RIVALIDADE ENTRE BRASILEIROS E ARGENTINOS
26/08/2009 -
FUTEBOL SHOW
BRASIL X ARGENTINA â HISTĂRIAS DO MAIOR CLĂSSICO DO FUTEBOL MUNDIAL
Ăs vĂ©speras do jogo entre Brasil e Argentina, 05 de setembro em RosĂĄrio, pelas eliminatĂłrias da Capa de 2010, nada melhor do que ler detalhes desse que Ă© considerado um dos maiores clĂĄssicos do futebol mundial.
Quando disputam uma partida de futebol, Brasil e Argentina levam a campo uma rivalidade iniciada hĂĄ mais de um sĂ©culo. Dois paĂses tĂŁo prĂłximos, e ao mesmo tempo tĂŁo diferentes, compartilham uma paixĂŁo obstinada pelo esporte que leva seus habitantes a extremos de alegria, tristeza e angĂșstia.
Com o passar dos anos, as duas maneiras distintas de se jogar futebol passaram a caracterizar cada paĂs em seus aspectos social, polĂtico e cultural.
Assim, as similaridades e diferenças entre brasileiros e argentinos ganharam vulto e importùncia nos gramados quando os dois selecionados se enfrentavam, e fizeram desse encontro o maior clåssico do futebol mundial.
Esse livro mergulha na história dos jogos entre as seleçÔes de Brasil e Argentina e mostra como um relacionamento esportivo inicialmente marcado pela cordialidade foi se transformando em uma rivalidade sem igual no mundo do futebol. A intenção foi realçar as maiores conquistas e destacar os grandes jogadores de ambos os lados; descrever as principais brigas em campo; contextualizar cada partida em relação ao momento vivido em cada nação; reunir, enfim, as melhores histórias que se sucederam ao longo de um século de encontros em campo.
Brasil e Argentina sĂŁo duas potĂȘncias do futebol, reconhecidas mundialmente. A rivalidade que transparece e que caracteriza o confronto esconde o muito que existe de respeito, admiração e inveja entre os torcedores e jogadores dos dois paĂses. Afinal de contas, a grandeza de um ganha muito em realce e nitidez diante da estatura da outra.
Detalhes: http://www.livrosdefutebol.com/catalogo_detail.asp?cod_produto=234
FUTEBOL - Ă POR ENQUANTO?
Após muita vaia, Dunga deu a volta por cima. à o preferido dos brasileiros para dirigir a Seleção na Copa de 2014. Ele aparece com 36% dos votos em pesquisa realizada com mil torcedores em 70 cidades pelo Instituto Anålise/Insight. Luiz Felipe Scolari vem em seguida, só com 14%. A liderança do atual técnico, porém, é relativa. Entre os entrevistados, 31% não escolheram ninguém, produzindo quase um empate técnico entre Dunga e um ponto de interrogação.
Ricardo Boechat - Fonte: Isto à - Edição 2076.
Instituto AnĂĄlise/Insight - http://www.insightnet.com.br/
JOGADORES X CLUBES
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) consolidou recentemente a jurisprudĂȘncia que acaba com a bilateralidade nos contratos entre jogadores e clubes no caso de clĂĄusulas penais. Isso significa que nĂŁo serĂŁo mais aceitos pedidos de atletas ao tribunal para receberem o valor da multa quando tĂȘm seus acordos rescindidos pelos clubes. Assim, ao deixarem um time por falta de pagamento ou serem dispensados, os atletas passam a ter direito apenas Ă metade dos vencimentos atĂ© o final do acordo como indenização.
Painel FC â Eduardo Arruda â Fonte: Folha de S.Paulo â 24/08/09.
TST - http://www.tst.gov.br/
AVAĂ â A ONDA
Sensação do Brasileiro, o Avaà tem investido pesado em licenciamentos. O time, que jå conta com mais de 70 produtos com sua marca, vai lançar agora um xampu.
Painel FC â Eduardo Arruda - Fonte: Folha de S.Paulo â 26/08/09.
AvaĂ - http://www.avai.com.br/
GĂS NO FLAMENGO
A Alesat Ă© a nova patrocinadora do Flamengo. O acordo jĂĄ estĂĄ fechado hĂĄ quase um mĂȘs, mas problemas burocrĂĄticos do clube atrasaram o anĂșncio e o começo do patrocĂnio. Distribuidora de combustĂvel com capital 50% mineiro, a Ale substituirĂĄ na camisa rubro-negra a estatal Petrobras.
