CRIATIVIDADE NO MARKETING
20/09/2012 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES (CHILDREN INTO SCHOOL)
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Cortar os gastos militares em 10% permitiria colocar 9,5 milhÔes de crianças na escola.
Fonte: http://www.facebook.com/#!/worldbank - 16/09/12.
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PROFESSOR X
ANALFABETISMO HISTĂRICO
O movimento negro, bem como outros grupos que tentam reduzir os nĂveis de intolerĂąncia na sociedade, tem toda a minha simpatia. Isso dito, Ă© ridĂculo o que estĂŁo tentando fazer com Monteiro Lobato. Se a iniciativa legal, que jĂĄ chegou ao Supremo, prosperar, o autor poderĂĄ ter parte de sua obra banida das bibliotecas escolares.
NĂŁo hĂĄ a menor dĂșvida de que Lobato se utiliza de expressĂ”es que hoje soam rematadamente racistas, como o termo "macaca de carvĂŁo", para referir-se Ă Tia NastĂĄcia. A questĂŁo Ă© que estamos falando de escritos dos anos 30, Ă©poca em que quase todo mundo era racista. E, se hĂĄ um pecado mortal na crĂtica literĂĄria e na anĂĄlise histĂłrica, Ă© o de interpretar o passado com os olhos de hoje.
"NĂŁo sou nem nunca fui favorĂĄvel a promover a igualdade social e polĂtica das raças branca e negra... hĂĄ uma diferença fĂsica entre as raças que, acredito, sempre as impedirĂĄ de viver juntas como iguais em termos sociais e polĂticos. E eu, como qualquer outro homem, sou a favor de que os brancos mantenham a posição de superioridade."
Odioso, certo? Também acho. Mas, antes de condenar o autor da frase ao inferno da intolerùncia, convém registrar que ela foi proferida por Abraham Lincoln, o presidente dos EUA que travou uma guerra civil para libertar os negros da escravidão.
E Lincoln nĂŁo Ă© um caso isolado. Encontramos pĂ©rolas racistas em ditos de Gandhi e Che Guevara. Shakespeare traz passagens escancaradamente antissemitas, EurĂpides era um misĂłgino e AristĂłteles defendia com empenho a escravidĂŁo. Vamos banir toda essa gente das bibliotecas escolares?
A verdade é que todos somos prisioneiros da mentalidade de nossa época. Hå sempre um horizonte de possibilidades morais além do qual não conseguimos enxergar. Aplicar critérios contemporùneos para julgar o passado é uma manifestação de analfabetismo histórico.
HĂ©lio Schwartsman â Fonte: Folha de S.Paulo â 19/09/12.
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