CRIATIVIDADE NO MARKETING
07/01/2011 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES (QATAR ATP OPEN)
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O espanhol Rafael Nadal e o suÃço Roger Federer fazem partida exibição, na água, em Doha, para promover o Qatar ATP Open.
Fonte: Folha de S.Paulo - 03/01/11.
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PROFESSOR TOM COELHO
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O Coração da Empresa
*por Tom Coelho
É comum qualificarmos as empresas como “organismos vivosâ€. E, sob esta ótica, comparar seu funcionamento ao do corpo humano.
Nossa “máquinaâ€, projetada e esculpida por Deus, apresenta uma série de funções intimamente relacionadas. Do sistema digestivo ao excretor, passando pelo respiratório e reprodutor, a saúde do corpo depende de um equilÃbrio dinâmico orquestrado por um órgão fundamental: o coração. Quando ele pára, o corpo padece e desfalece.
No mundo corporativo, acontece o mesmo. Os organogramas nos indicam a existência de uma série de departamentos. Assim, Suprimentos adquire matéria-prima que será processada pela Produção, colocada no mercado pelo Marketing, tudo custeado pelo suporte de Finanças, com apoio do JurÃdico e da Contabilidade. A Informática sistematiza tudo e em todos estes setores há pessoas assistidas por Recursos Humanos.
Mas, qual destes equivale ao coração da empresa?
Uma companhia pode ter um excelente sistema de compras, obtendo suprimentos de inquestionável qualidade, junto a conceituados fornecedores, pelos menores preços e com os melhores prazos. Pode apresentar um sistema produtivo perfeitamente afinado, desde o recebimento da matéria-prima até a expedição do produto acabado, com certificação, entrega pontual e assistência técnica permanente. Pode ter estratégias de marketing muito bem planificadas, com identidade visual, pesquisas de prospecção de clientes e desenvolvimento de produtos, DBM, CRM, SAC e uma porção de outras siglas. Pode contar com um financeiro criterioso na concessão de crédito, enérgico na cobrança, responsável na aplicação de recursos, dotado de capital próprio e com acesso à s mais diversas linhas de financiamento. Pode dispor de um corpo jurÃdico preventivo e contencioso, uma controladoria eficiente na gestão tributária e um sistema de informações capaz de interligar todas as áreas da empresa, possibilitando agilidade na tomada de decisões. Pode ter uma equipe integrada e sinérgica, alinhada com os valores da empresa, com polÃticas de remuneração variável, incentivo, treinamento e avaliação por competências, entre outras.
Todavia, mesmo todos estes recursos e infra-estrutura não são suficientes para fazer uma corporação prosperar. E isto porque o coração de uma empresa é representado pelo departamento de Vendas. é lamentável que tantos empresários não se apercebam disso!
Ao longo de minha trajetória profissional, vi empresas saudáveis se descapitalizarem, empresas tradicionais sucumbirem. E, não raro, porque deixaram de buscar o oxigênio para sua perenidade através de seus profissionais de vendas. Apenas um departamento comercial forte, com profissionais qualificados, conhecedores de seus clientes e produtos, adequadamente remunerados e incentivados, é capaz de promover o crescimento sustentado de uma empresa.
Vendas é o órgão vital de uma empresa. é o que a impede de morrer. Embora não seja o único...
19/09/2004 - Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 paÃses. É autor de “Sete Vidas – Lições para construir seu equilÃbrio pessoal e profissionalâ€, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros.
Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br
ADM. MARIZETE FURBINO
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A VIDA é feita de ESCOLHAS!
Por Adm. Marizete Furbino
"A escolha é a alma gêmea do destino." (Sarah Ban Breathnach)
No decorrer da caminhada, observamos que quanto mais maduro nos tornamos, mais conscientes de nossas escolhas ficamos; por conseguinte, conseguimos acertar mais, talvez porque após escolhido o caminho, traçamos estratégias de como caminhar, analisamos com maiores detalhes os percursos já caminhados, evitando cair novamente nos erros já cometidos e assim verificamos todos os percalços, toda trilha já percorrida, de forma a considerar os prós e os contras. Com isso, aprendemos, amadurecemos, desenvolvemos e crescemos.
