VESTIDO PARA MATAR
05/11/2009 -
MARILENE CAROLINA
DRESSED TO KILL
English:
http://www.hrp.org.uk/TowerOfLondon/WhatsOn/Dressedtokill.aspx
See more:
http://www.dailymail.co.uk/news/article-1166382/How-Henry-VIII-dressed-kill-despite-rapidly-expanding-waistline.html
Se Ă© nos arquivos que residem as melhores respostas, pode estar numa exposição de armaduras medievais a origem da expressĂŁo "Vestido para matar", amplamente reproduzida no fashion, na mĂșsica e no cinema.
Montada na White Tower, localizada dentro do complexo da Torre de Londres, a mostra, cujo tĂtulo Ă© exatamente "Dressed to Kill", faz um apanhado do guarda-roupa de guerra de Henrique VIII, rei temido por mulheres (ele teve seis e condenou duas delas Ă forca), homens e atĂ© dragĂ”es, segundo reza a lenda.
ConstruĂdas muitas vezes por artesĂŁos italianos (veja a conexĂŁo com o fashion), as peças sĂŁo verdadeiras obras de arte e trazem detalhes surpreendentes como a impressĂŁo das rosas da Casa Tudor, famĂlia de Henrique VIIII e Elizabeth I, como se fossem estampas, e outros requintes.
O material fica exposto até janeiro do próximo ano, mas o site oficial (www.hrp.org.uk) também traz informaçÔes importantes para quem não tiver planos de cruzar o Atlùntico nos próximos meses.
NatĂĄlia D'ornellas - Fonte: O Tempo - 01/11/09.
Veja mais:
http://www.dailymail.co.uk/news/article-1166382/How-Henry-VIII-dressed-kill-despite-rapidly-expanding-waistline.html
PAPEL DE PAREDE - DAMASCO
Damasco vista do topo do monte Qasiyun durante uma festa para celebrar o fim do RamadĂŁ. Foto de Ed Kashi.
A foto: http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/papeis-de-parede/edicao116-novembro-2009-508917.shtml?foto=0p.
Fonte: National Geographic - Edição 116.
MANUAL DA PAIXĂO SOLITĂRIA
O escritor gaĂșcho Moacyr Scliar foi o grande vencedor do mais tradicional prĂȘmio literĂĄrio brasileiro, o Jabuti. Em cerimĂŽnia realizada na Sala SĂŁo Paulo, "Manual da PaixĂŁo SolitĂĄria" (editora Companhia das Letras) foi escolhido melhor livro do ano de ficção.
Membro da Academia Brasileira de Letras, Scliar jĂĄ foi agraciado trĂȘs outras vezes com o Jabuti, em 1988, 1993 e 2000. Ele Ă© autor de uma vasta obra, que compreende 63 tĂtulos entre contos, romances, crĂŽnicas, ensaios e ficção infanto-juvenil.
O livro vencedor, que retrata episĂłdio bĂblico de forma provocativa, jĂĄ havia ganhado na categoria romance. Ao receber o prĂȘmio, Scliar lembrou os pais. "Meu pai era um grande contador de histĂłrias enquanto minha mĂŁe criava condiçÔes para que eu pudesse ler", disse o escritor. "O Jabuti tornou-se o Oscar literĂĄrio do Brasil", comentou Scliar. "Saio daqui convencido de que minha carreira como escritor teve algum sentido."
JĂĄ o Jabuti de melhor livro de nĂŁo-ficção ficou com "Monteiro Lobato - Livro a Livro" (Unesp/Imprensa Oficial), organizado por Marisa Lajolo e JoĂŁo LuĂs Ceccantini, que analisa a obra infantil de Lobato. Os livros do ano levaram R$ 30 mil cada.
Lupa - Fonte: O Tempo - 06/11/09.
