CRIATIVIDADE NO MARKETING
14/04/2011 -
NOSSOS COLUNISTAS
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PROFESSOR TOM COELHO
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Desemprego zero
* por Tom Coelho
âO desemprego do homem deve ser tratado como tragĂ©dia e nĂŁo como estatĂstica econĂŽmica.â
(Papa JoĂŁo Paulo II)
No inĂcio dos anos 1990, experimentei o sabor amargo do desemprego. Por opção, eu deixava um cargo de gerĂȘncia de filial numa empresa exportadora de cafĂ©, onde desenvolvera ao longo de apenas dez meses um trabalho que a alçou da 45ÂȘ para a 21ÂȘ posição no ranking das maiores exportadoras brasileiras em seu segmento.
Era o fim de um ciclo. NĂŁo havia mais espaço para crescimento dentro daquela estrutura. Foi quando cunhei a expressĂŁo âbater com a cabeça no tetoâ.
Tomada a decisão, fui enfrentar a frialdade do mercado de trabalho. As expectativas de uma råpida recolocação eram elevadas. Afinal, eu era jovem, impetuoso, determinado e carregava na bagagem uma série de realizaçÔes concretas.
O mundo real, no entanto, ensinou-me outras verdades. A tenra idade nĂŁo era um aspecto positivo, mas uma fragilidade, pois âgarotosâ de 21 anos de idade nĂŁo podiam ter a experiĂȘncia exigida para cargos de supervisĂŁo e gerĂȘncia â assim como âvelhosâ de 45 anos simbolizavam arcaĂsmo e retrocesso.
Descobri tambĂ©m a existĂȘncia de algumas regras para entrar no jogo. A formação acadĂȘmica sĂłlida era a primeira delas. Isso significava, alĂ©m de uma faculdade de renome, algo Ăłbvio: o curso superior concluĂdo. E eu abandonara meus estudos para assumir o cargo que me fora ofertado, pois seria exercido em outro Estado da federação.
Aprendi, ainda, a irrelevĂąncia de dominar o idioma pĂĄtrio, na linguagem falada e escrita, ante a fluĂȘncia em inglĂȘs de outro candidato, o qual estaria sempre anos-luz Ă frente, mesmo escrevendo exceção com dois ou quatro âsâ ou pronunciando âpoblemaâ (sic) a cada duas frases.
Em meio a tantas outras descobertas sobre como funciona o âsistemaâ, observei sete longos meses passarem diante de meus olhos. Ao longo deste perĂodo, retomei os estudos, fiz uma sĂ©rie de cursos prĂĄticos complementares, reduzi minha pretensĂŁo salarial. Mas ao tĂ©rmino deste perĂodo, como nĂŁo recebera nenhuma proposta concreta de trabalho, minhas reservas financeiras tinham se exaurido e a autoestima entrado em colapso.
Empreendedorismo de necessidade
Dentro deste contexto, parti para a chamada âcarreira soloâ. Era preciso fazer algo com o pouco de orgulho prĂłprio que ainda me restava. Era preciso que eu me colocasse Ă prova. Foi assim que abracei o empreendedorismo como opção de vida. Mais do que uma necessidade, foi minha tĂĄbua de salvação.
Duas dĂ©cadas se passaram desde entĂŁo. E o mercado de trabalho continua muito prĂłximo da realidade que experienciei. As restriçÔes quanto Ă idade persistem. A formação acadĂȘmica demanda, nos dias atuais, alĂ©m do curso superior completo, uma pĂłs-graduação qualquer. O espanhol tem que acompanhar o inglĂȘs, permanecendo o portuguĂȘs em segundo plano.
O desemprego Ă© um acontecimento medonho. Quanto mais ele se prolonga, mais afeta negativamente o profissional. Quando atinge um pai ou um arrimo de famĂlia, entĂŁo, assume conotação sĂĄdica e perniciosa. Apenas quem vivenciou isso consegue entender o porquĂȘ do olhar opaco e dos ombros arqueados daquele que nĂŁo tem a possibilidade de dizer ao mundo a que veio.
Por isso, quero convocĂĄ-los a uma campanha pelo desemprego zero. Mas nĂŁo se trata de uma moção de Ăąmbito governamental. Trata-se de uma atitude, de um lema, de uma profissĂŁo de fĂ©. Trata-se de cada um de nĂłs firmarmos compromisso pessoal para buscarmos e permanecermos dignamente empregados, seja num negĂłcio prĂłprio ou de terceiros. Trata-se de vocĂȘ descobrir com a mĂĄxima urgĂȘncia, acima e a despeito de tudo, qual sua vocação. E segui-la.
Isso abrange tambĂ©m os âempregados-desempregadosâ, uma categoria de pessoas que vendem barato seus sonhos, exercendo atividades que nĂŁo correspondem ao que seus coraçÔes mandam, vagando pelo mundo corporativo como almas errantes.
