PENSANDO NO FUTURO
05/11/2009 -
PENSE!
INFRAESTRUTURA FUTURISTA
English:
http://ngm.nationalgeographic.com/big-idea/04/electric-cars
O Brasil e o mundo se preparam para a era dos carros elĂ©tricos. Mas eles vĂŁo exigir nova infraestrutura de postos - nos quais seja possĂvel recarregar energia elĂ©trica, e nĂŁo mais gasolina ou ĂĄlcool.
No futuro, quase todos os carros vĂŁo ser movidos a eletricidade de fontes solares, eĂłlicas ou hidrĂĄulicas. Os veĂculos elĂ©tricos vĂŁo se deslocar em silĂȘncio e sem escapamento. As importaçÔes de petrĂłleo e as emissĂ”es de gases vĂŁo diminuir, assim como as nĂ©voas de poluição. Pelo menos Ă© o que muita gente espera. Mas antes serĂĄ preciso resolver problemas prĂĄticos. Por exemplo, onde Ă© que esses carros vĂŁo se reabastecer?
No Brasil, hĂĄ veĂculos elĂ©tricos da Fiat rodando em Itaipu, e SĂŁo Paulo pode ser a primeira cidade a receber a novidade em escala. No mundo todo, entre 2010 e 2012, a indĂșstria automobilĂstica pretende colocar no mercado dezenas de modelos com baterias recarregĂĄveis. VeĂculos hĂbridos, que contam com um motor a gasolina que começa a funcionar depois de 65 quilĂŽmetros rodados, terĂŁo de passar atĂ© oito horas sendo recarregados se plugados a uma tomada comum de 120 volts. Alguns modelos 100% elĂ©tricos, cujas baterias maiores permitem autonomia de 160 a 320 quilĂŽmetros, precisarĂŁo de dez a 12 horas para recarregar. As residĂȘncias com circuitos de 220 volts reduziriam pela metade o tempo de tal tarefa - que poderia ser feita Ă noite, quando as tarifas sĂŁo mais baixas. Mesmo assim, para que as pessoas adotem carros elĂ©tricos, Ă© preciso que haja uma rede de postos acessĂvel aos cidadĂŁos que precisam recarregar o carro nas idas e vindas ao trabalho e aos que fazem viagens longas. "NĂŁo hĂĄ como montar uma infraestrutura se nĂŁo houver carros", diz o americano Art James, do Departamento de Transportes do Oregon. "Por outro lado, ninguĂ©m fabricarĂĄ os carros se nĂŁo houver uma infraestrutura."
Essa rede jå começa a surgir mundo afora, sobretudo onde hå empenho dos governos.
Em Israel, por exemplo, um paĂs no qual a gasolina Ă© cara e as distĂąncias sĂŁo pequenas, a empresa Better Place instalou mais de mil postos - no prĂłximo ano, ela pretende construir uma malha semelhante em San Francisco, na CalifĂłrnia. No esquema da Better Place, a empresa Ă© dona das baterias de lĂtio-Ăon dos carros dos clientes. Esses clientes pagam uma taxa de recarga, mesmo quando o fazem em casa. Isso reduz em um terço ou mais o custo inicial do veĂculo, mas os clientes tĂȘm de comprar automĂłveis de fabricantes que aceitem usar as baterias da Better Place; atĂ© agora apenas a Renault-Nissan se dispĂŽs a isso. No caso de viagens longas por estradas, a Better Place tem planos de construir postos de troca com robĂŽs, que em poucos minutos substituiriam as baterias gastas por outras carregadas.
Outra possibilidade Ă© o futuro como hoje, com os motoristas de vĂĄrios tipos de carro utilizando diferentes postos. A Coulomb Technologies afirma que poderia instalar postos de recarga de alta velocidade, com sistemas de 440 volts, nos quais os viajantes se reabasteceriam em 20 minutos.
A escala dessa transição Ă© assustadora, e vai exigir o envolvimento de governos e da indĂșstria. Mas tambĂ©m sĂŁo assustadores o preço elevado da gasolina e o aquecimento global. Segundo Art James, "tudo isso vai acontecer bem mais rĂĄpido do que se imagina".
