CRIATIVIDADE NO MARKETING
17/08/2013 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES (GUINNESS PORTUGAL)
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Uma ponte espetacular!!!
Fonte: Eu Amo Cerveja â 11/08/13.
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PROFESSOR TOM COELHO
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A dor da despedida
* por Tom Coelho
âComo Ă© fĂĄcil separar-se, como Ă© difĂcil encontrar-se de novo!â
(Song Fang-Hu)
A cada duas semanas o ritual se repete. Quando a sexta-feira se aproxima, minha rotina muda. Procuro arrumar a casa com mais cuidado, vou ao supermercado para pequenas compras supérfluas, consulto guias de programação infantil. Expectativa, alegria e até taquicardia. à dia de apanhar meus filhos para passarem o final de semana comigo.
A companhia das crianças é renovadora. Nada é comparåvel a ouvir o som macio de suas vozes pueris, a compartilhar seus sorrisos e gargalhadas espontùneas, a contemplå-los na tranquilidade do adormecer.
Os sĂĄbados sĂŁo especiais. Despertamos juntos apĂłs uma noite de descanso em que trĂȘs dividem um mesmo colchĂŁo â situação que nĂŁo perdurarĂĄ, pois as pernas deles crescem depressa... As refeiçÔes sĂŁo feitas tardiamente. Jogamos de futebol a videogame. Eles discutem. E, em segundos, reconciliam-se. DĂŁo trabalho para comer. Mas comem. Invariavelmente, avançamos pela madrugada adentro. Ă um dia sem igual porque parece que nĂŁo tem fim.
Porém, a chegada do domingo prenuncia o fim desta felicidade. As horas passam råpido. Quando percebemos, resta-nos espaço apenas para o banho, arrumar as malas e pegar a estrada. Eles partem deixando saudades e lembranças por todos os lados: brinquedos, peças de roupas e a presença no ar. A cama fica grande; o coração, pequeno.
Lembro-me da experiĂȘncia vivida em despedidas de amor. EntĂŁo adolescente, residindo em municĂpios diferentes, alternava com a namorada as viagens nos finais de semana. AguardĂĄ-la na estação rodoviĂĄria era motivo de satisfação. Esta passagem lembra-me Saint-ExupĂ©ry e seu âPequeno PrĂncipeâ:
âTeria sido melhor voltares Ă mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, Ă s quatro da tarde, desde as trĂȘs eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Ăs quatro horas, entĂŁo, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... Ă preciso ritos.â
Na vida profissional passamos tambĂ©m por vivĂȘncias diversas. VocĂȘ muda de cargo, depois de departamento e, finalmente, de unidade. Ou entĂŁo abre uma empresa, participa de outra, encerra uma atividade. A cada um destes processos, uma nova fase se inicia ante o tĂ©rmino de outra. Ambientes que vĂȘm e que vĂŁo. Pessoas que vĂŁo e que ficam.
HĂĄ partidas, separaçÔes e despedidas. Em algumas situaçÔes dizemos âatĂ© logoâ, em outras, um resoluto âtchauâ. Entretanto, somente o âadeusâ carrega consigo um bĂĄlsamo de dor, pois Ă© o Ășnico temperado com o aroma, doce ou amargo, do tempo.
A vida me tornou positivo e otimista. Aprendo por tentativa e acerto, e nĂŁo por tentativa e erro. Vejo o copo meio cheio, e nĂŁo meio vazio. Toda adversidade traz consigo liçÔes e oportunidades. Contudo, ainda nĂŁo aprendi a lidar adequadamente com a dor de certos tipos de separação, como o adeus de uma despedida quando a vontade Ă© ficar. Leonardo da Vinci dizia: âOnde hĂĄ muito sentimento, hĂĄ muita dorâ.
De todas as partidas, idas e vindas, encontros e desencontros, permeados pela razĂŁo ou pela emoção, pelo jogo do certo ou do errado, as maiores dores advĂȘm dos momentos em que me distancio de mim mesmo, questionando meus propĂłsitos, a trajetĂłria em curso e os caminhos a trilhar. No entanto, os maiores prazeres tambĂ©m decorrem desta redescoberta, quase sempre simples, sutil e inesperada.
PS: Este texto foi escrito em novembro de 2004, quando meus filhos do primeiro casamento, entĂŁo com nove e sete anos, ficavam em minha companhia em finais de semana alternados. Por isso, o dedico a todos os pais, mas em especial Ă queles divorciados que precisam aprender a lidar com as saudades e tambĂ©m a dar intensidade aos encontros, fazendo em 48 horas o que nĂŁo foi possĂvel ao longo de duas interminĂĄveis semanas de espera...
* Tom Coelho Ă© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 paĂses. Ă autor de âSomos Maus Amantes â ReflexĂ”es sobre carreira, liderança e comportamentoâ (Flor de Liz, 2011), âSete Vidas â LiçÔes para construir seu equilĂbrio pessoal e profissionalâ (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos atravĂ©s do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.
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