CRIATIVIDADE NO MARKETING
21/07/2012 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES (THE JOY OF PEPSI)
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O anĂșncio que enfureceu a Coca-ColaâŠ
(Colaboração: Waldeyr E. de Paula Junior)
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PROFESSOR X
QUALIDADE DO ENSINO: ALTERNATIVAS
Duas linhas do pensamento do brasileiro sobre o ensino universitĂĄrio separam posiçÔes distintas. De um lado estĂŁo os que desejam a abertura de acesso para acolhimento de todos os segmentos sociais, e de outro os que privilegiam o predomĂnio da qualidade cultural, intelectual, tĂ©cnica e pessoal do alunado, distinguido pela competĂȘncia, cultura e dignidade para quem chegar ao fim do curso. Ă evidente que o acesso hĂĄ de ser aberto a todos, mas sem que a capacitação seja facilitada atĂ© o ponto de sacrificar a qualidade, com efeito danoso para toda a cidadania.
A questĂŁo das cotas escolares Ă© um bom passo intermediĂĄrio que tem aprovado bons alunos, com capacidade cultural e interesse no estudo. Tem, contudo, dois defeitos a serem corrigidos: cria uma forma suplementar de privilĂ©gio, ainda quando atribuĂda Ă parcela substancial do povo brasileiro. De outro modo, pelo menos no nĂvel federal, tem permitido distorçÔes, mesmo entre os beneficiados, depois do ingresso no alunado do nĂvel superior.
Elementos estranhos aos prĂłprios alunos contribuĂram para a maior dificuldade. O Brasil percorreu, nos Ășltimos decĂȘnios, intenso processo de quantificação de caminhos universitĂĄrios, em transformação radical de numerosas instituiçÔes particulares. Em algumas delas a insuficiĂȘncia Ă© marcante, por exemplo, quanto ao idioma e sua literatura. Ă comum saber-se de alunos cujo nĂvel de leitura se resolve em resumos plastificados de obras, que nĂŁo sĂŁo lidas.
Para tudo, em matĂ©ria de quantidade, serve de exemplo mais um exame da Ordem dos Advogados do Brasil. A grande quantidade de candidatos e de reprovados -contados Ă s dezenas de milhares- faz desse certame o mais criticado. Mas Ă© certo que o Ăndice das reprovaçÔes Ă© filho do mau ensino recebido.
O obstĂĄculo da chegada Ă universidade tem mais dois aspectos desapontadores. O primeiro deles Ă© o da fraude, no conhecimento prĂ©vio das questĂ”es a serem propostas. O segundo exemplo estĂĄ nas cotas para ingresso na universidade, com reserva privilegiada pela cor. As cotas tambĂ©m se ligam Ă polĂtica adotada nos Ășltimos cinquenta anos, quando se passou a defender a ideia de que quanto mais ampla for a base quantitativa da pirĂąmide do ensino, mais se garantirĂĄ a qualidade dos que chegarem ao topo da mesma pirĂąmide. A prĂĄtica nĂŁo parece ter confirmado a garantia de qualidade proporcional expandida.
Efetivamente, a se julgar pela educação superior no Brasil, o nĂșmero de doutores em todas as carreiras cresceu em proporção, mas a simples quantificação nĂŁo resolve, atĂ© mesmo no sistema de cotas - compreensĂvel por perĂodo breve, mas nĂŁo a tĂtulo permanente.
Com olhos para a Constituição e para os nĂșmeros, o nĂvel de participação nas camadas em preparo para qualquer ramo da atividade profissional dos formandos ainda nĂŁo foi avaliado de modo merecedor da confiança de todos. Ă objetivo a ser perseguido, para o "pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercĂcio da cidadania e sua qualificação para o trabalho" (Constituição, art. 205). Deve ser o centro da preocupação maior de todos nĂłs, para que a sĂșmula clara da Carta Magna nĂŁo seja sacrificada, com grave prejuĂzo para o futuro da educação neste paĂs.
Walter Ceneviva -Fonte: Folha de S.Paulo â 14/07/12.
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