Karen E.Lange - Fonte: National Geographic - Edição 116.
Veja imagem ampliada:
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(COLABORAĂĂO: PROFESSORA ADRIANA FILETO)
BRINCADEIRA SĂRIA
Em tempo: foi de GerrĂŽ que ouvimos esta sĂ©ria brincadeira: "Dizem que a Europa hoje estĂĄ virando o museu do mundo; a China, a fĂĄbrica; a Ăndia, o call-center e o Brasil, a fazenda. Esqueceram dos EUA, que talvez sejam o shopping center, suponho".
Paulo Navarro (http://www.pnc.com.br/) - Fonte: O Tempo - 01/11/09.
SEXUALIDADE CIDADĂ
A democracia pressupĂ”e impasses para que neles se deem a reflexĂŁo e o diĂĄlogo. Cabe Ă ministra do STJ Nancy Andrighi o mĂ©rito de ampliar o espaço democrĂĄtico dos que buscam ser inteiros na personalidade e felizes na sexualidade: determinou, em decisĂŁo inĂ©dita, a alteração tanto do prĂ©-nome quanto do gĂȘnero na documentação de um transexual que se submeteu Ă cirurgia de mudança de sexo - seu documento serĂĄ totalmente novo e sem referĂȘncia ao fato. Eis o saudĂĄvel impasse: transexuais ganham em direitos, mas hĂĄ risco, por exemplo, de parceiros serem eventualmente induzidos a erro.
"A determinação do STJ Ă© excelente", diz a consultora jurĂdica Roselle Adriane Soglio, uma das mais renomadas advogadas do PaĂs, professora da Faculdade de Direito Professor DamĂĄsio de Jesus. "O impasse Ă© produtivo e do que se precisa, agora, Ă© de normatização: meio termo em que o transexual nĂŁo serĂĄ humilhado por documento discriminatĂłrio nem os outros correrĂŁo risco de serem enganados."
Fonte: Isto à - Edição 2086.
A FĂBULA DO PORCO ESPINHO
Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente; mas, os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam maior calor. Por isso decidiram afastar-se uns dos outros e voltaram a morrer congelados.
EntĂŁo precisavam fazer uma escolha: ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, jå que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram!
Moral da HistĂłria:
O melhor relacionamento nĂŁo Ă© aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro e consegue admirar suas qualidades.
"O mundo nĂŁo Ă© ruim; sĂł Ă© muito mal freqĂŒentado". (L.F.VerĂssimo)
(Colaboração: Shirley - Caraguatatuba)
UNIVERSIDADE AMEAĂADA
A Universidade de SĂŁo Paulo estĂĄ sob ataque. Seu futuro como universidade de pesquisa e instituição acadĂȘmica de ponta estĂĄ ameaçado.
De um lado, claques de burocratas encastelados nos ĂłrgĂŁos de poder universitĂĄrio empurram uma agenda mediocrizante, que estrangula os esforços daqueles que sustentam a "marca USP". De outro, alguns sindicatos e movimentos estudantis empenham-se em transformar a USP em um "escolĂŁo para as massas", no qual o mĂ©rito acadĂȘmico seria decapitado.
à nesse contexto que a sociedade concedeu algum interesse aos rituais uspianos de alternùncia de poder que culminam, dia 10 de novembro, com o segundo turno da eleição para reitor.
Mas, afinal, que modelo a sociedade paulista deseja ter na USP? Uma escolinha de terceiro grau ocupada por alunos e professores dedicados Ă lĂșmpen-polĂtica? Mais uma sonolenta repartição pĂșblica?
Entendemos que uma universidade de ponta, capaz de produzir soluçÔes para os desafios cientĂficos, tecnolĂłgicos e sociais do futuro e de multiplicar essas soluçÔes por meio dos alunos egressos de seus cursos, Ă© aquilo que se espera da USP.
Uma tal instituição sĂł se constrĂłi atraindo o que hĂĄ de melhor na inteligĂȘncia brasileira e formando os profissionais que liderarĂŁo a sociedade do futuro.
