FEIRA DO LIVRO E ENCONTRO DE LITERATURA, NINGUĂM SEGURA "ECE" PAĂS...
17/06/2007 -
PENSE!
NINGUĂM SEGURA "ECE" PAĂS IV
Informação é tudo. Hå que se manter o povo muito bem informado, mas cuidado com os excessos. Quis explicar demais, vejam só no que deu!!!
(Colaboração: Sérgio)
PALAVRA DA SEMANA: CRUCIAL
A palavra veio do latim crux (itålico), "cruz". Mas não a cruz de Jesus no Calvårio, e sim a cruz de "cruzamento" ou "encruzilhada". Quando duas estradas se cruzavam, e um viajante não sabia qual era o melhor caminho a seguir nem havia alguém por perto para informar, ele tinha de tomar a "decisão crucial".
Max Gehringer - Fonte: Ăpoca - nĂșmero 473.
FEIRA DO LIVRO E ENCONTRO DE LITERATURA
Meus amigos,
Começa no prĂłximo dia 14 e vai atĂ© dia 24, a 8ÂȘ Feira do Livro e o Encontro de Literatura. O evento serĂĄ na Serraria Souza Pinto.
Acessem o site: http://www.salaodolivro.com.br/bh_2a_etapa.php
Aproveitando, deixo um poema de Carlos Drummond.
CONSELHOS DE UM VELHO APAIXONADO
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que vocĂȘ estĂĄ esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lĂĄbios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'ĂĄgua neste momento, perceba: existe algo mĂĄgico entre vocĂȘs.
Se o 1Âș e o Ășltimo pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Algo do cĂ©u te mandou um presente divino : O AMOR.
Se um dia tiverem que pedir perdĂŁo um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocĂȘs foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo vocĂȘ estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lĂĄgrimas e enxugĂĄ-las com ternura, que coisa maravilhosa:vocĂȘ poderĂĄ contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se vocĂȘ conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...
Se vocĂȘ achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se vocĂȘ nĂŁo consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que estĂĄ marcado para a noite...
Se vocĂȘ nĂŁo consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...
Se vocĂȘ tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...
Se vocĂȘ preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: Ă© o amor que chegou na sua ida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
Ăs vezes encontram e, por nĂŁo prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixĂĄ-lo acontecer verdadeiramente.
Ă o livre-arbĂtrio.
Por isso, preste atenção nos sinais.
NĂŁo deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para
a melhor coisa da vida: o AMOR !!!
Ame muito.....muitĂssimo...
(Colaboração: Luciana)
DUALIDADES DA VIDA
NĂŁo se deixe encurralar por pensamentos ambĂguos. O fato de o A ser verdadeiro, nĂŁo torna o B falso. Com freqĂŒĂȘncia, tanto A quanto B podem ser verdadeiros.
As coisas que vocĂȘ deve fazer podem ser tambĂ©m as coisas que vocĂȘ quer fazer. O que vocĂȘ dĂĄ pode tambĂ©m ser o que vocĂȘ recebe. O que vocĂȘ ensina pode ser tambĂ©m o que vocĂȘ aprende. Sua tarefa pode ser difĂcil e ao mesmo tempo agradĂĄvel. O que Ă© bom para o cliente pode ser bom tambĂ©m para o vendedor.
Muitas vezes, cometemos o erro de definir as coisas pelo que elas nĂŁo sĂŁo. Fazendo isso, limitamos nosso raciocĂnio e nossas oportunidades.
Na realidade, existem poucos opostos. SerĂĄ ensinar o verdadeiro oposto de aprender? Feminino Ă© o oposto de masculino? O amor Ă©
realmente o oposto do Ăłdio? Brincar Ă© o oposto de trabalhar?
Claro que nĂŁo. Muitas das coisas que consideramos opostas sĂŁo, na verdade, muito similares. Nosso desejo de classificar e colocar tudo em categorias, embora Ă s vezes Ăștil, tambĂ©m pode ser limitante.