Importante perceber que toda trajetória de nossa vida é marcada por nossas escolhas, nada, absolutamente nada, além disso. Nossa escolha tem o poder de transformar, de mudar e/ou alterar toda a nossa trajetória de vida; desta forma, temos que estar preparados para assumirmos as conseqüências de nossas decisões.
Vale ressaltar que cotidianamente fazemos escolhas e quem não escolhe também está fazendo uma escolha; logo, não temos como fugir, estamos a todo tempo escolhendo, decidindo, pelo sim e/ou pelo não.
Em meio à caminhada, mesmo esta sendo árdua, recheada de diversidades, adversidades, obstáculos e desafios, você é quem irá optar como levar a própria vida, se de bom humor ou de mau humor, com alegria ou com a tristeza estampada no rosto e na alma, com pesar ou com leveza, com pessimismo ou otimismo, continuando a trilhar o caminho ou desistindo de percorrer todo o traçado a ser seguido. Desta forma, tudo está em suas mãos.Tudo depende de sua escolha.
Constata-se que com as marcas e cicatrizes do passado e com os erros já cometidos, podemos escolher a aprender e crescer, ou escolher mergulhar em uma tristeza, um negativismo e amargura sem fim, que irão contribuir somente para definhar o seu ser e lhe abater, tendo o poder de levá-lo a sucumbir numa provável depressão, impedindo que enxergue desta forma todo o sabor e a leveza que a vida possa lhe oferecer, levando-o a perceber somente os dissabores, impedindo-o assim de continuar caminhando, barrando atitudes que poderiam conduzi-lo ao sucesso e até mesmo à felicidade.
Nesse diapasão, importante salientar que em meio à caminhada, podemos escolher ser vÃtimas de outrem, do destino e mesmo do mundo ou escolher a arregaçar as mangas e partir para a luta, mesmo em meio a um temporal, sempre de bem com a vida, sendo pessoas mais responsáveis e conscientes dos direitos e deveres, capazes de desnudar e transformar a realidade em que nos encontramos.
Nesse sentido, é de fundamental importância perceber que a vida passa num piscar de olhos e talvez você pode deixar de vivê-la com qualidade, também por uma questão de escolha, e quando você se assustar ..., o tempo já passou..., não tem como voltar atrás, a oportunidade foi perdida, pois a vida não permite ensaios. Assim, cada segundo deverá ser vivido, de forma profunda e consciente.
É nesse contexto que ressaltamos que, neste mundo, estamos por aqui de mera passagem; sendo assim, devemos viver a vida de modo intenso, pois isso é o único e o melhor que se tem a fazer. Cada momento é realmente único; não temos como voltar o filme de nossa vida; portanto, temos que abrir nossos olhos, acordar para a vida; viver, viver e viver sempre com esperança, entusiasmo, bom humor, alegria, perseverança, otimismo e determinação! Mesmo em meio às tempestades que a vida possa nos oferecer, conseqüências, claro, de nossas escolhas.
Dessa forma, é de primordial importância que você se auto-analise, se auto-avalie, questione seus hábitos, costumes, princÃpios, valores, comportamentos, condicionamentos, atitudes e siga em frente, não se deixando abater e, muito menos, se martirizar pelos “traumas†que poderá sofrer no decorrer da caminhada.
Diante disso, precisamos ter em mente que cotidianamente enfrentamos desafios e alguns problemas, muitos dos quais frutos de nossas próprias escolhas. Estes fazem parte da nossa caminhada; assim, devemos procurar retirar todo o medo que porventura apareça e que teime em permanecer, pois, o medo somente serve para nos estagnar, impedindo-nos de caminhar, de desenvolver e crescer, conduzindo-nos a um verdadeiro caos.
Com base nesses preceitos, devemos aprender a valorizar as oportunidades, bem como os momentos que a vida nos oferece e que você, através de suas escolhas, pode muito bem usufruÃ-las e viver com qualidade. Assim, mesmo em meio a inúmeros problemas não adie a opção de viver bem! Lembre-se que a vida é uma só e passa rapidinho!
Aprenda a viver e a valorizar a sua vida!
Só por estarmos vivos, já é um motivo forte para isso!
29/12/2007 - Marizete Furbino, com formação em Pedagogia e Administração pela UNILESTE-MG, especialização em Empreendedorismo, Marketing e Finanças pelo UNILESTE-MG. É Administradora, Consultora de Empresa e Professora Universitária no Vale do Aço/MG.