Raquel Faria - Fonte: O Tempo â 26/08/09.
Alesat - http://www2.ale.com.br/home/index.jsp
Flamengo - http://www.flamengo.com.br/
A LIGA DOS MILHĂES - Campeonato Espanhol
Os times da Espanha não poupam na hora de contratar os melhores jogadores do planeta. O Real Madrid, por exemplo, gastou 165 milhÔes de euros somente para contratar a dupla Kakå e Cristiano Ronaldo. O Barcelona não deixou por menor e contratou Ibrahimovic.
A partir de 30 de agosto nos canais ESPN.
Fonte: Monet - NĂșmero 77 - Agosto 2009.
Detalhes:
http://espnbrasil.terra.com.br/campeonatoespanhol
VOLUNTĂRIOS 2010
O ComitĂȘ Organizador da Copa da Ăfrica festeja a marca de 50 mil inscritos para serem voluntĂĄrios no Mundial-2010, pois a marca supera a da Alemanha.
Painel FC â Eduardo Arruda â Fonte: Folha de S.Paulo â 24/08/09.
FENĂMENO
O jogador Ronaldo estĂĄ negociando com a Vale para ser o garoto-propaganda da mineradora no mundo todo. Hoje, o jogador jĂĄ tem um contrato de trabalho para representar a Vale na China.
Mercado Aberto - Guilherme Barros - Fonte: Folha de S.Paulo - 23/08/09.
POLĂMICA RELIGIOSA
O site da rede dos EUA, CNN, publicou manifestaçÔes de lĂderes muçulmanos contra o tĂ©cnico da Inter de MilĂŁo, JosĂ© Mourinho. O treinador disse, apĂłs empate da sua equipe contra o Bari, pelo Campeonato Italiano, que o jogador Muntari, que Ă© muçulmano, foi mal por causa do jejum praticado no RamadĂŁ, o mĂȘs sagrado dos seguidores do IslĂŁ.
Fonte: Primeira Chamada - 27/08/09.
Detalhes:
http://www.edition.cnn.com/2009/SPORT/football/08/26/football.mourinho.ramadan.muntari/index.html
A LEI, ORA A LEI
Logo depois de trancar o processo contra o ĂĄrbitro EdĂlson Pereira de Carvalho, o desembargador Fernando Miranda fez questĂŁo de dizer que estava cumprindo Ă risca o seu papel, do ponto de vista tĂ©cnico. Na sua visĂŁo, EdĂlson nĂŁo poderia ser enquadrado por estelionato, porque esse crime exige comprovação de perda de patrimĂŽnio e uma vĂtima identificada. NĂŁo estĂĄ em julgamento se vocĂȘ se sentiu lesado, por comprar ingresso para jogo que estava sendo manipulado. E quem gastou em site de apostas, nĂŁo Ă© vĂtima? "NĂŁo, o jogo Ă© ilegal no Brasil", diz o desembargador.
EdĂlson poderia ser enquadrado por evasĂŁo de divisas, segundo o desembargador. Fernando Miranda pode justificar que a argumentação do MinistĂ©rio PĂșblico foi ruim. E o MinistĂ©rio PĂșblico irĂĄ rebater que outro juiz aceitaria a argumentação.
O resultado prĂĄtico do caso EdĂlson Ă© trĂĄgico: sensação de impunidade. EdĂlson Pereira de Carvalho admitiu participar do esquema de manipulação de resultados desvendado durante o BrasileirĂŁo de 2005 e continua Ă solta.
A lei, ora a lei! Se o uso indevido da frase de GetĂșlio Vargas pode parecer desrespeito Ă s instituiçÔes, façamos uma pequena adaptação. A lei, ora, a interpretação da lei. EdĂlson Pereira de Carvalho cometeu um crime, e isso atĂ© o desembargador Fernando Miranda admite, ao dizer que o ex-ĂĄrbitro poderia ser enquadrado por evasĂŁo de divisas. Mas EdĂlson pagou um preço baixo demais. Deixou de apitar.
