ESTĂTUAS PELO MUNDO...PARA PENSAR E REFLETIR V
26/11/2007 -
PENSE!
O PODER DO PENSAMENTO POSITIVO - Paris - França.
(Colaboração: Viana)
PALAVRA DA SEMANA: ATITUDE
Do latim aptus derivaram duas palavras: "aptidão" - habilidade - e "atitude" - a disposição. Para que um trabalho saia perfeito, é preciso juntar as duas coisas.
Max Gehringer - Fonte: Ăpoca - NĂșmero 497.
DEFICIĂNCIAS - Mario Quintana (escritor gaĂșcho 30/07/1906 -05/05/1994)
"Deficiente" Ă© aquele que nĂŁo consegue modificar sua vida, aceitando as
imposiçÔes de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter
consciĂȘncia de que Ă© dono do seu destino.
"Louco" Ă© quem nĂŁo procura ser feliz com o que possui.
"Cego" Ă© aquele que nĂŁo vĂȘ seu prĂłximo morrer de frio, de fome, de misĂ©ria,
e sĂł tem olhos para seus mĂseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" Ă© aquele que nĂŁo tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o
apelo de um irmĂŁo. Pois estĂĄ sempre apressado para o trabalho e quer
garantir seus tostĂ”es no fim do mĂȘs.
"Mudo" Ă© aquele que nĂŁo consegue falar o que sente e se esconde por trĂĄs da
mĂĄscara da hipocrisia.
"ParalĂtico" Ă© quem nĂŁo consegue andar na direção daqueles que precisam de
sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"AnĂŁo" Ă© quem nĂŁo sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das
deficiĂȘncias Ă© ser miserĂĄvel, pois:
"MiserĂĄveis" sĂŁo todos que nĂŁo conseguem falar com Deus.
(Colaboração: Vùnia)
CACHORRO VELHO
Uma velha senhora foi para um safari na Ăfrica e levou seu velho vira-lata com ela.
Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido.
Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço ..
O cachorro velho pensa:
-"Oh, oh! Estou mesmo enrascado ! Olhou Ă volta e viu ossos espalhados no chĂŁo por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cĂŁo ajeita-se junto ao osso mais prĂłximo, e começa a roĂȘ-lo, dando as costas ao predador.
Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto: -Cara, este leopardo estava delicioso ! SerĂĄ que hĂĄ outros por aĂ?
Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, jå quase começado, e se esgueira na direção das årvores.
-Caramba! pensa o leopardo, essa foi por pouco ! O velho vira-lata quase me pega!
Um macaco, numa årvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum...
E assim foi, rĂĄpido, em direção ao leopardo. Mas o velho cachorro o vĂȘ correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa:
-AĂ tem coisa!
O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo.
O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz: -"AĂ, macaco! Suba nas minhas costas para vocĂȘ ver o que acontece com aquele cachorro abusado!"
Agora, o velho cachorro vĂȘ um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:
-E agora, o que Ă© que eu posso fazer ?
Mas, em vez de correr ( sabe que suas pernas doĂdas nĂŁo o levariam longe...) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda nĂŁo os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cĂŁo diz:
-"CadĂȘ o filha da puta daquele macaco? TĂŽ morrendo de fome! Ele disse que ia trazer outro leopardo para mim e nĂŁo chega nunca! "
Moral da história: não mexa com cachorro velho... idade e habilidade se sobrepÔem à juventude e intriga.
Sabedoria sĂł vem com idade e experiĂȘncia.
Se vocĂȘ nĂŁo mandar essa fĂĄbula a 5 "velhos" amigos jĂĄ, jĂĄ, haverĂĄ menos 5 pessoas rindo no mundo. Ă claro, que eu nĂŁo estou, de modo algum, insinuando que vocĂȘ esteja velho. Apenas um tantinho assim mais experiente.
Ou vocĂȘ nĂŁo percebeu o tamanho da letra que escolhi?
(Colaboração: Cleide)
COMO COMBATER A ARROGĂNCIA
Muitos leitores perguntaram ao longo deste mĂȘs qual era a minha agenda oculta. Meus textos sĂŁo normalmente transparentes, sou prĂł-famĂlia, prĂł-futura geração, prĂł-eficiĂȘncia, prĂł-solidariedade humana e responsabilidade social. Mas, como todo escritor, tenho tambĂ©m uma agenda mais ou menos oculta. Sempre que posso dou uma alfinetada nas pessoas e nos profissionais arrogantes e prepotentes. Ă a reclamação mais freqĂŒente de quem jĂĄ discutiu com esses tecnocratas. Uma vez no governo, parece que ninguĂ©m mais ouve. Eles confundem ser donos do poder com ser donos da verdade. Fora do governo, continuam nĂŁo ouvindo e, quando escrevem em revistas e jornais, Ă© sempre o mesmo artigo: "Juro que eu nunca errei". Toda nossa educação "superior" Ă© voltada para falar coisas "certas". VocĂȘ sĂł entra na faculdade se tiver as respostas "certas". VocĂȘ sĂł passa de ano se estiver "certo".