Contatos através do e-mail: marizetefurbino@yahoo.com.br
Reprodução autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado a autora e o site www.marizetefurbino.com e comunicada sua utilização através do e-mail marizetefurbino@yahoo.com.br
PROFESSOR X
ESTE MUNDO DA INJUSTIÇA GLOBALIZADA
José Saramago
Ciberfil Literatura Digital
Março de 2002
Permitida a distribuição
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Texto lido na cerimônia de encerramento do Fórum Social Mundial 2002...
Começarei por vos contar em brevÃssimas palavras um facto notável da vida camponesa ocorrido numa aldeia dos arredores de Florença há mais de quatrocentos anos. Permito-me pedir toda a vossa atenção para este importante acontecimento histórico porque, ao contrário do que é corrente, a lição moral extraÃvel do episódio não terá de esperar o fim do relato, saltar-vos-á ao rosto não tarda.
Estavam os habitantes nas suas casas ou a trabalhar nos cultivos, entregue cada um aos seus afazeres e cuidados, quando de súbito se ouviu soar o sino da igreja. Naqueles piedosos tempos (estamos a falar de algo sucedido no século XVI) os sinos tocavam várias vezes ao longo do dia, e por esse lado não deveria haver motivo de estranheza, porém aquele sino dobrava melancolicamente a finados, e isso, sim, era surpreendente, uma vez que não constava que alguém da aldeia se encontrasse em vias de passamento. SaÃram portanto as mulheres à rua, juntaram-se as crianças, deixaram os homens as lavouras e os mesteres, e em pouco tempo estavam todos reunidos no adro da igreja, à espera de que lhes dissessem a quem deveriam chorar. O sino ainda tocou por alguns minutos mais, finalmente calou-se. Instantes depois a porta abria-se e um camponês aparecia no limiar. Ora, não sendo este o homem encarregado de tocar habitualmente o sino, compreende-se que os vizinhos lhe tenham perguntado onde se encontrava o sineiro e quem era o morto. "O sineiro não está aqui, eu é que toquei o sino", foi a resposta do camponês. "Mas então não morreu ninguém?", tornaram os vizinhos, e o camponês respondeu: "Ninguém que tivesse nome e figura de gente, toquei a finados pela Justiça porque a Justiça está morta."
Que acontecera? Acontecera que o ganancioso senhor do lugar (algum conde ou marquês sem escrúpulos) andava desde há tempos a mudar de sÃtio os marcos das estremas das suas terras, metendo-os para dentro da pequena parcela do camponês, mais e mais reduzida a cada avançada. O lesado tinha começado por protestar e reclamar, depois implorou compaixão, e finalmente resolveu queixar-se à s autoridades e acolher-se à protecção da justiça. Tudo sem resultado, a expoliação continuou. Então,
desesperado, decidiu anunciar urbi et orbi (uma aldeia tem o exacto tamanho do mundo para quem sempre nela viveu) a morte da Justiça. Talvez pensasse que o seu gesto de exaltada indignação lograria comover e pôr a tocar todos os sinos do universo, sem diferença de raças, credos e costumes, que todos eles, sem excepção, o acompanhariam no dobre a finados pela morte da Justiça, e não se calariam até que ela fosse ressuscitada. Um clamor tal, voando de casa em casa, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, saltando por cima das fronteiras, lançando pontes sonoras sobre os rios e os mares, por força haveria de acordar o mundo adormecido... Não sei o que sucedeu depois, não sei se o braço popular foi ajudar o camponês a repor as estremas nos seus sÃtios, ou se os vizinhos, uma vez que a Justiça havia sido declarada defunta, regressaram resignados, de cabeça baixa e alma sucumbida, à triste vida de todos os dias. É bem certo que a História nunca nos conta tudo...
