FALANDO DAS LĂNGUAS EUROPEIAS
30/08/2012 -
FALOU NO FM? TĂ FALADO!
A ORIGEM
English:
Language Family May Have Anatolian Origins - Science News
More details:
http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-19368988
http://www.nytimes.com/2012/08/24/science/indo-european-languages-originated-in-anatolia-analysis-suggests.html?pagewanted=all
See more: Tracing the Origins of Indo-European Languages - Graphic ...
The University of Auckland - http://www.auckland.ac.nz/uoa/
Facebook:
https://www.facebook.com/science.uoa
http://www.facebook.com/pages/Jared-Diamond/28403699552
LĂnguas europeias surgiram na Turquia hĂĄ 9.000 anos, diz estudo. Origem do grupo de idiomas falados por 3 bilhĂ”es de pessoas estĂĄ ligada ao inĂcio da agricultura. Novo trabalho se baseou na anĂĄlise de palavras bĂĄsicas, como "mĂŁe", em 103 lĂnguas indo-europeias.
A saga do mais importante grupo de lĂnguas do mundo, com quase 3 bilhĂ”es de falantes nativos, começou hĂĄ 9.000 anos, na atual Turquia, e estĂĄ ligada Ă s origens da agricultura.
Em Ășltima instĂąncia, portanto, seria graças Ă descoberta de como cultivar trigo e cevada que os brasileiros falam portuguĂȘs e os americanos falam inglĂȘs.
A conclusĂŁo estĂĄ em uma pesquisa publicada hoje na revista especializada "Science" e que almeja colocar um ponto final no debate sobre a origem das chamadas lĂnguas indo-europeias.
A afirmação pode soar estranha Ă primeira vista, mas hĂĄ boas razĂ”es para achar que esse grupo imenso de idiomas, que coloca no mesmo balaio o grego, o alemĂŁo, o russo e as principais lĂnguas do IrĂŁ e da Ăndia, descende de um ancestral comum.
A prova disso Ă© o vocabulĂĄrio bĂĄsico de todas elas -como as palavras usadas para designar parentes prĂłximos, partes do corpo, numerais e os pronomes pessoais.
Apesar das diferenças, elas conservam um "nĂșcleo" comum de som e significado, e as mudanças que ocorrem de um grupo de lĂnguas para outro nĂŁo sĂŁo aleatĂłrias: seguem "leis" estabelecidas.
Um exemplo Ă© a transformação do "p" em "f" nas lĂnguas germĂąnicas, como o inglĂȘs. Ă por isso que "peixe" e "pĂ©" viram "fish" e "foot" no idioma de Shakespeare.
O diabo era saber quando e como o ancestral dessas lĂnguas todas começou sua carreira de sucesso.
A equipe de cientistas liderados por Quentin Atkinson, da Universidade de Auckland, na Nova ZelĂąndia, resolveu responder Ă questĂŁo "emprestando" um mĂ©todo normalmente usado para estudar a evolução e propagação de vĂrus como o da gripe.
Grosso modo, o mĂ©todo compara as "letras" quĂmicas do DNA de vĂĄrios tipos de vĂrus para saber qual estĂĄ mais prĂłximo do ancestral comum de todos eles e, a partir disso, monta uma ĂĄrvore genealĂłgica dos parasitas usando estratĂ©gias sofisticadas de estatĂstica.
A mesma coisa, raciocinaram Atkinson e companhia, pode valer para lĂnguas -desde que, em vez de mutaçÔes no cĂłdigo genĂ©tico, sejam avaliadas "mutaçÔes" no som das palavras.
TambĂ©m foram incorporados elementos geogrĂĄficos -com base na distribuição histĂłrica e atual das lĂnguas, o mĂ©todo calculava qual o trajeto de expansĂŁo mais provĂĄvel para elas.
