CRIATIVIDADE NO MARKETING
22/10/2011 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES (CHIPOTLE)
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Video:
http://www.chipotle.com/en-US/fwi/videos/videos.aspx?v=1
The site:
http://www.chipotle.com/en-US/Default.aspx?type=default
Um fast food saudĂĄvel...
A rede de restaurantes americana Chipotle fez uma animação que estĂĄ fazendo sucesso no YouTube. O vĂdeo pede a volta de uma Ă©poca em que animais viviam soltos no campo e nĂŁo havia tanto agrotĂłxicos nas hortas. Certo, mas campanha sustentĂĄvel de uma grande empresa existe aos montes. PorĂ©m, segundo o site da revista Fast Company, a Chipotle começou a fazer sua parte: Ă© a rede que mais usa carne sustentĂĄvel no paĂs, ou seja, animais criados ao ar livre, sem hormĂŽnios e com alimentação vegetariana. E, em 2011, ela se comprometeu a usar 4,6 mil toneladas de comida de produção local em seus restaurantes. A trilha Ă© um cover de Willie Nelson para a mĂșsica The Scientist, do Coldplay.
Felipe Van Deursen - Super Radar - Fonte: Super Interessante - Edição 296.
VĂdeo:
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O site:
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Mais detalhes:
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PROFESSOR TOM COELHO
www.tomcoelho.com.br www.setevidas.com.br. (Confira o logo do FM - http://www.tomcoelho.com.br/sites.asp?PN=3&intervalo=10&t=)
TransparĂȘncia e Hipocrisia
*por Tom Coelho
âNada nos torna mais tolerantes com o barulho da festa do vizinho do que estar lĂĄ.â
(Franklin P. Adams)
Os anos oitenta marcaram o surgimento de um interessante personagem chamado de yuppie. Trata-se de uma expressĂŁo reduzida para âyoung urban professionalâ, ou seja, âjovem profissional urbanoâ, representando uma classe de profissionais entre 20 e 35 anos, emergentes e em ascensĂŁo no mercado de trabalho, caracterizados por serem gananciosos, buscando o sucesso a qualquer preço, alĂ©m de muito consumistas e pouco simpĂĄticos. Excelentes exemplos sĂŁo Bud Fox, protagonista do filme âWall Street â Poder e Cobiçaâ, vivido por Charlie Sheen, e seu tutor, o magnata Gordon Gekko (Michael Douglas, em uma de suas melhores atuaçÔes).
O crash da Bolsa de Nova Iorque em 1987 jogou esta turma na berlinda e os anos noventa trouxeram-nos o culto Ă Ă©tica, Ă responsabilidade social e ao politicamente correto.
Mas vivemos num mundo de aparĂȘncias e de manipulação. Enron, Parmalat e Banco Santos nĂŁo sĂŁo exceçÔes Ă regra. Ă lamentĂĄvel, mas o fato Ă© que empresas idĂŽneas, em especial as de pequeno porte, apenas podem se credenciar ao crĂ©dito bancĂĄrio âajustandoâ seus dados econĂŽmicos, informando faturamento maior do que o real e apresentando demonstraçÔes de resultado mais saudĂĄveis do que sĂŁo. Pouco importa se o seu plano de negĂłcios Ă© excepcionalmente bem estruturado, se a atividade Ă© economicamente viĂĄvel, se vocĂȘ tem expertise e know-how para entrar no jogo corporativo. Papel aceita tudo e Ă© isso o que gerentes e analistas de crĂ©dito desejam ver.
Participei de uma palestra ministrada pelo diretor de um grande banco. E uma de suas tĂŽnicas era a transparĂȘncia nas informaçÔes prestadas pelo cliente. Balela. A instituição financeira faz pose de parceira, mas na prĂĄtica coloca sua mĂĄscara. Recusa uma operação de crĂ©dito formada por um tĂtulo legĂtimo porque o valor Ă© elevado (eles chamam isso de âgrande concentraçãoâ), mas acatam uma duplicata sem lastro sacada pelo empresĂĄrio contra a empresa de um amigo.
Vejo universitĂĄrios que participam de Centros AcadĂȘmicos e outras atividades defendendo mudanças na estrutura curricular, no corpo docente, no sistema de avaliação, mas que enquanto estudantes negligenciam suas tarefas mais elementares e apresentam desempenho medĂocre.
JĂĄ presenciei em eventos sociais colegas que se reencontram e trocam abraços efusivos, conversando animadamente por horas e que, apĂłs se despedirem, disparam crĂticas de toda ordem.
