CRIATIVIDADE NO MARKETING
05/09/2012 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES (LONDON 2012 PARALYMPICS)
English/video: London 2012 Paralympics: Channel 4
Facebook: NBC Please Broadcast the 2012
Propaganda mostra atletas das ParaolimpĂadas de Londres como super-humanos.
AlĂ©m de disputas acirradas, a competição Ă© marcada por uma sĂ©rie de histĂłrias de superação. Para a rede âNBCâ, que transmite o evento para os EUA, Ă© mais do que isso: nĂŁo sĂŁo apenas atletas, mas, sim, super-humanos.
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PROFESSOR X
LĂNGUA NO MUSEU
Numa prĂłxima ida a SĂŁo Paulo, vou voltar ao Museu da LĂngua Portuguesa. Acabo de saber ("Ilustrada") que os textos de seu espaço expositivo ainda estĂŁo na velha ortografia -ou seja, na lĂngua como a conhecĂamos, antes do "acordo" assinado em 2008 por parte dos membros da Comunidade dos PaĂses de LĂngua Portuguesa (leia-se o Brasil). Preciso fazer isto antes de 31 de dezembro, quando a nova ortografia serĂĄ obrigatĂłria, e o trema, por exemplo, irĂĄ se juntar aos extintos mamutes, pterodĂĄctilos e leitores de Pearl S. Buck.
LĂĄ, terei o prazer de ler palavras como "pingĂŒim", "lingĂŒista" ou "desmilingĂŒido", com o velho trema. Penso atĂ© em lĂȘ-las em voz alta, se ninguĂ©m estiver olhando, e lambendo cada trema como Chicabon -antes que sejam reduzidas a "pinguim", "linguista" e "desmilinguido" e assim comecem a ser ditas pelos jovens que nĂŁo sabem como elas soavam. AliĂĄs, passei pelo problema outro dia nesta coluna, quando reproduzi o trecho da letra do samba "O Pato", que diz "O pato/ Vinha cantando alegremente/ Quem-quem".
Escrevi, como sĂłi, "qĂŒem-qĂŒem", mesmo sabendo que meus tremas nĂŁo chegariam vivos ao jornal impresso, e que a Ășnica pessoa que leria "quem-quem" como "qĂŒem-qĂŒem" seria o professor Evanildo Bechara, um dos autores da reforma. Quando a coluna saiu, submeti-a a alguns jovens pouco versados em bossa nova. Todos pronunciaram "quem-quem". E se, um dia, Evanildo for chamado de "linguista", e nĂŁo "lingĂŒista"?
O poeta mineiro Abgar Renault (1901-1995), que nĂŁo aderiu Ă s reformas de 1943 e de 1971, morreu escrevendo "phosphoro", "pthysica" e "portuguez". Seguindo seu exemplo, continuarei a escrever "qĂŒem-qĂŒem" e deixarei a meus editores a tarefa de expurgar os tremas.
Acho que o Museu da LĂngua Portuguesa deveria continuar na velha ortografia. Afinal, Ă© um museu, nĂŁo?
Ruy Castro - Fonte: Folha de S.Paulo â 01/09/12.
Museu da LĂngua Portuguesa -
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PROFESSORA PASQUALINA
O PODER DA VĂRGULA
Numa prova de portuguĂȘs do ensino fundamental, ante a pergunta sobre qual era a função do apĂłstrofo, um aluno respondeu: "ApĂłstrofos sĂŁo os amigos de Jesus, que se juntaram naquela jantinha que o Leonardo fotografou".
A frase, alĂ©m de alertar sobre os avanços que precisamos na excelĂȘncia da educação, Ă© didĂĄtica quanto aos cuidados no uso da lĂngua portuguesa, preciosidade que herdamos dos lusos, do galego e do latim.
O erro gritante que o aluno cometeu ao confundir dois termos com sonoridade parecida foi agravado com a colocação da vĂrgula depois de "amigos de Jesus". Sim, pois o sinal tornou a frase afirmativa de que os apĂłstolos eram todos os amigos que Jesus tinha. Ou seja, uma simples vĂrgula colocou em xeque o que teĂłlogo algum ousou questionar, em mais de 20 sĂ©culos, quanto ao nĂșmero de seguidores de Cristo.
AliĂĄs, observo que vĂrgulas usadas indevidamente tĂȘm transformado Lula no Ășnico chefe de Estado anterior Ă presidenta Dilma Rousseff. HĂĄ quem escreva assim: "O ex-presidente do Brasil, Luiz InĂĄcio Lula da Silva, (...)". Ao destacĂĄ-lo entre os sinais de pontuação, o redator renega, por virgulação, todos os demais ocupantes do cargo desde a Proclamação da RepĂșblica.
Por falar em vĂrgula, lembrei-me de caso ocorrido numa cidade paulista. O vereador proponente lia seu "improviso" na cerimĂŽnia de outorga do tĂtulo de cidadania a um professor de portuguĂȘs. A iniciativa deveu-se ao fato de o mestre ter alfabetizado o nobre edil e outros munĂcipes no curso de adultos. O exaltado orador disparou: "Este grande letrista me transformou num competente palavrista, pontuador e virgolapense".
Um constrangido catedrĂĄtico, ao discursar, agradeceu, mas recusou a homenagem. "NĂŁo a mereço", frisou! Em tempo: virgolapense Ă© o gentĂlico do municĂpio de Virgem da Lapa, localizado no Vale do Jequitinhonha (MG).
Ao nĂŁo dar explicaçÔes sobre o Ăłbvio, o velho membro do magistĂ©rio evitou a redundĂąncia, esse vĂcio que polui
o idioma, como ilustra ato de assinatura de convĂȘnio para projeto de piscicultura numa pequena cidade do interior gaĂșcho. "Vamos vender nosso peixe em todos os paĂses da Terra", bradou o prefeito, num arroubo de entusiasmo. "QuestĂŁo de ordem, ExcelĂȘncia, mas sĂł nos da Terra? Por que nĂŁo tambĂ©m nos paĂses de Marte, VĂȘnus e atĂ© Saturno?" -ironizou o lĂder da oposição na CĂąmara Municipal.
O poder da vĂrgula e o das palavras Ă© tĂŁo importante que, no passado, o artifĂcio do veto Ă pontuação foi usado para mudar o teor das leis contra os interesses da sociedade.
Assim, preocupado com o nosso idioma e com a paciĂȘncia dos leitores, encerro hoje um ano de modesta colaboração Ă Folha. Obrigado!
JosuĂ© Gomes da Silva â Fonte: Folha de S.Paulo â 02/09/12.
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