Aqueles com mestrado e Ph.D. acham equivocadamente que foram ungidos pela certeza infalĂvel. Nosso sistema de ensino valoriza mais a certeza do que a dĂșvida. Valoriza mais os arrogantes do que os cientificamente humildes. Ă fĂĄcil identificar essas pessoas, elas jamais colocam seus e-mails ou endereços nos artigos e livros que escrevem. Para quĂȘ, se vocĂȘs, leitores, nada tĂȘm a contribuir? Elas nunca leram Karl Popper a mostrar que nĂŁo existem verdades absolutas, somente hipĂłteses ainda nĂŁo refutadas por alguĂ©m. Pessoalmente, nĂŁo leio artigos de quem omite seu endereço ou e-mail. Ă perda de tempo. Se elas nĂŁo ouvem ninguĂ©m, por que eu deveria ouvi-las ou lĂȘ-las? Todos nĂłs deverĂamos solenemente ignorĂĄ-las, atĂ© elas se tornarem mais humildes e menos arrogantes. Como nĂŁo divulgam seus e-mails, ninguĂ©m contesta a prepotĂȘncia de certas coisas que escrevem, o que aumenta ainda mais a arrogĂąncia dessas pessoas.
O ensino inglĂȘs e o americano privilegiam o feedback, termo que ainda nĂŁo criamos em nossa lĂngua â a obrigação de reagir Ă arrogĂąncia e Ă prepotĂȘncia dos outros. AlguĂ©m precisa traduzir bullshit, que Ă© dito na lata, sempre que alguĂ©m fala uma grande asneira. Recentemente, cinco famosos economistas brasileiros escreveram artigos diferentes, repetindo uma insolente frase de Keynes, afirmando que todos os empresĂĄrios sĂŁo "imbuĂdos de espĂrito animal". Se esse insulto fosse usado para caracterizar mulheres, todos estariam hoje execrados ou banidos. "A proverbial arrogĂąncia de Larry Summers", escreveu na semana passada Claudio de Moura e Castro, "lhe custou a presidĂȘncia de Harvard." LĂĄ, os arrogantes sĂŁo banidos, mas aqui ninguĂ©m nem sequer os contesta. Especialmente quando atacam o inimigo pĂșblico nĂșmero 1 deste paĂs, o empreendedor e o pequeno empresĂĄrio.
Minha mĂŁe era inglesa, e dela aprendi a sempre dizer o que penso das pessoas com quem convivo, o que me causa enormes problemas sociais. Quantas vezes jĂĄ fui repreendido por falar o que penso delas? "NĂŁo se faz isso no Brasil, vocĂȘ magoa as pessoas." Existe uma cordialidade brasileira que supĂ”e que preferimos nunca ser corrigidos de nossa ignorĂąncia por amigos e parentes, e continuar ignorantes para sempre. Constantemente recebo e-mails elogiando minha "coragem", quando, para mim, dizer a verdade era uma obrigação de cidadania, um ato de amor, e nĂŁo de discĂłrdia.
O que me convenceu a mudar e atĂ© a mentir polidamente foi uma frase que espelha bem nossa cultura: "VocĂȘ prefere ter sempre a razĂŁo ou prefere ter sempre amigos?". Nem passa pela nossa cabeça que Ă© possĂvel criar uma sociedade em que se possa ter ambos. Meu Ășnico consolo Ă© que os arrogantes e prepotentes deste paĂs, pelo jeito, nĂŁo tĂȘm amigos. Amigos que tenham a coragem de dizer a verdade, em vez dos puxa-sacos e acĂłlitos que os rodeiam. Para melhorar este paĂs, precisamos de pessoas que usem sua privilegiada inteligĂȘncia para ouvir aqueles que as cercam, e nĂŁo para enunciar as teorias que aprenderam na Sorbonne, Harvard ou Yale. Se vocĂȘ conhece um arrogante e prepotente, volte a ser seu amigo. Diga simplesmente o que vocĂȘ pensa, sem medo da inevitĂĄvel retaliação. Um dia ele vai lhe agradecer.
Stephen Kanitz - Fonte: Veja - Edição 2036.
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