Espero ver estas pessoas agraciadas pela autoconsciĂȘncia, para despertarem para quem sĂŁo; presenteadas pela coragem, para fazerem o que desejam; estimuladas pela ousadia, para empreenderem por oportunidade; e sensibilizadas pela emoção, para levar este princĂpio adiante, ofertando, sempre que possĂvel, um novo posto de trabalho, industrializando a esperança.
* Tom Coelho Ă© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 paĂses. Ă autor de âSete Vidas â LiçÔes para construir seu equilĂbrio pessoal e profissionalâ, pela editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros. Contatos atravĂ©s do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.
PROFESSOR X
UNESP CRIA DESBUROCRATIZADOR CIENTĂFICO
A ciĂȘncia brasileira pode ter derrubado mais um importante obstĂĄculo ""pelo menos para os pesquisadores que sĂŁo ligados Ă Unesp (Universidade Estadual Paulista).
A instituição criou seçÔes técnicas para ajudar os seus cientistas no trabalho burocråtico das pesquisas.
Vai ser mais ou menos assim: as 32 unidades da Unesp terão pessoal qualificado para buscar editais de apoio à pesquisa, ajudar no trùmite de importação de material e, principalmente, elaborar as penosas prestaçÔes de conta.
"NĂŁo se trata de auxiliar os docentes a fazerem os projetos. Ă um apoio nos assuntos burocrĂĄticos", explica a prĂł-reitora de pesquisa da Unesp, Maria JosĂ© Giannini.q A justifica para a iniciativa Ă© simples: pesquisadores nĂŁo necessariamente tĂȘm formação para, por exemplo, fazer execução orçamentĂĄria.
Além disso, esse tipo de tarefa consome tempo de pesquisa e de ensino.
"Ăs vezes, perco uma semana inteira sĂł fazendo coisas burocrĂĄticas", diz a geneticista da USP Mayana Zatz.
Esse tipo de apoio institucional na gestĂŁo da pesquisa Ă© comum nas grandes universidades internacionais.
"Sem isso, nossas universidades ficam muito menos competitivas", diz Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-cientĂfico da Fapesp (Fundação de Amparo Ă Pesquisa no Estado de SĂŁo Paulo).
QUALIFICAĂĂO
A Unesp deve despender R$ 450 mil em infraestrutura e qualificação do pessoal das seçÔes técnicas. Os salårios estão numa conta à parte, ainda não fechada. A ideia é que sejam abertos concursos.
Isso, na opiniĂŁo de especialistas, pode ser um entrave. O sistema de concursos e os salĂĄrios baixos podem expulsar os bons profissionais para o mercado ""os cientistas ou os funcionĂĄrios.
"Ă preciso que as seçÔes tenham pessooal qualificado. Isso significa ter salĂĄrios compatĂveis com os do mercado", explica Zatz.
Mas, para Brito Cruz, as universidades tĂȘm formas de driblar o problema, por exemplo, com vantagens e plano de carreira para funcionĂĄrios.
A preocupação da Fapesp com o bom funcionamento das seçÔes técnicas se justifica: prestaçÔes de contas mal formuladas respingam na própria fundação.
HISTĂRICO
O sistema de financiamento Ă pesquisa instituĂdo no Brasil, em que o prĂłprio pesquisador recebe os recursos, e nĂŁo a universidade, acaba gerando a burocracia.
"Nas agĂȘncias americanas e europeias, o financiamento vai direto para a universidade", diz Brito Cruz.
Por enquanto, a iniciativa da Unesp é pioneira pela sua amplitude. Mas outras instituiçÔes, como a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), jå possuem unidades mais simples de apoio.
"Fico na torcida para que a iniciativa seja importada por outras universidades", afirma o biĂłlogo Stevens Rehen, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Assim como Zatz, da USP, Stevens jĂĄ sentiu na pele o peso da burocracia quando perdeu material cientĂfico importado. Ele teve problemas para gerir toda a papelada.
Sabine Righetti - Fonte: Folha de S.Paulo - 14/04/11.
Unesp - www.unesp.br/
USP - www.usp.br/
Fapesp - www.fapesp.br/
Unicamp - www.unicamp.br/
UFRJ - www.ufrj.br/
PROFESSORA PASQUALINA
TRANSATLĂNTICO
Estudantes brasileiros e portugueses de graduação e pós-graduação podem se inscrever até 30 de maio para o Concurso Luso-Brasileiro de Cartum Universitårio. Os trabalhos vencedores serão expostos no Brasil e em Portugal. Mais informaçÔes: www.museudaimprensa.pt.
Folhateen - Fonte: Folha de S.Paulo - 11/04/11.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php