O PODER DO MARKETING II
25/08/2007 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES II
Imagens em tamanho natural, foram grudadas em portas de vidros de lojas, no aeroporto da Ăfrica do Sul, para a campanha publicitĂĄria do limpador de vidros e janelas I.C.U. - "I see You". A expressĂŁo na face nĂŁo tem preço!
(Colaboração: Hélio Bob Pai)
PROFESSORA PASQUALINA
O tema vai ficar mais constante daqui para a frente. Vejam matĂ©ria da Folha de S.Paulo (20/08) sobre a reforma ortogrĂĄfica, as novas regras da lĂngua portuguesa que devem começar a ser implementadas em 2008.
BRASIL SE PREPARA PARA REFORMA ORTOGRĂFICA
O fim do trema estĂĄ decretado desde dezembro do ano passado. Os dois pontos que ficam em cima da letra u sobrevivem no corredor da morte Ă espera de seus algozes. Enquanto isso, continuam fazendo dos desatentos suas vĂtimas, que se esquecem de colocĂĄ-los em palavras como freqĂŒente e lingĂŒiça e, assim, perdem pontos em provas e concursos.
O Brasil começa a se preparar para a mudança ortogrĂĄfica que, alĂ©m do trema, acaba com os acentos de vĂŽo, lĂȘem, herĂłico e muitos outros. A nova ortografia tambĂ©m altera as regras do hĂfen e incorpora ao alfabeto as letras k, w e y (veja quadro). As alteraçÔes foram discutidas entre os oito paĂses que usam a lĂngua portuguesa -uma população estimada hoje em 230 milhĂ”es- e tĂȘm como objetivo aproximar essas culturas.
NĂŁo hĂĄ um dia marcado para que as mudanças ocorram -especialistas estimam que seja necessĂĄrio um perĂodo de dois anos para a sociedade se acostumar. Mas a previsĂŁo Ă© que a modificação comece em 2008.
O Ministério da Educação prepara a próxima licitação dos livros didåticos, que deve ocorrer em dezembro, pedindo a nova ortografia. (Daniela Tófoli)
O QUE MUDA
Entre 0,5% e 2% do vocabulårio brasileiro serå alterado com as mudanças.
HĂFEN - NĂŁo se usarĂĄ mais:
1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra", "infrassom". Exceção: serĂĄ mantido o hĂfen quando os prefixos terminam com r -ou seja, "hiper-", "inter-" e "super-"- como em "hiper-requintado", "inter-resistente" e "super-revista"
2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: "extraescolar", "aeroespacial", "autoestrada"
TREMA - DeixarĂĄ de existir, a nĂŁo ser em nomes prĂłprios e seus derivados
ACENTO DIFERENCIAL - NĂŁo se usarĂĄ mais para diferenciar:
1. "påra" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição)
2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o artigo)
3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo")
4. "pĂ©lo" (flexĂŁo do verbo pelar), "pĂȘlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da preposição com o artigo)
5. "pĂȘra" (substantivo - fruta), "pĂ©ra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera" (preposição arcaica)
ALFABETO - PassarĂĄ a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y"
ACENTO CIRCUNFLEXO - NĂŁo se usarĂĄ mais:
1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta serĂĄ "creem", "deem", "leem" e "veem"
2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjĂŽo" ou "vĂŽo" -que se tornam "enjoo" e "voo"
ACENTO AGUDO - NĂŁo se usarĂĄ mais:
1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxĂtonas, como "assemblĂ©ia", "idĂ©ia", "herĂłica" e "jibĂłia"
2. nas palavras paroxĂtonas, com "i" e "u" tĂŽnicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: "feiĂșra" e "baiĂșca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca"
3. nas formas verbais que tĂȘm o acento tĂŽnico na raiz, com "u" tĂŽnico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigĂșe (averiguar), apazigĂșe (apaziguar) e argĂșem (arg(ĂŒ/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem
GRAFIA - No portuguĂȘs lusitano:
1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam "ação", "ato", "adoção" e "ótimo"
2. serĂĄ eliminado o "h" de palavras como "herva" e "hĂșmido", que serĂŁo grafadas como no Brasil -"erva" e "Ășmido"
A FAVOR - Separados pela mesma lĂngua
VOCĂ SE SENTE confortĂĄvel por nĂŁo ter de escrever christallino, phantasma, theĂsmo? Pois foi uma simplificação da ortografia, na dĂ©cada de 1910, que fez que passĂĄssemos a escrever tais palavras como agora o fazemos.