NĂŁo, nĂŁo pense que interpretaçÔes das leis sĂŁo problema sĂł do Brasil. Na ItĂĄlia, o caso de manipulação de escalas de arbitragem desvendado em 2006 resultou no rebaixamento da Juventus e num longo processo criminal que mantĂ©m o principal envolvido, Luciano Moggi, em liberdade. Moggi era diretor esportivo da Juventus e mantinha contatos telefĂŽnicos com ĂĄrbitros. Na Ă©poca, os jornais italianos revelaram: a cada conversa de Moggi, um lance polĂȘmico a favor da Juventus.
No processo esportivo, a Juventus declarou-se culpada, uma tentativa de abrandar sua pena. O tiro saiu pela culatra: o juiz aceitou o reconhecimento de culpa como prova, e a Juventus foi condenada e rebaixada.
Luciano Moggi se demitiu do cargo de diretor esportivo para fazer sua defesa na esfera criminal. Se a Juventus se disse culpada e Moggi era funcionårio do clube, então não podia ser culpado só por acatar as decisÔes de seu patrão. Brilhante!
Faltou dizer que quem tomava as decisĂ”es no departamento de futebol era ele mesmo, Luciano Moggi. ApĂłs trĂȘs anos, o processo ainda corre em NĂĄpoles, mas estĂĄ claro que Moggi serĂĄ absolvido. A alegação Ă© que manter contato com os ĂĄrbitros nĂŁo era proibido pela legislação esportiva. Detalhe: apĂłs o escĂąndalo, passou a ser. Outro ponto favorĂĄvel Ă absolvição Ă© a falta de provas materiais da corrupção. O resumo da Ăłpera: ninguĂ©m vai para a cadeia, na ItĂĄlia. Nem no Brasil.
Que a ItĂĄlia imita o Brasil cada vez mais Ă© claro. A Juventus, dona da maior torcida do paĂs, declarou-se culpada e foi rebaixada. EdĂlson Pereira de Carvalho declarou-se culpado e vive livremente em JacareĂ. Caro desembargador, tecnicamente os dois casos sĂŁo iguais. E ninguĂ©m vai preso.
Paulo Vinicius Coelho (http://espnbrasil.terra.com.br/pvc/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 23/08/09.
RELAĂĂES PERIGOSAS
JosĂ© Sarney, em uma de suas inĂșmeras e indefensĂĄveis defesas no Senado, quis sensibilizar os polĂticos e a população ao questionar quem nĂŁo atenderia aos pedidos de uma neta, de um neto ou de um namorado de uma neta. Ele sabe que a maioria dos que o criticam faz e faria o mesmo.
O nepotismo e tantas outras relaçÔes interesseiras, perigosas, perniciosas e antiĂ©ticas, mesmo se nĂŁo forem ilegais, acontecem, com muita frequĂȘncia, na polĂtica, na sociedade e no esporte. "Ă dando que se recebe", uma praga nacional.
Muitas pessoas bem-intencionadas não sabem, ou fingem não saber, o que é ético e/ou legal. Fazem o que a maioria faz. à a lei da esperteza e da acomodação.
à cada dia mais frequente, na administração dos clubes e nas comissÔes técnicas dos times de futebol, a presença de parentes e de convenientes amigos de técnicos e dirigentes. Assim, dirigentes de clubes, federaçÔes e da CBF se perpetuam no poder.
Em alguns clubes, parentes se alternam no comando. No Cruzeiro, entra Perrella e sai Perrella.
A desculpa esfarrapada de todos, no esporte e na polĂtica, Ă© a de que precisam se cercar de pessoas de confiança.
O nepotismo tem que ser combatido, jĂĄ Ă© proibido no serviço pĂșblico, mas hĂĄ inĂșmeras outras relaçÔes tĂŁo ou mais perigosas.
Muitos dirigentes trabalham muito prĂłximos de empresĂĄrios. Um agente costuma administrar a carreira de um tĂ©cnico e de vĂĄrios jogadores que estĂŁo sob o comando desse mesmo tĂ©cnico. Os conflitos de interesses sĂŁo inevitĂĄveis. Os tĂ©cnicos falam que sabem separar as coisas. Parafraseando Caetano Veloso, de perto, ninguĂ©m Ă© 100% Ăntegro.
Alguns jornalistas nĂŁo escapam dessas relaçÔes perigosas. Gostam de ser amigos de jogadores, de tĂ©cnicos e de dirigentes. Recebem informaçÔes privilegiadas e em troca, no mĂnimo, nĂŁo criticam suas fontes.
