SHOW DE ENERGIA
13/02/2010 -
FUTEBOL SHOW
THE SOCCKET
English:
http://www.changemakers.com/pt-br/node/69210
http://www.greenr.ca/harness-energy-with-the-soccket-soccer-ball/
The site:
http://www.soccket.com/
Global Health Innovation Awards:
http://ti.globalhealth.harvard.edu/icb/icb.do?keyword=k58281&pageid=icb.page249073
Jogar bola por 15 minutos pode gerar energia suficiente para iluminar uma pequena lâmpada por três horas. Pelo menos se a bola utilizada for a do modelo "sOccket".
É que essa bola capta a energia do impacto que normalmente é perdida para o ambiente, quando a bola é chutada, e armazena esta energia para uso posterior. A ideia é da estudante Jessica Lin, que desenvolveu o projeto em parceria com mais três colegas da faculdade.
Fonte: O Tempinho - 13/02/10.
Leia mais:
http://acriacao.com/2010/02/06/the-soccket-soccer-ball/
http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1478538-6174,00.html
O site:
http://www.soccket.com/
Global Health Innovation Awards:
http://ti.globalhealth.harvard.edu/icb/icb.do?keyword=k58281&pageid=icb.page249073
ENERGIA QUE CONTAGIA A SELEÇÃO
O Guaraná Antarctica dá o pontapé inicial para a Copa da Ãfrica do Sul. Patrocinadora oficial da Seleção Brasileira de Futebol desde 2001, a marca dá inÃcio à s suas ações de marketing que têm como mote: â€Guaraná Antarctica. Energia que contagiaâ€.
Imagens históricas da Seleção são intercaladas com uma convocação à torcida brasileira: “O que une 190 milhões de pessoas? Paixão? Alegria? Ou amizade? Um grito tem tudo isso. Um grito tem paixão. Tem alegria. Tem amizade. O grito é uma energia. Uma energia que empurra. Que move. Uma energia que contagia. Solte esse grito que contagiaâ€.
O Guaraná Antarctica apresenta no site um espaço que vai reunir os gritos e mensagens de otimismo à Seleção Brasileira. O hotsite também mostra os gritos de guerra e curiosidades de torcidas de paÃses como Argentina, Alemanha, Suécia e Holanda.
Confira: http://www.guaranaantarctica.com.br/solte-esse-grito.aspx.
Fonte: http://promoview.com.br/.
"PARADINHA" EM PÊNALTIS PODE SER PROIBIDA
A Fifa anunciou que a International Board, órgão independente responsável pelas regras do futebol, pretende analisar novas diretrizes ao jogo. Entre elas está a proibição da polêmica "paradinha" na hora do pênalti.
A proposta será discutida na reunião da International Board, no dia 6 de março. Também serão discutidas punições mais pesadas para falta em chance clara de gol, o uso de mais assistentes durante as partidas, além do uso de tecnologia pelos árbitros.
Fonte: O Tempo - 13/02/10.
BRASIL APOSTA NO VÃCUO DE BOCA E RIVER
Os cinco clubes brasileiros classificados para a Taça Libertadores da América, cuja fase de grupos começa hoje, escolheram bem a hora de investir na busca quase obsessiva pelo tÃtulo do torneio continental.
Pela primeira vez em 13 anos, nem Boca Juniors nem River Plate estarão jogando a competição. E, quando os gigantes argentinos se ausentam, os brasileiros costumam se dar bem.
Nas duas últimas décadas, quando o futebol brasileiro passou a valorizar mais a disputa da Libertadores como o principal torneio interclubes, a dupla argentina só se ausentou de uma mesma edição da competição em duas oportunidades: 1992 e 1997. Em ambas as vezes, o tÃtulo acabou nas mãos dos brasileiros -São Paulo e Cruzeiro, respectivamente.
O hiato entre tÃtulos de times nacionais na primeira metade da década de 2000, aliás, coincide com uma sequência de participações da dupla argentina na Taça Libertadores.
