O SHOW DOS "REIS" DA LOGĂSTICA CONTINUA XXVII
06/07/2008 -
FORMANDOS & FORMADOS
LOGĂSTICA ESPACIAL EUROPĂIA
English:
http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/7494579.stm
http://www.arianespace.com/site/index.html
Guiana Francesa - A imagem, cedida pela AgĂȘncia Espacial EuropĂ©ia, mostra o satĂ©lite Ariane V sendo lançado de uma base de Kourou. O equipamento irĂĄ aprimorar as telecomunicaçÔes para o Oriente MĂ©dio e Ăfrica.
Fonte: Terra - 08/07/08.
Veja o vĂdeo:
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PALAVRA DA SEMANA: TRAIĂĂO
Embora nem sequer dĂȘ para desconfiar do parentesco original, "traição" e "tradição" sĂŁo irmĂŁs gĂȘmeas. Ambas vieram do latim traditionis, que tinha o sentido amplo de "algo passado adiante". Tradição Ă© a histĂłria que passa de uma geração para outra. Traição Ă© entregar ao inimigo uma informação confidencial.
Max Gheringer - Fonte: Ăpoca - NĂșmero 529.
QUADRO A QUADRO - Mostra apresenta história em quadrinho de 1869 até hoje
VocĂȘ sabia que o Brasil Ă© um dos paĂses pioneiros na publicação de histĂłrias em quadrinhos? Em 30 de janeiro de 1869, Angelo Agostini lançou "As Aventuras de NhĂŽ Quim", nossa primeira incursĂŁo no gĂȘnero.
A exposição gratuita "HistĂłria dos Quadrinhos no Brasil", em cartaz no Sesc PompĂ©ia, faz um panorama da trajetĂłria das HQs no paĂs. Com curadoria da dupla JAL e Gualberto Costa, sĂŁo 20 painĂ©is com imagens de Agostini atĂ© os dias atuais.
"Fizemos um recorte de momentos importantes, como as fases de quadrinhos de terror, de erĂłticos, de infantis...", explica o cartunista JAL.
Para montar a mostra, os curadores recorreram a seu acervo pessoal, fruto de mais de 30 anos de pesquisas. A exposição conta com projeçÔes de filmes, espetåculos de teatro e narração de histórias.
Até 3 de agosto, de terça a såbado, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 19h. Sesc Pompéia: Rua Clélia, 93, tel.: (11) 3871-7700. Toda a programação gråtis. Luana Villac - Fonte: Folha de S.Paulo - 07/07/08.
PARECE PIADA
A Holanda proĂbe cigarro, que faz mal e paga imposto. Mas permite maconha, que tambĂ©m faz e vem do narcotrĂĄfico.
Um dos Ășltimos paĂses da UniĂŁo EuropĂ©ia a pĂŽr a lei comunitĂĄria em vigor, a Holanda, esgotados todos os quatro anos e seis meses de prazo para aderir, enfim capitulou: desde 1Âș de julho, Ă© proibido fumar em bares, cafĂ©s e restaurantes. Quer dizer, fumar cigarro comum, de tabaco. Consumir maconha e haxixe continua podendo. A legislação propriamente nĂŁo permite, mas o governo faz vista grossa e as drogas sĂŁo vendidas e consumidas, na quantidade mĂĄxima de 5 gramas por pessoa, nos cerca de 750 cafĂ©s da Holanda (metade em AmsterdĂŁ). Praticamente uma atração turĂstica no paĂs, esses estabelecimentos sĂŁo beneficiados pela chamada gedoogbeleid, a polĂtica de tolerĂąncia do MinistĂ©rio da Justiça em relação Ă s chamadas drogas leves. HĂĄ um problema, porĂ©m: o baseado mais comumente vendido nesses locais mistura tabaco e maconha. Os cafĂ©s estĂŁo oferecendo outras combinaçÔes como alternativa, mas nĂŁo sabem se serĂŁo bem aceitas. "O mundo virou de cabeça para baixo", diz Jason den Enting, gerente do cafĂ© Dampkring. "Nos outros paĂses, a fiscalização vai atrĂĄs de maconha no cigarro de tabaco. Aqui, vai atrĂĄs de tabaco no cigarro de maconha."
