FALANDO NA SORTE
11/10/2012 -
FALOU NO FM? TĂ FALADO!
PARA FAZER SUCESSO, A SORTE Ă DETERMINANTE
English:
http://www.nytimes.com/2012/08/05/business/of-luck-and-success-economic-view.html?smid=tw-nytimes&seid=auto
Everything Is Obvious:
http://www.randomhouse.com/book/187477/everything-is-obvious-by-duncan-j-watts/9780307951793/
Facebook:
https://www.facebook.com/pazeterra
http://www.facebook.com/JohnsonSchoolCornell
Muitos conservadores celebram o sucesso no mercado como a consequĂȘncia quase inevitĂĄvel do talento e do esforço.
Os liberais, por outro lado, gostam de nos lembrar que mesmo pessoas talentosas e esforçadas passam por dificuldades.
à fåcil ver por que cada lado desconfia da posição do outro.
Os conservadores temem que as pessoas, se incentivadas a verem a vida como uma loteria, possam simplesmente ficar sentadas esperando pelo melhor.
Os liberais acham que encorajar as pessoas a reivindicar uma parcela irreal de crédito por seu sucesso pode tornå-las relutantes em ajudar aqueles que estão em uma situação mais vulneråvel.
Ambas as preocupaçÔes tĂȘm implicaçÔes importantes para as polĂticas pĂșblicas, entĂŁo seria bom sabermos mais sobre a real importĂąncia da sorte para o alcance do sucesso.
ExperiĂȘncias recentes sugerem que eventos casuais podem influenciar os resultados do mercado bem mais fortemente do que se pensava.
O sociĂłlogo Duncan Watts, que conduziu algumas dessas experiĂȘncias com os colegas Matthew Sagalnik e Peter Dodds, descreveu os resultados obtidos em seu livro "Everything Is Obvious (Once You Know the Answer)" [tudo Ă© Ăłbvio, depois que vocĂȘ sabe a resposta], lançado em 2011. Ele sugere que, embora o sucesso no mercado de fato dependa da qualidade de um produto, essa ligação Ă© extremamente variĂĄvel e incerta.
Os pesquisadores convidaram os participantes a visitarem um site experimental chamado Music Lab, que listava 48 gravaçÔes de bandas pouco conhecidas. Na versĂŁo de controle da experiĂȘncia, os participantes poderiam baixar gratuitamente qualquer mĂșsica, desde que concordassem em lhe dar uma nota. A nota mĂ©dia serviu como um critĂ©rio objetivo para a qualidade de cada mĂșsica.
Os pesquisadores entĂŁo realizaram outras oito versĂ”es da experiĂȘncia. Em todas elas, o Music Lab mostrava quantas vezes cada mĂșsica foi baixada por outros usuĂĄrios, e qual a sua nota mĂ©dia.
Isso produziu uma maior disparidade na avaliação das mĂșsicas e na quantidade de downloads. Em cada um dos oito grupos, as cançÔes mais populares se tornaram ainda mais populares (e vice-versa) do que no grupo de controle.
A mais notĂĄvel conclusĂŁo foi que se alguns dos primeiros ouvintes reprovavam a mĂșsica, isso geralmente prenunciava o seu fracasso. Mas, se por acaso, os primeiros ouvintes gostassem dessa mesma mĂșsica, ela geralmente acabava fazendo sucesso.
O fato de o destino de uma canção depender tanto do acaso nĂŁo significa que o sucesso seja puramente questĂŁo de sorte. Bandas que nĂŁo se esforçassem e que carecessem de um mĂnimo de talento jĂĄ nĂŁo conseguiriam, para começar, gravar mĂșsicas dignas de serem aceitas no site.
Os sociĂłlogos mostraram como o retorno do pĂșblico pode gerar um efeito aleatĂłrio e vital. E isso pode ser visto em vĂĄrias outras situaçÔes: muitas vezes Ă© difĂcil encontrar informaçÔes sobre a qualidade de um produto, entĂŁo nos baseamos nas reaçÔes de quem jĂĄ o experimentou. Quaisquer diferenças aleatĂłrias nos primeiros retornos que recebemos tendem a ser amplificadas quando compartilhamos nossas reaçÔes com os outros.
Um sucesso inicial mesmo que nĂŁo merecido alimenta mais sucesso, e um fracasso prematuro prenuncia mais fracasso. Em suma: o destino dos produtos em geral frequentemente exige uma enorme dose de sorte.
A pesquisa oferece uma importante lição de moral: pessoas que tiveram sucesso fariam bem em permanecer humildemente cientes da sua própria sorte.
Robert H. Frank Ă© professor de economia na Escola Superior Johnson de Administração, da Universidade Cornell, em Ithaca (Estado de Nova York) â Fonte: Folha de S.Paulo â 08/10/12.
MatĂ©ria original em inglĂȘs do âThe New York Timesâ:
http://www.nytimes.com/2012/08/05/business/of-luck-and-success-economic-view.html?smid=tw-nytimes&seid=auto
Tudo Ă© Ăłbvio, depois que vocĂȘ sabe a resposta:
http://www.pazeterra.com.br/autor.asp?pa=1106
Facebook:
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MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
PAU EM INGLĂS
Artigo recente no "New York Times", com dicas para americanos a fim de vir ao Brasil, observou: "Os brasileiros sĂŁo muito simpĂĄticos, mas falam um inglĂȘs atroz". Levantamento tambĂ©m recente do British Council, instituição dedicada a estreitar os laços do Reino Unido com outros paĂses, constatou que apenas 5% da população brasileira sabe falar inglĂȘs. E, outro dia, pilotos da nossa aviação civil foram acusados de nĂŁo se fazer entender em voos internacionais.
VocĂȘ dirĂĄ que estĂĄ na hora de o Brasil cantar de galo e exigir que nossos visitantes aprendam um pouco de portuguĂȘs. Boa ideia, mas, antes, serĂĄ preciso combinar com o resto do mundo. E, neste momento, nĂŁo apenas os galos ainda cacarejam em inglĂȘs, mas atĂ© os povos mais refratĂĄrios a outras lĂnguas, como os franceses, tiveram de aderir ao raudiudu no trato com estrangeiros. E, como eles, todos os europeus, incluindo 100% dos alemĂŁes e a maioria dos povos da antiga esfera soviĂ©tica.
A revelação de que somos deficientes numa matĂ©ria que, nesses tempos de comunicação instantĂąnea, tornou-se fundamental Ă© mais surpreendente quando se olha em torno -na propaganda, nas fachadas das lojas e atĂ© nos jornais e revistas. Ă como se, no Brasil, o inglĂȘs fosse a lĂngua oficial.
Gatos e cachorros nĂŁo sĂŁo mais gatos e cachorros. SĂŁo pets. Bicicletas tornaram-se bikes. Adolescentes sĂŁo teens. Corretores (imobiliĂĄrios ou o que for) sĂŁo brokers. Visto assim, pode-se pensar que o uso de palavras em inglĂȘs para substituir suas primas da roça obedece a um domĂnio da lĂngua. Mas Ă© sĂł esmalte. Falamos e escrevemos sem saber, e a prova Ă© a de que, aqui, o plural de qualquer termo em inglĂȘs leva um apĂłstrofo -CD's, DVD's, hot dog's- incompreensĂvel para ingleses e americanos.
Se o Brasil quiser passar de ano, é bom começar a estudar.
Ruy Castro â Fonte: Folha de S.Paulo â 05/10/12.
British Council - http://www.facebook.com/britishcouncil?ref=ts&fref=ts
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