A ortografia Ă© uma convenção, mas somos a Ășnica lĂngua no mundo com dois cĂąnones oficiais ortogrĂĄficos, um europeu e um brasileiro. O ĂĄrabe Ă© a lĂngua de 250 milhĂ”es de pessoas em 21 paĂses do mundo. Claro que elas nĂŁo se expressam no mesmo ĂĄrabe. Mas a lĂngua oficial dos meios de comunicação de massa em todo o mundo ĂĄrabe Ă© escrita do mesmo jeito (o ĂĄrabe moderno unificado ou comum), compreensĂvel em todos os paĂses islamitas ou onde o ĂĄrabe seja falado. O espanhol Ă© usado por cerca de 450 milhĂ”es de pessoas em 19 paĂses.
Quarta lĂngua mais falada do mundo, sĂŁo inĂșmeras as suas variantes, mas aqueles que a utilizam seguem um padrĂŁo escrito comum, uniforme: sĂł hĂĄ uma forma oficial de grafĂĄ-la. O francĂȘs Ă© lĂngua de 125 milhĂ”es de pessoas na Europa, Ăfrica, AmĂ©rica Central e Oceania. Ă lĂngua de 26 paĂses. Sua ortografia complicada e arcaizante Ă© baseada na grafia legal do francĂȘs medieval, codificado no sĂ©culo 17 pela Academia Francesa. Ă extensa a lista das suas variedades dialetais, mas sĂł hĂĄ uma forma de escrever o francĂȘs padrĂŁo em todo o mundo. Ă o caso tambĂ©m do inglĂȘs, primeira lĂngua de 1 bilhĂŁo de pessoas: seu padrĂŁo ortogrĂĄfico Ă© basicamente o mesmo para todos, com pequenas divergĂȘncias. Por que Portugal e Brasil seriam dois paĂses separados pela mesma lĂngua, quando outras lĂnguas do mundo com muito maiores Ăłbices resolveram seu problema ortogrĂĄfico?
(MAURO VILLAR Ă© co-autor do "DicionĂĄrio Houaiss da LĂngua Portuguesa" e diretor do Instituto Houaiss de Lexicografia.)
CONTRA - O custo supera o benefĂcio
A IDĂIA DE UMA ortografia igual para todos os (hoje oito) paĂses lusĂłfonos Ă© sustentada por este argumento, apresentado pelo grande AntĂŽnio Houaiss (o pai brasileiro do "Acordo") no "Breve HistĂłrico da LĂngua e da Ortografia Portuguesa": "A existĂȘncia de duas grafias oficiais da lĂngua acarreta problemas na redação de documentos em trataçÔes internacionais e na publicação de obras de interesse pĂșblico". Sim, isso Ă© fato.
Um sueco que queira estudar portuguĂȘs pode ficar em dĂșvida entre "adoptar" (Portugal) e "adotar" (Brasil), por exemplo.
Nesse caso, o "Acordo" abrasileira a grafia, o que desagrada aos portugueses, habituados (hå décadas) ao "p" e ao "c" "mudos" de diversas palavras.
E como faria o sueco se tivesse de optar entre "cÎmodo" (Brasil) ou "cómodo" (Portugal)? Jogaria uma moedinha para o alto, visto que, nesse e em muitos outros casos, o projeto de unificação não unifica...
Mas o "Acordo" nĂŁo se limita a "uniformizar" a grafia: aproveita a ocasiĂŁo para estabelecer outras alteraçÔes no sistema ortogrĂĄfico. A mais marcante talvez seja a que dispĂ”e sobre o emprego do hĂfen. O que hoje Ă© muito ruim muda para... Para igual ou pior. A mudança nos diferenciais de tonicidade Ă© outro ponto negativo. Na Ăąnsia de eliminar acentos mais que inĂșteis, como o de "pĂȘra" e "pĂłlo", elimina-se tambĂ©m o de "pĂĄra" (verbo), mais que essencial. Some-se a tudo isso o desconforto da inevitĂĄvel convivĂȘncia -por um longo perĂodo- com duas grafias (a "nova", que seria vista nos jornais e revistas, por exemplo, e a "velha", que estaria diante de nĂłs nos livros, enciclopĂ©dias etc.) e se chega Ă conclusĂŁo de que o custo supera os benefĂcios. Quem viveu a reforma de 1971 sabe bem do que estou falando. Ă isso.
(PASQUALE CIPRO NETO Ă© autor de livros didĂĄticos e apresentador e idealizador do "Nossa LĂngua Portuguesa", da RĂĄdio e TV Cultura.)
Fonte: Folha de S.Paulo - 20/08/2007.
Vamos nos preparar.
Professora Pasqualina
ATENĂĂO: AULAS DE INGLĂS. Aulas de inglĂȘs para pequenos grupos com a Professora Pasqualina e sua parceira Professora PatrĂcia. No Barreiro e no Eldorado. Contato - 33889365.
PROFESSOR X
OlĂĄ pessoal,
Vejam que texto interessante sobre uma solução brasileira de grandes méritos e originalidade.
SATANĂS APOSTILADO?