Ă uma situação paradoxal, a da Holanda. O tabaco, proibido nos cafĂ©s, Ă© fabricado legalmente por uma indĂșstria que dĂĄ empregos e paga impostos. JĂĄ a Cannabis, que tambĂ©m faz mal Ă saĂșde... Embora os cafĂ©s possam, pela mesma lei nĂŁo escrita, estocar atĂ© meio quilo de maconha e haxixe para oferecer a seus clientes, a importação de grandes volumes de qualquer tipo de droga Ă© atividade proibida, combatida e punida (no caso das leves, a pena mĂĄxima Ă© de quatro anos de prisĂŁo). Ă vetada, ainda, a produção local de maconha â um projeto que autorizava o plantio experimental no paĂs foi derrubado pelo governo hĂĄ um ano. Resultado: a erva fumada nos cafĂ©s holandeses vem do narcotrĂĄfico, por caminhos ilĂcitos (a maior parte do Marrocos, fornecedor de 80% da maconha vendida na Europa). Esse Ă© o produto que os freqĂŒentadores podem consumir sem problema, sentados em mesinhas, diante de uma xĂcara de cafĂ© e lendo o jornal. Mas tabaco, nĂŁo. Ă ou nĂŁo um espanto?
Fonte: Veja - Edição 2068.
AS FARC NO PAPEL DO OTĂRIO
De Sierra Maestra a San JosĂ© del Guaviare cumpriu-se um ciclo na histĂłria da AmĂ©rica Latina. Em Sierra Maestra, no sul da ilha de Cuba, onde, na passagem do ano de 1956 para o de 1957, se juntou o pequeno grupo de seguidores de Fidel Castro para iniciar a luta contra a ditadura de Fulgencio Batista, nasceu o mito do guerrilheiro romĂąntico, destinado a pairar sobre a vida do continente pelo prĂłximo meio sĂ©culo. Em San JosĂ© del Guaviare, localidade da ColĂŽmbia em cujas cercanias foram resgatados, na quarta-feira passada, Ingrid Betancourt e outros catorze refĂ©ns das Farc, o mito, jĂĄ abalado por sucessivas derrotas e desgastado pela velhice e pelo descrĂ©dito, conheceu um fim humilhante. As Farc, sua Ășltima encarnação, perderam o cacife que lhes restava sem direito a um Ășnico tiro para lhes salvar a honra. Foram vencidas, como o caipira que cai no conto-do-vigĂĄrio, pelo truque de um adversĂĄrio mais esperto.
A imagem do guerrilheiro que desce da montanha com a promessa de um mundo novo foi muito ajudada pelo clima reinante Ă Ă©poca em que surgiu em cena. As barbas de Fidel Castro dialogavam com os cabelos compridos dos Beatles. Na salada geral dos anos 60, nĂŁo importava que uns tivessem um fuzil na mĂŁo e outros pregassem paz e amor, que uns mirassem num regime de força e outros se refestelassem na anarquia; eram todos partes de um sonho em que tudo parecia possĂvel. Em contraste, ao falecer, no inĂcio do ano, o lĂder das Farc, Manuel Marulanda, jĂĄ nĂŁo podia ombrear sequer com o antigo Ădolo do rock reduzido a cantor de churrascaria. Era pior: o cantor que perdera a voz, e mal dedilhava a guitarra desafinada. A Manuel Marulanda, el Tirofijo, segundo o apelido que tentava insuflar-lhe alguns trocados de prestĂgio, coube o destino cruel, para um guerreiro, de morrer na cama. Ao contrĂĄrio de Che Guevara, nĂŁo conheceu, nem conhecerĂĄ, a glĂłria das camisetas e dos pĂŽsteres.
