O PRIMEIRO INTERDISCIPLINAR A GENTE NUNCA ESQUECE.
11/11/2006 -
EDITORIAL
Mentira. A maioria esquece sim. Se nĂŁo esquecesse, mesmo, o processo do segundo, do terceiro, e assim por diante, nĂŁo seria tĂŁo doloroso.
O fato Ă© que todo interdisciplinar Ă© assim. Um sufoco danado pra fazer o bendito, uma "suadeira" descabida pra apresentar o dito cujo e uma ansiedade sem tamanho pela nota.
Por mais que o processo do projeto interdisciplinar tenha evoluĂdo, melhorado, aperfeiçoado, ele ainda causa calafrios nos alunos. Parece que os alunos sentem o interdisciplinar como castigo semestral. Mas arriscamos a dar alguns indĂcios dos motivos para esse sentimento.
O âmarketingâ do interdisciplinar funciona mais ou menos como falar para o filho e para empregada (que cuida dele o dia todo) como Ă© importante comer verdura no almoço. Na frente da mĂŁe os dois concordam. Quando ficam os dois sozinhos a conversa Ă© outra.
A forma como se anuncia, se valoriza e se cobra o interdisciplinar vende mais a grandeza acadĂȘmica do projeto do que o valor intelectual que ele proporciona. Ă o conteĂșdo certo com o discurso errado.
Henry Ford pensou que o mundo nĂŁo precisava de uma outra cor de carro que nĂŁo fosse da preta.
Ă perceptĂvel que os professores tĂȘm se engajado mais firmemente na condução do projeto interdisciplinar, mas ainda nĂŁo sĂŁo muitos os que entregam a ele, o que gera insegurança aos orientados, pois as contradiçÔes na forma como os professores orientam seus grupos ainda persiste.
Pra quem leva o interdisciplinar a sĂ©rio, a colaboração que essa vivĂȘncia proporciona ao aluno Ă© indiscutĂvel. E Ă© tudo isso que o mercado de trabalho quer de um bom profissional.
O mercado informal de produção de trabalhos em geral é outro impedimento para que os alunos aproveitem melhor o projeto interdisciplinar. Essa informalidade contribui significativamente para a manutenção da ignorùncia em disciplinas significativas para quem pensa em ascender na vida profissional. à uma pena que a maioria só descobre isso quando não consegue obter resultados melhores por falta de uma dessas capacitaçÔes.
Estamos vivendo um momento de tensĂŁo mundial. A tensĂŁo polĂtica, bĂ©lica e religiosa, a fome, o desemprego, impĂ”em a todos nĂłs um stress de informaçÔes desanimadoras. Percebe-se claramente que muitos governantes mundiais carecem de diversos tipos de capacitaçÔes e qualificaçÔes para exercerem suas funçÔes de chefes da nação. Isso conduz o mundo a conflitos provocados pela ignorĂąncia de quem nĂŁo sabe e pela arrogĂąncia de quem pensa que sabe demais.
A vida profissional nĂŁo Ă© diferente disso. E, como na polĂtica, pode-se enganar alguns por muito tempo, mas nĂŁo se pode enganar a todos o tempo todo. Um dia a casa cai.
Louve-se, no entanto, que o projeto interdisciplinar tem evoluĂdo e contribuĂdo para ser um diferencial nas carreiras dos alunos. Mas ainda estĂĄ faltando afinar o discurso com alunos e professores.
Henry Ford vendeu apenas carros pretos até alguém também começar a fabricar carros e de outras cores.
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