As possibilidades surgem, nĂŁo da eliminação de outras possibilidades, mas da persistĂȘncia de cada um em alcançar os seus sonhos tanto no amor, no profissional e na vida, por isso nĂŁo feche as portas quando a vida lhe oferecer uma nova oportunidade nas opçÔes acima, pois o destino sĂł a Deus pertence e ele pode lhe provar, que vocĂȘ tem tudo para ser feliz, por mais que a prĂłpria vida jĂĄ lhe pregou peças que muito lhe magoaram.
Paulo Coelho.
(Colaboração: Tadeu)
INVASĂO NA USP: questĂ”es centrais
â Para que serve a invasĂŁo da reitoria da USP?
â Para ajudar os invasores a lidar com uma de suas grandes carĂȘncias, a que chamarĂamos de "sĂndrome de abstinĂȘncia da ação revolucionĂĄria". Defesa da autonomia universitĂĄria, decretos espĂșrios do governador, reivindicaçÔes de alojamentos melhores, tudo isso Ă© secundĂĄrio. O bĂĄsico, o decisivo, tĂŁo primordial quanto o impulso do bebĂȘ ao procurar o seio da mĂŁe, Ă© o desejo de dar combate a semelhante mal, doĂdo como punhalada, exigente como a fome.
â Invadir reitoria nĂŁo Ă© pouco para preencher tal anseio?
â Pratica-se a ação revolucionĂĄria que se pode, nĂŁo a que se quer. Sem praticĂĄ-la, o estudante brasileiro nĂŁo terĂĄ completado sua educação sentimental. Mais tarde na vida ele poderĂĄ ocupar altas posiçÔes no sistema que hoje contesta ou mesmo ceder Ă s ofertas de corrupção de que o paĂs Ă© prĂłdigo, mas, condescendente consigo mesmo, sempre lembrarĂĄ com um sorriso satisfeito os tempos de rebeldia. Como quem diz: "Sim, minha educação foi completa".
â O estudante brasileiro!?
â PerdĂŁo, a generalização nĂŁo cabe. O estudante das faculdades particulares nĂŁo Ă© bobo de fazer greve, ele que empenha no estudo seu rico dinheirinho. Isso Ă© para estudantes de universidades pĂșblicas. Mais propriamente, para os estudantes da USP. Mais propriamente ainda, para os de certas faculdades da USP, aquelas que, ao contrĂĄrio da medicina ou da engenharia, nĂŁo exigem tanto estudo assim, nem tanto compromisso com a carreira.
â Os invasores de reitoria tĂȘm nostalgia da ditadura?
â Sem dĂșvida. Eis uma conseqĂŒĂȘncia cruel â mais uma â da ditadura: temos de conviver com os nostĂĄlgicos dela. HĂĄ os nostĂĄlgicos porque acham que ela foi boa e os nostĂĄlgicos da luta contra ela. Ah, aqueles tempos em que se tinha uma causa... Em que a opressĂŁo era real, institucional, tangĂvel... Bem que a polĂcia poderia ter ajudado, com uma operação de desocupação da reitoria. NĂŁo seria ainda a ditadura, mas uma ação de força, que com sorte produziria algum sangue. AtĂ© a semana passada, no entanto, as autoridades negavam tal gostinho aos invasores.
â Eles sofreriam por ter nascido na Ă©poca errada?
â Sim. O invasor de reitorias Ă© um nostĂĄlgico de uma vida nĂŁo vivida. Os mais ardentes nĂŁo se cansarĂŁo de lamentar a falta de um PalĂĄcio de Inverno a conquistar, uma Sierra Maestra da qual descer para o triunfo. Como um Julien Sorel, de O Vermelho e o Negro, que se julgava roubado por nĂŁo lhe ser permitido repetir as proezas de NapoleĂŁo, ou uma Madame Bovary, consumida pela falta de amores tĂŁo arrebatadores quanto os que lia nos romances (que bom que existe a literatura francesa para nos explicar as sutilezas da vida), sofrem da frustração de viver nĂŁo sĂł na Ă©poca, mas no lugar errado. Eles tĂȘm sede de heroĂsmo, num tempo de cansaço e desilusĂŁo com os herĂłis.
â Que Ă© o "Movimento Estudantil" de que se fala nessas horas?