O Muro de Berlim desabou, a Guerra Fria chegou ao fim, o capitalismo mostrou-se dono de muito mais que sete fĂŽlegos. NĂŁo repisemos essas histĂłrias. As causas pelas quais as Farc nĂŁo encontraram o mesmo terreno favorĂĄvel da guerrilha cubana sĂŁo conhecidas. Fiquemos com a questĂŁo do mito. Na AmĂ©rica Latina, tĂŁo mais dada Ă retĂłrica do que Ă ação, tĂŁo mais tentada pela fantasia do que pela realidade, a noção de que um pequeno grupo de jovens, um ideal na cabeça, uma barba no queixo e um fuzil na mĂŁo, fosse capaz de reinaugurar o mundo sobreviveu a mais de uma geração. A derrota de Che Guevara na BolĂvia nĂŁo a arrefeceu, muito pelo contrĂĄrio. Serviu de inspiração para movimentos guerrilheiros (muitas vezes degenerando em terrorismo) que floresceram da Venezuela ao Uruguai, da NicarĂĄgua ao Chile, passando pela Argentina e pelo Brasil.
Um dos Ășltimos, o Sendero Luminoso, do Peru, jĂĄ exibia os sinais de fadiga que haveriam de culminar nas Farc: a prĂĄtica do crime pelo crime, o casamento com o narcotrĂĄfico. A imagem do lĂder do Sendero, Abimael GuzmĂĄn, exibido numa jaula dentro da qual esperneava como um gorila e rugia como um urso, depois de preso e levado a julgamento, no começo dos anos 90, distanciava-se irremediavelmente do olhar romĂąntico do Che, tal qual capturado na foto de Alberto Corda. Na etapa seguinte, os ativistas das Farc iriam merecer o epĂteto infamante de narcoguerrilheiros. E em meses recentes destacaram-se como torturadores dados a manter seus seqĂŒestrados presos a troncos de ĂĄrvores.
As Farc cumpriram Ă perfeição o roteiro imaginado pelo cientista polĂtico americano Eric Hoffer: "Toda grande causa começa como um movimento, vira um negĂłcio e finalmente degenera numa quadrilha". Ou melhor, atĂ© anteciparam a ordem prevista por Hoffer, na medida em que os ramos de negĂłcio que abraçaram, o narcotrĂĄfico e o seqĂŒestro, jĂĄ se confundiam com atividades quadrilheiras. NĂŁo hĂĄ mito que resista. A imagem que hoje comove o mundo nĂŁo Ă© a do guerrilheiro vencido, como, nos anos 60, a de Guevara morto. Ă a de Ingrid Betancourt, a vĂtima da guerrilha.
O arremate veio na forma como foram libertados os refĂ©ns, na semana passada. Na aurora do mito, esperta era a guerrilha, e os governos Ă© que eram feitos de bobo. Os tupamaros, nos primeiros tempos, antes de o conflito com a ditadura uruguaia virar um torneio de sangue, eram especialistas em brincar de esconder com os agentes da repressĂŁo. Faziam uma manifestação-relĂąmpago em certo lugar e quando a polĂcia chegava estavam em outro. Assaltavam um banco e corriam para distribuir o dinheiro entre os pobres. Na operação de resgate da semana passada, agentes do governo colombiano fingiram-se de guerrilheiros e assim obtiveram a pacĂfica entrega dos refĂ©ns. Pode ser que a histĂłria nĂŁo seja bem essa, e tenha envolvido o suborno de algum chefe ou chefete da guerrilha. Em qualquer caso, as Farc entraram de trouxas na histĂłria. Ă difĂcil, mas vĂĄ lĂĄ que o mito atĂ© possa ter resistido Ă degenerescĂȘncia do ideal em negĂłcio, ou do negĂłcio em crime. NĂŁo pode resistir Ă fama de otĂĄrio.
Roberto Pompeu de Toledo - Fonte: Veja - Edição 2068.
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