Relacionamentos conjugais capitulam e clientes outrora fiĂ©is passam para a concorrĂȘncia porque as relaçÔes tornam-se incongruentes. Discurso e prĂĄtica nĂŁo se alinham. A propalada transparĂȘncia nĂŁo tem autenticidade. As pessoas deixam de dizer a verdade, esquecendo-se de que nĂŁo hĂĄ meias-mentiras. E a hipocrisia viceja.
Como disse Gordon Gekko, âEstou nesse negĂłcio desde 1969 e sei que esses caras que vĂȘm de Harvard nĂŁo sĂŁo ninguĂ©m. Quero gente esperta, ambiciosa e sem sentimentos. VocĂȘ ganha, vocĂȘ perde e continua lutando. E, se precisar de um amigo, compre um cachorroâ.
Nossa crise Ă© de valores. Os yuppies eram pouco agradĂĄveis. Mas eram mais espontĂąneos.
06/06/2006 - Tom Coelho Ă© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 paĂses. Ă autor de âSete Vidas â LiçÔes para construir seu equilĂbrio pessoal e profissionalâ, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros.
Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br.
ADM. MARIZETE FURBINO
http://www.marizetefurbino.com/
PUXARAM meu tapete!
Por Adm. Marizete Furbino
"Nossos melhores sucessos vĂȘm depois de nossas maiores decepçÔes." (Henry Ward Beecher )
Podemos atĂ© achar estranho, mas Ă© muito comum esse fato acontecer dentro de um ambiente organizacional, principalmente quando um dos pilares da organização começa a brilhar frente aos demais e os holofotes se voltam para ele: a imaturidade, a maldade, a perversidade e a inveja dos demais ou de alguns os contagia, levando-os a ansiar por ofuscar o brilho de quem estĂĄ se destacando no momento. Logo, as âcamas de gatoâ, armaçÔes e perseguiçÔes se iniciam em prol da puxada do tapete.
Releva notar que, em pleno século XXI, os profissionais deveriam ter em mente que, dentro de uma organização, o que se tem a fazer é somar forças para vencer a guerra do mercado. Logo, todos deveriam trabalhar de forma integrada, interativa e inter-relacionada.
AlĂ©m disso, todos deveriam se comprometer a se envolver com o trabalho, atuando de maneira dinĂąmica, de forma a brilhar. Querer ofuscar o brilho do outro significa pura incompetĂȘncia tĂ©cnica e desentendimento sobre o que Ă© gerenciar.
Nesse sentido, torna-se necessĂĄrio perceber que, quando um pilar da organização brilha, toda a empresa reluz. Devemos entender que a organização Ă© Ășnica. Assim, temos que nos preocupar com a empresa como um todo, e nĂŁo somente com nosso departamento. O verdadeiro lĂder do sĂ©culo XXI prima pela sinergia.
Isto posto, torna-se lamentĂĄvel pensar que uma diretoria que se deixa levar por um grupo de pilares de sua empresa a fim de puxar o tapete de um lĂder por pura politicagem Ă© uma diretoria que nĂŁo deveria estar na posição em que se encontra na empresa, pois nĂŁo tem maturidade nem visĂŁo para perceber toda e qualquer situação. Dessa forma, em vez de conduzir tal pilar Ă ascensĂŁo, leva-o Ă demissĂŁo. Isso Ă© muito ruim, pois funciona como a poda de uma ĂĄrvore, cortando toda vontade do profissional de fazer acontecer, minando, alĂ©m da sua energia, a sua iniciativa e o seu dinamismo, o que poderĂĄ comprometer nĂŁo somente seu emprego, mas sua carreira, bem como a empresa em que exerce suas funçÔes.
Ă fato inquestionĂĄvel que todos os envolvidos na vida organizacional deveriam ter vontade de brilhar em prol da organização em que atuam. Juntos, seria muito mais fĂĄcil colocar a organização no pĂłdio. Mas para brilhar Ă© necessĂĄrio arregaçar as mangas, suar a camisa, e isso poucos querem. Para que os holofotes se voltem para vocĂȘ, Ă© necessĂĄrio âralarâ, doar-se ao mĂĄximo, Ă© imprescindĂvel atuar na empresa como um intraempreendedor. Logo, Ă© necessĂĄrio respirar trabalho. Ă necessĂĄrio se envolver e a se comprometer a ponto de se tornar um workaholic e workalover, e isso nĂŁo Ă© fĂĄcil, dĂĄ trabalho. Assim, nem todos os ditos pilares ou esteios da empresa estĂŁo dispostos a isso.