Foi assim que os paĂses desenvolvidos chegaram ao sucesso social, econĂŽmico, cientĂfico e cultural. E sĂł assim se justifica, para o contribuinte paulista, as cifras bilionĂĄrias que sustentam a USP.
Então é preciso questionar: estamos caminhando em direção a esse ideal de universidade? A resposta é que, ultimamente, não.
Nas universidades de classe mundial, compreende-se que uma instituição de ensino e pesquisa nunca serå melhor do que os melhores pesquisadores que nela trabalham.
Essas instituiçÔes fazem o possĂvel para atrair e estimular esses pesquisadores, alĂ©m de oferecer aos alunos a possibilidade de conviver e aprender com esses indivĂduos desde o ingresso na universidade.
Os reitores dessas universidades sĂŁo escolhidos por meio de rigorosos processos de seleção (que nada tĂȘm em comum com as eleiçÔes), nos quais a liderança acadĂȘmica e a penetração na sociedade sĂŁo prĂ©-requisitos indispensĂĄveis.
JĂĄ na USP, nos Ășltimos anos, o trabalho dos melhores docentes tem se desenvolvido Ă revelia e apesar das sucessivas administraçÔes.
A lĂłgica da administração acadĂȘmica foi invertida, com burocratas cada vez mais aboletados nos ĂłrgĂŁos centrais em busca de poder, benesses tĂpicas do serviço pĂșblico e, agora, atĂ© mesmo para aventuras polĂticas.
Por outro lado, na USP, o processo de escolha dos reitores é uma pseudoeleição, em que promessas de bastidores e acordos de poder definem o resultado do pleito.
à preciso inverter esse jogo ruinoso. Os pesquisadores da USP, apoiados pela sociedade que a financia, precisam corrigir os rumos de uma instituição que estå à deriva e imprimir-lhe o perfil que dela se exige.
Em primeiro lugar, Ă© preciso acabar com esse processo bizantino de eleição para reitor, que terminou por deformar todas as estruturas administrativas e acadĂȘmicas.
O delĂrio da tal "democracia universitĂĄria", muito popular entre grupelhos na vanguarda do atraso (dentro e fora da universidade), nĂŁo funciona em lugar nenhum do mundo e deve ser rechaçado como a apropriação indĂ©bita de um bem pĂșblico pelos seus usufrutuĂĄrios.
Nas melhores universidades, pĂșblicas ou nĂŁo, essa escolha Ă© feita por um comitĂȘ de busca composto em sua maioria por membros externos Ă universidade, tipicamente expoentes das ĂĄreas acadĂȘmicas e da sociedade civil, alĂ©m de representantes dos financiadores daquelas instituiçÔes.
TambĂ©m Ă© preciso instituir mecanismos reais de controle de qualidade e produção dos docentes. Nenhuma universidade de primeira linha resiste a dĂ©cadas de emprego vitalĂcio garantido a qualquer um que passe num concurso pĂșblico de ingresso.
A depuração, mesmo de uma parcela Ănfima, dos docentes mais acomodados e ausentes, mais do que um aviso Ă queles que flertam com o Ăłcio improdutivo, seria um sinal positivo poderoso aos pesquisadores que de fato produzem.
A USP tem que iniciar imediatamente um processo de reforma e modernização, no qual prevaleçam os interesses da pesquisa e do ensino de qualidade. A alternativa Ă© o inexorĂĄvel sucateamento de um patrimĂŽnio pĂșblico acumulado ao longo de dĂ©cadas e o empobrecimento cientĂfico e cultural de nossa sociedade.
Ălcio Abdalla, 56, Ă© professor titular do Instituto de FĂsica da USP.
LuĂs Raul Weber Abramo, 40, Ă© professor associado do Instituto de FĂsica da USP.
JoĂŁo Carlos Alves Barata, 48, Ă© professor titular do Instituto de FĂsica da USP.
Fonte: Folha de S.Paulo â 06/11/09.
Instituto de FĂsica da USP - http://web.if.usp.br/ifusp/
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