â MistĂ©rio. Sabe-se o que Ă© o Movimento Negro ou o Movimento Feminino. JĂĄ o "Movimento Estudantil", dada a condição efĂȘmera do estudante, em contraste com as condiçÔes de negro ou de mulher, que sĂŁo permanentes, Ă© difĂcil saber para onde se movimenta. Os estudantes filiados a partidecos de extrema esquerda pretendem movimentar-se em direção a regimes como o de Cuba ou o da CorĂ©ia do Norte, mas isso por força de seus partidos, nĂŁo do "Movimento Estudantil". O papel mais fĂĄcil de distinguir no "Movimento Estudantil" Ă© o de, com esse nome cheio de pompa e pretensĂŁo, ajudar na simulação da ação revolucionĂĄria.
â Os invasores da reitoria serĂŁo punidos?
â Nenhuma hipĂłtese. Se hĂĄ uma vantagem em viver no Brasil de hoje Ă© a de poder brincar de rebelde sem o risco de levar troco. Neste Brasil tolerante ao ponto da permissividade, invasor de reitoria goza de tanta impunidade quanto senador que tem negĂłcio escuso com empreiteira.
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O senador Romero JucĂĄ enviou ao colunista carta em resposta ao texto publicado nesta pĂĄgina na edição passada. A Ăntegra da carta, dada sua extensĂŁo, vai publicada em VEJA on-line (www.veja.com.br). O senador contesta, de modo convincente, a denĂșncia de que tem torneiras de ouro no banheiro de casa e a de que foi o campeĂŁo de emendas em favor de obras da empreiteira Gautama. O colunista se retrata, em relação a esses itens. As demais denĂșncias citadas, a despeito da defesa do missivista, compĂ”em um repertĂłrio que continua a rondar-lhe os passos. No mais, o senador convida o colunista a visitar Roraima, "para constatar as realizaçÔes da prefeita Teresa JucĂĄ" (sua esposa) e as dele prĂłprio, quando governador (o colunista agradece, mas no momento tem outras prioridades de viagem), e afirma-se empenhado no "trabalho incansĂĄvel de buscar soluçÔes para os problemas nacionais", ele que, em vez de pular de partido e de fidelidades como macaco de galho, como afirmava o texto, o que faz Ă© "servir ao meu paĂs" (a pĂĄtria, quem sabe, um dia agradecerĂĄ).
Roberto Pompeu de Toledo - Fonte: Veja - edição 2012.
AVISO AOS QUARENTĂES
Para aqueles que estĂŁo chegando aos 40 anos, eu tenho duas notĂcias: uma boa e uma pĂ©ssima. A boa Ă© que vocĂȘ provavelmente viverĂĄ atĂ© os 80. Sua expectativa de vida ao nascer era de 67 anos, mas, como vocĂȘ conseguiu chegar vivo aos 40, sua mĂ©dia de vida aumentou para 74 anos. Aqueles que estavam reduzindo sua mĂ©dia inicial morreram. Daqui a dez anos, muitas das doenças incurĂĄveis de hoje terĂŁo solução, aumentando ainda mais sua expectativa de vida, talvez atĂ© os 80. Sua mulher, que jĂĄ tinha expectativa de vida ao nascer de 75 anos, aos 40 terĂĄ uma expectativa de 79, daqui a dez anos irĂĄ para 85, 90 anos.
A mĂĄ notĂcia Ă© que provavelmente vocĂȘ nĂŁo pensou nisso, nĂŁo se preocupou em fazer um pĂ©-de-meia para custear essa longa aposentadoria, a sua e a de sua mulher. Nem percebeu que os vinte anos que vocĂȘ contribuiu para a PrevidĂȘncia nĂŁo foram depositados num fundo previdenciĂĄrio pĂșblico, preservando o equilĂbrio atuarial, como reza o artigo 201 de nossa Constituição. TambĂ©m, lamento dizer, ninguĂ©m vai empregĂĄ-lo atĂ© os 70 anos de idade, e serĂĄ difĂcil achar um novo emprego depois dos 50. NĂŁo conte com essa nova geração para sustentĂĄ-lo na velhice. Ela terĂĄ problemas suficientes para sobreviver, alĂ©m de ter tambĂ©m de poupar para a prĂłpria velhice.