De 2000, quando o Palmeiras defendia seu tÃtulo conquistado na edição anterior, até 2004, uma edição antes de o São Paulo obter o seu terceiro troféu continental, Boca e River participaram de todas as edições.
Nesse perÃodo, os dois argentinos se firmaram como algozes dos clubes brasileiros.
Em 2000 e 2003, o Boca foi campeão derrotando Palmeiras e Santos nas finais. A edição de 2003 também deu inÃcio ao trauma corintiano com o River.
A equipe argentina foi o algoz do time do Parque São Jorge naquela temporada e, depois, em 2006, nas duas últimas participações do clube alvinegro, que agora encara a Libertadores como a maior prioridade no ano que festeja seu centenário.
Se a ausência dos mais tradicionais rivais da Argentina já é motivo de celebração para Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Internacional e São Paulo, a configuração dos grupos dos brasileiros ajuda a aumentar a confiança dos times em uma boa campanha -ou, no mÃnimo, na chegada à fase de mata-matas da Libertadores.
Dos 15 times que irão enfrentar os brasileiros na primeira fase, apenas três já foram campeões do torneio. Nenhum ostenta mais do que um tÃtulo.
Há ainda o caso do Racing Montevideo, rival do Corinthians logo na estreia. O pequeno clube uruguaio participa pela primeira vez da competição, a despeito de ter sido fundado há quase um século.
Paulo Galdieri - Fonte: Folha de S.Paulo - 09/02/10.
A LIBERTADORES ESTÃ NO PAPO
A impressão geral no Brasil é a de que os cinco clubes do paÃs na Libertadores são, de longe, os grandes favoritos ao tÃtulo. O fato de Boca Juniors e River Plate não estarem neste ano na disputa pinta como fator a mais para o enorme otimismo, que já ocorreu nos últimos três anos, quando Grêmio, Fluminense e Cruzeiro perderam a final.
Parece mesmo difÃcil aprender algumas lições simples. Nesta década, é preciso lembrar, o Brasil ganhou apenas duas Libertadores. Isso muito por causa da soberba que costuma imperar por aqui e por causa do desconhecimento dos adversários. E faz tempo que não vivemos mais na "época em que os brasileiros não davam muito valor à Libertadores", o que era verdade só até a página 9.
Há flamenguistas e corintianos que parecem ter esquecido os últimos jogos de seus clubes na Libertadores. Os dois eram grandes favoritos e festejaram o resultado de ida fora de casa contra rivais enfraquecidos, diminuÃdos e engordados. Os vexames foram épicos. Eu lembro.
A última partida do Cruzeiro em 2009 também foi uma lição. O Estudiantes, professor no ano passado, está de volta, com Verón e com um time tão copeiro quanto o de 2009, que por pouco não dobrou o Barcelona, mas "não é Boca nem River".
Hoje, é muito pior pegar o Vélez Sarsfield do que o River Plate. E o já não tão temido Boca perdeu do Newell's Old Boys por 4 a 2 no sábado.
Concordo que os cinco brasileiros chegam fortes à disputa, mas nem a classificação deles para o mata-mata está garantida. A atual fase de grupos não permite vacilos, ainda mais porque não são todos os segundos colocados que se classificam.
O grupo do Cruzeiro não é mais fraco que vários grupos da Champions League. Nesta década, o Flamengo já foi lanterna de chave (em 2002), e o Inter, como campeão, naufragou na fase de grupos (2007).
É bom lembrar também que, pelas regras, se os brasileiros avançarem em peso, possivelmente se matarão até a semifinal -o São Paulo sucumbe ante conterrâneos desde 2006.
Ah, e a final será só depois da Copa, quando o planeta já será outro.
O ONCE CALDAS NO PAPO
Tem goleiro mais seguro e atacantes mais rápidos do que em 2004.
O MONTERREY NO PAPO
A equipe estreou sem vários titulares, mas, enfim, um campeão mexicano vigente joga a Libertadores.