O resultado, em vĂĄrios tipos de simulação, apontou a Turquia, hĂĄ 9.000 anos, como o lugar e o tempo de origem do tronco indo-europeu. O mĂ©todo foi testado sĂł para as lĂnguas latinas, grupo do portuguĂȘs, e deu indĂcios de ser confiĂĄvel: mostrava o centro da ItĂĄlia (onde estĂĄ Roma, berço do latim) como fonte da nossa famĂlia de idiomas.
ORIGEM DA LĂNGUA JĂ FOI LIGADA A DOMĂNIO DO CAVALO
Uma hipĂłtese que esteve em voga por dĂ©cadas dizia que os primeiros indo-europeus estariam associados Ă domesticação do cavalo e ao aparecimento de tĂșmulos conhecidos como "kurgans" hĂĄ 6.000 anos, na atual UcrĂąnia.
O cavalo, espĂ©cie de tanque de guerra prĂ©-histĂłrico, teria permitido ao povo dos "kurgans" dominar vastas ĂĄreas, legando a lĂngua a seus descendentes e Ă s tribos conquistadas.
Nos Ășltimos tempos, vinha ganhando força a hipĂłtese da origem mais antiga, na Turquia.
As lĂnguas indo-europeias mais primitivas, como o hitita, eram faladas por lĂĄ. TambĂ©m se sabe que povos que dominam a agricultura tĂȘm vantagem sobre os demais porque "produzem" mais gente.
Estudos em esqueletos prĂ©-histĂłricos mostram que o DNA dos primeiros europeus agricultores (nos BĂĄlcĂŁs) tĂȘm grande contribuição do Oriente MĂ©dio.
Mas ninguĂ©m consegue provar que lĂngua um esqueleto de 9.000 anos falava -nĂŁo havia escrita.
Jared Diamond, autor do livro "Armas, Germes e Aço", no qual defende que o avanço da agricultura ajudou a forjar as lĂnguas dominantes, diz que a hipĂłtese dos "kurgans" ainda Ă© a mais aceita pelos linguistas. "Mas, se eu fosse reescrever meus livros hoje, daria mais espaço para a hipĂłtese dos agricultores no caso do indo-europeu."
Reinaldo JosĂ© Lopes â Fonte: Folha de S.Paulo â 24/08/12.
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MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
UNIVERSIDADES CADA VEZ MAIS INTERNACIONAIS
No mundo da educação universitåria, a palavra "internacionalização" estå em alta. Grandes universidades, como Harvard (EUA) ou a de Oxford (Inglaterra), encamparam o termo como um dos seus principais objetivos: quanto mais alunos (ou professores) estrangeiros, melhor.
Hå razÔes de sobra para isso. Dentre elas a crise. Abrir as portas para alunos do mundo garante mais recursos, além de apoios governamentais e da formação de futuros potenciais doadores.
Os rankings são outro motivo. Para figurar no topo da lista das melhores universidades globais, um dos requisitos é justamente ter um alto grau de "internacionalização".
A tendĂȘncia Ă© positiva, mas nĂŁo pode ser unilateral. O governo brasileiro criou o importante programa "CiĂȘncia sem Fronteiras", que prevĂȘ investir de R$ 5 bilhĂ”es atĂ© 2015.
A maior parte dos recursos serĂĄ usada para levar alunos brasileiros para estudar no exterior. O programa Ă© mĂșsica para ouvidos dos reitores estrangeiros. E vento em popa para "internacionalizar" as universidades por lĂĄ.
Mas fica a pergunta: como internacionalizar as universidades daqui, onde tudo ainda estĂĄ por ser feito? SĂŁo pouquĂssimos alunos ou professores estrangeiros, com percentual ainda marginal nas universidades brasileiras.
Para piorar, a maioria nĂŁo tem nem sequer site em inglĂȘs, quanto mais um departamento responsĂĄvel por receber estrangeiros. Por causa da crise, esse seria um Ăłtimo momento para atrair talentos estrangeiros para cĂĄ.
Mas, por ora, o tema aqui ainda Ă© uma mĂŁo Ășnica.
Ronaldo Lemos â Fonte: Folha de S.Paulo â 27/08/12.
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