Suponho ter sido esta a única vez que, em qualquer parte do mundo, um sino, uma campânula de bronze inerte, depois de tanto haver dobrado pela morte de seres humanos, chorou a morte da Justiça. Nunca mais tornou a ouvir-se aquele fúnebre dobre da aldeia de Florença, mas a Justiça continuou e continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste instante em que vos falo, longe ou aqui ao lado, à porta da nossa casa, alguém a está matando. De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido para aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da Justiça todos temos o direito de esperar: justiça, simplesmente justiça. Não a que se envolve em túnicas de teatro e nos confunde com flores de vã retórica judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os pesos da balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que para o outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo seria o mais exacto e rigoroso sinónimo do ético, uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espÃrito como indispensável à vida é o alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos tribunais, sem dúvida, sempre que a isso os determinasse a lei, mas também, e sobretudo, uma justiça que fosse a emanação espontânea da própria sociedade em acção, uma justiça em que se manifestasse, como um iniludÃvel imperativo moral, o respeito pelo direito a ser que a cada ser humano assiste.
Mas os sinos, felizmente, não tocavam apenas para planger aqueles que morriam. Tocavam também para assinalar as horas do dia e da noite, para chamar à festa ou à devoção dos crentes, e houve um tempo, não tão distante assim, em que o seu toque a rebate era o que convocava o povo para acudir à s catástrofes, à s cheias e aos incêndios, aos desastres, a qualquer perigo que ameaçasse a comunidade. Hoje, o papel social dos sinos encontra-se limitado ao cumprimento das obrigações rituais e o gesto iluminado do camponês de Florença seria visto como obra desatinada de um louco ou, pior ainda, como simples caso de polÃcia. Outros e diferentes são os sinos que hoje defendem e afirmam a possibilidade, enfim, da implantação no mundo daquela justiça companheira dos homens, daquela justiça que é condição da felicidade do espÃrito e até, por mais surpreendente que possa parecer-nos, condição do próprio alimento do corpo. Houvesse essa justiça, e nem um só ser humano mais morreria de fome ou de tantas doenças que são curáveis para uns, mas não para outros. Houvesse essa justiça, e a existência não seria, para mais de metade da humanidade, a condenação terrÃvel que objectivamente tem sido. Esses sinos novos cuja voz se vem espalhando, cada vez mais forte, por todo o mundo são os múltiplos movimentos de resistência e acção social que pugnam pelo estabelecimento de uma nova justiça distributiva e comutativa que todos os seres humanos possam chegar a reconhecer como intrinsecamente sua, uma justiça protectora da liberdade e do direito, não de nenhuma das suas negações. Tenho dito que para essa justiça
dispomos já de um código de aplicação prática ao alcance de qualquer compreensão, e que esse código se encontra consignado desde há cinquenta anos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aquelas trinta direitos básicos e essenciais de que hoje só vagamente se fala, quando não sistematicamente se silencia, mais desprezados e conspurcados nestes dias do que o foram, há quatrocentos anos, a propriedade e a liberdade do camponês de Florença. E também tenho dito que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tal qual se encontra redigida, e sem necessidade de lhe alterar sequer uma vÃrgula, poderia substituir com vantagem, no que respeita a rectidão de princÃpios e clareza de objectivos, os programas de todos os partidos polÃticos do orbe, nomeadamente os da denominada esquerda, anquilosados em fórmulas caducas, alheios ou impotentes para enfrentar as realidades brutais do mundo actual, fechando os olhos à s já evidentes e temÃveis ameaças que o futuro está a preparar contra aquela dignidade racional e sensÃvel que imaginávamos ser a suprema aspiração dos seres humanos. Acrescentarei que as mesmas razões que me levam a referir-me nestes termos aos partidos polÃticos em geral, as aplico por igual aos sindicatos locais, e, em consequência, ao movimento sindical internacional no seu conjunto. De um modo consciente ou inconsciente, o dócil e burocratizado sindicalismo que hoje nos resta é, em grande parte, responsável pelo adormecimento social decorrente do processo de globalização económica em curso. Não me alegra dizê-lo, mas não poderia calá-lo. E, ainda, se me autorizam a acrescentar algo da minha lavra particular à s fábulas de La Fontaine, então direi que, se não interviermos a tempo, isto é, já, o rato dos direitos humanos acabará por ser implacavelmente devorado pelo gato da globalização económica.