Frisa-se que devemos ter em mente uma Ășnica certeza: seu tapete serĂĄ puxado quando os holofotes da empresa estiverem voltados para vocĂȘ.
Diante deste fenĂŽmeno realmente comum, temos a dizer que infelizmente este Ă© um mal que assola toda uma organização. O que a diretoria da empresa deveria perceber Ă© que, enquanto um dos pilares entra em sua sala para falar mal do outro profissional que tambĂ©m Ă© considerado um pilar de tal empresa, este deixa de trabalhar, e a empresa perde - e muito - com isso. A diretoria deve ter em mente que toda âcama de gatoâ deverĂĄ ser desfeita, caso contrĂĄrio, quem sai perdendo Ă© a prĂłpria empresa.
Atente-se, porĂ©m, que puxar o tapete de um pilar que estĂĄ em ascensĂŁo graças ao seu grau de competĂȘncia, para colocar outro profissional em seu lugar, baseando-se no grau de amizade e da famosa politicagem, Ă© como dar um tiro no prĂłprio pĂ©. Importante lembrar que nenhuma empresa Ă© âPĂEâ - pai e mĂŁe. Desta forma, num futuro bem prĂłximo, quem irĂĄ sair serĂĄ a prĂłpria diretoria, pois sabemos que, para uma empresa permanecer no topo do mercado, Ă© de suma importĂąncia que a diretoria se encontre cercada de pessoas extremamente competentes.
Ă crucial enxergar que todo boicote ocorre sempre nas reuniĂ”es com a diretoria da empresa, mas dentre os presentes, salvando-se os puxadores de plantĂŁo, quem percebe o âpulo do gatoâ Ă© somente a vĂtima. Ă um fato triste e lamentĂĄvel ter diretores que nĂŁo se dĂŁo conta do que estĂĄ acontecendo em sua volta. As ideias, sugestĂ”es e proposiçÔes de quem se encontra na posição de vĂtima sĂŁo sempre colocadas em pauta, discutidas, analisadas e, finalmente, julgadas por todos os presentes, claro, fazendo-se cair por terra toda e qualquer ideia, mesmo que seja excepcional. Os participantes envolvem a diretoria de certa forma a fazer com que esta nĂŁo acate nenhuma ideia advinda da âestrelaâ.
Demonstra esse fato que a diretoria parece estar de olhos vendados. Ă visĂvel quando isso acontece, pois, as pessoas deixam transparecer em seus rostos a evidĂȘncia de um ar de felicidade. Ă como se o corpo falasse: vencemos! Sua ideia nĂŁo foi contemplada. Mas que imaturidade profissional! Quanta maldade! Quanta vaidade!
Vale Ă pena ressaltar que, quando ocorre a puxada de tapete, a diretoria nĂŁo enxerga o currĂculo do profissional, sua experiĂȘncia e muito menos os benefĂcios que ele oferece para a organização. Essa diretoria parece emudecer e ficar completamente cega, permitindo que seja contaminada e levada por um grupo de incompetentes que, por pura vaidade, faz uma âcama de gatoâ ou armaçÔes para eliminar alguĂ©m que, com sua alta performance, encontra-se na cabeça dos incompetentes como fonte de ameaças. Triste e lamentĂĄvel acontecimento!
Importante salientar que, em se tratando de politicagem dentro das organizaçÔes, os danos psĂquicos sĂŁo de imensa relevĂąncia, tendo em vista que um fato desse porte arruĂna nĂŁo somente o profissional, mas o ser humano, deixando marcas e cicatrizes profundas. Um plano diabĂłlico desse nĂvel Ă© de amargar!
Em meio a essa problemĂĄtica, ainda resta dizer que normalmente as demissĂ”es de um alto escalĂŁo vĂȘm apĂłs seu perĂodo de fĂ©rias, muitas vezes acompanhadas de um e-mail (o que Ă© ridĂculo), e em sua minoria em forma de um contato pessoal, e mais, quando esta demissĂŁo ocorre, a diretoria tem a âcara de pauâ de arranjar uma desculpa para justificar tal demissĂŁo, e muitas das justificativas recaem sobre a incapacidade de se relacionar, pois ao demitir irĂŁo alegar o quĂȘ? Se o profissional Ă© extremamente competente e o que fez no perĂodo de exercĂcio foi alĂ©m de reerguer o departamento, conceder Ă empresa inĂșmeros benefĂcios, nĂŁo existe uma melhor desculpa esfarrapada para justificar tal demissĂŁo.