O RACING NO PAPO
O primeiro rival do Corinthians se defende bem. E tem bola parada.
A PARADONA NO PAPO
Em disputas internacionais, como a Libertadores, a paradona no pênalti não é admitida. Mas ela ficou consagrada por moleques mexicanos talentosos e divertidos, Chaves e Kiko: http://www.youtube.com/watch?v=FWX9epQ40hA.
Rodrigo Bueno - Fonte: Folha de S.Paulo - 11/02/10.
COPA DO BRASIL - PITADAS DE VÃRZEA
A Copa do Brasil cada vez mais tem ares varzeanos na sua primeira fase.
Sem os times que estão na Libertadores e com a decadência de times tradicionais em boa parte dos Estados, a competição abriga equipes que até ontem tinham somente um jogador registrado na CBF, elenco com 43 amadores e só um profissional, clubes sem estádios para jogar e agremiações que realmente eram amadoras há menos de duas temporadas.
Uma checagem no sistema da CBF que registra os contratos dos jogadores dos clubes nacionais, o BID (Boletim Informativo Diário), mostra a precariedade de muitas das equipes que jogam a Copa do Brasil, que no seu inÃcio, em 1989, tinha metade dos 64 times atuais.
O América de Manaus e o São José de Macapá, que estreiam na competição daqui a duas semanas, tinham até ontem só um jogador registrado na CBF. E, no caso da equipe do Amapá, o único disponÃvel terá seu contrato encerrado no dia 16.
O América não ostentava um time até o final de janeiro. Mas já contratou atletas e fez até amistoso, só que não registrou esses jogadores, o que impede a participação deles na Copa do Brasil. O São José promete apresentar um elenco completo na próxima semana. Até ontem, a equipe não havia realizado treinamentos neste ano.
O Roraima, que na primeira fase pega a Portuguesa, até tem um time, mas chamá-lo de profissional é impossÃvel. O clube tem 44 jogadores registrados na CBF, mas só um com contrato de profissional. Os outros 43 são amadores, e quase todos têm apenas 18 anos.
No caso do Vilhena, de Rondônia, o que salta aos olhos é a falta de confiança no sucesso do time. A diretoria montou um elenco com 22 jogadores, mas todos têm contrato, no máximo, até junho. A Copa do Brasil vai até agosto.
Com tantos clubes modestos, a Copa do Brasil deste ano terá jogos em muitos estádios precários. No caso de seis times, suas arenas foram vetadas, e eles terão de jogar fora de seus municÃpios. E alguns deles terão de viajar bastante.
O Araguaia, de Mato Grosso, por exemplo, recebeU o Grêmio em Rondonópolis, que está a cerca de 250 km da sua sede. Isso porque o estádio de Alto Araguaia, a cidade do time, comporta só 5.000 torcedores.
Esse confronto, aliás, é outro motivo para a Copa do Brasil ter um ar varzeano. A pouco mais de 24 horas do inÃcio do jogo, a CBF alterou o horário da partida, que só acabaria de madrugada (a entidade definiu o inusitado horário, local, das 22h50 -23h50 de BrasÃlia).
Não é sem motivos que a Copa do Brasil ganha aparência de uma competição amadora.
Alguns clubes não eram profissionais há pouco tempo. O maranhense JV Lideral só disputava campeonatos amadores em Imperatriz até 2008.
O Cerâmica, da gaúcha GravataÃ, era um clube amador até 2007. A razão pela qual está na Copa do Brasil é outra história pitoresca do campeonato.
A equipe ganhou a vaga ao ser vice-campeã da Copa Lupi Martins, torneio organizado pela federação gaúcha na já distante temporada de 2008. Ainda contou com a ajuda do Pelotas, que foi o campeão e podia optar entre a Copa do Brasil e a Série D do ano passado -escolheu esta última. (PAULO COBOS).
Fonte: Folha de S.Paulo - 11/02/10.