à um risco hoje até elogiar jogador ou técnico. Alguns empresårios se aproveitam disso para valorizar seus clientes. Os agentes entopem os e-mails de comentaristas com ótimas informaçÔes sobre seus jogadores. Por isso e por outros motivos, não coloco e-mail na minha coluna.
No Brasil, os profissionais sĂŁo, a cada dia, mais valorizados pelas relaçÔes sociais e corporativistas do que pela competĂȘncia tĂ©cnica.
A rede de interaçÔes é extensa e com dezenas de conexÔes. O ser humano estå a cada dia mais interligado, mais só e menos livre.
TostĂŁo - Fonte: Folha de S.Paulo - 23/08/09.
MAOMĂ E O FUTEBOL
MaomĂ© era um profeta que nĂŁo sabia nada de futebol. Esse verso, que faz parte do hino de um dos times alemĂŁes mais fortes, o Schalke 04, estĂĄ, para usar uma expressĂŁo clĂĄssica tirada do mundo da bola, na marca do pĂȘnalti. A torcida do Schalke 04, uma das mais aguerridas da Alemanha, grita o hino antes de cada partida. Mas a letra, hĂĄ longo tempo incorporada Ă memĂłria dos torcedores e ao som dos estĂĄdios, pode ser modificada depois que partiram da comunidade muçulmana queixas em relação Ă presença de MaomĂ© no hino. A administração do clube, da regiĂŁo industrial do Rio Ruhr, contratou um especialista em islamismo para estudar o caso. NinguĂ©m sabe exatamente o que MaomĂ© faz no hino, cujo tĂtulo Ă© âAzul e branco, te amoâ, mas hĂĄ dĂ©cadas Ă© assim, e eventuais incĂŽmodos sempre se limitaram a torcidas adversĂĄrias. Por que, agora, a reclamação?
O debate em torno do hino do Schalke 04 Ă© um pequeno ponto no grande e crescente quadro de animosidade, na Europa, na relação entre muçulmanos e nĂŁo muçulmanos. Recentemente, um vĂdeo de origem ignorada virou um campeĂŁo instantĂąneo de audiĂȘncia no YouTube e gerou um inflamado debate. AtĂ© a semana passada, jĂĄ tinha sido visto mais de 10 milhĂ”es de vezes. Chamado Demografia muçulmana, ele apresenta, ao longo de 7min31s, supostas evidĂȘncias estatĂsticas da islamização da Europa.
Os nĂșmeros enfileirados provocaram inicialmente um choque â e foram depois submetidos a exames detalhados. A BBC checou-os um a um e constatou uma quantidade expressiva de erros, expostos num programa de rĂĄdio. Para ficar num caso, o vĂdeo afirma que as taxas de fertilidade dos paĂses europeus sĂŁo baixas e cadentes, o que facilitaria o caminho para uma dominação islĂąmica. NĂŁo Ă© bem assim. As taxas sĂŁo baixas, Ă© verdade, mas estĂŁo crescendo nos principais paĂses europeus. No Reino Unido, por exemplo, de 2001 a 2007, o Ăndice subiu de 1,63 para 1,92, o maior em algumas dĂ©cadas. O trabalho investigativo da BBC tambĂ©m jĂĄ estĂĄ no YouTube. Foi visto, atĂ© o momento em que Ă© escrito este artigo, 10 mil vezes, um milĂ©simo da audiĂȘncia conquistada pelo vĂdeo original para o qual tenta servir de contraponto.
A Europa parece ao mesmo tempo alarmada, intimidada e irritada com o crescimento do islamismo. Ă da França que tĂȘm partido as respostas mais contundentes. O presidente Nicolas Sarkozy reiterou, hĂĄ pouco tempo, que nĂŁo Ă© bem-vinda na França a burca, o traje tĂpico com que algumas mulheres casadas muçulmanas cobrem todo o corpo ao sair Ă rua, exceto as mĂŁos e os olhos. SĂmbolo do pudor feminino para os islĂąmicos, a burca foi tratada por Sarkozy como uma demonstração da subserviĂȘncia da mulher.
No inĂcio de agosto, no verĂŁo europeu, uma francesa convertida ao islamismo foi expulsa de uma piscina pĂșblica na França por estar vestindo um burquĂni, mistura de burca e biquĂni. RazĂ”es de higiene foram alegadas, mas a expulsĂŁo estĂĄ vinculada ao fantasma do crescimento islĂąmico. As estatĂsticas do vĂdeo sobre a demografia muçulmana foram desmontadas em boa parte, mas o medo segue. Ă o que demonstra, em sua pequenez extraordinĂĄria, a atitude da direção do Schalke 04 de considerar a possibilidade de deletar MaomĂ© da letra do tradicional hino do clube.
