FALANDO NO IMPEDIMENTO DO USO DA PALAVRA
24/01/2013 -
FALOU NO FM? TĂ FALADO!
OLĂMPIADA
English:
Folha.uol.com.br/en/word-olympics
ComitĂȘ olĂmpico quer barrar termo 'olimpĂada' em torneio educacional. Em carta aberta, associaçÔes de cientistas do paĂs classificam a ação como "despropositada". COB afirma que notificaçÔes enviadas Ă Unicamp e a outras instituiçÔes de ensino tĂȘm "carĂĄter educativo".
O COB (ComitĂȘ OlĂmpico Brasileiro) estĂĄ se movimentando juridicamente para impedir que universidades e associaçÔes de pesquisa usem a palavra olimpĂada em suas competiçÔes educacionais. A atitude provocou protestos das principais associaçÔes de cientistas do paĂs.
No fim de 2012, a Unicamp foi notificada extrajudicialmente pelo comitĂȘ devido ao uso supostamente indevido do termo em um dos eventos organizados pela instituição, a OlimpĂada Nacional em HistĂłria do Brasil.
O texto diz que o uso das palavras olimpĂada e jogos olĂmpicos "Ă© privativo" dos comitĂȘs OlĂmpico e ParaolĂmpico do Brasil.
Organizadores de vĂĄrias outras olimpĂadas educacionais, como a de portuguĂȘs e de astronomia, receberam notificaçÔes semelhantes.
Em carta aberta enviada nesta semana a Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da CiĂȘncia) e a ABC (Academia Brasileira de CiĂȘncias) classificaram a ação como "despropositada". No Brasil existem cerca de 20 olimpĂadas educacionais nacionais.
REAĂĂO
A presidente da SBPC, Helena Nader, disse que os cientistas nĂŁo vĂŁo abrir mĂŁo do uso da palavra.
"Eles [o COB] estĂŁo querendo ter o monopĂłlio da palavra e isso nĂłs nĂŁo aceitamos. OlimpĂada cientĂfica Ă© um conceito internacionalmente consagrado. A sua proibição aqui sĂł Ă© prejudicial para o conhecimento", afirmou.
Jacob Palis, presidente da ABC, lamentou a iniciativa em um momento em que o Brasil Ă© destaque na ĂĄrea.
"NĂłs recebemos, no ano passado, a OlimpĂada Mundial de Astronomia. Agora hĂĄ pouco, tivemos um jovem brasileiro [Matheus Camacho, 14] ganhando uma medalha de ouro em uma das maiores competiçÔes do mundo, a OlimpĂada Internacional de CiĂȘncia. A decisĂŁo do COB Ă© equivocada", disse.
A Unicamp afirmou que continuarå usando o termo para designar a competição.
Para MĂŽnica Guise Rosina, professora de propriedade intelectual da Escola de Direito da Fundação GetĂșlio Vargas, a notificação sobre a exclusividade do termo Ă© "tecnicamente possĂvel, mas absolutamente descabida".
"Essa terminologia jĂĄ Ă© usada hĂĄ anos para as competiçÔes cientĂficas. O problema seria se houvesse o risco das pessoas confundirem um evento com o outro."
OUTRO LADO
Em nota, o ComitĂȘ OlĂmpico Brasileiro afirmou que as cartas enviadas Ă s instituiçÔes de ensino tĂȘm "carĂĄter educativo", para garantir que "o termo 'olimpĂadas', que Ă© uma propriedade do COI (ComitĂȘ OlĂmpico Internacional), nĂŁo seja vinculado a questĂ”es comerciais", completa.
A entidade disse Ă Folha que estuda autorizar o uso do termo para fins educacionais, como Ă© o caso da olimpĂada organizada pela Unicamp.
De qualquer modo, para evitar problemas, algumas competiçÔes jĂĄ abandonaram o termo. Ă o caso da antiga OlimpĂada Brasileira de Foguetes que, apĂłs ser notificada pelo COB, virou Mostra Brasileira de Foguetes.