MÃOZINHA: TIMES RECEBEM AUXÃLIO DA CBF
A Copa do Brasil é o único torneio masculino profissional em que os clubes são hoje auxiliados pela confederação. Os visitantes recebem passagens aéreas para 23 pessoas e uma cota de R$ 5.000 para hospedagem.
Fonte: Folha de S.Paulo - 11/02/10.
AS CHUTEIRAS DO REI
A propaganda e o marketing, comercial e individual, sempre existiram. Hoje, são cada dia mais frequentes e agressivos, em toda a sociedade e no futebol.
O ser humano sempre foi um grande marqueteiro, um garoto-propaganda de si mesmo. Adora ser visto e admirado.
Para isso, coloca uma máscara, para se achar melhor do que é e também para sobreviver em uma sociedade de aparências.
Em alguns, principalmente nos que têm uma cara pública e/ou famosa, a máscara é tão grande que encobre a cara original. A criatura engole o criador.
A novidade neste inÃcio de ano é Muricy trabalhar, durante as partidas, com uma camisa e um boné com o nome de uma empresa, que não tem nada a ver com nem é concorrente da empresa que patrocina o Palmeiras. O anúncio na camisa do técnico é negociado pelo clube.
Todo o dinheiro recebido do anunciante, conforme noticiado pela Folha, vai para o clube. Não entendi. O garoto-propaganda é Muricy. A não ser que o técnico esteja com sentimento de culpa por ganhar um altÃssimo salário e ver o Palmeiras fora da Libertadores. Isso também não faz sentido. Muricy pediu um salário, e o clube aceitou.
A moda dos técnicos fazerem propagandas personalizadas tem tudo para pegar. Será que Vanderlei Luxemburgo vai colocar um anúncio em seu terno Armani?
Dunga é também garoto-propaganda de uma marca de cerveja. Não é o primeiro técnico da seleção que faz isso. Dunga aparece na TV batendo no peito e dizendo que tem de ser guerreiro. O anúncio mostra torcedores com a camisa da seleção, vestidos para uma guerra, gritando e cobrando que os jogadores têm de ser guerreiros.
O futebol já está extremamente guerreiro e violento, dentro e fora de campo. Cada vez mais torcedores acham que o time ganhou porque foi guerreiro e perdeu porque não foi. Gostam mais de jogadas de raça que de outras, brilhantes. Os jogadores percebem e tentam agradar ao torcedor. Raça é o que não falta. Falta, muitas vezes, futebol e também um pouco, o mÃnimo, de gentileza e delicadeza.
Não há nada de ilegal nem é antiético um treinador da seleção ser garoto-propaganda, desde que o anúncio não esteja em conflito com seu trabalho. Mas não gosto, acho esquisito, seja anúncio de cerveja, de religião ou qualquer outro.
No final dos anos 1960, quando jogava, fui garoto-propaganda de uma lâmina de barbear. Fiquei vaidoso com a proposta, além de ganhar um bom dinheiro, para a época. Mas, quando me vi na TV, com uma cara que não era a minha, senti vergonha e uma sensação de ter cometido a maior das idiotices.
A Copa de 1970 foi a primeira ser transmitida, ao vivo, pela TV brasileira. Os marqueteiros não perderam tempo. Todos os jogadores da seleção, menos Pelé, jogaram com a chuteira de um fabricante. Pelé fez contrato com outro. AÃ, surgiu o grande problema. As chuteiras do Rei eram mais pesadas que as dos súditos. Não podia.
O roupeiro da seleção resolveu o problema. Colocou a marca que simbolizava um fabricante na outra chuteira. Os pés de Pelé ficaram mais confortáveis, e o fabricante mostrou seu produto.
Tostão - Fonte: Folha de S.Paulo - 07/02/10.
DUNGA, O COERENTE
Sim, Dunga foi coerente em sua penúltima convocação antes da Copa do Mundo e cabe ao colunista também tentar ser. Tivesse sido teimoso, o desafio do jornalista seria não cair na armadilha da crÃtica pela crÃtica.
