O FANTĂSTICO MUNDO DO CONHECIMENTO...
19/11/2007 -
NOSSOS COLUNISTAS
O METRĂ DE MOSCOU
Na foto: Estação Baumanskaya.
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O metrĂŽ de Moscou merece uma visita particular. Certamente, vocĂȘ irĂĄ apreciar a sua arquitetura bem tĂpica. A construção do metrĂŽ de Moscou começou em 1930. Com uma extensĂŁo de 256 km, ele possui hoje 138 estaçÔes... as mais bonitas sendo no centro da capital... colunas e esculturas que lembram os grandes eventos da histĂłria da RĂșssia antiga e moderna... na estação Praça da Revolução, as estĂĄtuas de bronze representam os guardas vermelhos de Outubro 1917... A construção bem profunda do metrĂŽ de Moscou, o transformou num abrigo seguro durante os bombardeios aĂ©reos na segunda guerra mundial. A profundidade impressionante na qual se encontram as suas galerias explica a ausĂȘncia quase total de escadas e o grande nĂșmero de escadas rolantes. O metrĂŽ de Moscou possui 9 linhas indicadas por cores diferentes. Ă entĂŁo muito fĂĄcil o turista orientar-se. Funciona de 5:30 h Ă 1:30 da madrugada. Os intervalos entre cada trem sĂŁo geralmente de 1 minuto nos horĂĄrios de pico. O visitante esrangeiro tem a impressĂŁo de passear nas amplas salas de um PalĂĄcio... flores no metrĂŽ... Nas paredes, colĂrio para os olhos! na estação KomsomolskaĂŻa pode se ver Koutouzov, o vencedor de NapoleĂŁo... O visitante estrangeiro tem a impressĂŁo de estar nas amplas salas de um Museu... fica-se admirado pela riqueza dos mĂĄrmores e dos lustres... pela fabulosa decoração, pelos medalhĂ”es e pelos mosaicos... na estação KievskaĂŻa, « Pierre le Grand » na batalha de Poltava... na estação TeatralnaĂŻa, figurinhas de dançarinos de todas as repĂșblicas nacionais alternando com coroas de flores... vitraux... Ăcones... luzes e corredores! tetos bordados... limpeza a toda prova... decoração, mĂĄmore, riqueza... Ă© passeio para mais de um dia... e, seguro, nĂŁo se irĂĄ conhecer nem a metade! passeio para os prĂłprios moscovitas... NĂŁo existe quem nĂŁo fique maravilhado! brazĂ”es e painĂ©is... A HistĂłria preservada! Agora vocĂȘ entende porque tem gente que vai a Moscou sĂł pelo que esta cidade guarda no seu sub-solo! Que tal programar para a prĂłxima Viagem?!!! ...
(Colaboração: Silvério)
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PROFESSOR X
Resposta do desafio da edição passada: R$ 17,50. Ele chegou com R$ 17,50: No primeiro santo, quando seu dinheiro foi dobrado, ele ficou com 35 reais. Deu 20 e ficou com 15. No segundo santo, com o dinheiro dobrado, ele ficou com 30 reais. Deu 20 e ficou com 10. E finalmente no terceiro santo, com o dinheiro dobrado ele ficou com 20 reais. Deu os 20 e ficou com nada.
Foi fĂĄcil! Todo mundo acertou.
SIMPLES E COMPLEXOS
Destrinchando a histĂłria dos nĂșmeros primos, Marcus de Sautoy mostra como um problema simples de formular atormenta matemĂĄticos hĂĄ milĂȘnios.
O alemĂŁo Carl Friedrich Gauss (1777-1855), uma das mentes matemĂĄticas mais agudas jĂĄ nascidas, costumava observar que "a matemĂĄtica Ă© a rainha das ciĂȘncias, e a teoria dos nĂșmeros, a rainha da matemĂĄtica". Afirmação momentosa, que suscita imediatamente a pergunta: o que conferiria posição tĂŁo especial Ă teoria dos nĂșmeros? Trata-se da disciplina que busca desvendar a estrutura mais fundamental da matemĂĄtica: os nĂșmeros naturais. Isso sĂł jĂĄ bastaria para colocĂĄ-la em lugar de destaque entre as grandes realizaçÔes intelectuais humanas.
Acontece, alĂ©m disso, que os nĂșmeros naturais revelam-se surpreendentemente evasivos. Por um lado, sua progressĂŁo tĂŁo simples e ordenada (1, 2, 3...) parece fornecer, talvez, o Ășnico modelo do infinito ao alcance dos seres finitos que nĂłs somos. Por outro lado, no entanto, essa mesma simplicidade, que quase os coloca sob nosso completo domĂnio, esconde dificuldades abissais.
