PENSANDO DIFERENTE
30/05/2013 -
PENSE!
PERSPECTIVAS
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Algumas vezes vocĂȘ precisa olhar a vida de uma diferente perspectiva!!! Pense nisso!!!
Fonte: Facebook.com/howtoachievesuccess â 28/05/13.
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UNIVERSO CONSCIENTE?
Entre os vĂĄrios mistĂ©rios da fĂsica contemporĂąnea, poucos se comparam Ă existĂȘncia de nĂŁo localidade na fĂsica quĂąntica. NĂŁo localidade significa que interaçÔes entre entidades separadas podem ocorrer instantaneamente. Ă como se o espaço e o tempo nĂŁo existissem!
Quando uma bola vai ao gol ou uma gota de chuva cai, existe um efeito local por trĂĄs: o chute, a nuvem carregada. No mundo quĂąntico, dos elĂ©trons e fĂłtons --as partĂculas de luz--, efeitos podem ocorrer sem causa local, algo de que tratei na coluna do dia 28 de abril.
Imagine gĂȘmeos, um em SĂŁo Paulo e outro em Manaus. Entram num bar, um em cada cidade. Se o de SĂŁo Paulo pede pinga, o de Manaus pede chope. Se o de SĂŁo Paulo pede chope, o de Manaus pede pinga. Isso ao mesmo tempo, como se soubessem o que o outro pediu. Como Ă© possĂvel, dado que estĂŁo longe e nĂŁo podem se comunicar?
Essa sincronicidade, se nĂŁo com gĂȘmeos, foi verificada entre pares de partĂculas em experimentos Ă distĂąncia que comprovam que a correlação Ă© mais rĂĄpida do que a velocidade da luz.
Imagino que muitos leitores estejam pensando na premonição, na sincronicidade junguiana etc.
Lembro que o cĂ©rebro humano e os pares de fĂłtons sĂŁo "sistemas" bem diferentes. Mas cientistas sĂ©rios, como o vencedor do Nobel Eugene Wigner e seu colega de Princeton John Wheeler, se questionaram sobre o papel da mente na fĂsica.
Quando medimos algo usamos um detector. NĂŁo temos contato direto com um elĂ©tron. Sua existĂȘncia Ă© registrada quando interage com o detector e ouvimos um clique ou vemos um ponteiro mexer.
Na interpretação "ortodoxa" da fĂsica quĂąntica, Ă© essa interação que determina a existĂȘncia da partĂcula: antes da medida, nĂŁo podemos nem dizer que a partĂcula existe.
Wigner e Wheeler acham que, sem um observador, essa medida nĂŁo faz sentido; foi o observador que montou o detector. A existĂȘncia da partĂcula depende de interação com a consciĂȘncia humana: mais dramaticamente, a consciĂȘncia determina a realidade em que vivemos.
Wheeler imaginou um experimento no qual uma partĂcula passa por um anteparo com dois orifĂcios e vai de encontro a uma tela mĂłvel. AtrĂĄs dela, hĂĄ dois detectores alinhados com os orifĂcios. Se a tela Ă© retirada, os detectores acusam por qual orifĂcio a partĂcula passou.
PorĂ©m, no mundo quĂąntico, partĂculas podem agir como ondas. Ondas passando por dois orifĂcios criam padrĂ”es de interferĂȘncia, estrias claras e escuras.
Portanto, duas opçÔes: com tela vemos interferĂȘncia, sem tela vemos detecção de uma partĂcula.
Wheeler sugeriu que a tela fosse retirada apĂłs a partĂcula ter passado pelo anteparo. Por meio da sua escolha, o observador cria a propriedade fĂsica da partĂcula agindo retroativamente no tempo! O incrĂvel Ă© que a previsĂŁo de Wheeler foi confirmada. Observador e observado formam uma entidade Ășnica que existe fora do tempo.
Wheeler extrapolou: "NĂŁo somos observadores no Universo, somos participadores. Sem consciĂȘncia, o mundo nĂŁo existe! O Universo gera a consciĂȘncia e a consciĂȘncia dĂĄ significado ao Universo". Essa visĂŁo traz o dilema: serĂĄ que o Universo sĂł faz sentido porque existimos?
Marcelo Gleiser Ă© professor de fĂsica e astronomia do Dartmouth College, em Hanover (EUA). Ă vencedor de dois prĂȘmios Jabuti e autor, mais recentemente, de "Criação Imperfeita". Escreve aos domingos na versĂŁo impressa de "CiĂȘncia".
Fonte: Folha de São Paulo (Colaboração: A. M. Borges)
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