VIROU MODA
16/09/2008 -
EDITORIAL
Em tempos de frases de efeito, os governos estaduais incorporaram de vez os jargĂ”es utilizados nas organizaçÔes, para a administração pĂșblica. Virou moda falar em: PrĂȘmio Produtividade; Remuneração variĂĄvel; BĂŽnus ou Sistema de bonificação;
Metas do plano de gestĂŁo; Acordo de Resultados; Choque de GestĂŁo; Indicadores de desempenho, etc.
A adoção da abordagem corporativa nos ĂłrgĂŁos pĂșblicos pode atĂ© ser um avanço, mas o grande perigo Ă© o âmodismoâ e a conclusĂŁo de que o modelo Ă© bom para toda e qualquer ĂĄrea governamental. HĂĄ que se ter bom senso e perceber que na Educação, esse tipo de estrutura deve ser muito bem delineado, pois nĂŁo se trata de produtividade, mas, sim, de qualidade.
O Estabelecimento de metas para a ĂĄrea educacional cria o risco de que o pensamento seja voltado somente para as estatĂsticas e os grĂĄficos de resultados. Estabelecer, por exemplo, uma meta de Ăndice de reprovação, pode gerar como resultado nenhum aluno reprovado, mesmo sem condiçÔes de passar adiante. A atuação do profissional de educação deve ser monitorada e fiscalizada, mas sempre tendo em mente o foco na qualidade. Os nĂșmeros e Ăndices sĂŁo importantes para detectar os pontos mais eficientes e ineficientes, bem como para liberação de verbas jĂĄ direcionadas para pontos especĂficos.
O poder pĂșblico precisa pensar que o agente principal para promover os reflexos positivos na educação Ă© o professor. Se o professor nĂŁo consegue ensinar bem, na maioria das vezes nĂŁo Ă© porque nĂŁo quer, mas, por falta de melhores salĂĄrios e condiçÔes de trabalho. Ă do governo a função de reverter esse quadro para atrair bons profissionais. Em suma, os professores precisam ganhar mais, serem mais valorizados, reconhecidos como profissionais, com domĂnio dos processos de formação docente e controle do exercĂcio profissional. Para tanto, basta seguir os passos da maioria dos paĂses europeus, dos Estados Unidos, do CanadĂĄ, do JapĂŁo etc., que tratam seus professores como os principais responsĂĄveis pelo futuro de suas naçÔes.
Educação pensada em termos de produtividade nĂŁo parecer ser o caminho correto, podendo conseguir atingir somente metas quantitativas. Cabe aos Administradores governamentais a elaboração de polĂticas pĂșblicas para incentivar a permanĂȘncia na escola e elevar a qualidade do ensino. Esse Ă© o grande desafio. O foco do FM Ă© a Educação, mas essa anĂĄlise se encaixa perfeitamente na ĂĄrea da SaĂșde.
Para finalizar, jå que virou moda mesmo, até agora, em nenhum momento se ouviu o jargão mais atual do mundo corporativo organizacional: Retenção de Talento. Estranho, não?
Educação, Paz e SaĂșde a todos!
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