Em "A MĂșsica dos nĂșmeros Primos", Marcus du Sautoy, professor da Universidade de Oxford, tenta conduzir o leitor por esse ramo profundo e elegante da matemĂĄtica a partir de um de seus problemas mais intrigantes: os nĂșmeros primos, aqueles que sĂł podem ser divididos por si mesmos e por 1. Por exemplo, 7 Ă© primo (sĂł Ă© divisĂvel por 7 e por 1). JĂĄ 15, divisĂvel por 3 e 5, nĂŁo Ă© primo.
Dois resultados conhecidos desde a GrĂ©cia Antiga conferem aos primos uma posição singular na matemĂĄtica. Em primeiro lugar, todos os nĂșmeros naturais podem ser escritos como um produto de nĂșmeros primos. Por exemplo, 15 = 3 x 5 (3 e 5 sĂŁo primos). Em segundo lugar, os nĂșmeros primos sĂŁo inesgotĂĄveis. Pode-se mostrar que, por mais que avancemos no universo dos nĂșmeros, nunca encontraremos o Ășltimo nĂșmero primo, maior do que todos os outros, depois do qual sĂł existam nĂșmeros compostos.
Blocos de construção: Os primos, portanto, sĂŁo os blocos bĂĄsicos de construção do mundo numĂ©rico. SĂŁo tambĂ©m infinitos -e muito estranhos. Considere os primeiros primos: 1, 2, 3, 5, 7, 11, 13... VocĂȘ consegue encontrar alguma ordem no aparente caos dessa seqĂŒĂȘncia?
Se nĂŁo consegue, nĂŁo se preocupe. VocĂȘ estĂĄ bem acompanhado. Os matemĂĄticos vĂȘm tentando, por milĂȘnios, decifrar o segredo por trĂĄs da distribuição dos primos, sem jamais obter uma explicação satisfatĂłria para seu comportamento. Trata-se de uma situação curiosa. A matemĂĄtica Ă© a ciĂȘncia da ordem e dos padrĂ”es. NĂŁo conseguir encontrar a ordem que rege os blocos de construção de sua estrutura mais bĂĄsica -os nĂșmeros naturais- chega a ser embaraçoso.
Muita gente pensa na matemĂĄtica como a ciĂȘncia dos nĂșmeros. Isso Ă© apenas parcialmente correto. A partir da consideração de conjuntos numĂ©ricos cada vez mais distantes da experiĂȘncia cotidiana, o estudo da matemĂĄtica atingiu um surpreendente grau de abstração. Hoje, os "nĂșmeros" (naturais, racionais, reais, imaginĂĄrios...) sĂŁo apenas a ponta do iceberg.
A busca do segredo dos primos revela bem esse aspecto. Para tentar entendĂȘ-los, os matemĂĄticos acabaram por submergi-los em estruturas extremamente sofisticadas, distantes da intuição comum. Assim Ă© que surgiu a chamada hipĂłtese de Riemann: uma ousada suposição acerca de uma função, cuja prova Ă© aguardada com ansiedade hĂĄ mais de um sĂ©culo.
Formulada pelo matemåtico alemão Bernhard Riemann (1826-1866), ela fornece até hoje nossa melhor esperança de compreender o comportamento dos primos. à justamente a história dessa luta com os primos, e em particular com a hipótese de Riemann, que Sautoy conta em seu livro.
A obra possui trĂȘs aspectos distintos. Sendo um livro sobre matemĂĄtica, o autor nĂŁo pode se furtar a explicar certas complicaçÔes matemĂĄticas ao leitor. Tarefa das mais difĂceis. Sautoy recorre aqui a uma sĂ©rie de imagens e analogias (quase sempre extraĂdas da mĂșsica), algumas bastante felizes, outras de eficĂĄcia incerta, para explicar tecnicalidades da hipĂłtese de Riemann.
A maior parte do livro, porém, centra-se no enredo humano da busca pelo "cålice sagrado da matemåtica". Uma impressionante galeria de personagens desfila à nossa frente. Matemåticos de diferentes épocas são revelados em suas motivaçÔes pessoais, sem descuidar do contexto social e intelectual em que viveram. Casos saborosos são narrados em detalhe.
Ao fazer isso, finalmente, Sautoy tem tambĂ©m oportunidade de discutir como os matemĂĄticos vĂȘem a prĂłpria disciplina a que dedicam suas vidas. Interessantes questĂ”es filosĂłficas estĂŁo sempre Ă espreita: Quais os objetos de que se ocupa a matemĂĄtica? Que tipo de existĂȘncia devemos atribuir a eles? Como alcançå-los?
