O ETERNO CONFLITO!
01/10/2006 -
FAZENDO DIREITO
COMPARTILHANDO A TERRA PROMETIDA
Uma Tentativa de AnĂĄlise Equilibrada do Conflito Israelense-Palestino.
Esta é a Terra Prometida (veja mapa acima). Ela se estende aproximadamente do Mar Mediterrùneo ao Rio Jordão. Hå cerca de 5 milhÔes de judeus vivendo lå e cerca de 4,5 milhÔes de årabes. Os judeus chamam essa terra de Israel. Os årabes chamam essa terra de Palestina. Ambos acreditam que essa terra lhes pertence.
Que razÔes tem os judeus para acreditar que essa terra lhes pertence?
HISTĂRIA: Esse foi um reino judeu onde os judeus viveram por muitos sĂ©culos. ApĂłs as revoltas contra os Romanos, de 70 a 135 DC, a terra, JudĂ©ia, recebeu dos romanos o nome de Palestina.
RELIGIĂO: A cada ano, desde a destruição romana, os judeus tem orado para retornar a essa terra. âNo prĂłximo ano em JerusalĂ©mâ Ă© a frase com que termina cada celebração da PĂĄscoa. Os judeus oram trĂȘs vezes ao dia, voltados para JerusalĂ©m, que Ă© sua cidade mais sagrada.
PERSEGUIĂĂO: ApĂłs sĂ©culos de trĂĄgicas Cruzadas, progroms, e por fim o Holocausto, a maior parte dos judeus acreditam que apenas estarĂŁo a salvo de perseguiçÔes se existir um Estado Judeu independente.
Que razĂ”es tĂȘm os ĂĄrabes para acreditar que essa terra lhes pertence?
HISTĂRIA: Os povos ĂĄrabes habitaram essa terra por sĂ©culos. Suas presenças aumentaram significativamente apĂłs a conquista muçulmana no sĂ©culo VII.
CULTURA: As vidas e tradiçÔes dos habitantes sĂŁo muito ligadas aos lugares desta terra, onde muitos tiveram ancestrais por inĂșmeras geraçÔes. JerusalĂ©m Ă© um centro cultural, social e religioso para a população ĂĄrabe.
RELIGIĂO: Aqui ficam as Mesquitas de al-Aqsa e de Omar, o 3Âș local mais sagrado para os muçulmanos. A tradição diz que o Profeta MaomĂ© ascendeu ao CĂ©u montado em seu lendĂĄrio cavalo, Al Buraq.
O caro leitor fica convidado a escolher um lado, se quiser, e decidir quem, em sua opiniĂŁo, tem o argumento mais forte.
Seja que povo vocĂȘ tenha escolhido, judeu ou ĂĄrabe, lamentamos informar que sua escolha Ă© irrelevante.
- Ambos os povos tĂȘm direito a essa terra;
- Ambos os direitos são amplamente reconhecidos pela comunidade das naçÔes;
- Mais importante: Nenhum dos lados simplesmente desaparecerå amanhã: nem os 5 milhÔes de judeus, e nem os 4,5 milhÔes de årabes.
EntĂŁo, o que se pode fazer a respeito? HĂĄ 4 possĂveis soluçÔes para o conflito:
1) Os ĂĄrabes ficam com toda a terra;
2) Os judeus ficam com toda a terra;
3) Um Estado bi-nacional para judeus e ĂĄrabes;
4) Dois Estados para Dois Povos.
As soluçÔes 1 e 2 envolveriam a eliminação do outro lado pela força. Apenas um genocĂdio e deportação em larga escala poderia trazer tal cenĂĄrio. O resultado mais provĂĄvel dessas soluçÔes seria que ambos os lados iriam lutar entre si atĂ© a destruição mĂștua.
A solução 3, o Estado bi-nacional, pode atĂ© soar atraente na teoria, mas seria impraticĂĄvel dado o nĂvel de tensĂŁo e Ăłdio entre as partes. AlĂ©m disso, esse tipo de solução contraria os anseios por autonomia e auto-determinação de cada um dos povos.
A Ășnica possibilidade de alcançar uma paz duradoura seria atravĂ©s da existĂȘncia de DOIS ESTADOS INDEPENDENTES, ISRAEL E PALESTINA, vivendo lado-a-lado com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas. Essa foi a idĂ©ia do Processo de Oslo e todos sabemos aonde ele chegou. Mas, o importante para se ter em mente Ă© que Oslo nĂŁo falhou por se ter baseado em premissas erradas. DOIS ESTADOS PARA DOIS POVOS Ă A ĂNICA CHANCE PARA A PAZ NA REGIĂO.
Mas por que o Processo de Oslo fracassou? Cada lado costuma culpar o outro.
Alguns argumentos palestinos: Visita de Sharon ao Monte do Templo; Assentamentos de Israel na Cisjordùnia e Gaza; Bloqueios israelenses e puniçÔes coletivas.
Alguns argumentos israelenses: Recusa de Arafat Ă s propostas de Barak em Camp David; Atentados terroristas palestinos; Incitamento dos Palestinos Ă violĂȘncia e Ăłdio pela educação.
Sinta-se convidado a julgar quais atos vocĂȘ considera mais imorais e injustos, ou quem tem razĂŁo aqui. Cada lado faz uma contagem diferente de sangue e culpas.
Cada lado costuma escolher diferentes fatos para divulgar ou omitir. De toda maneira, é importante ter em conta que boa parte de ambos os lados perdeu a confiança e a crença no comprometimento do outro com a solução de dois estados, frustrando-se com o processo de Oslo.
O que Ă© necessĂĄrio daqui em diante?
A PRIMEIRA COISA A SER COMBATIDA Ă A INTOLERĂNCIA.
Existe gente nos dois lados que se recusa a aceitar os direitos humanos e nacionais do outro. Esses grupos precisam ser contestados de dentro.
Os palestinos e os israelenses devem dizer NĂO aos seus prĂłprios membros intolerantes e Ă s suas formas violentas de manter o conflito aceso. Rejeitar as explicaçÔes simplistas, os slogans e a propaganda que pĂ”em toda culpa num sĂł lado, tais como as equaçÔes: âIslĂŁ = Terrorismoâ ou âSionismo = Racismoâ. Algumas pessoas tentam manipular a opiniĂŁo pĂșblica selecionando alguns fatos ou frases e apresentando uma histĂłria onde seu lado Ă© sempre inocente, enquanto os erros e crimes pertencem sempre ao outro. Ă possĂvel contar uma grande mentira ao reunir pequenos fragmentos da verdade... A solução de Dois Estados precisa ser mantida e buscada inequivocamente. CondiçÔes como continuidade territorial, segurança, fronteiras reconhecidas e carĂĄter nacional dos dois estados sĂŁo essenciais para seu sucesso.
Pensamentos Finais:
Dizer que vocĂȘ Ă© um pacifista nĂŁo significa nada. AlguĂ©m sairia dizendo: âEu sou contra a pazâ? Apoiar realmente a PAZ significa se aproximar do outro e reconhecĂȘ-lo como um igual.
Compartilhe suas opiniÔes conosco em: SharedLand@hotmail.com.
(Colaboração: A.M.B.)