PENSANDO NA CENSURA...
24/08/2013 -
PENSE!
TOM & JERRY
English:
Independent.co.uk/tom-and-jerry
More details:
Dailymail.co.uk/debate
Tom & Jerry â
Facebook/tomnjerryfans
"Censura corta episĂłdios de "Tom & Jerry""
O desenho animado âTom & Jerryâ existe hĂĄ 73 anos. Se fez algo pelo mundo, foi sĂł o bem, porque fez as pessoas rirem. De ruim, com certeza, nĂŁo fez nada. Mas o lançamento de sua coletĂąnea em Blu-ray pela Warner acaba de ser adiado, segundo o jornal inglĂȘs âThe Independentâ. Motivo: ativistas sociais exigiram que fossem retirados da sĂ©rie dois episĂłdios, porque em um deles haveria âexcesso de Ăłdioâ entre o gato e o rato e no outro estariam presentes cenas de racismo, uma vez que Tom e Jerry pintam o rosto de negro.
Antonio Carlos Prado e Elaine Ortiz â Fonte: Isto Ă â Edição 2282.
Mais detalhes:
Independent.co.uk/tom-and-jerry
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Tom & Jerry â
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DIREITO DE TODOS
As manifestaçÔes de junho passado, quando centenas de milhares de brasileiros foram Ă s ruas, exerceram efeitos notĂĄveis. Sacudiram o sistema polĂtico do torpor em que se encontrava e revelaram saudĂĄvel inconformismo, expresso no maciço apoio popular aos protestos.
Mas o momento passou; as manifestaçÔes arrefeceram. Não existe fórmula que resolva, num passe de mågica, os graves problemas apontados. Mesmo entre os indignados não tardaram a irromper altercaçÔes, e a maioria logo retomou sua dura rotina de afazeres.
Esperemos que as causas concernentes Ă cidadania, capazes de desatar movimento tĂŁo intenso, nĂŁo sejam abandonadas.
Que o direito a uma boa gestĂŁo dos recursos pĂșblicos, a serviços de qualidade e Ă prĂłpria liberdade de manifestação pacĂfica mereçam uma pressĂŁo mais persistente sobre as autoridades.
Nesta fase de refluxo, porĂ©m, subsiste uma dispersĂŁo de grupĂșsculos empenhados em sustentar a antiga chama. Incapazes de mobilizar multidĂ”es, recorrem Ă violĂȘncia no afĂŁ de multiplicar a repercussĂŁo de seus esquĂĄlidos protestos.
Desde junho, consolidou-se um equĂvoco. Como o estopim que deu escala Ă s passeatas foi um episĂłdio, numa das jornadas em SĂŁo Paulo, de intolerĂĄvel desmando policial, surgiu um ambiente em que a polĂcia somente intervĂ©m, aliĂĄs de modo desastrado, quando o vandalismo jĂĄ campeia.
Ă preciso repetir o Ăłbvio. Cabe Ă s autoridades garantir o direito de manifestação pacĂfica. Mas compete Ă s mesmas autoridades coibir todo ato de violĂȘncia contra qualquer pessoa ou contra o patrimĂŽnio pĂșblico e privado.
Talvez por despreparo diante do inesperado, elas tĂȘm falhado. Entre repressĂŁo indiscriminada e passividade cĂșmplice, hĂĄ de haver toda uma estratĂ©gia de contenção que permita resguardar, com dano mĂnimo, a ordem pĂșblica e o direito de todos, inclusive de ir e vir.
Faz parte dessa estratĂ©gia que os autores de agressĂ”es fĂsicas sejam responsabilizados perante a Justiça. PolĂcia e MinistĂ©rio PĂșblico mostram-se lenientes no cumprimento deste dever que as circunstĂąncias tornam imperativo.
Pouco importa que os vĂąndalos sejam ideĂłlogos do ressentimento, indivĂduos de temperamento exaltado ou meliantes e provocadores infiltrados na confusĂŁo. A lei Ă© a mesma para todos.
A democracia representativa Ă© o Ășnico regime que protege o direito dos que pregam sua destruição. Por questĂŁo de princĂpio, concede-lhes uma generosidade que jamais retribuiriam.
Impedi-los de impor sua pregação pela força não é um direito do regime democråtico, mas sua obrigação mais irrecusåvel.
Editoriais â Fonte: Folha de S.Paulo â 19/08/13.
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