E a democracia, esse milenário invento de uns atenienses ingénuos para quem ela significaria, nas circunstâncias sociais e polÃticas especÃficas do tempo, e segundo a expressão consagrada, um governo do povo, pelo povo e para o povo? Ouço muitas vezes argumentar a pessoas sinceras, de boa fé comprovada, e a outras que essa aparência de benignidade têm interesse em simular, que, sendo embora uma evidência indesmentÃvel o estado de catástrofe em que se encontra a maior parte do planeta, será precisamente no quadro de um sistema democrático geral que mais probabilidades teremos de chegar à consecução plena ou ao menos satisfatória dos direitos humanos. Nada mais certo, sob condição de que fosse efectivamente democrático o sistema de governo e de gestão da sociedade a que actualmente vimos chamando democracia. E não o é. É verdade que podemos votar, é verdade que podemos, por delegação da partÃcula de soberania que se nos reconhece como cidadãos eleitores e normalmente por via partidária, escolher os nossos representantes no parlamento, é verdade, enfim, que da relevância numérica de tais representações e das combinações polÃticas que a necessidade de uma maioria vier a impor sempre resultará um governo. Tudo isto é verdade, mas é igualmente verdade que a possibilidade de acção democrática começa e acaba aÃ. O eleitor poderá tirar do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar, mas o seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visÃvel sobre a única e real força que governa o mundo, e portanto o seu paÃs e a sua pessoa: refiro-me, obviamente, ao poder económico, em particular à parte dele, sempre em aumento, gerida pelas empresas multinacionais de acordo com estratégias de domÃnio que nada têm que ver com aquele bem comum a que, por definição, a democracia aspira. Todos sabemos que é assim, e contudo, por uma espécie de automatismo verbal e mental que não nos deixa ver a nudez crua dos factos, continuamos a falar de democracia como se se tratasse de algo vivo e actuante, quando dela pouco mais nos resta que um conjunto de formas ritualizadas, os inócuos passes e os gestos de uma espécie de missa laica. E não nos apercebemos, como se para isso não bastasse ter olhos, de que os nossos governos, esses que para o bem ou para o mal
elegemos e de que somos portanto os primeiros responsáveis, se vão tornando cada vez mais em meros "comissários polÃticos" do poder económico, com a objectiva missão de produzirem as leis que a esse poder convierem, para depois, envolvidas no açúcares da publicidade oficial e particular interessada, serem introduzidas no mercado social sem suscitar demasiados protestos, salvo os certas conhecidas minorias eternamente descontentes...
Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de estufa, do tratamento do lixo à s congestões do tráfego, tudo se discute neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um dado definitivamente adquirido se tratasse, intocável por natureza até à consumação dos séculos, esse não se discute. Ora, se não estou em erro, se não sou incapaz de somar dois e dois, então, entre tantas outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida polÃtica e social, sobre as relações entre os Estados e o poder económico e financeiro mundial, sobre aquilo que afirma e aquilo que nega a democracia, sobre o direito à felicidade e a uma existência digna, sobre as misérias e as esperanças da humanidade, ou, falando com menos retórica, dos simples seres humanos que a compõem, um por um e todos juntos. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo se engana. E assim é que estamos vivendo.
Não tenho mais que dizer. Ou sim, apenas uma palavra para pedir um instante de silêncio. O camponês de Florença acaba de subir uma vez mais à torre da igreja, o sino vai tocar. Ouçamo-lo, por favor.
18/03/2002.
Fonte: Portal www.ciberfil.hpg.ig.com.br - (Colaboração: A.M.B.)
PROFESSORA PASQUALINA
PERGUNTA DO LEITOR - Qual é a diferença entre a Capes e o CNPq?
GUSTAVO ABREU, 24 (Rio de Janeiro)
O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e Tecnológico) é uma agência do Ministério da Ciência e Tecnologia destinada ao fomento da pesquisa cientÃfica e tecnológica e à formação de recursos humanos para pesquisa no paÃs.
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de NÃvel Superior) é uma fundação do Ministério da Educação voltada para a formação de recursos humanos de alto nÃvel em todas as áreas do conhecimento.
As duas instituições concedem bolsas de estudo, porém a Capes também é responsável pelo Sistema Nacional de Pós-Graduação e realiza a avaliação dos cursos de mestrado e doutorado no paÃs. Além disso, em 2007, passou a investir na formação de professores da educação básica.
Assessoria de Comunicação Social da Capes.
Mande suas dúvidas para saberfolha@uol.com.br.
Fonte: Folha de S.Paulo - 03/01/11.
CNPq - http://www.cnpq.br/
Capes - http://www.capes.gov.br/
Não deixem de enviar suas mensagens através do “Fale Conosco†do site.
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