CORPUS CHRISTI
27/05/2010 -
MANCHETES DA SEMANA
A "INFIORATA" NA ITĂLIA
English:
http://www.deliciousitaly.com/visualizza.php?Id=312Âźione_id=7
http://italytraveltipsblog.com/2010/05/italys-colorful-infiorata/
L'Infiorata:
http://www.comune.genzanodiroma.roma.it/gnz/infiorata/festa/tappeto.bfr
Hå dois séculos, todos os anos, por ocasião da Festa de Corpus Christi, na cidadezinha de Genzano de Roma, realiza-se a procissão da "infiorata", um imenso tapete de flores composto por 13 quadros, e que se estende por cerca de 2 mil metros quadrados pela central via Italo Belardi que sobe até a igreja de Santa Maria della Cima, de onde parte o Sacramento em honra do qual se faz este singular enfeite sobre as ruas.
Com legĂtimo orgulho os cidadĂŁos explicam como sĂŁo realizados estes quadros: com a seleção dos esboços cujo esquema serĂĄ desenhado sobre o calçamento e confiado aos âinfioratoriâ que trabalham com as flores. HĂĄ a paciente coleta de 350 mil flores (alĂ©m das essĂȘncias vegetais) que sĂŁo conservadas nas grutas da pequena cidade com um minucioso trabalho de separação de pĂ©talas das corolas.
L'Infiorata:
http://www.comune.genzanodiroma.roma.it/gnz/infiorata/festa/tappeto.bfr
O CORPO DE CRISTO
A celebração de Corpus Christi (Corpo de Cristo) surgiu na Idade MĂ©dia e consta de uma missa, procissĂŁo e adoração ao SantĂssimo Sacramento. Quarenta dias depois do Domingo de PĂĄscoa Ă© a quinta-feira da AscensĂŁo do Senhor. Dez dias depois temos o Domingo de Pentecostes. O domingo seguinte Ă© o da SantĂssima Trindade, e na quinta-feira Ă© a celebração do Corpus Christi.
Ă uma das mais tradicionais festas do Brasil e Ă© comemorado no paĂs desde a chegada dos portugueses.
A tradição de fazer o tapete com folhas e flores vem dos imigrantes açorianos. Essa tradição praticamente desapareceu em Portugal continental, onde teve origem, mas foi mantida nos Açores e nos lugares onde chegaram seus imigrantes, como por exemplo Florianópolis.
O barroco enriqueceu esta festa com todas as suas caracterĂsticas de pompa. Em todo o Brasil esta festa adquiriu contornos do barroco portuguĂȘs. Corpus Christi Ă© celebrado desde a Ă©poca colonial com uma profusĂŁo de cores, mĂșsica expressĂ”es de grandeza.
No Brasil, a tradição de se fazer os tapetes de ruas acontece em inĂșmeras cidades, geralmente com voluntĂĄrios que começam os preparativos dias antes da solenidade e varam a noite trabalhando.
SOLIDARIEDADE
A festa religiosa Ă© uma oportunidade para a prĂĄtica da solidariedade. Neste dia, os fiĂ©is tĂȘm costume de fazer doaçÔes, depois revertidas para as famĂlias necessitadas ou obras sociais mantidas pela Igreja.
Durante a missa o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.
HISTĂRIA DA SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI
No final do sĂ©culo XIII surgiu em Lieja, BĂ©lgica, um Movimento EucarĂstico cujo centro foi a Abadia de Cornillon, fundada em 1124 pelo Bispo Albero. Este movimento deu origem a vĂĄrios costumes eucarĂsticos, como por exemplo a Exposição e BĂȘnção do SantĂssimo Sacramento, o uso dos sinos durante sua elevação na Missa e a festa do Corpus Christi.
Santa Juliana de Mont Cornillon, naquela Ă©poca priora da Abadia, foi a enviada de Deus para propiciar esta Festa. A santa nasceu em Retines, perto de LiĂšge, BĂ©lgica, em 1193. Ficou ĂłrfĂŁ muito pequena e foi educada pelas freiras Agostinas em Mont Cornillon. Quando cresceu, fez sua profissĂŁo religiosa e mais tarde foi superiora de sua comunidade. Morreu em 5 de abril de 1258, na casa das monjas Cistercienses, em Fosses, e foi enterrada em Villiers.
Desde jovem, Santa Juliana teve uma grande veneração ao SantĂssimo Sacramento. E sempre esperava que se tivesse uma festa especial em sua honra. Este desejo se diz ter intensificado por uma visĂŁo que ela teve da Igreja, sob a aparĂȘncia de lua cheia com uma mancha negra, que significada a ausĂȘncia dessa solenidade.
Juliana comunicou estas apariçÔes a Dom Roberto de Thorete, o entĂŁo bispo de Lieja, a Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos PaĂses Baixos, e a Jacques PantaleĂłn, nessa Ă©poca arquidiĂĄcolo de Lieja e mais tarde Papa Urbano IV.