Pensar que a competĂȘncia, a autenticidade e a transparĂȘncia nas açÔes de um profissional podem intimidar muitos incompetentes no mundo corporativo Ă© de fazer com que entramos num verdadeiro quadro paranoico.
Ă evidente que, no mundo corporativo, quem sente medo e insegurança sĂŁo os incompetentes, que para brilhar devem âpaparicarâ a diretoria da organização e conquistar seus mĂ©ritos por meio de âpuxa-saquismoâ. Mais triste ainda, Ă© saber que existem diretores que se deixam influenciar pelas ervas daninhas existentes no mundo corporativo.
De tudo o que foi visto, é de se concluir que dói em demasia saber que para sobreviver no mercado corporativo do século XXI, o profissional de alta performance mata um leão a cada segundo, pois além de ter o compromisso de se preocupar com os resultados que deve dar à empresa, ainda luta contra a crueldade de muitos.
02/04/2011 - Marizete Furbino, com formação em Pedagogia e Administração pela UNILESTE-MG, especialização em Empreendedorismo, Marketing e Finanças pelo UNILESTE-MG. à Administradora, Consultora de Empresa, Coach, Professora, Articulista, Colunista , Escritora e Palestrante.
Contatos através do e-mail: marizetefurbino@yahoo.com.br
Reprodução autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado a autora e o site www.marizetefurbino.com e comunicada sua utilização através do e-mail marizetefurbino@yahoo.com.br
PROFESSOR X
O PAĂS PRECISA DE UM MINISTĂRIO DA EDUCAĂĂO DE BASE
Senhora presidenta, durante os meses em que fui ministro do presidente Lula recebi mais de 350 parlamentares em audiĂȘncias. Apenas um fez pedido relacionado Ă educação fundamental. Na verdade, o MEC Ă© um MinistĂ©rio do Ensino Superior e o ministro Ă© forçado a limitar sua ação e a comemorar seus feitos nesta ĂĄrea. A execução das açÔes educacionais para os 50 milhĂ”es de alunos recai sobre os prefeitos e governadores.
Os governos FHC e Lula tĂȘm o que comemorar sobre o ensino superior. O primeiro, o aumento no nĂșmero de alunos no sistema privado; o segundo, o apoio Ă s universidades estatais federais, o financiamento das mensalidades dos alunos nas particulares, novas universidades estatais e escolas tĂ©cnicas e criação do Fundef/Fundeb para forçar Estados e municĂpios a investir na educação.
O programa Bolsa Escola universalizou a matrĂcula, mas nĂŁo a frequĂȘncia, nem a assistĂȘncia, ainda menos no aprendizado. Lula sancionou a Lei do Senado para o piso salarial do professor, que nĂŁo Ă© cumprido em nove Estados. A 7ÂȘ economia do mundo continua em 88Âș lugar em educação.
O Brasil precisa de um ministĂ©rio que se dedique Ă educação de base, como fez com a Cultura e o Esporte que eram do MEC, e tantos outros ministĂ©rios. Em diversos paĂses, alĂ©m do MinistĂ©rio da Educação de Base, hĂĄ outro dedicado apenas ao ensino superior. No caso do Brasil, o certo Ă© concentrar o MEC na educação de base e migrar a Secretaria de Ensino Superior do MEC (Sesu) para o atual MCTI, que passaria a ser o MinistĂ©rio da CiĂȘncia, Tecnologia, Ensino Superior e Inovação.
As crianças brasileiras merecem um ministĂ©rio prĂłprio para sua educação. AlĂ©m da razĂŁo polĂtico-administrativa hĂĄ tambĂ©m justificativa do ponto de vista da lĂłgica pedagĂłgica. Colocando as universidades no MCTI serĂĄ possĂvel levar adiante o esforço para criar o Serviço Nacional do Conhecimento.
Para compatibilizar o papel das universidades na formação de professores serĂĄ importante criar Conselhos Interministeriais no MCTESI (MinistĂ©rio da CiĂȘncia, Tecnologia, Ensino Superior e Inovação), com o MEC da Educação de Base e os ministĂ©rios da SaĂșde, Trabalho e outros.
Senhora presidenta, nenhum presidente sozinho muda radicalmente a educação de um paĂs, mas pode e deve dar passos decisivos nessa direção. A senhora pode concentrar o esforço e a responsabilidade da educação de base em um ministĂ©rio. Dessa forma, darĂĄ um passo importante para transformar o setor que mais emperra o avanço civilizatĂłrio do Brasil, tanto na transformação do nosso paĂs em uma economia baseada no conhecimento, quanto na busca da igualdade social por meio da igualdade no acesso Ă educação.