Segundo conhecido educador, os "apostiladores" "embaralham-se numa sucessão de ecos sem fim e sem propósito (...) envoltos pela aura clåssica da memorização/reprodução (...) de modo que não reste tempo håbil para o vago e moroso trabalho do pensamento (...)". Quem seriam esses mercadores sinistros, que oferecem à juventude um ensino no qual se decora, em vez de pensar? Na realidade, são apenas escolas bem-sucedidas que, a partir de certo momento, passaram a ofertar a outras instituiçÔes um conjunto de serviços educacionais desenvolvidos para si próprias. Tornaram-se operadoras de grandes redes de escolas associadas (em uma das quais o autor trabalha). Mais de 1,7 milhão de alunos estão em instituiçÔes privadas ligadas a uma dessas redes (Anglo, COC, Objetivo, Pitågoras, Positivo, UNO e outras).
Por que as escolas desejariam pertencer às redes dos "apostiladores", tão duramente acusados? Uma hipótese persuasiva é que as redes operariam como uma secretaria de educação, cuja missão é apoiar escolas. Preenchem um våcuo. Vejamos:
Estruturação do ensino. Pelas pesquisas, quanto mais planejado o ensino, mais os alunos aprendem. Passo a passo, os livros das redes oferecem teoria, aplicação, exercĂcios e provas. Essa ajuda permite ao professor sair da decoreba e botar a cabeça dos estudantes para funcionar. E, quanto mais o livro facilita a vida do professor, mais ele pode se dedicar Ă quelas dimensĂ”es artesanais e afetivas, tĂŁo crĂticas para o aprendizado.
Integração curricular. Como oferecem coleçÔes completas, um livro fala com o outro, integrando diferentes partes do currĂculo.
Formação de professores. O que mais atrai as escolas associadas Ă© a preparação de seus professores. Eles aprendem conteĂșdos, a melhor forma de ensinar e o uso eficiente dos livros. Considerando a fragilidade dos cursos de formação de professores, Ă© um apoio expressivo para o ensino.
Janela para o mundo. A rede rompe o isolamento e revitaliza as escolas, oferecendo-lhes uma chance Ășnica de tomar contato com novas idĂ©ias e conhecer as melhores prĂĄticas escolares.
Avaliação do ensino. As redes avaliam o desempenho de professores e alunos das escolas associadas e colaboram nos projetos para melhorar o ensino.
SerĂŁo tais serviços relevantes para a qualidade da educação? Ou as redes sĂŁo arautos da "compartimentalização dos informes conteudistas"? Se acreditamos em ciĂȘncia, a resposta estĂĄ na evidĂȘncia tangĂvel. Pelos dados de uma das redes, 60% das escolas associadas encontram-se dentre as trĂȘs melhores de suas cidades na prova do Enem. Essa rede exibe mĂ©dias superiores Ă s do restante da rede privada â jĂĄ amplamente superiores Ă s pĂșblicas. Tais resultados demonstram ser infundada a queixa de que as "apostilas" nĂŁo dĂŁo uma verdadeira educação, jĂĄ que o Enem mede raciocĂnio, e nĂŁo decoreba. A escola da Embraer usa as satĂąnicas apostilas e sĂł aceita alunos da rede pĂșblica. Como Ă© possĂvel ser a terceira melhor escola do estado de SĂŁo Paulo?
Se as redes atendessem Ă s escolas pĂșblicas, os benefĂcios deveriam ser ainda maiores, pois grande parte das instituiçÔes de ensino e dos professores vive desgarrada e sem apoio tĂ©cnico das secretarias. A idĂ©ia Ă© atraente. Mas hĂĄ um empecilho. As redes sĂŁo financiadas pela venda de suas coleçÔes de livros. Como os alunos de escolas pĂșblicas recebem do MEC seus livros, poucos municĂpios ou escolas se dispĂ”em a arcar com o custo cobrado pelas redes para adquirir as coleçÔes. Contudo, no caso do governo de SĂŁo Paulo, Ă© tambĂ©m facultado receber os recursos diretamente, em vez de livros. Na Ă©poca da Prova Brasil, SĂŁo Paulo tinha 635 municĂpios. Uma rede vendia seus livros e serviços a 46 deles. Segundo o Ăndice de qualidade da educação do MEC (o Ideb), dentre os dez municĂpios paulistas com notas mais altas, cinco eram apoiados por essa rede (e um por outra rede). Ou seja, os municĂpios que entraram nas redes aumentaram dramaticamente sua chance de estar dentre os melhores. Portanto, hĂĄ claros indĂcios de que os apostiladores criaram uma solução brasileira de grandes mĂ©ritos e originalidade. Inovação Ășnica no mundo, jĂĄ se cogita a sua exportação.
Claudio de Moura Castro - Fonte: Veja - Edição 2.022.
Educação jå!
Abraços
Professor X
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