Afinal, aqui se disse que seria compreensÃvel a ausência de Ronaldinho Gaúcho e que Dunga trabalha com quem não o decepcionou, independentemente do que você, eu ou o mundo achemos.
Portanto, agiu com coerência.
A obsessão de Dunga é com a vitória. E ele avalia que a uniformidade é o melhor caminho para chegar ao pódio. Sem ruÃdos.
A novidade está em querer parecer paciente diante das mesmas perguntas de sempre nas entrevistas coletivas, embora não resista a sorrir ironicamente com o canto da boca para seus pares de bancada a cada grande sacada que imagina ter dado.
Dunga tem sido pessoalmente pior do que o trabalho que faz à frente da seleção brasileira e ficará qualquer coisa se trouxer o desejado hexacampeonato mundial.
E seguirá adiante com um time sem pretensão de ser brilhante, mas obcecado pelos resultados, privilegiando os vÃnculos, as atitudes, o comportamento, e não o talento, muito mais com a cara de Júlio Baptista (de cujo futebol este medÃocre colunista também gosta) do que com a de Ronaldinho.
Sim, Dunga aposta mais nos guerreiros, à sua imagem e semelhança, embora, repita-se, tenha sido um belo volante.
O máximo de ousadia que Dunga parece permitir está em alguém como Kaká. Gente diferente, como Anderson, como Pato, como Ganso, como Neymar, como Diego ou Hernanes, é uma demasia para ele, que já conta com Robinho, talvez porque seja também um bom ladrão de bola.
A presença de Doni explica tão bem o grupo de Dunga como a ausência de Ronaldinho.
Mas ele acertou em cheio ao se lembrar de Gilberto, muito mais jogador hoje no Cruzeiro do que era no passado na seleção, provavelmente capaz de vir a ser uma solução na lateral esquerda.
Aliás, Zé Roberto, que está na Alemanha, é outro que poderá ser uma solução por ali, arrependido que está por ter renunciado à seleção.
Porque Kléber, por melhor que esteja no Inter, é dos tais cuja cabeça deixa Dunga desconfiado, e não sem razão, diga-se de passagem.
Trocar Miranda por Thiago Silva foi novo acerto, e a confirmação de Gilberto Silva, Josué e Kleberson está para Doni assim como Ronaldinho Gaúcho está para Hernanes, Anderson e Lucas.
E, se Dunga não nos poupou de mais uma aula de jornalismo em sua entrevista, na qual foi capaz até de falar um conosco depois de uns cinco com nós, eis que se apresentou um novo mestre, o indefectÃvel Américo Faria, que ensinou que devemos sempre indicar alguém para sair do grupo quando apontarmos alguém para entrar nele.
Então, começo eu mesmo: sem indicar ninguém para entrar, proponho que ele saia e nos contemple com o prazer de sua ausência. Até porque uma vez ele já foi embora, ninguém notou, recebeu uma polpuda indenização e reapareceu em seguida, misteriosamente.
Juca Kfouri (http://blogdojuca.blog.uol.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 11/02/10.
TUDO PELO PODER
IncrÃvel como os donos do poder no futebol mundial perdem com facilidade o senso do humanismo. Agora mesmo ainda tento assimilar a sensação do desconforto que tomou conta de mim ao ler que a Confederação Africana de Futebol puniu a seleção do Togo por não disputar a copa das nações africanas. A decisão foi depois de um atentado matar alguns integrantes da delegação daquele paÃs e ferir outros tantos.
Estarrecido com a informação, demorei vários minutos até voltar ao normal. E me pergunto: onde anda a sensibilidade desses cidadãos que perderam absurdamente a noção de lógica e o espÃrito de solidariedade? E não me venham com o discurso xenofóbico de que isso só ocorre porque os africanos assim o decidiram, como se não houvesse dedo da Fifa nessa história. Da federação e de sua filosofia e pretensão de passar por cima das leis nacionais dos paÃses que a compõem.