Aos 40 anos ainda se tem chance de poupar rapidamente os recursos necessĂĄrios nos prĂłximos dez a quinze anos. Assim sendo, aquela viagem programada para a Disney, nem pensar. Nem aquele Audi A4. O valor exato que vocĂȘ precisarĂĄ ter poupado para se aposentar aos 65 anos Ă© um cĂĄlculo complicadĂssimo, depende de sua idade atual, do risco que vocĂȘ quer assumir em suas aplicaçÔes financeiras, dos juros mĂ©dios a partir de 2015, e da taxação futura dos rendimentos de seus investimentos. Mas aqui vĂŁo algumas previsĂ”es, que infelizmente ninguĂ©m divulga, mas que podemos considerar como praticamente certas.
1) Com o investment grade (grau de investimento seguro, segundo as agĂȘncias internacionais de classificação de risco), os juros reais no Brasil deverĂŁo ser como no MĂ©xico, na França e nos Estados Unidos. Algo em torno de 2,5% a 3% ao ano, a partir de 2015. Achar que vocĂȘ poderĂĄ investir em tĂtulos pĂșblicos e ganhar 6% a 7% ao ano sem risco Ă© uma doce ilusĂŁo.
2) O imposto de renda que incide sobre os que poupam, os chamados "endinheirados", provavelmente aumentarĂĄ. Hoje Ă© de 20%, mas logo serĂĄ de 25%, justamente porque o juro caiu, e o governo arrecadarĂĄ menos.
3) Esse imposto incide sobre o "juro" nominal, e nĂŁo sobre o juro real, que Ă© o verdadeiro juro. Se o juro real for igual Ă inflação, o imposto vai para 50%, o dobro dos 25% esperados no futuro. Portanto, calculando-se 50% de imposto sobre 2,5% a 3% de juros, sobrarĂĄ somente 1,2% a 1,5% ao ano de rendimento. Para cada 1.000 reais de renda mensal de aposentadoria que vocĂȘ desejar receber, precisarĂĄ acumular no mĂnimo 1 milhĂŁo de reais. Lamento muito, Ă© sĂł fazer as contas.
Uma aposentadoria de 10.000 reais por mĂȘs exigirĂĄ uma poupança acumulada aos 65 anos em torno de 10 milhĂ”es de reais. Dez mil Ă© a aposentadoria tĂpica de um professor titular de filosofia, sociologia, economia de uma universidade pĂșblica. HĂĄ alguns que ganham atĂ© mais.
Se vocĂȘ quiser ganhar o mesmo, terĂĄ de acumular 10 milhĂ”es, que aplicados a 1,2% ao ano darĂŁo 120.000 por ano, ou 10.000 por mĂȘs. Mesmo assim, sem direito ao dĂ©cimo terceiro salĂĄrio.
Ă Ăłbvio que nenhum de nĂłs vai conseguir acumular 10 milhĂ”es, muito menos se aposentar com 10.000 por mĂȘs. VocĂȘ terĂĄ de se contentar em viver com 3.000 ou menos. Provavelmente terĂĄ de aplicar seu dinheirinho em investimentos muito mais arriscados do que tĂtulos pĂșblicos. TerĂĄ de lutar pela redução do imposto de renda que incide sobre juros, pela correção monetĂĄria do investimento inicial, ou fazer tudo isso ao mesmo tempo. Uma terceira alternativa Ă© ir literalmente comendo o capital inicial ao longo do tempo. O que Ă© muito assustador para qualquer aposentado â nunca se sabe quando o dinheiro poderĂĄ acabar. Pior de tudo, vocĂȘ terĂĄ de estabelecer um ano preciso para morrer, tipo 83 anos, e torcer para que nĂŁo passe disso. Depois desse aniversĂĄrio, justamente pelos cĂĄlculos feitos, vocĂȘ nĂŁo terĂĄ mais dinheiro.
A outra opção é arrumar uma boa aposentadoria do governo, adotar um discurso anti-renda, antijuro, antiacumulação de riqueza, sem se preocupar com o futuro do cùmbio, da economia, muito menos com o futuro do Brasil.
Stephen Kanitz Ă© formado pela Harvard Business School.
Fonte: Veja - edição 2012.
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