O bispo ficou impressionado e, como nesse tempo os bispos tinham o direito de ordenar festas para suas dioceses, convocou um sĂnodo em 1246 e ordenou que a celebração fosse feita no ano seguinte. Ao mesmo tempo, o Papa ordenou que um monge, de nome JoĂŁo, escrevesse o ofĂcio para essa ocasiĂŁo. O decreto estĂĄ preservado em Binterim (DenkwĂŒrdigkeiten, V.I. 276), junto com algumas partes do ofĂcio.
Dom Roberto nĂŁo viveu para ver a realização de sua ordem, jĂĄ que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte na quinta-feira posterior Ă festa da SantĂssima Trindade. Mais tarde um bispo alemĂŁo conheceu esse costume e o estendeu por toda a atual Alemanha.
Naquela Ă©poca, o Papa Urbano IV tinha sua corte em Orvieto, um pouco ao norte de Roma. Muito perto dessa localidade fica a cidade de Bolsena, onde em 1263 (ou 1264) aconteceu o famoso Milagre de Bolsena: um sacerdote que celebrava a Santa Missa teve dĂșvidas de que a Consagração da hĂłstia fosse algo real. No momento de partir a Sagrada HĂłstia, viu sair dela sangue, que empapou o corporal (pequeno pano onde se apĂłiam o cĂĄlice e a patena durante a Missa). A venerada relĂquia foi levada em procissĂŁo a Orvieto em 19 junho de 1264. Hoje se conserva o corporal, em Orvieto, onde tambĂ©m se pode ver a pedra do altar de Bolsena, manchada de sangue.
O Santo Padre, movido pelo prodĂgio, e por petição de vĂĄrios bispos, fez com que a festa do Corpus Christi se estendesse por toda a Igreja por meio da bula "Transiturus", de 8 setembro do mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira depois da oitava de Pentecostes, e outorgando muitas indulgĂȘncias a todos que assistirem a Santa Missa e o ofĂcio nesse dia.
Em seguida, segundo alguns biĂłgrafos, o Papa Urbano IV encarregou de escrever um ofĂcio - o texto da liturgia - a SĂŁo Boa-ventura e tambĂ©m a Santo TomĂĄs de Aquino. Quando o PontĂfice começou a ler, em voz alta, o ofĂcio feito por Santo TomĂĄs, SĂŁo Boa-ventura o achou tĂŁo bom que foi rasgando o seu em pedaços, para nĂŁo concorrer com o de SĂŁo TomĂĄs de Aquino.
A morte do Papa Urbano IV (em 2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusĂŁo da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mĂŁos e, no concĂlio geral de Viena (1311), ordenou mais uma vez a adoção desta festa. Em 1317 foi promulgada uma recompilação das leis - por JoĂŁo XXII - e assim a festa foi estendida a toda a Igreja.
Nenhum dos decretos fala da procissĂŁo com o SantĂssimo como um aspecto da celebração. PorĂ©m estas procissĂ”es foram dotadas de indulgĂȘncias pelos Papas Martinho V e EugĂȘnio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do sĂ©culo XIV.
A festa foi aceita em Cologne em 1306; em Worms a adoptaram em 1315; em Strasburg em 1316. Na Inglaterra foi introduzida, a partir da BĂ©lgica, entre 1320 e 1325. Nos Estados Unidos e nos outros paĂses a solenidade era celebrada no domingo depois do domingo da SantĂssima Trindade.
Na Igreja grega a festa de Corpus Christi Ă© conhecida nos calendĂĄrios dos sĂrios, armĂȘnios, coptos, melquitas e rutĂnios da GalĂcia, CalĂĄbria e SicĂlia.
Finalmente, o ConcĂlio de Trento declarou que, muito piedosa e religiosamente, foi introduzida na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, em determinado dia festivo, seja celebrado este excelso e venerĂĄvel sacramento com singular veneração e solenidade; e reverente e honorificamente seja levado em procissĂŁo pelas ruas e lugares pĂșblicos. Dessa forma, os cristĂŁos expressam sua gratidĂŁo por tĂŁo inefĂĄvel e verdadeiramente divino benefĂcio, pelo qual se faz novamente presente a vitĂłria e triunfo sobre a morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
HISTĂRIA DA FESTA DE "CORPUS CHRISTI" NO BRASIL
A festa foi trazida para o Brasil pelos portugueses. No Brasil, numa carta de 9 de agosto de 1549, o Padre Manuel da NĂłbrega, da Bahia, informava: âOutra procissĂŁo se fez dia de Corpus Christi, mui solene, em que jogou toda a artilharia, que estava na cerca, as ruas muito enramadas, houve danças e invençÔes Ă maneira de Portugalâ. (Cartas do Brasil, 86, Rio de Janeiro, 1931).
As procissÔes portuguesas eram esplendorosas: tropas, fidalgos, cavaleiros, andores, danças e cantos. A imagem de São Jorge, padroeiro de Portugal, seguia a procissão montada em um cavalo, rodeada de oficiais de gala.
A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.
Fonte: http://www.portaldafamilia.org.br/.
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