Esse Ă© o objetivo do Projeto de Lei do Senado nÂș 518/2009. Fazendo isso, vossa excelĂȘncia estarĂĄ dando o mais importante passo para a revolução educacional que o Brasil precisa.
Cristovam Buarque - Fonte: O Tempo - 14/10/11.
O Senador: http://www.cristovam.org.br/portal2/
PROFESSORA PASQUALINA
RECREIO EDUCATIVO
Uma manchete me chamou a atenção: "Aluna é castigada por correr na hora do recreio". O resumo da história é o seguinte: uma garota de dez anos, que cursa uma escola municipal em Colatina (ES), desceu correndo as escadas no recreio. Foi devidamente castigada: teve de escrever 500 (quinhentas!) vezes a frase "Não devo correr".
Claro, ela teve de cumprir a pena no horårio em que cometeu a transgressão: no intervalo. Não fosse assim, não teria sentido a punição tampouco o efeito educativo, não é? Quanto tempo levou para dar conta do castigo? Seis dias. Seis dias sem recreio.
VocĂȘ jĂĄ teve a oportunidade de ver "in loco" a hora do recreio em alguma escola de ensino fundamental 1, caro leitor? Ă uma experiĂȘncia e tanto. Dezenas de crianças correndo sem olhar para o caminho e esbarrando com quem ou o que estiver Ă frente e, ao mesmo tempo, berrando tresloucadamente.
Quando me perguntam o que Ă© um recreio bom, digo que se um velho ou um bebĂȘ for colocado no meio do espaço e sobreviver sem escoriaçÔes Ă© porque as crianças fazem um bom intervalo.
Mas esse comportamento das crianças poderia fazer parte de alguma brincadeira que exigisse isso, nĂŁo Ă©? Em geral, nĂŁo Ă©. Agem assim, talvez, porque nĂŁo sabem o que fazer com esse perĂodo livre. Porque nĂŁo sabem brincar, compartilhar um espaço. Agem assim, principalmente, porque ninguĂ©m as ensina que pode ser diferente.
Ao descer uma escada correndo, a criança se coloca em situação arriscada e também os outros. Mas não é escrevendo 500 vezes "Não devo correr" que ela aprenderå que hå locais mais adequados para correr e outros menos.
As escolas parecem nĂŁo saber ensinar o que exaustivamente repetem sobre seu projeto pedagĂłgico. "Educar para a cidadania" Ă© uma frase que sai fĂĄcil e as escolas a repetem mais do que 500 vezes. Mas na hora de praticar....
Criança tem energia e precisa gastå-la. Pode ser correndo, sim, mas pode ser de outras maneiras. Hoje, consideramos que criança precisa correr, gritar, pular. Não precisa. Aliås, fica mais agitada quando assim se comporta.
Parece que perdemos a mĂŁo na hora de ensinar. Falar nĂŁo Ă© ensinar, exigir nĂŁo Ă© ensinar, cobrar o que foi falado tampouco. Talvez uma mistura disso tudo com outros ingredientes possa formar um ensinamento.
Mesmo assim, precisamos ser mais claros e precisos na hora de falar. Crianças costumam ser precisas.
Uma professora me contou que parou um aluno para dizer que lĂĄ ele nĂŁo deveria correr. "EntĂŁo por que aqui se chama corredor?" perguntou o menino. E com muita razĂŁo, do ponto de vista dele, vamos convir.
Ă possĂvel ter uma escola com um recreio bom, sim. Muitas tĂȘm. Essas sabem o que Ă© preciso: oferecer propostas, tutelar a convivĂȘncia entre os alunos, mesmo Ă distĂąncia, e determinar locais para os que querem ficar tranquilos e para os que querem brincar com mais liberdade sĂŁo alguns exemplos. HĂĄ muitas outras possibilidades.
Mas isso exige educadores por perto, não apenas inspetores. Para tanto, as escolas precisam reconhecer que a hora do recreio é uma excelente oportunidade educativa e, como tal, exige planejamento, objetivos, estratégias e um ambiente organizado e minuciosamente preparado para o que pode acontecer.
AliĂĄs, Ă© bom lembrar que o ambiente escolar, inclusive o do recreio, deve funcionar como um elemento educativo.
Rosely SayĂŁo - Fonte: Folha de S.Paulo - 16/10/11.
"Como Educar Meu Filho?" - http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u351935.shtml
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php