TURMAS CANDIDATAS
19/01/2008 -
TURMAS DO FM
RETRATOS PARA VAGA EM UNIVERSIDADE
Professores avaliam retratos de imperador romano feitos por candidatos a vaga em universidade de Seul (Coréia do Sul).
Fonte: Folha Online - 15/01/08.
PROCURAM-SE TĂCNICOS
Emprego garantido. Se o mote soa falso ao ser usado Ă exaustĂŁo em anĂșncios de universidades Ă caça de clientes, em certos cursos de nĂvel tĂ©cnico estĂĄ afinado com a realidade. Em alguns mĂłdulos, a taxa de alunos empregados apĂłs os estudos Ă© de 100%, segundo instituiçÔes.
Alguns deles são o de redes de computadores, do Senai São Paulo, e o de qualidade e produtividade, do Cotil Unicamp (Colégio Técnico de Limeira).
Mais do que o aquecimento da demanda, é a falta de mão-de-obra que imprime o ritmo acelerado de contrataçÔes.
O Ăndice mĂ©dio de permanĂȘncia no mercado de trabalho depois de formado tambĂ©m Ă© alto para os tĂ©cnicos. No Senai SĂŁo Paulo, beira os 80%.
No Centro Paula Souza, é de 77% -dos quais 68% trabalham com carteira assinada e recebem, em média, R$ 1.075 mensais. Sete em 10 egressos declaram ter facilidade em encontrar e manter o emprego, segundo o Centro Paula Souza.
FlĂĄvia Gianini - Fonte: Folha de S.Paulo - 13/01/08.
CURSOS NOVOS E ESPECĂFICOS SĂO DESTAQUE ENTRE MAIS DESEJADOS
As mais altas taxas de empregabilidade beneficiam principalmente os profissionais de cursos muito especĂficos em relação Ă ĂĄrea de atuação.
SĂŁo casos como o do curso de produção digital e web multimĂdia, do Senac-SP, e o de construção e manutenção de sistemas de navegação fluvial, oferecido no interior de SĂŁo Paulo pelo Centro Paula Souza.
Da mesma forma, cursos relativamente novos tĂȘm alto percentual de profissionais no mercado. No Senac, moda e gastronomia tĂȘm mĂ©dia de empregabilidade de 91,5% e 82,8%, respectivamente.
Técnicos da årea ambiental também constam da lista dos mais procurados.
Fonte: Folha de S.Paulo - 13/01/08.
ESPAĂO VITAL
Etiqueta no avião: quem tem direito ao braço da poltrona? MÎnica Bérgamo, 3 de janeiro.
Tão logo sentaram e afivelaram os cintos de segurança ele sentiu que o conflito começaria a qualquer momento. O conflito pelo braço da poltrona, bem entendido, este território que, ao menos na classe econÎmica (para executiva ele não tinha grana), é obrigatoriamente comum.
Como a mulher a seu lado, ele era corpulento; e o braço da poltrona, estreito, não acolheria os cotovelos de ambos. Breve estaria desencadeada a luta pelo espaço vital, talvez não tão sangrenta quanto a Segunda Guerra na Europa, mas mesmo assim encarniçada.
Ela tomou a iniciativa. Tão logo o avião decolou, e antes mesmo que a comissåria anunciasse: "Nosso tempo de vÎo serå de..." ela abriu o jornal. Um jornal grande, não um tablóide, não uma revista. Jornalão, com muita coisa para ler, editoriais, artigos, reportagens. E, o jornal aberto, ela naturalmente ancorou o cotovelo no braço da poltrona. Ancorou-o numa posição que não permitiria o ingresso ali de qualquer outro cotovelo.
Ele tambĂ©m tinha um jornal. Ele tambĂ©m era um leitor assĂduo. Mas a verdade Ă© que ela se antecipara na manobra, e agora qualquer tentativa dele no sentido de manifestar interesse nas notĂcias do paĂs e do mundo nĂŁo passaria de uma medĂocre, e atĂ© vergonhosa, imitação. Portanto, um a zero para ela.
Mas ele não desistiria. Desistir? De maneira alguma. Como se diz no Sul: "Não estå morto quem peleia", e ele ainda tinha muito a pelear. Agora, porém, adotaria uma tåtica diversa. Uma falsa retirada, destinada a dar à dona do poderoso cotovelo uma ilusória sensação de definitiva vitória. Inclinou a poltrona, bocejou, fechou os olhos e fingiu dormir.
Mas, por entre as pĂĄlpebras semicerradas, observava-a. Aparentemente, ela continuava absorvida na leitura. Ele resolveu tentar um ataque sub-reptĂcio, tipo atentado terrorista. Como se fosse um movimento automĂĄtico, colocou o cotovelo sobre o braço da poltrona. Torceu para que a aeronave entrasse numa ĂĄrea de turbulĂȘncia, o que acabou acontecendo.
No primeiro solavanco o cotovelo dele empurrou, como que por acidente, o cotovelo dela para fora. E ali ficou triunfante, como aqueles soldados que, na batalha de Iwo Jima, desfraldaram a bandeira americana.
Ela continuava lendo o jornal. Mas ele sabia que, no fundo, ela estava remoendo a raiva e planejando a vingança. Que planejasse. Ele não entregaria jamais a sua conquista.
E aĂ o problema, o inesperado problema. De repente sentiu vontade de urinar. Muita vontade de urinar. Que fazer?
Se levantasse, perderia o braço da poltrona e nunca mais o recuperaria. Durante longos minutos debateu-se em dĂșvida cruel. E aĂ, misericordiosamente, o comandante anunciou que estavam pousando.
Ela fechou o jornal, voltou-se para ele:
- VocĂȘ sabe que dia Ă© hoje?
Ele nĂŁo sabia. Ela sorriu, como mĂŁe diante de filho travesso, e revelou: era o aniversĂĄrio de casamento de ambos. Trinta e cinco anos de matrimĂŽnio. Trinta e cinco anos partilhando sonhos, angĂșstias, o cuidado dos filhos. E ah, sim, braços de poltrona em aviĂ”es.
Moacyr Scliar - Fonte: Folha de S.Paulo â 14/01/08.
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