Vejo e sinto em cada detalhe dessa decisão algo como a mão de Mefisto a influenciar perdidamente o Fausto, do clássico de Goethe. Nas encarnações anteriores, Fausto vendia sua alma a Mefisto em troca de determinados bens universalmente desejáveis. Ou seja: dinheiro, sexo, poder, fama e glória. Tudo o que, infelizmente, podemos acompanhar nos reality shows da atualidade. Para essas conquistas ele necessita se transformar e o único meio disponÃvel para tanto é radicalizar, transformar o mundo fÃsico, social e principalmente moral.
Quando atentamos ao fato de que o poder no futebol é extremamente centralizado e praticamente intocável, dada a estrutura construÃda a partir da riqueza acumulada, veremos que interpretações como a da Confederação Africana de Futebol não passam de um duro exercÃcio deste poder em que não cabem emoções ou subjetividades. Algo, enfim, absolutamente inumano.
Além disso, esse tipo de atentado aos sentidos só ocorreu porque do outro lado estava um pequeno paÃs africano sem tradição e sem recursos, muito menos capacidade de se defender adequadamente contra o autoritarismo do organismo central. É sempre mais fácil bater no mais fraco, sabedor de que este não pode reagir segundo as leis de Newton, e que fica à deriva neste mundo em que o mercado é quem estipula as polÃticas globais.
O massacre sobre a estrutura fragilizada novamente me lembra Fausto. Especialmente quando este percebe que na área onde realiza seu sonho de grandeza e desenvolvimento há, encravada em uma colina, uma pequena ilha de paz e de amor e que é, desde muito tempo atrás, ocupada por um simpático casal a oferecer hospitalidade e ajuda aos necessitados.
Com o passar dos anos, eles se tornam a única fonte de vida e de alegria naquela terra revirada que perdera a identidade. Em seu jardim eles cultivam tÃlias que enlouquecem Fausto, já que ele sente que elas representam aquilo que mais faz falta ao seu empreendimento e que nos dias de hoje se tornou obsessão de muitos: a alma da natureza. Sempre em contraponto à volúpia humana na busca por riqueza.
Até o momento em que ele resolve se livrar do casal de velhinhos, os quais não têm como se defender, sem querer saber detalhes da expulsão. Atitude tÃpica dos nossos tempos. Ações impessoais e indiretas mediadas por organizações estruturadas para tal. Mais ou menos como se fez com a delegação do Togo, que inadvertidamente provocou uma série de dúvidas (ou certezas) sobre a capacidade de o continente africano elaborar corretamente uma Copa do Mundo que está prestes a ser iniciada na Ãfrica do Sul. E ainda expôs o quadro bélico que persiste em várias regiões africanas.
Tudo pelo poder e pelo dinheiro. As centenas de tiros, mais que atingir os togoleses, feriram profundamente o coração da Fifa, que não só escondeu a sua preocupação como se fechou aos gritos de dor e sangue dos feridos do ônibus em que viajavam os artistas do seu “circoâ€. O show tem de continuar.
Mas isso é absolutamente secundário se lembrarmos de que tudo o que fazemos deve ter em mente o ser humano. Todo poder é efêmero e acaba em si mesmo. Exercer esse poder com pitadas de sadismo como neste caso é tentar se esconder no seio da própria ignorância.
Esta decisão é tão pouco humana que beira à loucura dos déspotas, dos fascistas e nazistas da história da humanidade. É necessária uma reação de intenso efeito que os faça refletir sobre o que apenas são e o quão pequenos a morte nos faz. Esses senhores é que deveriam estar naquele ônibus metralhado impiedosamente pelos guerrilheiros. Talvez assim aprendessem alguma coisa.
Pênalti - Sócrates - Fonte: Carta Capital - Edição 582.
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http://www.faculdademental.com.br/fale.php