"JĂĄ temos trabalho demais para montar os eventos. NĂŁo dispomos de tempo e dinheiro para ficar brigando com o COB", diz JoĂŁo Bastista Canalle, organizador da mostra.
A decisĂŁo do COB contraria os ministĂ©rios da Educação e da CiĂȘncia, Tecnologia e Inovação, que realizam olimpĂadas educacionais. O ministĂ©rio da CiĂȘncia disse, porĂ©m, nĂŁo ter recebido qualquer notificação do COB.
SĂł a OlimpĂada Brasileira de MatemĂĄtica nas Escolas PĂșblicas teve, em 2012, quase 20 milhĂ”es de inscritos.
Giuliana Miranda e Mariana Versolato â Fonte: Folha de S.Paulo â 17/01/13.
COB â
http://www.cob.org.br/
Facebook.com/timebrasil
OlimpĂada Nacional em HistĂłria do Brasil â
Facebook.com/historiadobrasil
OlimpĂada Brasileira de MatemĂĄtica nas Escolas PĂșblicas â
Facebook.com/OBMEP
SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da CiĂȘncia) â
http://www.sbpcnet.org.br/site/home/
ABC (Academia Brasileira de CiĂȘncias) â
http://www.abc.org.br/rubrique.php3?id_rubrique=1&recalcul=oui
http://www.facebook.com/abciencias
MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
A VEZ DA EDUCAĂĂO
AlvĂssaras! Parece que, finalmente, o diagnĂłstico consensual sobre a necessidade de dar prioridade Ă educação estĂĄ deixando de ser sĂł discurso.
Manchete da Folha no domingo revelou que os gastos do governo federal no setor cresceram 25% em 2012. Outra reportagem, de "Cotidiano", trouxe os nĂșmeros para a vida real, mostrando os resultados do CiĂȘncia sem Fronteiras, programa federal cuja meta Ă© enviar 101 mil brasileiros para estudar no exterior atĂ© 2016. Problemas Ă parte, Ă© o mais ambicioso plano de bolsas de estudo jĂĄ posto em prĂĄtica no paĂs.
A medida do governo Dilma tem contrapartida na iniciativa privada. Parte do empresariado, normalmente pouco afeito Ă filantropia, parece ter descoberto que pode fazer a diferença num cenĂĄrio que os atinge diretamente. Se o fazem mais por interesse prĂłprio que por responsabilidade social, Ă© uma discussĂŁo inĂștil.
O fato Ă© que o sistema educacional brasileiro precisa avançar a passos gigantes para superar carĂȘncias histĂłricas que começam na alfabetização e explodem no profissional que chega ao mercado de trabalho.
No ensino fundamental, nossos alunos ainda nĂŁo sabem o bĂĄsico de matemĂĄtica e portuguĂȘs. No superior, milhares de jovens jĂĄ conseguem frequentar uma faculdade, mas dela saem incapazes de fazer frente Ă s necessidades de um paĂs em desenvolvimento. Do começo ao fim da vida escolar, cada passo adiante sĂł mostra o quanto ainda falta para o Brasil chegar lĂĄ, no grupo dos (mais ou menos) desenvolvidos.
Nesse cenĂĄrio, notĂcias de empresĂĄrios patrocinando fundaçÔes ou passando o chapĂ©u entre os pares para implantar cursos de alta qualificação Ă© algo a comemorar. Mesmo porque, tambĂ©m em matĂ©ria de filantropia, o Brasil sĂł engatinha. Em Nova York, um milionĂĄrio acabou de doar US$ 350 milhĂ”es para a Universidade Cornell criar, em parceria com a prefeitura, um campus de tecnologia. DĂĄ para concorrer?
Vera GuimarĂŁes Martins â Fonte: Folha de S.Paulo â 23/01/13.
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