essas escolas técnicas. No Brasil, são apenas 9%. Por quê?
Sempre houve preconceito no Brasil em relação a qualquer coisa que lembrasse o trabalho manual, caso desses cursos. Vejo, no entanto, uma melhora no conceito que se tem das escolas técnicas, o que se manifesta no aumento da procura. O fato concreto é que elas têm conseguido se adaptar à s demandas reais da economia. Daà 95% das pessoas, em média, saÃrem formadas com emprego garantido. O mercado, afinal, não precisa apenas de pessoas pós-graduadas em letras que sejam peritas em crÃtica literária ou de estatÃsticos aptos a desenvolver grandes sistemas. É simples, mas só o Brasil, vÃtima de certa arrogância, parece ainda não ter entendido a lição.
Faculdades particulares de baixa qualidade são, então, pura perda de tempo?
Essas faculdades têm o foco nos estudantes menos escolarizados – daà serem tão ineficientes. O objetivo número 1 é manter o aluno pagante. Que ninguém espere entrar numa faculdade de mau ensino e concorrer a um bom emprego, porque o mercado brasileiro já sabe discernir as coisas. É notório que tais instituições formam os piores estudantes para se prestar à s ocupações mais medÃocres. Mas cabe observar que, mesmo mal formados, esses jovens levam vantagem sobre os outros que jamais pisaram numa universidade, ainda que tenham aprendido muito pouco em sala de aula. A lógica é tÃpica de paÃses em desenvolvimento, como o Brasil.
Por que num paÃs em desenvolvimento o diploma universitário, mesmo sendo de um curso ruim, tem tanto valor?
No Brasil, ao contrário do que ocorre em nações mais ricas, o diploma de ensino superior possui um valor independente da qualidade. Quem tem vale mais no mercado. É a realidade de um paÃs onde a maioria dos jovens está ainda fora da universidade e o diploma ganha peso pela raridade. Numa seleção de emprego, entre dois candidatos parecidos, uma empresa vai dar preferência, naturalmente, ao que conseguiu chegar ao ensino superior. Mas é preciso que se repita: eles servirão a uma classe de empregos bem medÃocres – jamais estarão na disputa pelas melhores vagas ofertadas no mercado de trabalho.
A tendência é que o mercado se encarregue de eliminar as faculdades ruins?
A experiência mostra que, conforme a população se torna mais escolarizada e o mercado de trabalho mais exigente, as faculdades ruins passam a ser menos procuradas e uma parte delas acaba desaparecendo do mapa. Isso já foi comprovado num levantamento feito com base no antigo Provão. Ao jogar luz nas instituições que haviam acumulado notas vermelhas, o exame contribuiu decisivamente para o seu fracasso. O fato de o MEC intervir num curso que, testado mais de uma vez, não apresente sinais de melhora também é uma medida sensata. O mau ensino, afinal, é um grande desserviço.
A senhora fecharia as faculdades de pedagogia se pudesse?
Acho que elas precisam ser inteiramente reformuladas. Repensadas do zero mesmo. Não é preciso ir tão longe para entender por quê. Basta consultar os rankings internacionais de ensino. Neles, o Brasil chama atenção por uma razão para lá de negativa. Está sempre entre os piores paÃses do mundo em educação.
Entrevista: Eunice Durham - Fonte: Veja - Edição 2088.
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http://www.faculdademental.com.br/fale.php