Jabuti 2009 - http://www.cbl.org.br/jabuti/
Manual da PaixĂŁo SolitĂĄria - http://www.submarino.com.br/produto/1/21459951/manual+da+paixao+solitaria
Monteiro Lobato - Livro a Livro - http://forum.unesp.br/int_noticia_imgesq.php?artigo=4628
ATIVO INTANGĂVEL
Na Era da Informação o conhecimento estĂĄ se transformando no recurso organizacional mais importante das empresas. Uma riqueza muito mais importante e crucial do que o dinheiro. Gradativamente, o capital financeiro, que predominou na Era Industrial, estĂĄ cedendo lugar para o capital intelectual - um capital invisĂvel composto de ativos intangĂveis - como a base fundamental das operaçÔes empresariais. (Idalberto Chiavenato).
Fonte: Revista Brasileiral de Administração - Ano XIX - NĂșmero 22.
GRANDES PALAVRAS
PalavrĂ”es em livros didĂĄticos. Uma mistura curiosa, pois se nada Ă© mais didĂĄtico que um palavrĂŁo, seu nicho ecolĂłgico nĂŁo pode ser o ensino formal. Ensinado Ă s crianças por sisudos educadores, o palavrĂŁo deixa de ser palavrĂŁo, vira palavra. Seu encanto Ă© a saliĂȘncia, nascida do nĂŁo-dizer. A atração das crianças pelas palavras feias vem daĂ, elas aprendem que tais palavras sĂŁo proibidas, e por isso mais encantadoras que as outras. Sabiamente, as religiĂ”es fazem o mesmo: os termos divinos tornam-se impronunciĂĄveis (nĂŁo diga Seu nome em vĂŁo) e, portanto, mais maravilhosos.
Na conservadora Lisboa dos anos 70, lembro-me de como meus coleguinhas e eu nos deliciåvamos com palavras proscritas. Jå fui publicamente humilhado pela professora (de quem, aliås, morro de saudades) por conta de um palavrão. Em sociedades moralmente agrårias e católicas como a brasileira e a portuguesa, palavrão é o que a criança não diz na frente dos pais, dos professores, da autoridade. à o que se diz secretamente, só pro melhor amigo, e mesmo assim de noite, baixinho, debaixo das cobertas. Novamente por essa moralidade agråria, o palavrão também é associado à gente pobre: é da boca do vulgo (na senzala, na cozinha) que saem vulgaridades, embora, pela histórica associação da classe senhorial com as modas da metrópole, seja no salão requintado que as baixezas da fala se misturam às baixelas de prata.
Nas cidades cosmopolitas, o palavrĂŁo perde a saliĂȘncia mĂĄgica e mistura-se Ă s palavras mundanas. No Rio e em Londres, por exemplo, as duas palavras mais execradas nas respectivas lĂnguas foram incorporadas ao falar cotidiano e viraram um coringa linguĂstico, como o "pĂĄ" portuguĂȘs, o "bah" gaĂșcho ou o "uai" mineiro. Outra, referente ao ĂłrgĂŁo masculino, enriqueceu-se urbanamente e tanto pode significar uma coisa excelente (do X), insatisfação (que X) ou surpresa (X!). Quem jĂĄ leu GregĂłrio de Mattos, mestre da flor do LĂĄcio de 300 anos atrĂĄs, sabe o quanto isso Ă© antigo, produtivo e literĂĄrio na lĂngua portuguesa.
TĂpico no pensamento ocidental Ă© a associação entre palavrĂŁo e as desvalorizadas emoçÔes, que devemos controlar pela racionalidade ou elevação espiritual. Ă o que se diz na hora da raiva. Ou do amor. Se quiser saber se uma palavra Ă© feia, um bom teste negativo Ă© procurĂĄ-la no jornal. Se encontrar, nĂŁo Ă© palavrĂŁo. Ao contrĂĄrio de termos publicĂĄveis que se referem Ă guerra, Ă fome, Ă doença e atĂ© Ă escatologia e ao sexo (para alguns, matĂ©rias-primas do palavrĂŁo), a mĂĄ palavra nĂŁo tira sua força do significado, mas do nĂŁo-uso.