Paulo Nogueira - Fonte: Ăpoca - Edição 588.
Schalke 04 - http://www.schalke04.de/
O vĂdeo "Demografia muçulmana" - http://www.youtube.com/watch?v=6-3X5hIFXYU
O vĂdeo da BBC - http://news.bbc.co.uk/2/hi/programmes/more_or_less/8189434.stm
FESTIVAL DE LUGARES-COMUNS
No passado, um dos ditados mais falados era: "Quem corre Ă© a bola". Os grandes jogadores, em vez de correr com a bola para entregĂĄ-la ao companheiro, faziam a bola correr, com passes de primeira, longos e curtos.
Evidentemente, sĂł fazia isso quem tinha talento. No passado, mesmo nos grandes times, havia jogadores medianos. Hoje, tem mais.
Os atletas atuais correm muito mais que antes. Algumas TVs jĂĄ mostram quantos quilĂŽmetros cada um correu. Brevemente, haverĂĄ prĂȘmios para os que correm mais.
Vejo isso como uma evolução fĂsica, tĂ©cnica e tĂĄtica, desde que o jogador tenha talento, saiba para aonde e por que corre e nĂŁo corra demais com a bola, a nĂŁo ser em lances especiais. KakĂĄ evoluiu porque aprendeu a esperar o momento certo para dar suas belĂssimas arrancadas em direção ao gol.
A diferença hoje entre as melhores equipes da Europa e as melhores brasileiras Ă© que lĂĄ a bola corre mais, de pĂ© em pĂ©. Ă uma delĂcia ver o Barcelona jogar, a equipe que faz isso melhor.
No Brasil, os jogadores correm demais, com ou sem a bola, e tĂȘm muita pressa para chegar ao gol. Importamos da Europa a correria e as jogadas ofensivas aĂ©reas, e eles, em troca, levaram o toque de bola. SaĂram ganhando.
Hoje, o futebol que se joga no Brasil se parece mais com o da Europa do passado, e o deles se parece mais com o brasileiro de outras épocas. Isso ocorre somente pela qualidade dos jogadores ou é também um estilo dos técnicos?
Ă preciso separar o futebol europeu de poucas equipes, no mĂĄximo dez, que contratam os melhores jogadores do mundo, das outras equipes, que, tecnicamente, nĂŁo sĂŁo melhores do que as melhores equipes brasileiras.
Os tĂ©cnicos europeus abandonaram hĂĄ muito tempo alguns conceitos que continuam presentes no Brasil. Viraram chavĂ”es. Um deles Ă© que Ă© preciso trĂȘs zagueiros para marcar dois atacantes. Como os zagueiros brasileiros marcam muito atrĂĄs, nĂŁo hĂĄ espaço entre eles e o goleiro. Os times brasileiros nĂŁo jogam com dois zagueiros e um terceiro na sobra, e sim com trĂȘs zagueiros em linha.
Outro chavĂŁo Ă© que Ă© necessĂĄrio ter trĂȘs zagueiros para os laterais (alas) apoiarem. Corinthians e Cruzeiro, as duas melhores equipes do primeiro semestre, jogaram com dois zagueiros e com os laterais avançando, alternadamente.
A seleção faz o mesmo. Os técnicos estão acabando com os laterais que marcam e apoiam, uma virtude brasileira. à lateral ou ala, desde as escolinhas.
Enquanto os principais times europeus copiam o jeito brasileiro de jogar, de outras épocas, com dois zagueiros e dois laterais que avançam, um de cada vez, os técnicos brasileiros copiam o jeito torto e ruim dos europeus, de anos atrås, de jogar com dois zagueiros e um lateral-zagueiro.
O zagueiro brasileiro estĂĄ cada dia mais mimado, mais superprotegido. SĂł querem jogar na sobra, ao lado de dois outros zagueiros.
A moda brasileira Ă© o zagueiro especializado. HĂĄ os que sĂł atuam bem pela direita, os que sĂł atuam bem pela esquerda e os que sĂł atuam bem na sobra. E assim caminha o futebol, de chavĂŁo em chavĂŁo.
TostĂŁo - Fonte: Folha de S.Paulo â 26/08/09.
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