Matemåtica e filosofia: Entre erros e acertos, o livro de Sautoy tem dois importantes méritos. Para a maioria dos leitores, poderå oferecer uma leitura agradåvel devido à sua narrativa quase sempre ågil e ao material histórico selecionado. Para outros, pode conseguir também despertar uma curiosidade sincera a respeito de algumas das questÔes mais interessantes e profundas ao alcance da mente humana, relativas à matemåtica e a sua filosofia.
LIVRO - "A MĂșsica dos NĂșmeros Primos"
Marcus du Sautoy; Jorge Zahar Ed.; 352 pĂĄgs.; R$ 59,00
Tiago Tranjan - Fonte: Folha de S.Paulo - 18/11/07.
PROFESSORA PASQUALINA
CONSTATAĂĂO DO NADA
Dois livros de Paulo Ferraz lançados simultaneamente renovam possibilidades de associar poesia e crĂtica social.
Quando alguĂ©m usa a expressĂŁo "literatura engajada", raramente se refere Ă poesia. Em "Que Ă a Literatura?", Sartre deu razĂ”es para recusar Ă poesia uma idĂ©ia de engajamento que reivindicou para a prosa. Vira e mexe, contudo, surgem tentativas de produzir poesia com sentido crĂtico mais explĂcito do que o simples -embora fundamental- desvio da linguagem-instrumento (que para Sartre distingue a poesia e define sua vizinhança com a pintura e a mĂșsica).
Em geral, a poesia politicamente orientada afeta indignação contra a barbĂĄrie para afirmar uma radicalidade retĂłrica. Como o Ășltimo livro de RĂ©gis Bonvicino, "PĂĄgina ĂrfĂŁ", no qual o eterno repetidor dos concretos tenta dar, com ligeiro atraso, o "salto participante" proposto por DĂ©cio Pignatari nos anos 60.
Bem diversos sĂŁo dois livros de Paulo Ferraz lançados simultaneamente: "De Novo Nada" e "EvidĂȘncias Pedestres". Em ambos hĂĄ temas sociais e flagrantes das aberraçÔes contemporĂąneas, como o porteiro mergulhado no mutismo da noite ou o pichador caindo da torre de uma construção celebrada por "representar a suspensĂŁo do tempo".
"De Novo Nada" contĂ©m um Ășnico poema, nos quais diferentes vozes se entrecortam: um narrador que transita pela cidade e consulta uma mendiga quiromante, num fluxo associativo intercalado por devaneios erĂłticos e ironias sobre as pretensĂ”es transformadoras das vanguardas. Com mais de 500 versos, culmina na cena desconcertante da moradora de rua que se cobre com um jornal no qual estĂĄ impressa a imagem da modelo de um outdoor -os dois rostos se fundindo na "mĂĄscara que a massifica".
Em "EvidĂȘncias Pedestres", a errĂąncia urbana (assinalada pelo tĂtulo tirado de Drummond) se fragmenta em cenas e personagens que podem ser o motorista de ĂŽnibus empunhando o cĂąmbio como um cetro, o andar exausto e gracioso da secretĂĄria suburbana ou "romeiras de salto alto e meia-sola remendada", prostitutas que "sĂł querem ludibriar o enxofre que estĂĄ ao pĂ© da porta". O momento mais ĂĄcido, contraveneno para o oportunismo estĂ©tico, Ă© "De uma CrĂtica Publicada num Suplemento Cultural de Domingo" -parĂłdia de texto jornalĂstico sobre o artista que transforma um barraco de favela em instalação. Em nenhum momento, porĂ©m, Ferraz se coloca a salvo desse mundo reificado, em que "tudo Ă© a um sĂł momento projeto e ruĂna".
Afinal, o mesmo sujeito que se preocupa com os homens-bomba palestinos serĂĄ, no instante seguinte, atraĂdo pela moça que se lambuza com um sorvete -dois problemas que, escreve em "Da Utilidade da Poesia (e do Poeta)", "nem minha poesia nem homens como nĂłs podem resolver". Depois de estrear com "Constatação do Ăbvio", Paulo Ferraz faz da constatação do nada que nos arrasta e da inutilidade da poesia a melhor forma de resistĂȘncia.
DE NOVO NADA E EVIDĂNCIAS PEDESTRES
Autor: Paulo Ferraz
Editora: Selo SebastiĂŁo Grifo
Quanto: R$ 20 (88 pĂĄgs.) cada um
Avaliação: bom
Manuel da Costa Pinto - Fonte: Folha de S.Paulo - 17/11/07.
ATENĂĂO: AULAS DE INGLĂS. Aulas de inglĂȘs para pequenos grupos com a Professora Pasqualina e sua parceira Professora PatrĂcia. No Barreiro e no Eldorado. Contato - 33889365.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php