Oponho-me veementemente Ă inclusĂŁo de palavrĂ”es nos livros didĂĄticos, pois sou um admirador desse rico vocabulĂĄrio proibido, e torço por sua sobrevivĂȘncia. Os moralistas que nĂŁo gostam de palavras feias, por outro lado, devem fazer uma campanha para sua incorporação massiva aos livros didĂĄticos (atualizados anualmente, claro). Seria o fim das grandes palavras.
Beto Vianna - Linguista - Fonte: O Tempo â 05/11/09.
SUFIXOS PERDEM SENTIDO ORIGINAL
Nem tudo Ă© o que parece -e isso tambĂ©m se aplica Ă lĂngua. Estamos acostumados a associar a terminação "-inho(a)" das palavras ao grau diminutivo e a terminação "-ĂŁo" ao seu grau aumentativo.
Em muitos casos, estaremos agindo acertadamente, mas nem sempre. "Galinha", "farinha" e "rainha", por exemplo, estĂŁo no seu grau normal.
"PĂŁo", "cĂŁo" ou "alemĂŁo", por sua vez, nĂŁo sĂŁo aumentativos.
A interpretação popular dos fenĂŽmenos linguĂsticos, no entanto, pode dar origem a novos termos. A palavra "botequim", no grau normal, por causa da sua terminação, foi confundida com um diminutivo e deu origem ao tĂŁo popular "boteco".
A perda do sufixo (no caso, um falso sufixo) fez surgir outra palavra, num processo chamado derivação regressiva. Foi isso, aliås, o que ocorreu com "sarampão", o nome original da doença que hoje conhecemos como "sarampo". Por parecer um aumentativo, acabou perdendo o falso sufixo ("-ão").
Na histĂłria da lĂngua, tambĂ©m ocorreu outro fenĂŽmeno relativo aos sufixos de diminutivo e de aumentativo. Muitas vezes, eles foram perdendo a informação semĂąntica especĂfica e deram origem a novas palavras, isto Ă©, os termos passaram por um processo de ressignificação graças ao apagamento da noção de tamanho antes presente nos sufixos.
O "camarim", por exemplo, hoje o recinto onde os atores se preparam antes de entrar em cena, era um diminutivo de "cĂąmara", esta entendida como um aposento da casa, em especial o quarto de dormir. "Selim", o assento da bicicleta, Ă© um diminutivo de "sela"; "cutĂcula", diminutivo erudito de "cĂștis", Ă© a pelĂcula que cresce em torno das unhas; "glĂłbulo" Ă© um diminutivo de "globo" etc.
"CaixĂŁo", por exemplo, jĂĄ nĂŁo se usa como aumentativo de "caixa" -e "caixinha", por sua vez, pode ser atĂ© um sinĂŽnimo de gorjeta, jĂĄ num processo figurativo metonĂmico.
"Portão", "cartão", "papelão" e mesmo "palavrão" também não funcionam como aumentativos. O diminutivo de "folha" é "folhinha", mas "folhinha" também pode ser um sinÎnimo de calendårio. Também são os sufixos de diminutivo que aparecem em termos como "camiseta" e "camisola" - caso em que o uso consagrou diferentes significados em cada lado do Atlùntico.
Os portugueses chamam de "camisola" o que por aqui chamamos de "camiseta".
A palavra "estilete" também carrega um sufixo de diminutivo. Sim, trata-se de um diminutivo de "estilo", que, no passado, longe do abrangente leque de significados que tem hoje, era um ferro pontudo que se usava para escrever em tåbuas enceradas.
A viagem pela histĂłria das palavras Ă© um caminho para adentrar o fascinante estudo da lĂngua.
ThaĂs Nicoleti de Camargo - consultora de lĂngua portuguesa do Grupo Folha-UOL - Fonte: Folha de S.Paulo â 03/11/09.
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